31 de dezembro de 2004
Ano de 2005
Se eu fosse coerente, "isto" não devia ser um post. Mas às vezes a gente faz coisas com que nem sempre concorda.
Gostaria de pensar que o ano que aí vem talvez seja melhor que o que está quase a acabar. Mas não consigo vislumbrar como é que o 2005 poderá ser melhor que o 2004, já de si tão mau!
Bom Ano Novo para todos e não se esqueçam que não é só o dia de Ano Novo que é importante. Todos os dias são dias importantes, iclusive os
dias que voam...
O novo tempo
Now they were starting. Finality ran through the train, an exhalation. There were thuds, hoots, whistles, and the shrieks of late arrivals. From a megaphone, announcements were incomprehensible in American and Japanese. Before the train had moved at all, the platform faces receded into the expression of those who remain.
Leith sat by a window, his body submissively chugging as they got under way. He would presently see that rain continued to fall on the charred suburbs of Tokyo, raising, even within the train, a spectral odour of cinders. Meanwhile, he was examining a photograph of his father. Aldred Leith was holding a book in his right hand – not reading, but looking at a likeness of his father on the back cover.
It was one of those pictures, the author at his desk. In an enactment of momentary interruption, the man was half-turned to the camera, left elbow on blotter, right hand splayed over knee. Features fine and lined, light eyes, one eyelid drooping. A taut mouth. Forehead full, full crop of longish white hair. The torso broad but spare; the clothes unaffected, old and good. As a boy, Leith had wondered how his father could always have good clothes so seldom renewed – a seeming impossibility, like having a perpetual two days' growth of beard.
The expression, not calm but contained, was unrevealing. Siding with the man, the furniture supplied few clues: a secretary of dark wood was fitted in its top section with pigeonholes and small closed drawers. This desk had been so much part of the climate of family life, indivisible from his father's moods – and even appearing, to the child, to generate them – that the son had never until now inspected it with adult eyes. For that measure of detachment, a global conflict had been required, a wartime absence, a voyage across the world, a long walk through Asia; a wet morning and strange train.
Shirley Hazzard nasceu na Austrália em 1931. Hoje é cidadã americana. Além de ficção, escreveu ensaios. Recebeu o National Book Critics Circle Award em 1980 pelo romance The Transit of Venus.
Banho-maria
E assim, para mim, este foi o ano banho-maria.
Banho-maria é, para os mais novos, um método arcaico usado no século XX, antes de inventarem os micro-ondas, para aquecer recipientes com comida. Colocava-se o dito recipiente (com sopa, arroz, qualquer coisa) dentro de outro recipiente maior, meio cheio de água, e aquecia-se, em lume brando, até atingir a temperatura desejada, que podia-se manter por longos períodos.
De uma forma geral, este termo generalizou-se e pode ser aplicado a diferentes situações que se mantêm num impasse, num nem-aqueçe-nem-arrefece, numa indiferença distante.
E este foi o meu ano: em banho-maria. Sob todos os aspectos, afectivo, social, cultural, profissional...em banho-maria. Eu sei que não é uma fatalidade: reconheço, com clareza, o quanto não me empenho; sei, com exactidão, tudo aquilo que faço mal; choro, em segredo, todos aqueles que vou repelindo... mas estou em banho-maria. É como se tivesse a sensação que saio de mim e, com indiferença, me ponho a caminhar ao meu lado, apenas como mero assistente de uma vida que não parece a minha. Dizem-me que é doença. Acredito que sim: seja a doença do banho-maria.
Mas não estou só,... acho.
Cheguei a Portalegre e vi uma cidade velha, esquecida, parada.
Olho para Portugal e vejo um país sem brio, sem rumo, sem orgulhos.
Olho para o Mundo e vejo as mesmas velhas guerras e ódios
Estamos todos em banho-maria.
....
E olho para esta posta e acho-a um bocado disparatada.... ou melhor, exagerada.
Desculpem este meu triste desbafo. Deve ter sido influência de estar a ouvir aquele astrólogo Paulo qualquer-coisa, a explicar como fez cerca de 15.000 cálculos, para chegar a previsões acertadas para os próximos 10 anos.
Antes de terminar, desejo-vos o melhor 2005 que possam imaginar. Está apenas nas vossas mãos. E as melhoras para a R... espero que agora já não sejam necessárias!
Até logo. Até para o ano que vem!
Maremotos e novos anos.
Aumenta o número de vítimas, os mortos são enterrados rapidamente, a vida tenta regressar à normalidade.
Estava a ler o blog do Marmelo, penso eu que era o dele, onde dizia que Deus devia estar distraído ou muito dorminhoco. Ou seja no fundo, continuamos a encarar estas coisas tremendas, como divinas. No caso, castigos a quem menos merece ser castigado.
Nessa óptica o maremoto devia ter engolido a Casa Branca ou muitos outros locais com dirigentes que não fazem falta nenhuma.
Mas afastemos a questão de etnocentrismo no caso do maremoto e encaremos de frente que em Portugal existe esse risco também. E não é necessário ir a correr pôr na fogueira o Sócrates e o Santana, para nos livrarmos do mal, como diz a oração.
Desejo a todos um feliz ano e que continuemos a ter a prodigiosa capacidade de imaginar e concretizar. Já agora, que continuemos juntos neste blog a digladiar-nos uns com os outros e com todo o universo incluído.
Para não variar, abeijos e braços.
Os comentos...
Your IP was found in the OPM blacklist and will not be allowed to post
Estou portanto e, a acreditar na mensagem, numa lista negra. Vou-me dito que não é assim, mas para já, está assim.
Gostava de comentar isto ou aquilo, mas não posso, durante toda a tarde e agora à noite, não consigo.
Nem sei se este post seguirá a sua viagem, depois de carregar em "Publish Post".
Mas, se seguir:
Queria desejar a todos um Bom Ano de 2005.
30 de dezembro de 2004
Blog sem espaço
Tive que deletar alguns posts por isso. E algumas fotos. Peço que até 31 de Dezembro evitem imagens, ok? Beijos.
o que os portugueses realmente pensam
pergunta:
qual foi para si a figura mais marcante de 2004?
patrícia ferreira, trabalhadora-estudante, 25 anos:
'sinceramente, não há nenhuma figura que me tenha marcado especialmente'
ivo fernandes, contabilista, 23 anos:
'o josé mourinho, porque ele tem ganho quase tudo o que há para ganhar no futebol'
jorge carvalho, gestor de conta, 34 anos:
'o josé mourinho. as razões são mais que evidentes: as conquistas que tem feito e o facto de elevar o nome de portugal'
genilde lima, empregada de balcão, 24 anos:
'o nuno gomes. acho que tem jogado bem esta época'
tirando aquela coisa estranha de achar que o nuno gomes tenha sequer jogado (quanto mais bem...), verificamos o seguinte:
das 4 pessoas entrevistadas, 3 acham que alguem foi marcante e uma acha que ninguém alcançou esse desiderato.
das três pessoas que encontraram alguém que as tenha marcado este ano, todas acharam que foi alguém ligado ao futebol.
já não digo que nenhuma figura mundial tenha conseguido tocar a menina patrícia (afinal ela pode ter as suas fasquias tocadoras demasiado alto...), mas de toda a gente que habita este mundo e faz coisas mais ou menos importantes para a civilização mundial.... as almas portuguesas escolhem 2 pessoas ligadas ao futebol.
ponham os olhos nisto e deixem-se de merdas intelectuais.
nós somos feitos desta massa.....
infelizmente
continuando com a poesia terapêutica, e na completa ausência de capacidade criativa poética, aqui vai o meu contributo para as melhoras da errezinha..
Margaret M. Osoba
Hullo there. Aye its yersel',
Ah' must say-- ye’re no lookin' well,
Ye mind me o' ma uncle Johnnie,
Him that died o’ the pneumony,
Yer stomachs bad?--like cousin Ricky,
Aye he ended up in the "Vicky"
Wi' tubes inside, an' a’ aroon--
it took six men tae haud him doon.
Jist mind yersel' an’ no end up Bammy,
Like ma Grannie's Uncle Sammy.
He startit sleepin’ oan the table,
Ay,sure, he wis pit intae Gartnavel.
An' take ma cousin’s brother’s wife,
puir soul, she hudnae much a life.
First her feet an then her bowels,
My, ye should huv heard her howls!
As fur masel--whit ah' could tell:
- Ma life has jist been wan long hell.
Wi' diarrhoea an' constipation,
an tonsils, fu' o' inflamation.
An' corns, an’ bunions-- see ma feet?
They gie me gyp---ah' hate this heat,
As fur ma eyes an' ears an' mooth,
Ah've suffered fae them since ma youth.
An' doacturs---they don't want tae know,
No' even listen--they huv tae go,
Mine said, "ah' huvnae time enough,
Tae listen tae a’ this mournfu' stuff”,
He's always fallin’ oot wi' me.
An' says "For God's sake let me be”,
Aye jings, but it's an awfu' life,
Jist fu' o' sorrow, toil an' strife,
We'd be better aff at thirty eight,
Ta’en up there tae the golden gate,
As fur me, Ah'm ready tae go,
Lifes no' worth livin' doon here below,
Did ah' ever tell ye, speakin' o’ "In Memoriam",
An uncle wance worked in the crematorium,
Very interestin' tae hear him talkin'
Aboot boadies that sat up… jist gawkin',
My ye look awfy--touch an' go
Ah widnae say ye've long tae go,
Here the day, gone the morn'
A peety we wis ever born.
Whit's that ye say--but life can be,
A thing o' joy an' fun an' play,
That's your opeenyin-- no mine,
Don't kid yersel' yir dae'n fine.
You an' me, we're gettin auld
We feel the heat, we feel the cauld,
Ye’re lookin' tired, a wee bit pale,
did ah no’ hear ye gie a wail ?
But never fear. If ye want tae know,
Aboot ma illness heid tae toe.
Ah'll tell ye a' thur is tae ken,
-Ah'll visit ye ower an' ower again,
But noo it's time fur me tae go.
Ah've cheered ye up…. so cheerio...
29 de dezembro de 2004
coisas simples e boas da vida.
É muito bom estar viva, caraças.
Abeijos e braços.
Nota: Tive que apagar várias imagens. Aparentemente excedemos o limite de Dezembro...
Por isso não nos estiquemos com bonecadas...O Blog estava suspenso:P
Bom ano novo querido Blogger.com:)
Simples, com gosto a xarope, para a errezinha...
Esta é mais uma dose regular,
Para o tratamento da errezinha!
Abre lá com jeito a boquinha,
Porque deste remédio vais tomar!
Olha que o novo ano já se avizinha,
E à meia-noite há que dar uma voltinha,
Por isso, amiga, tens de melhorar!
Toma comprimidos, toma sais,
Toma xaropes em doses maciças,
Come puré e sopa de nabiças…
E solta, para os mimos, todos os ais,
Chora, pede pastilhas para a garganta,
Que daqui, por ti, um poema se alevanta!
Lisboa, 29 de Dezembro de 2004
morreram, pelo menos, 60 000 desconhecidos
morreram dezenas de milhares de cidadãos do sri lanka, da indonésia, da índia, da birmânia, das maldivas, do bangla desh, da somália, da tanzânia, da malásia....
dezenas de milhares de pessoas que tinham uma vida. uma profissão. tinham rosto. tinham passado.
mas não tiveram futuro.
tinham amigos, familiares. tinham pesoas que amavam e que os amavam.
não tinham, provavelmente, escrito livros. mas tinham 'escrito' a sua vida.
tinham opiniões sobre o que queriam (embora ninguém os escutasse).
em novembro de 2001 morreram cerca de 3 000 pessoas em nova iorque e o mundo mudou (diz-se).
esta semana morreram dezenas de milhares de pessoas no sudoeste asiático e todos continuamos na mesma.
vimos centenas de vezes os aviões a tocar nas torres.
mas já estamos fartos de ver as imagens de uns quantos pobres miseráveis mortos à hora a que jantamos e mudamos para o canal história a ver a história bélica ou para o people & arts a ver casas a serem mudadas.
se em vida todos sabemos que não temos o mesmo valor, em morte muito menos.
28 de dezembro de 2004
Para a errezinha
Pelos vírus sazonais foste atacada
Ó errezinha, luz do nosso alento.
Basta estar vivo; e venha chuva ou vento
Que os tais vírus chegam em manada.
Logo os naturalistas te querem abafada
E longe de Esculápio, tão pouco é o seu tento.
E tu, flor da cidade, chutada em desalento
Pelos pontapés da gripe abrutalhada.
Ó errezinha, te digo com o carinho
De quem com o ser new age colide:
Paracetamol mais Voltaren Rapid
E a gripe vai direita ao Ricardinho.
Saudinha para a Nossa Errezinha
(marcha popular de Lisboa)
Lá vai a Errezinha de seio empinado
Chama a atenção, desperta a vista
Traja de preto, sapato raso, pullover decotado
Enleva-me a mim até que não sou socialista.
Desce do Castelo, seu bairro,
Ouvindo os Xutos e Pontapés.
Aprecia com volúpia um cigarro...
- Musa! Deixa fazer-te mil cafunés!
Comer bem e não criar gordura
Espanta-me mais e mais.
- Aceita o meu conselho pleno de ternura
E volta-te para as medicinas naturais!
Olhos verdes enigmáticos,
O teu joelho, macio e biónico…
- Cessem teus ares majestáticos!
Dá-me teu toque polifónico!
Teus caracóis esvoaçantes
Deixam muitos a chorar por ti.
Abandone-mo-nos à doçura dos amantes...
Sou o único a chamar-te "baby"!
a todos umas santas quecas
Lista de prendas de Natal
Fanfarrões
O assunto da prostituição, ou melhor, das prostitutas, é um caso esquisito em que até os mais esquerdistas dos esquerdistas se apresentam muito liberais. Mas, de facto, é um dos poucos assuntos, ou melhor, é um dos poucos grupos de gente em relação aos quais as ideias liberais de direita ficam enfraquecidas: não houve nem há nem haverá grande espaço para liberdade e responsabilidade na "opção" de vida dessas pessoas. Tanto no caso das prostitutas ricas como no caso das prostitutas pobres. Perguntem a uma mulher que recebeu na sua educação/formação um mínimo de amor-próprio se alguma vez sequer ponderou a opção de se prostituir/não se prostituir. A quem pensa que se trata de uma opção normalíssima na vida de uma pessoa, eu proponho que faça aquela pergunta à respectiva mãe. Se esta proposta é em si mesma ofensiva e insultuosa então é porque a opção não é normalíssima nem normal... E não me venham falar de ingenuidade e do argumento do "és muito novo para saberes": quem anda sempre com o argumento da ingenuidade na boca são os fanfarrões que não sabiam nem sabem nem saberão daquilo que falam (andar de mota é mesmo, mesmo fácil); quem usa o argumento do "ainda és muito novo" são aquelas pessoas que confundem experiência de vida com entendimento: o facto de se ter "muita" experiência de vida não implica minimamente que se seja capaz de retirar conclusões, interpretações, enfim, sabedoria útil e verdadeira dessa experiência.
A ideia de que se uma prostituta é jovem e bonita então é porque está a fazer o que escolheu é uma estupidez absoluta. Pergunto aos pais e mães de raparigas jovens e bonitas se preferem que elas estudem numa universidade (ainda que a universidade não seja prestigiada e a jovem não se interesse muito pelos estudos) ou se preferem que ela se prostitua.
A "compaixão" tolerante pela existência da prostituição faz tanto sentido moral como dizer que os mendigos até dão um ar castiço a esta ou aquela cidade.
Porque será que aquele ser chamado Odete Santos que se apresenta como grande defensora dos direitos das mulheres é frequentadora assídua do programa de televisão de Herman José, em que mulheres provenientes de estabelecimentos em que são tristemente vendidas aparecem ao vivo e em directo como se de sub-vacas ou de infra-vaginas se tratassem? Ter de ver Herman José a dar palmadas no corpo de mulheres nos anúncios de televisão já é indizivelmente lamentável, mas saber que aquele programa tem a aprovação de alguém que supostamente é das poucas e das mais genuínas defensoras dos direitos das mulheres dá mesmo vontade de sair por aí e fazer estragos!
Não me cheguem uma caçadeira às mãos porque hoje estou para matar pessoas!
Ah e feliz 2005 para tod@s!
E Errezinha baby, tu tem cuidado com os comprimidos! Medicina natural é que é!
antes que seja tarde... ou, para acabar com os segredos bem guardados.... ou ainda: ouvido neles, que valem a pena
ganharam um qualquer prémio de música moderna lá para os lados da guarda, andam a percorrer o país em concertos, editaram um primeiro album chamado 'gritar o fado' e eu desconhecia-os por completo.
assumem-se mais como um colectivo que como uma banda clássica (na verdade alguns dos seus membros têm projectos independentes e paralelos que vão do rock à música clássica).
e assumem influências que vão desde a música tradicional a frank zappa, passando pelo hip-pop, metal, funky, rock progressivo, josé afonso.
passada a apresentação, para quem os não conhece (como eu....), aqui vai a questão em apreço:
fadomorse
entrudo
este disco é ambicioso.
pretende assumir a ligação entre o entrudo e o estado das coisas em portugal.
a capa (originalíssima) é a reprodução de um careto e, também aí, a ligação entre os caretos e a sua origem nas festividades de passagem à idade adulta. porque adulta se assume esta obra.
este disco apresenta-se como uma obra de conjunto e não como uma soma de canções (aliás canções, no sentido tradicional do termo é coisa que não tem... até pela duração de alguns temas que vão aos 9 ou 23 minutos....)
no geral os temas começam com gravações de música tradicional de trás os montes, que vão sendo sobrepostos por uma malha que se desenvolve em ritmos hip-pop, rock, funky ou coisas um pouco mais inclassificáveis, com um som poderoso e bem construido.
é seguramente dos melhores discos da música portuguesa dos últimos tempos.
é imperdoável não o ouvirem com atenção.
este disco faria parte da minha lista enquanto pai natal...
ou da lista de prendas do meu filho se ele postasse por estas bandas....
à Rute que está doentinha
As flores cor de laranja que tu tanto gostas já não sorriem à tua passagem.
O teu encanto e o fumo que se desprende de ti de forma voluptuosa.
A fotografia do Santana já amareleceu de desgosto.
O gabinete fenece de tristeza com a tua ausência.
Não somos nós. Já não há risos nem ralhos por rires tão alto!
Volta Rutezinha!
(tens que ler este poema cem vezes em voz alta, para melhorares! É melhor que o Paracetamol.)
Os teus Tês e Zês.
Inventário
- Garrafas de álcoois. Múltiplas de tamanhos, conteúdos e tonalidades.
- Objectos. Três. Tábua para queijo; jarro de cristal; copos para vinho tinto.
Medito sobre o espectáculo que ando a dar em público.
- Perfumes. Dois. Polo Blue e Cerruti Image.
E eu que gosto de sabonete. Pelos vistos não chega.
- Livros. Cinco. Tchékhov: Drama na Caça, O Duelo. Francisco Allen Gomes: Paixão, amor e sexo. Luís Pinto-Coelho: Autobiografia. Fonseca Benevides: O Real Theatro de S. Carlos de Lisboa (edição facsimile da de 1883). Nuno Cardal, Pedro Dias: Lisboa Iluminada.
Há gente que me conhece muito bem.
- Música. Isto este ano está curto, até ver. Pauline en la Playa: Termitas y otras cosas. Thievery Corporation: Babylon Rewound. CD atafulhado com MP3 de dance music, drum'n bass, alternativa, electrónica e jazz.
Idem.
- Roupa. Um pullover Lacoste bordeaux.
De como o consumismo internacionalista nos põe a falar português com três palavras seguidas que não são nossas.
Vou dormir, gaita.
27 de dezembro de 2004
Cá de longe
Está frio, muito frio... mesmo muito frio.
Tanto frio, que até o portátil parece não querer arrancar.
Há terceira tentativa, a vernáculo variado pelo meio, parece que a coisa vai.
Como prometido, cá vai a lista (incompleta, espero eu...)
- 1 alicate multifunções com estojo (ena, ena)
- 1 camisola azul quentinha que estou a usar agora
- 1 CD do Leonard Cohen
- 1 par de calças de motard, a fazer conjunto com o blusão que já tinha
- 3 pares de meias 3
- Chocolates sortidos
PP: A terra tremeu e o mar enfureceu. Apesar de algumas historietas de turistas (felizes...?), para português entreter, parece-me que o balanço final será bastante negro. Nestas tropeços da vida são sempre os mesmos desgraçados que sofrem, aqueles de que as televisões não falam.
PPP: Esqueci-me do rato... não me entendo com esta coisa!
lista
listinha de prendas
botas lindas (castanhas com o salto de borracha vermelho)
perfume
agenda criançola qb (como eu gosto)
missangas (muitas, muitas)
jogo hilariante (taboo)
frasquinho para por chá
kit com duas latas de chá e a traquitanga para meter no bule
porta moedas com motivo criançola
cachecol
chocolates
a esquerda está enfraquecida !!!!
por esta altura, quando se esperava que a esquerda estivesse forte e saudável, é que ela mostra a sua fraqueza.
quando existem desequilíbrios... é pela esquerda que eles se manifestam...
é pela esquerda que cai tudo.
a falta de sustentabilidade de esquerda é notória e evidente.
e visível !!!!
para o ano irei ter isso em consideração..
e não andar à chinchada que já não tenho idade para isso
Noite de Natal (agora a sério)
Foi preciso cometer um crime para ter natal. De facto o verdadeiro espírito de natal é este. Só o merece quem é digno de pena e para ser digno de pena é preciso estar doente, pobre ou privado da liberdade.
Afinal, só se comemora o nascimento do "artista" porque supostamente morreu pendurado num sítio qualquer.
A seita religiosa criada a partir destes supostos factos, fez o resto.
Queria ver se me mantinham aqui mais uns tempos para continuar a ter natal.
27/12/04, 07:30 h
Morreram mais portugueses nas estradas que num dos maiores tremores de terra dos últimos cem anos. Ok, havia lá poucos. Mesmo assim.
Creio que não fazemos ideia da sorte que temos por viver onde vivemos.
26 de dezembro de 2004
Lista das prendas que dei:
Algo a que alguns chamam gargantilha: fica perto do pescoço e junto à pele, é de prata e parece achatado. Escolhi um assim para o grosso (pouco mais que meio centímetro).
Pai:
CD Dire Straits
Irmã mais nova:
Um estranho iô-iô que são 3 bolas presas num fio. Pega-se numa e a da outra ponta do fio roda sobre a do meio. Giríssimo. Espero que ela não ligue nada àquilo para eu brincar.
Namorada:
Cachecol de malha feito com amor e carinho pelas minhas mãos. E mais qualquer coisa que já não me lembro... Ah sim! Umas pantufas. Queridíssimas.
Está cada vez mais difícil escolher prendas para pais e mães. Parece que ficamos reduzidos às lojas de decoração... ou roupa.
Lista antes que a T me espanque.
Secção roupa:
. Um pijama
. 2 pares de meias
. 2 boxers
. 1 par daquelas meias grossísimas para dormir com os pés quentes e substiruir as pantufas
. 1 camisola
Secção livros:
. O Cego de Sevilha - Robert Wilson
. O Olho do Dragão - Andy Oakes
. Breve História de Quase Tudo - Bill Bryson
. Estratégias da Comunicação - Adriano Duarte Rodrigues
. A Vida e o Tempo de Michael K . - J.M. Coetzee
Secção Media:
. Pack Trilogia Regresso Ao Futuro (3 DVDs)
Secção Decor:
. 1 elefante de peluche (queridíssimo)
. 1 poster original do filme Star Wars - Episode VI: Return Of The Jedi
Mas vou receber algumas amanhã. Logo actualizo.
Vá, saquem das vossas..
25 de dezembro de 2004
Listas.
Gosto de ser autocrata às vezes:)
Listinhas!!!! Tudo postado!
Os mais belos posts de Natal
Não sei como, acabei a fazer outras coisas... e não visitei nem metade do que pensava. Pronto, confesso....só fui a seis ou sete blogs.
Mas para que não conste que me limitei a fazer mappling, aqui fica uma pequena selecção:
Postal de Natal e Espelhos no Blogame Mucho.
Para um@ que vai nascer na Natureza do Mal.
Missa do galo no Barnabé.
O suave natal de que me lembro no Blasfémias.
O resto virá depois. Ou talvez não!
Ora nem mais...
By Miguel Sousa Tavares, in Público
PP: Mas, como é que se acaba com eles? Podem-se usar pesticidas, anti-parasitários... ou até mesmo dióxinas? Ou bastará, simplesmente, faze-los volatilizar com um estalar de dedos? ? E Podem-se-lhes juntar, já agora, alguns jornalistas verborreicos, manipuladores, omnipresentes e omnipotentes?
Rescaldo da operação Natal
E a cafeteira Bodum!!!!
Uma singela homenagem aos gatos animadores deste Natal. e à família e às pessoas de quem gosto. Sobrinhos I love you. :)
O Natal.
24 de dezembro de 2004
Missa do Galo
Lá fora está frio, mesmo muito frio.
Beba-se um cálice de bagaço e comam-se duas azevias.
Depois, de caminho, devagarinho, para a igreja, podemos ir cantando:
O Menino está dormindo
Nas palhinhas despidinho
Os anjos lhe estão cantando:
Por amor, tão pobrezinho.
O Menino está dormindo
Nos braços de S. José
Os anjos lhe estão cantando:
Gloria tibi, Domine.
O Menino está dormindo
Nos braços da Virgem pura
Os anjos lhe estão cantando:
Glória a Deus lá nas alturas.
O Menino está dormindo
Um sono de amor profundo
Os anjos lhe estão cantando:
Viva o Salvador do mundo
Acabada a Missa, e dado o beijo no pé do menino, e se houver madeiro a arder no largo principal, vamos até lá... para estar, simplesmente.
As prendas, essas, eram abertas só amanhã de manhãzinha!
23 de dezembro de 2004
NATAL
As pessoas andam menos rezingonas.
Parece que até o frio sabe bem.
É muito bom dar prendas. É ainda melhor que as receber.
A humanidade, por uns dias, fica melhorzinha. Com menos defeitos e mais qualidades.
Cumprimenta-se o vizinho com melhor cara.
Protesta-se menos no trânsito.
Eu acho que se devia estudar cientificamente o Natal. Podia-se produzir um Estrato de Natal e distribuir gratuitamente.
Já pensaram no que se poupava em anti-depressivos?
boavisteiro
Como é visto o Natal em Portugal. (sem Menino Jesus!!!)
By Bill Egan, Christmas Historian & Christmas.com Staff Writer
In older times, children in Portugal would place their shoes near the fireplace so that "O Pai Natal" (Father Christmas) would leave them presents. The next morning, they would find little toys and sweets in their shoes.
Sofia, from Lisbon, tells Christmas.com, "In Portugal, on Christmas Eve, the family gathers around the pine tree. We wait for midnight, to attend a special Mass, called "Missa do Galo" (Rooster's Mass), and when we come back home we sit at the table and eat boiled dry codfish with potatoes and Portuguese sprouts (in pure olive oil) and drink red wine."
Sofia says that the children see their presents in the early morning. "Some believe Santa Claus did it, others believe Jesus did it."
On Christmas Day roast chicken is served in many households, according to Maria Esteves. She tells Christmas.com that lamb or turkey is served in the more affluent homes.
"Portuguese enjoy their sweets and make the "filhozes estendidas" (similar to Canadian Beaver Tails only with moonshine incorporated in the dough) and "filhozes de abobora" (pumpkin fritters) as traditional deserts."
She tells us that another very traditional desert is the "Bolo Rei" (King's cake) "which is a wreath-like very rich fruit cake laced with crystallized fruits and pine nuts."
The "broas de milho" (oblong, almost triangular shaped corn flour pastries) or the "broas de mel" (made with honey) are also very traditional Christmas deserts throughout Portugal.
The Nativity Scene is really the focus of attention and the main Christmas decoration in most Portuguese homes instead of the Christmas tree. The figure of the Christ Child is added to the scene after the family attends Midnight Mass
Portuguese usually don't decorate inside their homes with Christmas lights and outdoor decorations are rarely seen on a private residence.
The main streets of Lisbon are decorated in the vicinity of the larger stores and boutiques but Christmas in the countryside is more of a religious event. Families gather the best of their harvest and share it with others at the Parish Church
E-mail que o Orlando enviou:)
que o Natal lhes seja leve; que o réveillon, esse, seja levíssimo
(cuecas & calcinhas brancas não adiantam nada, a propósito; só servem
para ressaltar amarelos, vermelhos & marrons acidentais); e que 2005
tenha peso de pluma. O texto padrão dos telegramas para o além-vida, se
houvesse, seria este: não tem sido fácil. Mas, porém, na tourada da vida
somos todos touros, então o negócio é baixar a cabeça e arremeter.
Tudo se resume a isto, portanto: boas arremetidas.
Abraço, do
Orlando
Feliz Natal para Todos Nós!!!!!
Beijinhos e abraços!!!
Aproveitem o Sol e a noite!!!
dúvida natalícia e uma constatação espantada
uma pessoa demitida pode demitir-se?
a constatação espantada:
não bastavam as discussões académicamente eruditas sobre a fusão nuclear e a magna questão da influência do formato do reactor na eficácia da dita, como agora se discutem declinações latinas e outras coisas igualmente eruditas.
acho que vou sair de mansinho pela esquerda baixa, que não tenho vida para isto...
Dias que não voam.
Ou será, que são três?
E eu estou com um sono mansinho.
Apesar do Natal. é muito bom estar vivo.
Feliz Natal Dona Rosarinho.
Bom Natal
BOM NATAL para todos
é favor ler esta parte do post em modo Coro de santo Amaro de Oeiras em rotação acelerada )
A todos um Bom Natal
A todos um Bom Natal
Que seja um Bom Natal, para todos vós
Que seja um Bom Natal, para todos vós
um próspero taizé para os amiguinhos
Pois é o natal é a época do pecado por isso a cor dominante é vermelho e discordo de crianças nuas em palhas já chega o que chega com os pedocoisos acho que os meninos deviam estar todos ataviados com uma roupinha decente e a mim olhem a mim só apetece pecar será do calor do forno dos bolos reis da pastelaria "A pérola da graça" passe a publicidade olhem não sei mas ando com uns rubores que me aquecem a vida e agradecia ao pai natal umas lingeries novas e coloridas que o etelberto as estraga todas com aqueles dedões ai que até suspiro e discordo da Dona T de ajudar velhinhos deviamos era adoptar aqueles cristãos do Taizé arranja-se um por cada dois metros quadrados de casa e desviá-los das orações e ensinar-lhes as verdades da vida e a exercitarem o corpinho que Deus lhes deu eu por mim já encomendei dez Taizés dos 16 aos 29 anos sei que aldrabei na dimensão da casa mas eu reparto com as minhas amiguinhas aqui do blog a vossa adorável e rubicosa e esplendorosa beijando os meus queridos doutores e o engenheiro carlos aqui me vou lesta e diligente e ainda volto pra vos contar da iniciação dos Taizé às artes combinadas do eros e euros e beijos e prontos.
A senhora do cabelereiro.
Estava fascinada hoje por uma senhora , a Dona Rosarinho, que estava no cabeleireiro. Deve ter uns oitenta anos e foi decerto muito bonita.Era acompanhada pela criada, no mínimo tão velha como ela. Desfizeram-lhe o chignon, e surgiu uma farta cabeleira loura, que ela teimava em pintar de novo, apesar de não haver necessidade.
Tossia uma tosse de cão e cada vez que lhe perguntavam se estava bem, ela respondia invariavelmente " Estou péssima querida".
Acho que este ano vou adoptar uma pessoa mais velha para dar mimos. Ok, o Natal é para as crianças. Mas e sobretudo na zona onde vivo, basta sorrir e ser minimamente simpática para se ser recompensada por uma história de vida.
Sim há aquele livro da Lessing, "O Diário de Jane Sommers", que conta exactamente uma história assim.
E não tivéssemos tanto stress natalicio com as prendas e coisas afins, talvez conseguissemos ter utilidade prática. Não acredito em enfeites, em festas, em paz e amor universais. Mas faz-me sentido dar afecto. E este não é mensurável . Mas pode ser exercido.
22 de dezembro de 2004
Multi Comments (4)
O melhor da noite de Lisboa é nunca ser verdadeiramente fria (e andar sempre muito longe disso). O melhor da manhã de Lisboa é o céu azul, sem nuvens e com Sól mesmo em Dezembro, tal como hoje.
Política... here we go again... o último governo e também os governos em geral mas particularmente aqueles governos que são apanhados na má conjuntura económica e aqueles que na Europa têm coragem de mudar alguma coisa - são julgados de diversas formas, sendo que uma forma delas é absurda: uma coisa é dizer que um governo é mau porque não atingiu os objectivos que pretendia ou não cumpriu o programa; outra coisa é dizer que é mau porque nós não concordamos com os objectivos ou com o programa do governo. Esta segunda hipótese é absurda pois não é fundamento para dizer que o governo é "mau", é sim fundamento para dizer que não concordamos com o governo. Eu concordei com o PS quando disse que a educação era uma "paixão". Eu disse que o PS era mau (era péssimo) quando o PS não consumou a sua paixão (ao não "privilegiar" a educação).
Por exemplo, o último governo português pode ter sido mau por não ter conseguido liberalizar o mercado de arrendamento, mas não foi mau por ter tomado essa decisão política. Quem não gosta dessa decisão pode dizer que ela é injusta, socialmente indesejável, etc., mas não pode dizer que o "governo é mau" por tomar essa posição. Dizer que o governo é mau pelas grandes decisões políticas que toma faz tanto sentido como dizer que a "direita é má" ou que a "esquerda é má".
Finalmente, um governo pode ser apropriadamente adjectivado de "mau" quando a política é má do ponto de vista moral. Participar numa guerra injustificada é mau.
hoje ao passar pela rotunda junto ao ikea, assaltou-me esta dúvida
porque será que cada vez que arrasam uma unidade produtiva, para substituir o espaço por umas unidades de prestação de serviços, banca ou comércio, deixam ficar a torre da chaminé?
será para nos lembrar da nossa cada vez maior dependência da produtividade de outros países?
será para dizer que nos estamos a suicidar lentamente?
será porque acham giro?
morto?.... não !!!! está apenas mal enterrado.
quem me conhece sabe isso.
não sei se é qualidade ou defeito.
é uma característica. seguramente.
ontem, após as declarações do doutor bagão felix a brandir jornais a fazer queixas da alemanha e mais da frança e dos malandros dos gregos que nunca vão para o castigo... achei mesmo que já tinha ultrapassado a célebre história do porco a andar de bicicleta.
erro meu !!!!!!!
ingenuidade pura !!!!!!!
o doutor santana lopes afirmou na mesma ocasião (e estou a citar): 'cada governo tem que ser julgado pelo que fez. temos mantido um silêncio irrepreensível, mas toda a vocação para o martírio tem limites'
esta frase merece-me vários considerandos.
a saber:
1. acho bem que o doutor santana lopes ache bem que o governo dele seja julgado pelo que fez (temo é que não exista matéria de facto, pelo simples facto de não ter feito nada...).
2. acho bem que o doutor santana lopes ache que tem mantido um silêncio irrepreensível (o que significa que a avalanche de palavras que tem proferido são apenas lixo cósmico)
3. acho bem que que o doutor santana lopes ache que toda a vocação para o martírio tem limites. todos os portugueses já acham isso há muito tempo e por isso anseiam pelo desaparecimento do dito doutor.
como se isso não bastasse, estes dois senhores ministros (sendo que um deles é o primeiros dos ministros) confessaram ontem que as contas da antecessora de um deles nas finanças estavam mal feitas e que o orçamento dos anos anteriores estava falseado.
esta confissão merece-me igualmente algumas considerações.
a saber:
1. não são membros do actual governo muitos dos componentes do governo da antecessora do actual ministro das finanças, tendo concordado e aprovado as ditas contas mal feitas?
2. os dois partidos que partilham o actual governo não são rigorosamente os mesmos do anterior governo?
3. não defendeu o actual governo a continuidade do excelente trabalho do anterior governo?
que estes senhores não tinham estofo político era uma evidência.
ontem tornou-se claro que não têm estofo moral.
nem espinha
nem tomates
nem nada.
mas não estão mortos.... estão apenas mal enterrados
21 de dezembro de 2004
O menino e o cão
A volta do SombraClara
Na creche da minha filha convenceram-me a escrever uma pequenino texto de saudação natalicia em nome de todos os pais. Resisti, protestei, invoquei a minha saudável condição de ateu, mas de nada me valeu.
Atirei-me ao papel, e fiz como quando defendo alguém que se diz inocente. Vesti-lhe a pele. Escrevi algo de muito simples e curto, que o talento é pouco e o tema nada aliciante.
Imaginem que depois de escrito e aplaudido vou lê-lo truncado no programa da festa natalicia. Fiquei fulo. Onde tinha escrito "criaturas", escreveram "seres", onde tinha escrito "... feliz natal, seja lá o que isso siginifique para cada um de vós", escreveram "feliz natal".
Fiz duas promessas. Nunca mais defendo arguidos que se declaram falsamente inocentes e isto inclui a merda do natal, mais o seu espirito. Nunca mais escrevo nada que não possa assinar por baixo.
Portuguesas e portugueses, quer comemorem o nascimento do palestiniano, quer comemorem a vitalidade da actividade comercial... passem bem nestes dias que eu desejo que passem a voar.
heargasms ou a estúpida ideia dos segredos mais bem guardados
durante 25 anos, as cramol fizeram um percurso exemplar na música portuguesa.
fazer um grupo vocal de mulheres, que cantam essencialmente à capella (apenas, e pontualmente, uns adufes as acompanham), não é um caminho fácil para escolher.
ainda por cima quando se utilizam preferencialmente as harmonizações tradicionais.
é estranho que alguma da nossa gente, tão presta a louvar a excelência das vozes búlgaras (que seguramente merecem esses louvores), passem tão olimpicamente ao lado das nossas cramol.
as cramol são um dos segredos mais bem guardados da nossa música popular.
é estúpido mas é verdade.
ouvir as cramol é um heargasm !!!!!
oiçam-nas !!!!!!! já !!!!!!!!
Começares...
Era moreno, muito curtido pelo sol mas coradinho, de colete e levava nas mãos um violino. Quase como se fosse começar a tocá-lo mesmo ali.
Pronto, pensei, é o violino na estrada.
20 de dezembro de 2004
Para a troca com a Tuxina
O teito é de pedra.
De pedra son os muros
i as tebras.
De pedra o chan
i as reixas.
As portas,
as cadeas,
o aire,
as fenestras,
as olladas,
son de pedra.
Os corazós dos homes
que ao lonxe espreitan
feitos están
tamén
de pedra.
I eu, morrendo
nesta longa noite
de pedra.
Celso Emilio Ferreiro
Frio ou muito frio
Os desejos não se revelam a ninguém , ou perdem a validade.
Mas gosto tanto desta noite friosa e pouco hospitaleira.
E chego a casa e o calor volta.
A minha casa. O melhor sítio do mundo. Para mim, é claro.
Mas quero ver as estrelas.
tadinho de mê rico menino
Pedro Santana Lopes
pronto, aqui fica a tua prendinha:D
~
Finalmente uma segunda-feira de pijama, de acordar ás 14:30 e de ver mais do que um filme... Ah... Férias... E como todos as coisas boas acabam rápido, tenho de começar a pensar nos exames.
E ABS, sem dúvida, resultado definitivo.
Homenaje
Restaurantes
Caso 1
Restaurante finíssimo, na Madragoa, cheio, só por marcação. Cinco pessoas comemoram. Entradas microscópicas mas muito boas: fragmentos de morcela, farinheira fininha (igual à da Cervejeira Lusitana), queijo panado, tomate com azeite e oregãos, pão normal. Vinho Pêra Manca (branco) a 30 euros a garrafa (duas garrafas consumidas). Quarenta e cinco minutos de espera. Pratos excelentemente servidos em quantidade e qualidade. Encharcada algo plastificada. Café. 250 euros os cinco.
Caso 2
Restaurante normal na Bairrada. Três pessoas, com apetite. Pão de chorar por mais com manteiga e excelentes azeitonas. Vinho “Encosta de Mouros” (tinto) 1997 a 7,5 euros. Iscas de cebolada prodigiosas – constituem motivo de peregrinação há anos – e tirinhas de lombo de porco na brasa. Legumes em abundância. Doce de ovos e quente e frio. Café. 40 euros os três.
Caso 3
Outro restaurante normal na Bairrada. Três pessoas, uma sem apetite. Pão como no Caso 2. Vinho específico da casa (branco, frisante) para acompanhar leitão, a 7,5 euros. Serviço quase instantâneo, leitão às carradas, daquele que se desfaz com o pensamento e carapaça crocante. Pastéis de nata e café. 50 euros os três.
As conclusões são óbvias.
19 de dezembro de 2004
Pois...
Mais um ano se aproxima rapidamente do seu fim.
Talvez devido à inexorável vertigem destes dias que voam, apenas me ficaram algumas imagens soltas na memória:
O posicionamento político, e jogo táctico, dos diferentes intervenientes na grande batalha de Fevereiro, dá-me uma estranha sensação de "dejá vu"
Os infantis do Farense foram esmagados, sem apelo nem agravo, pelo Ginásio de Tavira. A culpa foi do "pelado", claro!
Já agora... a ser verdade, e acredito que é, isto demonstra bem a excelência no nosso Ensino Superior. E que vivam os mestrados e pós-graduções!
Duas Exposições Obrigatórias
Eu sei que não é desculpa, mas sempre que vou ao Porto, passo lá três dias, mas sempre com reuniões marcadas.
Desta vez, estava decidido a ir ver a Exposição de Paula Rêgo, e programei-me nesse sentido.
Apercebi-me da excelência do Parque, embora não tenha tido tempo de disfrutar, pois estive duas horas e meia só para ver os cerca de 170 quadros. Obra monumenal, esta!
A quem tenha oportunidade e gosto, recomendo vivamente!
Para surpresa minha, andava imensa gente a tirar fotos. Perguntei a um segurança se era permitido - "sem flash pode", vai daí resolvir tirar a digital do bolso e registar alguns desenhos que não conhecia.. li algures que havia muitos expostos pela primeira vez!
Deixo aqui quatro das cerca de cem fotos que consegui fazer.. e que gostava de partilhar convosco..
Esta manhã, fui aqui ao lado de casa ver a Exposição de Maria Helena Vieira da Silva..
Lindíssima!
Completamente diferente da Paula Rêgo, esta é muito mais íntima, transmite uma paz incrível..
E não deixam fotografar! Acho bem!
Se puderem ver qualquer destas exposições, não deixem de comprar os Catálogos, que são excepcionais!
E....
A sorte de quem canta tão bem assim, é que nunca morre de morte acabada.
Fiesta
Hoy he salido de fiesta con gente de 22/23 años.
¿Como puede ser que dos años de diferencia se noten tanto?
Me siento muuuuuuuy vieja.
Ahora voy a dormir.
Buenas noches a todos.
Portaros bien.
17 de dezembro de 2004
Obrigado e tal...
Assim, nos intervalos da "ordenha" e da muda de fraldas continuarei a passar por aqui não só para vos ler mas também para, pelo menos, mostrar à minha querida T que o seu convite não caiu em "saco roto"...
Até lá, beijinhos e abraços
;o)
Reflexões...
Foi, sem sombra de dúvidas, a pior festa que assisti nos meus já longos 10 anos nestas andanças. De tal modo que, a meio de uns dos habituais teatrinhos, descobriram que faltava o Isaías (... o profeta). E lá andou a Bernardete (... a própria), de olhos esbugalhados, a gritar de um lado para o outro: onde se meteu o Isaías, onde está o Isaías?
Antes, fizemos o habitual almoço no Serviço com troca de prendas. Ganhei um maravilhoso conjunto de duas chaveninhas chinesas, em miniatura. Só estou um bocado chateado porque já não sei onde as meti.
Entre o almoço e a festa, andei a matutar sobre duas coisas que surgiram ao sabor da conversa.
A primeira, foi uma frase que ouvi, proferida com veemência: Portugal nunca invadiu a Espanha! Tenho a certeza que não é verdade, Portugal invadiu muitas vezes a Espanha. Vou pesquisar!
A segunda, foi a propósito dos nossos líderes políticos. Não sei, se por qualquer coincidência, todos eles fogem ao estereotipo da figura pública sólida, habitual em qualquer país ocidental, num aspecto particular: as suas vidas pessoais estão cobertas por um manto nebuloso de mistério. Terá isto algum significado especial?
hoje de manhã ao pequeno almoço, com o alto patrocínio e labor nocturno, da mulher de um colega
a matéria prima:
250 gramas de farinha
1 colher de sopa de banha
1 colher de sopa de azeite
3 gemas
1 laranja
2 colheres de sopa de açúcar
água e sal, q.b.
a preparação:
peneire
a farinha para dentro de uma tigela e adicione a banha, azeite, o açúcar, as gemas e raspa de casca de laranja.
misture
com uma colher de pau.
depois, adicione,
a pouco e pouco, amassando à mão, o sumo da laranja e água temperada com sal, em quantidade suficiente para se obter uma massa que se possa esconder com o rolo.
logo que a massa estiver bem amassada e sovada, deixe-a descansar durante 2 a 4 horas.
estenda-a,
corte do feitio que desejar e
frite
em frigideira larga e com bastante óleo.
rabanadas
a matéria prima:
1 pão de véspera (cacete, de preferência) ;
3 dl de leite ;
4 ovos ;
300 gramas de açúcar ;
canela ;
1 casca de limão
a preparação:
leva-se
o leite a ferver com duas colheres de sopa de açúcar e a casca de limão.
batem-se
os ovos muito bem, de modo que a clara fique imperceptível.
corta-se
o pão em fatias com cerca de 1,5 cm e passam-se primeiro pelo leite e depois pelos ovos.
frita-se
em óleo bem quente e escorre-se sobre papel absorvente ou sobre um pano.
servem-se
polvilhadas com açúcar e canela ou com calda de açúcar
ministry of sily talks, part 2 857 624
vinda de um membro de um partido com responsabilidades partidárias e com responsabilidades governativas sobre as influências partidárias (ele nomeia as pessoas para lá... lembram-se?)existentes naquele organismo, parece-me uma confissão notável.
não sei se, desta vez, as declarações eram para ser gravadas e/ou difundidas (já que o senhor adjunto não informou no início do seu discurso a sua concordância a que as mesmas fossem alvo de registo magnético e posterior divulgação), mas, retirando este pormenor de somenos importância e desvalorizando, por antecipação, a mais que provável negação destas afirmações no próximo discurso e/ou conversa do senhor adjunto, temos aqui uma afirmação que nos merece a mais atenta e profunda reflexão:
- onde andavam estas espécimes?
- porque não nos tinham ainda informado que era possivel existerem humanos assim?
- que andaram a science, a national geographic, a scalpel e outras congéneres a fazer estes anos todos?
- para quando o shrek para adjunto do ambiente?
sejam felizes
não obstante
Leve dor de garganta....
Ontem tive o jantar patronal. Ou seja milhares de pessoas comprimidas num espaço, cheio de manjedouras.
Esta lógica de jantares de Natal deu-me que pensar. Rapidamente desaparecemos e fomos conversar e cafézar para outro local. Donde, é bom ter amigos no local onde trabalhamos. Porque a conversa não esgota e o gozo de estar é evidente.
Estava a pensar exactamente nisso.
Se a lógica da reunião de milhares de pessoas, se traduziu na prática na criação de muitos pequenos grupos, de pessoas que habitualmente confraternizam todos os dias, para que servem estes mega-jantares?
Agora tempo de um banho quentinho e de ir trabalhar.
Abeijo-vos.
5ª feira à tarde
Assistir ao ensaio da festa da catequese do Manel!
Pior, pior... só assistir, amanhã, à dita festa.
Haverá escapatória?
Aceito dicas!
16 de dezembro de 2004
Josh Rouse é do Nebraska; Estética
Eu fui. O convidado da primeira parte: uma bosta. O Josh Rouse: apaguem do mundo os maus
e os medíocres, apaguem também os geniais, os excelentes, os muitos bons e os bons. O
que é que resta?: os medianos. Josh Rouse pertence a esta categoria. É o bom amador, é o
amador que se for profissional ninguém pode dizer que não é aceitável. Tenho amigos que
tocam melhor e com mais imaginação do que ele. HAJA DINHEIRO E TEMPO LIVRE!
Macro post:
Experimentem não serem católicos e não terem qualquer formação religiosa e irem à praça de S. Pedro ver o Papa. Vão ficar fascinados com a multidão: milhares de pessoas a vibrar, a gritar quase histéricas, emocionadas, pela presença de... um homem vestido de branco. Pois, é o Papa.
Eu, ontem, no meio de uma sala cheia de gente que delirava à primeira sequência acorde de dó maior acorde de mi maior de cada música: "Mas porquê este delírio todo?? É só um homem com uma guitarra e uma camisa barata, que canta. And he is nothing special!!" Como explicar o fascínio perante a ausência de brilho, perante a falta do toque "especial"?
Crítico post:
O teatro mais fácil de ser feito é o que apela à tristeza de quem assiste. O mesmo na música. Há quem ache que uma coisa qualquer é interessante pelo simples facto de ser complexa. Tirando quebra-cabeças e enigmas, o interesse nunca está na complexidade. Há quem ache que uma coisa será bela e pura se for extremamente simples. Esta ideia é também bastante distante da verdade generalizável. Josh Rouse: o apelozinho à melancolia e a simplicidadezinha não o favorecem; as canções-história de sentimentos mais activos e as músicas em versões mais elaboradas ficam-lhe melhor.
Teoria em post:
Para mim só há duas músicas: a que pela elevação intelectual produz prazer e a que pela eficácia emocional (com excepção da melancoliazinha) produz prazer. A música que nem foi intelectualmente exigente do ponto de vista do poder criativo nem é eficaz do ponto de vista das sensações imediatas - essa é a que não me interessa. Uma boa parte da música alternativa que alguns amigos meus me dão a ouvir é assim.
Havendo pouco tempo para apreciar, o melhor é utilizá-lo naquilo que é excelente. Em arte, menos que excelente não serve.
Porque sim...
Somerset Maugham
William Somerset Maugham
(25 de Janeiro de 1874 – 16 de Dezembro de 1965)
Neste tempo de tantos livros descartáveis, de tantos autores menores, é bom termos as referências da nossa cultura. Esta é a minha homenagem a um dos meus ídolos de adolescente.
Para quem o não o não conhecer e ficar com curiosidade, leiam, por exemplo, Servidão Humana, ou Fio da Navalha.
Pessoas como Maugham estão para lá do tempo, para lá dos
dias que voam...
PS: Não sei procurar fotografias, por isso copiei esta do blog de um amigo meu. Que ele me desculpe pelo abuso!
ministry of silly talks
ontem, uma estação de rádio de portalegre difundiu as declarações do senhor secretário adjunto do senhor ministro da admistração interna, em que este senhor secretário afirmava estar envergonhado com o serviço nacional de bombeiros e protecção civil e acusando este organisto de desconhecer os riscos existentes em portugal e a forma de os combater; que não tinha nenhum estudo criterioso para saber que dispositivos, ameaças, que riscos existem em portugal e como os podemos combater.
o senhor secretário adjunto terá proferido estas declarações numa reunião, que terá sido gravada sem sua autorização.
o senhor secretário adjunto não afirma que não afirmou o que disse, mas afirma que a gravação é clandestina e que, como tal, vai processar quem a fez.
afinal qual é o problema?:
dizer ou saber que se disse?
gravar ou não ter pedido autorização? (será que a polícia vai pedir autorização aos visados para fazer escutas e gravações?)
se o senhor adjunto afirmou, qual o problema em se saber que disse?
diz o que não concorda?
ou não concorda com o que disse?
ou... não tem tomates para defender o que disse?
ou...
já estão demitidos todos, não estão?
15 de dezembro de 2004
Dias chatos estes...
E pouco tenho vontade de dizer: já é noite e vou é dormir, pois amanhã ainda será noite quando acordar. E o dia passará num bater de asas, enquanto estiver enfiado num qualquer sítio escuro, e noite novamente será quando eu aqui voltar.
Ahhh... Que chegue depressa o solstício. Que se inverta esta lógica de escuridão!
Terreiro do Paço
Está lindo!!!
cemitérios
Não sei até que ponto isto não será devido ao facto de quando eu era criança ter caído para dentro de um jazigo (no chão)que estava aberto.
eu sei que agora é mais o nascimento que se comemora....
mas, para que não digam que eu não dou importância à data festiva, aqui vos mando um jogo que, sendo mais para a páscoa, não resisti a partilhar convosco...
sejam felizes
The very thought of you.
As canções estão aparelhadas duas a duas e correspondem , desde às memórias de infância, ao fascínio pelo Nick Drake, o início dos Fairport Convention o evocar do meu querido Freddie Mercury e a maravilhosa "Fallen Leaves" que canta a beleza e a morte precoce.
(Claro que estou ler a cábula).
Mas o que sinto eu ao ouvi-lo?
Perpassa ali um pulsar de emoções, de sentidos, de encontros e desencontros, de tristeza e de alegria, de vida e de morte só permitidos pela voz da tal senhora de que falei, a Norma Waterson.
Como não percebo rigorosamente nada de música, só sei dizer do que gosto e me aconchega por dentro e me faz estar viva.
Obrigada à entidade dadora deste cd:)
E à Norma, já agora!!!
13 de dezembro de 2004
La terra trema - Episodio del mare, 1948
E se o que treme neste caso não é a terra, fica a imagem poderosa e perturbadora.
Tremam as almas, certamente.
Sismos e cidades
Sobressaltado, acordei por volta das 7.30, e lá marchei para para a escola, levar a miúda e, logo de seguida, para o hospital.
Ensonado, continuei para Tavira, onde me esperavam 15 repetitivos exames de rastreio.
Cansado, voltei de Tavira para o hospital, onde me esperava um almoço rápido no refeitório.
Alheado, despachei alguma papelada daquela maldita resma que nunca desaparece, e larguei para casa.
Anichado, no quentinho da lareira e do sofá, li o jornal.
Eis senão quando... toca o telefone. Era a minha mãe.
- Então, como é que passaram aí o sismo?
Como havia já alguns dias que já não falava com ela, pensei que se referia ao famosos sismo político...
- Ora, deixe lá... isto em Fevereiro fica tudo resolvido!
- Não... o tremor de terra de hoje!
- Qual tremor de terra?
- ...
Sabendo-a eu uma preocupadinha e alarmista de primeira, não liguei muito, e decidi vir saber das novidades à net.
Só então acreditei mesmo: se a T esteve de prevenção e a Lau correu nua pelas ruas, deve ter sido um terramoto de alguma relevância. E eu que não senti nada...
Os meus dias são mesmo pachorrentos.
Entretanto, e caso não saibam, aproveito para vos dizer que Tarouca, Meda, Valbom e Trancoso (entre outras) passaram a ser cidades. Estas extraordinárias novas urbes, vêem-se juntar ao enorme rol de cidades portuguêsas, entre as quais destaco Gandra, Rebordosa, Vila Nova de santo André, Fiães e Lisboa. Neste momento já são 150...
Qualquer dia seremos o Portugal das 1001 cidades. E o resto é conversa!
PP: um post certeiro, este último, na Tasca da Cultura...
PPP: noite negra, a de ontem, em Belém...
Dia Treze é obra!
Tive chatices sobre chatices durante o dia, todas solucionadas.
Saímos do estúdio, pimba um tremor de terra e nem o sentimos.
Acho isso muito mal mesmo.
Depois a cidade assustou-se. Alguns aproveitaram para se pirarem mais cedo. Outros estavam genuinamente em pânico.
Resumindo Lisboa é estremecida por pequeninos sismos como estes, todos os dias. Ainda bem que o é, para evitar um daqueles mesmo assustadores. Se nos prédios altos abana mais? Pois abana, mas desde que não parta...Sair para a rua? Isso é que não Lau.
Acho que estas coisas deviam ser sabidas por todos. Vivemos numa cidade com a porra desse risco. Há que conhecer as regras de minorá-lo.
E desculpem a conversa de métier. Mas de facto que em 2004 ainda consideremos estes fenómenos como um castigo de Deus...intriga-me. E irrita-me. E eu que brinquei com o número do dia, ontem.
Estágios na Califórnia, Açores e Califórnia já!!!
Outras coisas sobre este dia: tive um livro novo lindo!!!! Obrigada A!
Outras notas o jantar de Natal ficará transformado em Jantar de Reis.
Beijos .
Mas a melhor sobre sismos não foi esta. Quando aconteceu o apagão, tive que acalmar uma pessoa, que achava que se tinha mandado cortar a electricidade porque o sismo ia acontecer!
Vida minha!!!! E não a convenci!!!
Sono
12 de dezembro de 2004
Semanas que começam em dia de mau olhado.
O Natal está muito próximo, mas isso parece-me estranho.
Tudo passa a correr sem dúvida....Agora vão suceder-se os jantares, as trocas de presentes, até ao desfecho da festa. E mesmo depois, há o Ano Novo à vista.
E há as iluminações. O Rossio e a Baixa estão lindos.
Mas não sei porquê, este ano não me cheira a Natal.
Boa segunda para todos!
Sueños
Soñe que nadaba sin rumbo.
Soñé que el agua fría recorría mi cuerpo.
Soñé que veía cosas maravillosas ocultas en las profundidades del océano.
Soñé que era libre, que no tenía preocupaciones.
Soñé.
Después sonó el despertador y volví a mi vida.
Volví a ser yo.
Volví a tener que estudiar.
Volví a tener preocupaciones.
Volví a la rutina.
Me gusta soñar.
11 de dezembro de 2004
Jantares, Jogos e Demissões
Começou a "época" de jantares... ontem foi o do Serviço, de maneira que, hoje de manhã, andei um bocado atordoado.
Ainda assim, arranjei forças para ir ver mais um jogo do emocionante Campeonato Distrital de Infantis. O Farense começou a encarrilhar o seu futebol e, depois de uma excelente vitória sobre o Olhanense por 3-1, alcançou hoje um honroso empate com o Lusitano de VRSA (5-5).
Entretanto, aproveito para anunciar ao mundo que me vou demitir... ainda não sei de quê, mas vou-me demitir. Não, ainda melhor: demito-me e dissolvo-me, ao mesmo tempo!
10 de dezembro de 2004
convite
Treze Histórias a dançar à roda do desamor - e o desamor não lhes ouve a música nem lhes aprecia os movimentos : move-se robusto como qualquer outra fatalidade, deslocando o centro dos treze círculos lamuriosos que o circundam, deformando-o e misturando-lhes as linhas todas numa espécie de espaguete de auto-compadecimento. O desamado, náufrago, desiste: pára de esbracejar, levanta-se e, de água pelos joelhos, regressa à praia para secar ao sol.
A apresentação será feita aqui pela vossa amiga
ESTOU COMPLETAMENTE APAVORADA
heargasms
histórico porque tem uma história.
histórico porque é um marco.
muitos de nós cantámos algumas das canções da guerra civil espanhola, porque não podíamos cantar as portuguesas (na verdade a resistência portuguesa, talvez por nunca ter estado realmente em guerra, não produziu um acervo de canções digno de registo).
do mesmo modo que faziamos manifestações ou escrevíamos contra a guerra no vietnam, pensando na guerra colonial portuguesa
muitos de nós ouvimos gravações em fitas mais que gastas do célebre "songs of the spanish civil war, songs of lincoln brigade (6 canções gravadas por pete seeger numa tarde de domingo enquanto esperava embarcar para a segunda guerra mundial, na europa).
este disco de que vos falo, e que acho histórico, tem essas 6 canções e mais 11.
são 17 canções que fizeram a história da guerra civil espanhola cantadas pela nata da chamada wprld music actual.
desde a mais brilhante vos da galiza (uxía) à aoife clancy (ex cherish the ladies).
oiçam.. e deliciem-se...
Acordares
Eis senão quando vejo a minha querida almofada de estimação. Agarrei-a e senti-me feliz, tão feliz e percebi que o meu vazio advinha de a ter atirado para o meio do chão, enquanto dormia!
Adoro a minha almofada, cheira bem, é fofa (e só admito o termo fofo e fofa quando aplicado a almofadas e afins) e gosto muito, muito dela.
E está um gelo, vamos fazer um almoço de libertação.
9 de dezembro de 2004
Dias ao contrário
Em que anoitece antes de amanhecer, em que se janta antes de almoçar, em que se chega antes de partir.
Em que nos calamos em vez de falar, em que choramos em vez de sorrir, em que amuamos em vez de beijar.
Hoje, para mim, foi um dia desses. Talvez tenha sido eu que vi mal as coisas, talvez... mas, para que isto passe depressa, !amac a arap àj è uoV
Quando a noite vai por aí fora...
O vinho tinto era óptimo. E o grupo de sempre num remake de mil outros jantares de riso e comidinha boa. É muito bom estar vivo. O perigoso é ter uma máquina digital nas mãos. Deviam ser proibidas a utilizadores com excesso de álcool no sangue.
Para que servem as palavras que não servem para nada
Não entendo assim o uso das palavras. Todas têm um lugar no nosso universo sonoro. Podem não transmitir ideias ou conceitos, mas transmitem calor, um som ambiente em que reconhecemos o que sentem os que estão à nossa volta. Perguntar quando se sabe a resposta, comentar o óbvio, sugerir o inevitável, todas estas palavras que não servem para coisa alguma, são afinal o som ambiente por onde perpassam emoções, bem-estar e música que nos permite reconhecer nos diversos intérpretes o que nos agrada ou não.
Pontuadas com o necessário silêncio são o único guia que temos para nos sabermos amados, odiados ou vítimas da indiferença.
Este som estranho das palavras que não servem para nada só é possível de obter com mais do que um intérprete. A solo é uma espécie de exercício que humilha. Perguntar o óbvio e não obter resposta pode ser tão violento como colocar um disco de Miles Davis e ouvir o Clayderman fora do elevador.
Algo vai mal quando a voz do outro nos irrita ao ponto de não o querermos ouvir e todas as palavras nos soam a lugares comuns.
Se é verdade que todas as palavras já foram ditas, também é verdade que nem todas as tonalidades de voz foram sentidas. Se anularmos as palavras acabamos com os afectos e sobra a amargura pontuada pelo falso silêncio que nos grita aos ouvidos, sem harmonia e, afinal, como o único lugar comum sem interesse, conteúdo ou vibração.
8 de dezembro de 2004
O pecado, a Imaculada e o Feriado
Todos pecámos em Adão, e todos fomos redimidos e salvos em Cristo (Rm 5, 17-18). Pecado e Redenção, é este o fundamento onde assenta a religião cristã: todos nós, como descendentes de Adão, nascemos maculados pelo seu pecado original (rejeição a Deus) e só o baptismo (aceitação de Cristo) nos pode redimir.
Só que a "necessidade" de Maria, mãe de Cristo, ser imaculada desde a sua concepção (conceição), escapando assim ao pecado original, baralhou desde logo os fundamentos da fé cristã. Santo Agostinho, citando São Paulo, afirmou que todos pecaram "excepto a Virgem Santa Maria, a respeito da qual, pela honra do Senhor, não é permitido que qualquer questão se levante relacionada com o pecado". No entanto, eminentes teólogos medievais, como S. Bernardo e S. Tomás, tiveram dificuldade em admitir a Imaculada Conceição por ser difícil conciliar com o dogma da universalidade da Redenção: se a Virgem Maria não estivesse incluída no número dos que contraíam o pecado de Adão, ficava então igualmente excluída da redenção, e esta não seria universal, pois não abrangeria todos os descendentes de Adão. Só no séc. XIV, o beato Escoto elaborou uma teoria pela qual a Imaculada Conceição não exclui a Virgem Maria da redenção: ela foi preventivamente redimida pelo seu próprio Filho e, por conseguinte, preparada para a sua divina maternidade (esperto hem!).
Este conceito foi bem aceite pela cristandade e Portugal é um exemplo vivo disso: nos séculos XVI e XVII, o culto de Maria na sua Imaculada Conceição, fazia parte da cultura nacional. São sinais disso a consagração de Portugal a Maria Imaculada, a entrega da coroa real à imagem da Senhora da Conceição de Vila Viçosa, pelo Rei D. João IV em 1646 e o juramento, a que se obrigou o corpo docente da Universidade de Coimbra (quem diria...), de defender e ensinar que Maria fora concebida sem pecado.
Por fim, e para acabar com todas as dúvidas, no dia 8 de Dezembro de 1854 o papa Pio IX, depois de demoradas consultas, declarou solenemente: "A doutrina segundo a qual a Bem-aventurada Virgem Maria, no primeiro instante da sua conceição, foi por especial privilégio de Deus Omnipotente, com vista aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, preservada imune de toda a mácula do pecado original, é revelada por Deus e deve por isso ser acreditada por todos os fieis, firmemente e com constância" (Bula Ineffabilis Deus).
Por isso, e só por isso, hoje é feriado!
Imaculada Conceição, Murillo
PP: levantei-me eu às 8.30 da matina e a a outra equipa não compareceu ao jogo… ora porra!
Prostitutas, Pecado Original, Mário Soares
Uma coisa que me deixou intelectualmente chocado foi a explicação do pecado original e do baptismo por parte de um católico extremamente culto em relação a assuntos gerais e especializado em doutrina católica. Os efeitos do pecado original foram derramados por toda a humanidade, ou seja, por todas almas (que existem desde a criação). Quando alguém nasce, nasce sujo. E só o baptismo limpa dessa sujidade original. Ou seja, segundo a doutrina católica, nós ainda antes de praticarmos qualquer acto livre, já somos impuros. Isto choca-me. Nota: se o que eu disse é incorrecto, alguém que perceba mais de doutrina católica do que eu faça o favor de me corrigir; um dos preconceitos mais imbecis da minha geração (e das outras todas) é o de criticar a doutrina católica sem ter o menor conhecimento acerca dela e de lhe atribuir incoerências quando, na verdade, essa doutrina é dos edifícios lógicos mais sólidos que existem.
Assim como a doutrina do pecado original me choca, também me choca a doutrina de que todos nós, mesmo os nascidos depois do 25 de Abril, devemos muito a Mário Soares. Que horror! Ainda não tinha nascido e já lhe devia alguma coisa! Eu não fiz nada de mal! Porque é que tenho de ser devedor daquele indivíduo?! O que é que eu tenho de lhe pagar para deixar de lhe ser devedor!? Será que há algum baptismo que me imunize dessa dívida, dessa dependência?! Para mim, aquela figura foi sempre a do político típico: o seu objectivo é sempre e só o mesmo: subir ao poder e manter-se no poder e afastar os outros do poder, a bem ou a mal. Ele não é ideologicamente coerente. Ele não se preocupou com o povo. Ele só esteve do lado das pessoas quando estar do lado delas era necessário para subir ou manter-se no poder. Ele fez muito mal a muita gente. O filho dele é abominável. Eu não tenho ódios de estimação, eu odeio mesmo! Por favor, livrem-me do pecado original de "dever muito ao Mário Soares".
é bom.
Dormitar agora um pouco.
Ler e rever as Absolutely Famous.
Tanta coisa para fazer. E depois uma semana de dois dias. Todas elas deviam ter no máximo esta dimensão.
Abeijos e braços.
Absolutely .....Saunders and Lumley.
7 de dezembro de 2004
Il Capo
Apesar de ser uma das máximas referências das história recente de nação e de ser uma das poucas figuras, do século XX português, que entrará no Olimpo da Imortalidade, esta entronização de hoje não deixa de cheirar um pouco aquelas cerimónias de beija-mão à moda siciliana.
E para lembrar que, de facto, os dias voam, aqui fica para a posteridade:
Catorze
Swinging to the music
Woooooaaaaooooo
Woooooaaaaooooo
Hello, Hello
Hola!
I'm at a place called Vertigo
¿Dónde está?
It's everything I wish I didn't know
But you give me something I can feel
Feel
Calendário das cerimónias e celebrações religiosas e índice sumário da música vocal e instrumental nelas integrada
24/25 de Dezembro (Natal):
Cantos ao Menino Jesus. Novenas do Menino. Loas. Canções de presépio. Música vocal/instrumental intercalada nos Autos Pastoris.
26 de Dezembro (Festa dos Rapazes):
Colóquios e Loas (especialmente em Trás-os-Montes).
31 de Dezembro / 1 de Janeiro:
Cantos de Janeiras ou Janeiradas e de Ano-Bom (vocal/instrumental).
5/6 de Janeiro (Reis ou Epifania):
Cantos de Reis (para pedir os reis). Reisadas ou Reiseiras com chacotas ou desgarradas elogiosas ou insultuosas (vocal/instrumental). Orações das almas (para as almas do Purgatório. Especialmente no Alentejo e Algarve).
2 de Fevereiro:
(Festa das Candeias ou da Purificação de Nossa Senhora)Cantos à Senhora das Candeias (pouco correntes).
25 de Março (Anunciação de Nossa Senhora)
Cantos à Senhora de Março. Cantos à Senhora da Encarnação. Terços do 25 de Março.
Da Epifania até Quarta-Feira de Cinzas (Carnaval)
Cantigas e modas do Entrudo (vocal/instrumental).
De Quarta-feira de Cinzas a Páscoa (Quaresma)
Encomendações das Almas (especialmente em Trás-os-Montes, Minho e Beiras).
Semana da Paixão e Semana Santa
Martírios do Senhor. Paixão do Serhor (Paixão Nova, Paixão Velha e Paixão do Campo). Terço da Sexta Feira de Paixão. Senhora das Dores. Pela rua da Amargura. As Três Marias. O Vos omnes (canto da Verónica ou Padeirinha). Euh Domine. Misericórdia Senhor. Senhor do Calvário. Oração do Calvário. As Divinas ou Santas Cruzes. Bendito. Aleluia. Alvíssaras.
1º Domingo de Maio
Cantos da Santa Cruz ou da Divina Cruz e cantos do Maio-Moço.
Quinta-Feira da Ascensão (40 dias depois da Páscoa)
Cantos alusivos (pouco correntes).
Domingo de Pentecostes ou Domingo do Espírito Santo
Cantos alusivos. Folias do Espírito Santo (vocal/instrumental).
13 de Junho (Stº António)
Cantos alusivos. Loas. Orações cantadas.
24 de Junho (S. João)
Cantos dançados em volta dos mastros e fogueiras (vocal/instrumental).
29 de Junho (S. Pedro)
Cantos alusivos.
15 de Agosto (Assunção de Nossa Senhora)
Cantos alusivos (pouco correntes).
1º de Novembro (Todos os Santos)
Cantos alusivos (pouco correntes).
2 de Novembro (Fiéis Defuntos)
Cantos alusivos e especialmente Orações das Almas.
texto elaborado no âmbito do Plano "Trabalho e Cultura" do Serviço Cívico Estudantil do Ministério da Educação (doc nº 3), referente ao território de Portugal Continental. Digitalizado e revisto por Domingos Morais em 1999.)
ao tropeçar nisto, a que voltarei... (começo a achar que em cada poste que posto digo que voltarei ao assunto.. estou a tornar-me muito previsível...), verifiquei duas coisas:
1. que o domingos morais (um velho compnheiro de muitas músicas e recolhas musicais) está activo e bem activo.
2. que o serviço cívico fez bem a muita gente e que produziu coisas interessantes