30 de setembro de 2013

Disponível!

Entre a oferta dos prestimosos serviços da Madame Brouillard e a Nestlé, há um espaço livre para publicitar


Saber ou não saber...


Nocivo e irritante...


das eleições

reconheço o meu fascínio por quadros de votações, percentagens, freguesias, concelhos,,,
na noite das eleições e no dia seguinte dou sempre uma volta por uma série de locais que, de um modo ou outro, fazem parte da minha memória.
umas vezes com alegria, outras apenas com um sorriso.
nunca chateado porque aqueles em que voto nunca ganham e por isso não tenho a sensação estranha de ter perdido o que quer que seja.
mas desta vez, novamente, lá fui fazer o circuito que inclui, obviamente, as terras mais importantes, mas também os concelhos em volta de fajão, barcelos, as freguesias de sintra e algumas de lisboa e, aquelas onde tenho amigos ou amigos de amigos (mafra, funchal, paredes de coura, lisboa, barcelos, cascais...).
tenho sempre aqueles que gosto que percam e desta vez a minha preferência foi para aquela espécie de 'independentes' formada por carreiristas que não foram escolhidos pelos outros carreiristas dos seus partidos, mais os carreiristas que fizeram uma espécie de transvase para concelhos vizinhos a demonstrar que nada com um político-lapa para fugir a uma limitação de mandatos.
neste caso estive particularmente feliz: menezes, seara, moita flores, marco (e metade dos trânsfugas presidentes de junta), ferreira torres, guilherme aguiar.. foram com os porcos
mas a vitória do grau zero da política, o avatar de isaltino em oeiras, deixa um travo amargo.
mesmo que provoque um sorriso com a manifestação em frente à cadeia da carregueira...

29 de setembro de 2013

Os escabrosos motivos

Porque se colecciona? Rubens Borba de Morais, felizmente reeditado pela Letra Livre, explica melhor do que eu. Só vos posso mostrar a minha quase completa colecção da bela revistazinha Ver e Crer, cada assunto vale um livro.
Detecto inveja?



"É aos psicanalistas que se deve perguntar por que se coleciona. Só eles sabem descobrir quais os motivos inconfessáveis e escabrosos que levam um burguês pacato e morigerado a praticar atos perfeitamente simples e morais. Não resta dúvida que o dom de colecionar é uma compensação para algum complexo. Em muitos casos é simplesmente um complexo de fuga, urna «Pasárgada» que ajuda a suportar guerras. inflações, desejos frustrados ou simplesmente uma mulher tagarela. Compensá-los, escrevendo poemas, pintando, esculpindo ou colecionando ainda é a melhor terapêutica que pode haver. Há gente que coleciona selos, discos de fonógrafo, botões de fardas. soldadinhos de chumbo, figurinhas de toda a sorte, e até caixas de fósforos. Tutancâmon colecionava bengalas e as queria tanto que foi enterrado com elas. "

Lembro outros tempos: apontamento em dia de autárquicas

Lembro outros tempos: os cuidados com aquilo que se dizia e a quem. Lembro outros tempos: alguns discos ouvidos em casa, às escondidas, sobre o absurdo de uma guerra (de todas as guerras). Lembro outros tempos quando, no liceu, uma colega de dezasseis anos desapareceu, durante uns dias, (para ser ouvida numa esquadra, dizia-se, pois o irmão mais velho distribuía propaganda dita subversiva). Lembro outros tempos: testemunhos de familiares que, ao saírem do trabalho, num qualquer dia 1 de maio viram, pelo chão do Rossio, panfletos com a simples frase «aguentas, Zé?» e, compondo o cenário, uma carga policial cega, sobre quem passava. Por lembrar outros tempos, mesmo em dias de desencanto e de incerteza, tanto valorizo a existência do direito ao voto (branco, azul, anulado, útil), seja qual for a opção de cada um, mesmo em tempos nos quais pouca confiança nos inspiram muitos dos candidatos. Quanto mais não seja, por isso, mesmo em desconforto, nunca deixei de votar.

Poetas andaluces

27 de setembro de 2013

O que é a felicidade?

Felicidiário dia 27/09/2013: Ilustrada por Carolina Celas


Apesar do meu primeiro dia destes dias que voam ser meio cinzento e marcado por chuva e trovoada com algumas falhas de luz pelo meio, há que manter um espírito animado.

É por isso que decidi mostrar-vos um projeto que admiro já há algum tempo: o felicidiário.

Este foi fundado pela associação Encontrar+se, uma instituição de apoio à Saúde Mental, em parceria com a Lintas, uma agência de publicidade e imagem.

O felicidiário é um “calendário da felicidade”, com definições muito práticas do que é ser-se feliz, porque em matéria de alegrias não vale a pena complicar.
E apesar de ser para todos é especialmente dedicado aos mais velhos, aos maiores de 65.
As frases são ilustradas (na minha opinião, de forma brilhante) por Afonso Cruz, André Letria e Ricardo Henriques, André da Loba, Aka Corleone, Bernardo Carvalho, Carolina Celas, Irmão Lucia, Julio Dolbeth, Madalena Matoso, Maria Imaginário, Tiago Albuquerque e Yara Kono.

Assim, a cada dia somos premiados com uma nova sugestão de felicidade que pode ir desde “fazer crochet” a “comer caracóis”. Porque afinal a felicidade somos nós que escolhemos e pode ser o que quisermos! Que tenham um resto de dia muito feliz!

bem vinda maggie

temos a partir de hoje uma escriba nova na casa !

bem vinda maggie !

já conheces a casa.
agora é tempo da casa te começar a conhecer a ti

a colocar nas vossas agendas


este é um balanço que nunca foi feito.
antes de 74, alguns, poucos, grupos de música coral, tiveram uma importância determinante na música portuguesa.
tive o prazer de ter feito parte de um deles, com um dos oradores deste colóquio como maestro, e uma das oradoras e o organizador como colegas.
o moderador também foi meu maestro décadas e rosário pestana é das pessoas que mais tem estudado este fenómeno em portugal e ultimamente tenho tido algumas conversas com ela sobre este tema.
se gostam de música;
se querem saber mais sobre o que foi o movimento coral antes de 74 e a sua influência em muitos grupos que hoje são determinantes na música popular portuguesa;
que querem participar num balanço que nunca foi feito,

este é um elenco de luxo para esse balanço que se quer iniciado.


Letra Livre

É um nome que faz respirar fundo. Letra Livre. Uma livraria alfarrabista mas também uma editora, que se prolonga online. Um espaço acolhedor, que convida à leitura, onde proliferam objectos mágicos. Mora na Calçada do Combro, nº 139. Convido-vos a uma boa descoberta e sei que serão bem recebidos pela simpatia da Eugénia e do Eduardo.
Nota: Fui lá comprar este livro. Maravilha!






Tempo que Voa

Tenho pensado aos bocadinhos na questão de continuar ou não com este espaço, que se prolonga há dez anos. Li todos os comentários, de fio a pavio, tocaram-me, emocionaram-me, fizeram-me sorrir. Fiquei contente com a possibilidade de uma nova geração a escrever aqui, com a presença da filha da Teresa.
Faz-me ter alguma esperança, pensar que afinal quem vem aqui ler também tem voz, saber que o que partilhamos tem importância para alguns. Vamos ver. Talvez sobreviva, talvez não. O tempo, que voa eu sei, o dirá. Permitam-me dar um abraço especial ao Dali-Dada, assim como um pedido, escreva, reparta connosco. Um pedido que generalizo. Não façamos do Dias um espaço seco e estéril. Intervir, questionar, reflectir, repartir. Estarmos juntos. Ou então não terá sentido.

morrer, mas morrer feliz...



quando em 1497 o príncipe joão, filho dos reis católicos, morreu de 'excessos de amor', espanha caiu numa espécie de depressão pela perda de uma das suas maiores esperanças de continuação das glórias..

quando juan del encina (que também tem uma história muito curiosa e algumas canções dignas de fazer corar os mais púdicos) compôs um ano antes o 'triunfo de amor' para celebrar o casamento de joão com a princesa margarida de austria, mal imaginaria que as necessidades insaciáveis da princesa austríaca (afinal não tão fria como os rigores dos alpes tiroleses fariam supor) haveriam de secar o príncipe num ano apenas..

morreu, mas morreu muito feliz

esta é uma das mais bonitas canções sobre a morte de alguém

26 de setembro de 2013

uma carta da extremosa mãe ao seu amado filho


a 29 de outubro de 1826, carlota joaquina escrevia em queluz mais uma carta ao seu filho miguel avisando-o que tinha um pouco mais inimigos que amigos.

‘ainda que não tenha tido resposta nenhuma tua a três cartas que te escrevi, uma em 7 de julho, outra em 28 de agosto e a terceira em 23 de setembro, não hei-de deixar de te avisar de tudo o que saiba a teu respeito, para que estejas prevenido e não caias nos laços que te querem armar, para tua e nossa desgraça.

peço-te que ainda que te preguem e pintem com todas as boas cores que eles possam a tua ida para o rio de janeiro, que não vás, porque eu sei que é para te agarrarem lá e darem cabo de ti; nem metas o pé em nenhuma embarcação e muito menos na nau que vier do rio de janeiro buscar-te…’

dois anos depois o rei absolutista tomava posse

da morte

há poucas oportunidades para decidirmos da nossa morte.
a esmagadora maioria dos casos em que se decide pelo sim, é uma má escolha.
principalmente porque é a escolhe entre alguma coisa e coisa nenhuma.
mesmo que se ache que depois da morte vamos para o limbo, que é onde podem orar por nós para que subamos ao céu.
perante a decisão de morrer ou continuar vivos, devemos sempre decidir pela vida.
se a vida que temos não nos está a agradar, façamos por mudar essa vida e dar mais vida à vida.

mas também podemos precisar duns estaladões na faceira quando não damos importância à vida que temos.

depois dos estaladões, vamos à vida :)

Morte anunciada.

Sinto este blogue em morte lenta. É pena. Talvez o melhor seja encerrá-lo, deixando apenas o histórico.
Opiniões?

Bons pneus

Bons pneus, boa viagem...Imagem recolhida duma bela revistinha Ver e Crer, cada uma vale seguramente um livro:)


18 de setembro de 2013

Modernices tecnológicas


Compras terminadas na feira de rua (e que modernos, estes vendedores, com as máquinas para pagamento MB arrumadas entre nabiças e alho francês) , admirável mundo novo – penso .

15 de setembro de 2013

Calor

E este radiador que parece um ventilador e se chama Calor é divertido. A revista onde aparece é francesa e data de 1928.

Rêve d´or

Assim como não resisto a este anúncio que lembra as cómodas das avós, com os seus objectos de toilette e beleza...

Magazine Lectures pour Tous

Vou à Feira (da Ladra pois então) e encontro estes velhos magazines dos anos 20 sobre literatura. Não resisto...

13 de setembro de 2013

Antes do outono



Luz difusa, a traçar cores, formas, espaços. Paisagens moldadas por um outono que corre ao nosso encontro. Diversidade dos dias, em mais um salto do campo à cidade . Manhãs novas de quem despreza alguns transportes, caminhando através da avenida, das esplanadas . Tempo de pausa: café, leitura enviesada do jornal. Alguns (muitos) transeuntes expõem dores, mais ou menos genuínas: filhos pequenos, empregos que chegaram ao fim, o leite que é preciso comprar na farmácia para o mais novo. Atrai a vida envolvente, tornando-se impossível ir ao encontro de todas as interpelações. Pequenas fugas disfarçam, num átomo, desassossegos. Chegada a casa. Junto à porta da cozinha, a surpresa de uma pequena colheita . Frutos carregados de açúcar, a lembrar a então incipiente figueira , há mais de dez anos oferecida por alguém muito querido, que hoje teima em ficar no pensamento. É isso que importa, fazer reviver aqueles de quem gostamos em diversos indícios, através dos frutos que anunciam o outono.

11 de setembro de 2013

Que viva Allende

Não sabia que tinha sido precisamente hoje. Era uma catraia, estava em Paris com os meus pais, e ouvi a notícia duma forma que não era possível ouvir em Portugal. Lembro-me de que chorei a morte de Allende. Isto pela estranha capacidade que os adolescentes possuem de sentirem tudo em primeira mão e de forma intensa. Muitas vezes acontece, com os anos a correrem de forma vertiginosa, tornarmo-nos de pedra.
Infelizmente. Que viva Allende.


 Fotografia:Thomas Hoepker | CHILE. 1973 !Salvador Allende election propaganda on a rock in the Andes near Santiago, Magnum

9 de setembro de 2013

A surrealizar


Vai uma pessoa a cortar a estrada com suavidade e… c’um caneco! De súbito, parece ter entrado num filme de Buñuel… (não é que já não parecesse, mas isto potencia a sensação)

5 de setembro de 2013

O cão que queria ser pássaro


Ali estava, lá no alto,parecendo ponderar nas vantagens de, a qualquer momento, poder levantar voo. Não ladrava a quem passava pelas ruelas menos conhecidas dos turistas que, neste final de verão, ainda povoam a vila de Sintra. Fica-se a pensar que poderia dar origem a uma parábola ou a uma fábula de La Fontaine.