30 de setembro de 2004

Deslizantes.

Eles enrolam-se nos pés. Têm vida própria.
Quando damos por eles, já passaram. E pensamos que voaram.
As coisas boas passam por certo, demasiado depressa. As más passam em igual ritmo , mas colam-se a nós no sentir, Isto a propósito da Lau e do post que escreveu sobre a mãe dela.
A minha morreu há oito anos e não há dia que não a lembre, que veja um livro e me apeteça oferecer-lhe e telefonar e dizer "Olá Mãe".
Que era uma mulher extraordinária e sensível. Tanto em ternura como em firmeza. Não era uma mãe-irmã. Era uma mãe-mãe. Dela conheci as certezas e desconheci as incertas coisas , que às vezes se revelam em heranças e lembrares posteriores.
Não quereria outra mãe, a não ser ela. Não fui a melhor filha, disso tenho a certeza.Mas vive comigo enquanto eu viver. Está cá dentro. Como eu estive nela.
Os afectos não terminam com a morte. Antes se tornam um vício e uma saudade eterna.
Destas coisas só podem saber, quem perdeu quem mais amava.
Paixões começam e acabam. Sem motivo.
O amor que sinto pelos meus pais está todo aqui.
Nas minhas mãos que tocam as deles.
E mais nada.

Com açúcar, com afeto

Ontem em conversa falei da minha mãe, que agora vejo ocasionalmente. Não sinto grandes saudades, estou segura que nem ela. Ela está, ela é e isso chega-me. Ligamo-nos ocasionalmente. É provavelmente a melhor pessoa que conheço. Não que seja digna de um altar. Não. É generosa sem ser paternalista, tem defeitos, mas não exerce tanto como poderia. Não sei falar dela, nem devia, tudo acima parece desajustado. Admiro a minha mãe. Todos os dias luta contra as contas da mercearia e da luz, contra as más escolhas que pagou caras, nada disso se nota ou a preocupa mais que a conta. Sempre achou tudo aquilo normal. Prevalece. Admiro-a por não se ter deixado corromper pelas mesquinhices que vêm com a idade, muitas delas já me movem a mim que sou tão mais nova: a vaidade, o orgulho, a maledicência, a inveja, a certeza que a idade nos dá a razão, que a experiência nos dá valor – aquela coisa que nos faz interromper o outro para contar isto e aquilo que nos aconteceu e de seguida dar conselhos. A minha mãe sofre no entanto de uma incompetência dramática: a sua completa falta de jeito para escolher homens. Chegou a rir quando lho disse. Não é nada que a preocupe, a vida é como é e ela é feliz. Esta canção lembra-me sempre dela.


Com Açúcar, com afeto

Com açúcar, com afeto
Fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa
Qual o quê
Com seu terno mais bonito
Você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa
Você diz que é operário
Vai em busca do salário
Pra poder me sustentar
Qual o quê
No caminho da oficina
Há um bar em cada esquina
Pra você comemorar
Sei lá o quê

Sei que alguém vai sentar junto
Você vai puxar assunto
Discutindo futebol
E ficar olhando as saias
De quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol
Vem a noite e mais um copo
Sei que alegre ma non troppo
Você vai querer cantar
Na caixinha um novo amigo
Vai bater um samba antigo
Pra você rememorar

Quando a noite enfim lhe cansa
Você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão
Qual o quê
Diz pra eu não ficar sentida
Diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração
E ao lhe ver assim cansado
Maltrapilho e maltratado
Ainda quis me aborrecer
Qual o quê
Logo vou esquentar seu prato
Dou um beijo em seu retrato
E abro os meus braços pra você


Chico Buarque

Gosto de Lisboa II


:-)


hoje não há letras de cançoes estranhas

hoje não há letras de canções estranhas porque vim a ouvir o último disco do ben harper.
não é que o disco não pareça ter sido patrocionado pela osram, tantas são as referências a terem visto a luz.
o que torna a coisa mais estranha porque o ben harper canta com os 'blind boys of alabama'.
a menos que o título do disco (there will be light) seja premonitório e os blind boys estejam esperançados numa cura próxima...
ou então, o there will be referir-se-á a uma dúvida dos blind boys sobre a existência ou não da dita luz, que o ben harper garante ter visto.
tirando isso, as vozes dos ditos idosos senhores que se continuam a chamar boys, são absolutamente excepcionais.
aconselho vivamente a sua audição sem o risco de serem acusados de intelectualidade barata já que o ben harper faz parte do grupo de músicos genericamente consensuais e permanência constante nos top de vendas nacionais....


29 de setembro de 2004

O trabalho faz mal à saúde

Isto de ter que se trabalhar está tudo mal feito.
Trabalhar é aturar chefes chatos que só nos lixam (com f) o juízo.
É ter que levantar cedo de manhã, o que de certeza faz mal à saúde!
É só ter uma hora para almoçar, o que também não deve ser saudável.
É desperdiçar a maior parte do dia encafuado num escritório, ou noutro sítio igualmente horrível (e piroso, muitas vezes), quando se podia estar muito melhor, por exemplo, a blogar. Ou a teclar. Ou a mandar mails.
Mas afinal o trabalho serve para quê? Para nada! É só para umas empresas estúpidas enriquecerem à nossa custa, mais nada.
As máquinas podiam fazer tudo o que a gente precisasse. Ou quase tudo.
Devia haver umas máquinas que nos dessem banho sem a gente ter trabalho. Detesto tomar banho, e levo montes de tempo e é uma maçada, prontos.
O trabalho faz mal à saúde.
O trabalho não é natural.
O trabalho dá-me alergia.
Abaixo o trabalho!

boavisteiro

P.S.: Pessoal, olhem, estou desempregado. Se souberem de um tacho em que não se faça nenhum e se ganhem uns cobres, digam. Podem mandar um mail para boavisteiro@portugalmail.pt ou então encontrar-me no mirc, o meu nick é boavisteiro. E podem mandar-me dinheiro para a minha conta na Caixa Geral de Depósitos, que até é mais cómodo.

Vivo!

Postei para dizer o seguinte: O Gajo está vivo!

Rumor: esta música é a favorita da maioria das tropas portuguesas (actualmente)

"Fuck It (I Don't Want You Back)"

Whoa oh oh
Ooh hooh
No No No

[Verse 1:]
See, I dont know why I liked you so much
I gave you all, of my trust
I told you, I loved you, now thats all down the drain
Ya put me through pain, I wanna let u know how I feel

[Chorus:]
Fuck what I said it dont mean shit now
Fuck the presents might as well throw em out
Fuck all those kisses, they didn't mean jack
Fuck you, you hoe, I dont want you back

Fuck what I said it dont mean shit now
Fuck the presents might as well throw em out
Fuck all those kisses they didn't mean jack
Fuck you, you hoe, I dont want you back

[Verse 2:]
You thought, you could
Keep this shit from me, yeah
Ya burnt bitch, I heard the story
Ya played me, ya even gave him head
Now ya askin for me back
Ya just another act, look elsewhere
Cuz ya done with me

Fuck what I said it dont mean shit now
Fuck the presents might as well throw em out
Fuck all those kisses they didn't mean jack
Fuck you, you hoe, I dont want you back

Fuck what I said it dont mean shit now
Fuck the presents might as well throw em out
Fuck all those kisses they didn't mean jack
Fuck you, you hoe, I dont want you back

Oh oh
Uh huh yeah
Oh oh
Uh huh yeah
Oh oh
Uh huh yeah
Oh oh
Uh huh yeah

Ya questioned, did I care
You could ask anyone, I even said
Ya were my great one
Now its, over, but I do admit I'm sad.
It hurts real bad, I cant sweat that, cuz I loved a hoe

Fuck what I said it dont mean shit now
Fuck the presents might as well throw em out
Fuck all those kisses they didn't mean jack
Fuck you, you hoe, I dont want you back

Oh oh
Uh huh yeah
Oh oh
Uh huh yeah
Oh oh
Uh huh yeah
Oh oh
Uh huh yeah
[Until the end]

Ciranda da Bailarina

Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Berruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem

Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida
Ela não tem

Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
Ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem

Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem

O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem, todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem

Procurando bem
Todo mundo tem...



Edu Lobo - Chico Buarque

hoje acordei a cantar isto... o que não antecipa nada de bom. digo eu

Worms

The worms crawl in
and the worms crawl out
The ones that crawl in
are lean and thin
The ones that crawl out
are fat and stout

Your eyes fall in
and your teeth fall out
Your brains come tumbling down your snout

Be merry my friends
Be merry

Festa do Lux

Cada vez mais organizada, a abarrotar de gente, um grande terraço fresquinho.
Pessoas de todas as idades, tamanhos e feitios.
Coisa bonita e encenada. E estou podre de sono.
Abeijos e braços.


28 de setembro de 2004

hoje esta canção veio em modo 'repeat' durante o meu caminho até ao trabalho...

Why'd Ya Do

When I stole a twig from our little nest
And gave it to a bird with nothing in her beak,
I had my balls and my brains put into a vice
And twisted around for a whole fucking week.
Why'd ya do it, she said, why'd you let that trash
Get a hold of your cock, get stoned on my hash ?
Why'd ya do it she said, why'd you let her suck your cock ?
Oh, do me a favour, don't put me in the dark.
Why'd ya do it, she said, they're mine all your jewels,
You just tied me to the mast of the ship of fools.
Why'd ya do it, she said, when you know it makes me sore,
'Cause she had cobwebs up her fanny and I believe in giving to the poor.
Why'd ya do it, she said, why'd you spit on my snatch ?
Are we out of love now, is this just a bad patch ?
Why'd ya do it, she said, why'd you do what you did ?
You drove my ego to a really bad skid.
Why'd you do it, she said, ain't nothing to laugh,
You just tore all our kisses right in half!
Why'd ya do it, she said, why'd ya do what you did,
Betray my little oyster for such a low bitch.
Why'd ya do it, she said, why'd you do what you did ?
You drove my ego to a really bad skid.
Why'd ya do it, she screamed, after all we've said
Every time I see your dick
I see her cunt in my bed.
The whole room was swirling,
Her lips were still curling.
Why'd ya do it, she said, why'd you do what you did
Why'd ya do it, she said, why'd you do what you did
Why'd ya do it, she said, why'd ya do it, she said,
Why'd you do what you did ?
Oh, big grey mother, I love you forever
With your barbed wire pussy and your good and bad weather.
Why'd ya do it, she said, why'd you do what you did ...
Ah, I feel better now.

Coisas e loisas que me andam a incomodar.

Há uns tempos atrás que ouço falar sobre o mau ambiente que se vive no blog. Ou seja discutem-se encaloradamente as questões, discorda-se e por vezes dizem-se coisas mais ou menos contundentes, que podem ferir ou não os outros.
Acho que a discordância não equivale necessáriamente à discórdia.
Não temos que deixar de escrever por culpa de a, b ou c.
Teremos que ponderar se gostamos de escrever aqui ou não.
No fundo a questão é: este é um espaço repartido, logo o respeito pelo outro é fundamental. O que não quer dizer que se tenha que incorrer no caminho da não discussão de ideias. É vital sermos diferentes e aprendermos uns com os outros. Já o outro disse " Da discussão nasce a luz".Acho que o posicionamento deve ser: se há que confrontar alguém, confronte-se, mas sem animosidade personalizada.
Não quero ouvir mais ninguém a queixar-se do mau ambiente, como desculpa para não escrever. Até porque não são necessário desculpas. Escreve-se quando apetece fazê-lo.
E depois se concordarmos numa plataforma comum de blog , avançamos.
Senão faz-se delete ao blog e acabou.
Nota: Não acredito na censura prévia nem em outras formas de controlar a livre expresssão de ideias.A esmagadora maioria das pessoas que aqui escrevem foram convidadas por mim e com elas tenho uma relação de estima e respeito.

Aranhas que voam - o regresso.

Uma vez contei que um aranhiço me trepou pela mama esquerda afora. Pois bem, isto não é normal: em Viseu (onde mais..) outra aranha (desta vez aquelas esqueléticas e GRANDES) se aventurou por mim acima. Esta não voou. Ou por outra, voou mas não teve o final feliz da pioneira. Morreu aos pés do meu pai (cioso da honra da primogénita) depois de eu lhe dar uma valente sapatada. Por isso, aranhas de todo o mundo, TEMEI!

* * *

De alguma forma as aranhas souberam do meu post do outro dia. Souberam mesmo do meu paradeiro. Suspeito que ando a ser seguida. Hoje, ao entrar na casa do gajo, subindo a escada vi uma bicha aterradora. Era uma daquelas aranhas de patamar intermédio entre as grandes de patitas fininhas e as peludas de cu grande. Vi a criatura, veio o medo, hesitei, voltei a descer as escadas. Estava na parede, à altura dos meus olhos. Naturalmente voltei para trás e fiz birra, ameaçando não subir se a coisa não morresse. O gajo insistia, vá, sobe as escadas, olha que estão à nossa espera para jantar, e eu, não vou nada, mata-a. Ele não a matava. Mata-a. Não matou. Desceu as escadas e insistiu. Depois de muito tremelique lá tentei subir. De costas para a parede, a correr na diagonal, ansiosa por chegar, galgando degraus com a aranha nas minhas costas. Cheguei! O gajo sobe também, não sem antes parar ao pé dela a arreliar-me - estás a ver, ela não salta. Pega na vassoura e eu penso com alívio, vai dar cabo dela - vais matá-la? Não vou nada, vou só assustá-la para ela não ir para cima. Espantou-a. Ela caiu e fugiu a altíssima velocidade, eu assustada. Pior que uma aranha, só uma aranha a andar, a correr. Ao jantar quase chorei de alívio. Tenho para mim que foi um aviso.

* * *

Voltei a vê-la. Estava no pilar ao pé da porta da garagem, era a mesma, só podia ser a mesma. Era grande e quando o gajo a soprou ela escondeu-se no quintal.

* * *

Ontem mesmo, mal cheguei a casa elas não se fizeram esperar. Alapei-me no sofá. Via televisão. Com o rabo do olho vi uma figurinha a mexer. Matei-a um momento antes de me subir para a mama. A mama esquerda. Isto não pode ser coincidência.

(a continuar... - espero que não)

26 de setembro de 2004

E a imagem clássica...

Apontamentos de viagem por casas de banho improvisadas

Cartaz que não consegui deixar de fotografar em Itália.
Talvez venha a propósito das conversas sobre política aqui travadas sobre esquerda, direita e centro.
Mas pelo menos dentro, como escreveu esta mão anónima .
E viva o direito de pensarmos todos de maneira diferente e esbracejarmos pelas nossas opiniões e ideologias.

25 de setembro de 2004

E.

Cansada e satisfeita.
Lendo de relance o blog. Claro Ab que te convido, se me enviares o teu e-mail.
E deixo-vos uma foto de férias (ai como vão ser martirizados!)
Abeijos e até já.
Adivinhem onde tirei esta foto?

24 de setembro de 2004

Complemento visual ao post anterior

Zézinho

José Castelo Branco já reservou lugar na Quinta dos Famosos. De acordo com a imprensa cor-de-rosa, o ilustre Senhor dos Anéis, deixa bem claro que não irá separar-se das suas roupas de marca caríssimas, nem das jóias, nem dos seus inúmeros produtos de maquilhagem.
Portanto, já sabem: se virem, entre os animais da Quinta, um porco bem vestido, de lábios rubros e pestanas insinuantes, parecido com o José Castelo Branco, não se enganem; é mesmo ele.

dois poemas

Vem ter comigo esta tarde
vem discreta, sem alarde.
Basta vires das cinco às sete
que a gente amanhã repete...

Concorda que uma taça de champanhe
merece ser servida com um olhar
e uma fina promessa que o acompanhe.

Paulo-Gilherme D'Eça Leal

Alternativos

Bandas menores. Grupos desconhecidos. Fiascos comerciais. Intelectuais melancólicos. Pop mal sucedida. Agora chamam-lhes "música alternativa".

Ouvir uma dos The Cult e outra dos U2 no "Radar 20 Anos" é esquisito.

E não seria/será o António Variações o genuíno alternativo?

Como tenho lido algumas ideias interessantes...

Era para comentar, mas resolvi postar.

1. Gê, acho absurdo limitar as coisas a "esquerda" e "direita" com estes ou outros nomes. Se há esquerda e direita, tb pode haver centro, centro-esquerda, centro direita e mil e uma outras variações, porque o mundo não é feito só de extremos. E, o que quis dizer em relação à Caty foi que julgo que alguém que consiga delinear o seu caminho com alguma independência terá, forçosamente, que reconhecer a existência de todas as cores e não ficar preso à segregação "esquerda-direita".
2. Em relação ao que disse o Tiago (e já lho tinha dito pessoalmente), concordo em absoluto com o Gê: a igualdade social é impossível de alcançar. Haverá sempre o bem e o mal, o escuro e o claro, o inverno e a primavera, a ganância e o desprendimento, o terramoto e o pôr do sol. Obviamente que as pessoas devem tentar fazer valer os seus direitos. Resta escolher a melhor forma. O protesto pelo protesto serve apenas para descarregar frustrações.
3. Tiago, há quem prefira viver acreditando em sonhos. Uma coisa é desejar algo. Outra, completamente diferente, é acreditar que esse algo vai acontecer. Claro que podemos ser melhores pessoas. Provavelmente nós até somos boas pessoas e podemos sempre melhorar alguma coisa. Mas um mundo cheio de bonzinhos simplesmente NÃO VAI ACONTECER.
4. Gê, gostei dessa das pessoas "mais limitadas que outras"... mas estavas a pensar em alguém em especial? :)
5. Apreciei o rumo que o tema levou. Acabámos por não bater demasiado nos nossos governantes e discutimos as coisas num plano mais elevado. Apreciei. Porque as pessoas têm alguma tendência a olhar apenas para o seu umbigo e esquecer o que está à ao seu redor.

Porra, já não postava há bué!

23 de setembro de 2004

Morte Melancólica Do Rapaz Ostra

Hoje apetece-me partilhar um dos meus livros preferidos.
Deliciem-se com a Morte Melancólica Do Rapaz Ostra do Tim Burton


By Heart (3)

Planejando pra fazer acontecer
ou simplesmente refinando ess'amizade
eu vou dizendo na sequência bem cliché
eu preciso de você-ê...

pá rá ráh pá rá rá ráh rá rá rá rá
pá-ra rá ráh pá rá rá rá

Skank

22 de setembro de 2004

a feia

Dói-me a perna,
dói-me o baço,
dói-me o braço
e uma orelha

Estou tão triste,
estou tão velha,
e preciso d´um abraço

Já não sei o que é que faço
e também não ouço bem

Sou pitosga
Meio tosca
E o que tenho ninguém tem

Vejo tudo
Sei de tudo
Desde aqui até além!

Procuro Médio Esquerdologista

"Em relação a este post específico [A Diferença], se ele relata o que realmente acreditas, devias reflectir no assunto pois passa-se alguma coisa errada contigo."

Pois é. Eu de facto, na maioria das vezes, acredito no que escrevo e no que digo. Na minoria das vezes, defendo ideias contrárias às minhas porque é divertido fazer de advogado do diabo, porque às vezes isso faz parte da minha profissão e porque é um óptimo exercício intelectual (permite trabalhar a flexibilidade e a tonicidade de argumentação).

Agora se por ser de direita então passa-se alguma coisa errada comigo o melhor é ir a um médico que me cure dessa doença horrível que é ser de direita. Dessa forma, tornar-me-ei um feliz indivíduo de esquerda. Ou seja, tornar-me-ei um indivíduo que pensa o mesmo que a maioria que nunca pensou em nenhum assunto porque os assuntos já tinham sido pensados; que pensa bem de tudo o que seja favorável aos "coitadinhos"; que se sente feliz por fazer parte dos "coitadinhos"; que se diz revolucionário quando de facto não se pode, nos dias que correm, ser mais ortodoxo do que ao pertencer à esquerda.

Só vejo é um problema: é que a minha caminhada em direcção à direita começou pela esquerda e foi feita de pensamento próprio e crítico, de questionamento em relação a todas as verdadinhas que me ensinaram na escola (sobretudo em História e Economia). As minhas ideias acabaram por ser mesmo minhas: completamente diferentes de tudo o que já tinha assimilado, baseadas no meu raciocínio e em contradição com as interpretações ilegítimas e falaciosas que as pessoas mais velhas faziam da sua suposta grande sapiência de experiência feita.

Mas deste problema surge o remédio que o médico esquerdologista me dará a tomar: consiste em desligar o raciocínio e em acreditar e reassimilar todas as verdadinhas que nos afirmam para bem dos coitadinhos que não podem pagar as propinas tão elevadas (mas que chegam à faculdade de Volvo), dos coitadinhos que não podem pagar taxas moderadoras (mas pagam bons jantares e boas doses de álcool), dos coitadinhos que não podem pagar portagens, dos coitadinhos que se reformam antecipadamente da função pública porque uma vértebra defeituosa os impede de estar horas sentadas no escritório (mas não os impede de ilícitamente passarem a ter dois empregos no sector privado), etc., etc., etc..

p.s.: Oh Tiago: tu também achas que quem, por exemplo, defende os direitos dos homossexuais, ou que tem uma certa opinião em relação ao aborto, ou que é a favor destes ou dos outros na questão Israel-Palestiniana, ou que prefere este ou aquele partido Norte-Americano, é porque também se passa alguma coisa de errada consigo? É que eu gostava muito de saber quais é que são as opiniões saudáveis e quais é que são as patológicas. Afinal, qual é A Cartilha???

de que matéria são feitas as lendas?

de que matéria são feitas as lendas?

o que leva um acontecimento banal ou uma reacção ao desconhecido transformar-se numa lenda?
existe um tempo para isso?

As lendas nascem da passagem de uma historia (real ou inventada, seja porque motivo for...) pela imaginação de muitas pessoas.
Cada uma acrescentando um pouco.
Cada uma apurando, depurando, desenvolvendo, aumentando, diminuindo (‘quem conta um conto, acrescenta um ponto’).

Que, de diferente, têm as lendas do ‘penedo que dou linho’ do ‘madeiro de monsanto’, ou os ‘famosos’ contos de fajão, de outras criadas em torno de personagens universitárias, como aquele professor de aveiro que mandou desenvolver o tema sobre a natureza endo ou exo térmica do inferno e a consequente resposta de um aluno que terá tido 20 e que circulou por toda a net... com cada reenvio a tentar apurar a linguagem (reconheço que fui um deles...).
ou personagens mais famosas como o músico syd barrett (um dos fundadores dos pink floyd) que um dia desapareceu sem deixar rasto, e que teve livros e artigos e histórias e avistamentos como monge no tibete, eremita em marrocos e outras coisas mais ou menos semelhantes.... e que afinal tinha estado vários anos em casa da mãe nos arredores de londres...
ou as experiências sensoriais que muita gente afirma experimentar no cemitério de pére lachaise em frente á campa do jim morrison... ou á do alan kardec um pouco mais ao lado...
ou a lenda da audição do bono vox como cantor dos u2 (era tão mau, mas com tamanha auto estima que os outros não tiveram coragem de lhe dizer que ele não sabia cantar ... e afinal aquilo transformou-se num estilo...).
ou célebre capitão roby, que apenas era um vigarista que afagava as mágoas de senhoras com necessidades afectivas e insuficiências de auto-estima, a troca de algumas compensações monetárias... digamos que até poderia ser considerado uma espécie de psiquiatra comportamental (na escola burrus skinner..), que tinha do ‘divã’ uma concepção um pouco mais abrangente que o freud....

Seguramente, algumas das histórias que hoje conhecemos como apenas pitorescas, caricatas ou mais ou menos estranhas, se transformarão em lendas e serão no futuro bem diferentes do que as conhecemos hoje...

A estadia de mouros na beira baixa, como noutras zonas do país, provocou um manancial de lendas inesgotável.
O facto de ser o último povo ‘invasor’ da península, quando a cultura e as tradições de todos os outros, celtas, visigodos, iberos, lusitanos já estavam misturadas e assimiladas umas pelas outras, tornou-os uma ‘espécie exótica’ cujas tradições e práticas eram um misto de mistério, temor e estranheza...

Seguramente por isso, uma boa parte das lendas do nosso país refiram os mouros, as senhoras misteriosas de tez morena, os seus costumes estranhos, os deuses diferentes, e os coloquem nos locais mais ermos, nas grutas, nas serras, nos cabeços.... onde provavelmente nunca estiveram sequer

Do mesmo modo que as turistas nórdicas provocam agora algumas histórias mais ou menos imaginativas na nossa juventude masculina a banhos no algarve.... aquela beleza e mistério árabe provocou nos nossos antepassados uma inesgotável fonte de histórias, cheias de tesouros fantásticos, encantamentos, belezas deslumbrantes, pais com um sentido de justiça muito discutível e uns jovens (masculinos a maior parte das vezes) a sofrer pelo amor impossível da dama presa pelo pai tirano (mas rico quase sempre..)

Outras histórias nascem dos senhores das terras, uns muito bons, outros muito maus, que uma vez autorizaram, outras reprimiram, uma festa, uma celebração... e esse acontecimento foi-se desenvolvendo e alterando com o tempo... em cada terra contado de modo diferente. Por cada pessoa de seu modo.

O que parece ser a base da lenda (isto é... a matéria prima que permite a passagem de uma simples história, inventada ou não, a lenda com o passar do tempo) é a sua natureza mais ou menos inatingível... quer pela natureza mística ou religiosa, quer pela beleza ou mistério da pessoa envolvida, quer pelo poder do interveniente...
São as que nascem do pobre que encontra o rei e ele lhe diz qualquer coisa (sendo óbvio que o facto de um senhor falar uma vez com um servo se tornava rapidamente em conversa de toda a gente.... transformando isso num diálogo que, provavelmente, já terá muito pouco a ver com o original... (a lenda da origem do nome de queluz, por exemplo – este exemplo é só porque sou de lá... – e que refere um pobre habitante de um casabre que terá dito ao rei ‘quero luz’, contrasta claramente com a muito mais provável origem árabe do nome, resultante do aportuguesamento das palavras ‘vale das laranjeiras’ que ao que parece lá existiram, no vale do rio jamor onde mais tarde se construiu o actual palácio nacional).

São as que nascem de um jovem que vê a formosa filha do poderoso senhor a passear no campo, á janela, ou a passar, e inventa uma história com base no seu desejo de estar com ela ou a ter...
São os acidentes geológicos que aguçam a imaginação dos pastores ou agricultores que, pelo receio do desconhecido (etéreo ou terrestre...) imaginam animais monstruosos, fantasmas de defuntos ou outros temores parecidos...
São também os resultantes do temor da morte, do inferno, do castigo divino...

De que matéria são feitas as lendas?

Da passagem do tempo e de muitas recontagens sobre um acontecimento real ou imaginário, mas seguramente de uma sensação sentida por alguém alguma vez.

Hortênsia

uma linda flor que eu aprecio muito.
hic.

21 de setembro de 2004

A Diferença

Esta é a principal diferença entre a esquerda e a direita:

A esquerda paga impostos e acha bem que estes sejam pagos (não lhes passa pela cabeça, por exemplo, as complicações abstractas que os economistas inventaram acerca de distorções nos mercados e desincentivos a todos os tipos de esforços e outras coisas esquisitas) e, depois de pagá-los, exige do Estado, muito simplesmente, quase tudo. E ainda espera que este satisfaça as exigências em quantidade e qualidade.

A direita sabe que quanto mais o Estado tira menor é o incentivo em aumentar a riqueza total e, daí, menor é a possibilidade real (isto é, sem recurso a endividamento nem inflação) de aumentar a quantidade daquilo que o Estado dá. A direita sabe também muitíssimo bem que o que Estado dá ou não tem qualidade ou, se a tem, é produzido com custos excessivos, i.e., desperdiçando. Portanto, a direita prefere pagar menos impostos e, munida de maior rendimento disponível, exigir não do Estado mas sim das empresas privadas produtos com qualidade. De facto, não é necessário exigir: desde que estas sejam livres de lucrar, têm incentivo em aumentar a qualidade.

Impostos mais baixos: maior incentivo a trabalhar e a investir; mais riqueza disponível para as pessoas escolherem livremente o que querem consumir (em vez de serem forçadas a contribuir para, por exemplo, cinema português pseudo-intelectual que não interessa nem aos pássaros e que, muitas vezes, vai até contra as preferências culturais, estéticas, éticas e religiosas dos contribuintes); enfim, maior qualidade naquilo que é produzido.

O Peso

O que leva o peso a aumentar é a ingestão de calorias em quantidade excessiva. Isto acontece porque a sinalização que o corpo nos dá relativamente à nossa alimentação indica-nos se a barriga está ou não cheia em vez de nos indicar se recebemos ou não a quantidade suficiente de energia. A refeição típica de um restaurante vulgar enche a barriga com alimentos ricos em calorias. Quando a barriga fica cheia, já a quantidade de calorias ingerida foi excessiva.

Para que o peso não aumente ou se mantenha e, ao mesmo tempo, não se sinta fome a solução é encher a barriga com alimentos pobres em calorias e toxinas: vegetais. A estratégia é esta: nunca deixar de tomar umas boas conchas de sopa ao almoço e ao jantar, acompanhar sempre a refeição com uma salada grande (muito tomate, muita alface) e se, depois disto, o estômago ainda não está cheio, atestá-lo com fruta. Para quem gosta de sentir a barriga bem aconchegada, é só escolher fruta mais polpuda e sopas mais densas.

O aumento do volume de vegetais ingeridos permite assim reduzir a quantidade de alimentos mais energéticos que se tomam às refeições, até que se receba por refeição apenas o nível de calorias necessário ao tipo de vida.

excelentíssimo senhor doutor pedro santana lopes e demais família...

Em cada 100 euros que o patrão paga pela minha força de trabalho, oEstado, e muito bem, tira-me 27,5 euros para o IRS e 11 euros para aSegurança Social.
O meu patrão, por cada 100 euros que paga pela minha força de trabalho, é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75 euros para a Segurança Social.
E por cada 100 euros de riqueza que eu produzo, o Estado, e muito bem, retira ao meu patrão outros 33 euros.
Cada vez que eu, no supermercado, gasto os 100 euros que o meu Patrão me pagou, o Estado, e muito bem, fica com 19 euros para si na esmagadora maioria dos produtos (noutros faz o favor de aplicar as 'taxas reduzidas' com excepção daquilo que considera produtos passíveis de 'imposto extraordinário ao consumo', nos quais se incluem, entre outros, as bebidas com álcool) que podem ser superiores a 100% do preço base da mercadoria comprada.
Em resumo:

- Quando ganho 100 euros, o Estado fica quase com 62 .
- Quando gasto 100 euros, o Estado, no mínimo, cobra 19.
- Quando lucro 100 euros, o Estado enriquece 33.
- Quando compro um carro, quando compro gasolina para esse mesmo carro, quando compro uma casa ou um terreno, quando herdo um quadro, registo os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica com quase metade das verbas envolvidas no caso.

Eu pago e acho muito bem, portanto exijo:
Um sistema de ensino que garanta cultura, civismo e futuro, emprego para os meus filhos. Serviços de saúde exemplares.
Um hospital bem equipado a menos de 20 km da minha casa.
Estradas largas, sem buracos e bem sinalizadas em todo o País.
Auto-estradas sem portagens.
Pontes que não caiam.
Tribunais com capacidade para decidir processos em menos de um ano.
Uma máquina fiscal que cobre igualitariamente os impostos.
Eu pago, e por isso quero ter, quando lá chegar, a reforma garantida e jardins públicos e espaços verdes bem tratados e seguros.
Polícia eficiente e equipada.
Os monumentos do meu País bem conservados e abertos ao público
Uma orquestra sinfónica.
Filmes criados em Portugal.
E, no mínimo, que não haja um único caso de fome e miséria nesta terra.

Na pior das hipóteses, cada 300 euros em circulação em Portugal garantem ao Estado 100 euros de receita.

Portanto Sr. PrimeiroMinistro e senhores outros excelentíssimos ministros, governem-se com o dinheirinho que lhes dou porque eu quero e tenho direito a tudo isto.

Viva o Feijão! Viva o Atum!

Ontem almocei atum com feijão, cebola e tempêro de maionese. Consegui passar a tarde inteira, até para além do início da noite, sem lanchar e sem sentir fome. O feijão é mesmo energético! E o atum também!

a versão portugal profundo dos spams 'increase your size'

19 de setembro de 2004

barcelona

paella, praia, volta por uma cidade cheia de gente na rua, casa com uma varanda roubada à Janela Indiscreta do Hitch e agora vamos a andorra comprar cigarros e outro coisinho para a máquina digital e abeijo-vos e abraço-vos e estou a gostar TANTO de estar cá.

18 de setembro de 2004

É para anotar

Dou-te tudo o que puder, tudo o que tiver
O que não tiver tiro aos deuses para a minha mulher
Escrevo o teu nome no meu corpo para toda a gente ver
Bem piroso e lamechas como o amor deve ser (verdadeiro)

Olá nina, chega ao pé de mim
Deixa-me dar-te o que tu mereces
Tu és a resposta para as minhas preces
Senta-te aqui, vou-te cantar um som
Doce como tu, como um bombom

Yeah yeah na na na na...

16 de setembro de 2004

grrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

gostaria de comentar no blog.
mas nao o consigo fazer porque ele nao abre na totalidade.
ou seja, ta uma pagina demasiado pesada. zoe trata disso please:)
de resto umas optimas ferias.
azinho limao tratado, carlos o outro assunto a caminho.
beijos.

Talvez o caminho mais fácil...

All these accidents,
That happen,
Follow the dot,
Coincidence,
Makes sense,
Only with you,
You don't have to speak,
I feel.

Emotional landscapes,
They puzzle me,
Then the riddle gets solved,
And you push me up to this

State of emergency,
How beautiful to be,
State of emergency,
Is where I want to be.

All that no-one sees,
You see,
Whats inside of me,
Every nerve that hurts,
You heal,
Deep inside of me, oo-oohh,
You don't have to speak,
I feel.

Emotional landscapes,
They puzzle me - confuse,
Then the riddle gets solved,
And you push me up to this

State of emergency,
How beautiful to be,
State of emergency,
Is where I want to be.

State of emergency,
How beautiful to be,

...

Folheto on-line (especialmente para a Maria :) )

Toda a discografia da Bjork à venda na Fnac(Colombo) por 9.95€!
Aproveite antes que esgote!

que escola queremos para os nossos filhos?

que escola queremos para os nossos filhos?

durante muitos anos, habituamo-nos a olhar para a escola como uma espécie de ‘depósito’ onde entregamos os filhos ás 8 da manhã... e de ontem regressam pelo fim da tarde.

o que lá se passa é um assunto interno entre a aquela instituição e os nossos filhos, no qual não nos metemos. nem devemos

a escola tem por obrigação ensinar, educar e devolver limpo e tratado.

a ideia de participar nesse acto educativo através de uma actuação concertada com a escola, ajudando nas tarefas complementares de educação, na busca de soluções para uma melhor compreensão dos programas escolares, no apoio a tornar a escola um local mais atractivo e atraente que faça os nossos filhos sentirem-se bem nela mesmo para além do horário escolar obrigatório.. é uma coisa absolutamente chata e irritante que nos impede de ver o jogo do sporting, o final da novela, ou o ultimo dislate do senhor presidente do governo regional da madeira (infelizmente os monty phyton já acabaram, o que tornaria inutil o sr. alberto).

não podemos achar que uns senhores (ou senhoras, para o caso é irrelevante...) que recebem no começo de outubro um punhado de adolescentes, cada um com o seu passado, a sua formação, a sua cultura, os transformem por acção mágica e sólitária, num grupo de educados e cultos rapazes e raparigas.

a ideia peregrina que faz com que tenhamos a atitude de: “eu pago os meus impostos, eles têm que me educar os filhos porque eu não tenho tempo” é tão abstronça como perigosa...
quem tem que educar os nossos filhos somos nós.
mais ninguém tem essa obrigação.
é por isso, e por não termos todo o tempo do mundo, nem toda a informação para disponibilizar, que temos que nos socorrer de uns quantos tipos que fazem disso profissão, e estão autorizados a escreverem um papel no final a dizer que as crianças aprenderam o que lhes ensinaram.
mas isso não releva a nossa obrigação de educar os nossos filhos.
aqueles tipos (os professores) são nossos auxiliares nessa tarefa.
mas a tarefa é nossa.
é pois, por isso, absolutamente indispensável que o tempo dispensado com os nossos filhos tenha mais qualidade. Não precisa ser (provavelmente) mais, precisa de ser melhor.
precisamos de ir á escola a chatear aqueles tipos (os professores) para saber o que estão a ensinar; que ajuda precisam; o que podemos fazer em casa e como o devemos fazer.
precisamos de alterar a nossa aitude perante os nossos filhos e não achar que se eles tratam a escola de forma displicente, talvez não seja por serem sobredotados, ou hiper-activos... pode ser apenas por serem mal educados.. por nós
precisamos de encontrar formas de motivar os nossos filhos a lerem um livro como um objecto de prazer e não como um instrumento de tortura (e é seguramente mais fácil para nós que só temos um ou dois filhos, que para o professor que tem 30 alunos).
precisamos de educar os nossos filhos a pesquisarem, porque é a melhor forma de aprender.
precisamos de fazer com os nossos filhos sintam prazer em saber.
para isso precisamos de nos educar a nós também.
e um bom método... é fazê-lo conjuntamente com os nossos filhos.
ajuda-nos a nós e a eles.

History of the airplane

Lawrence Ferlinghetti
HISTORY OF THE AIRPLANE

And the Wright brothers said they thought they had invented
something that could make peace on earth
(if the wrong brothers didn’t get hold of it)
when their wonderful flying machine took off at Kitty Hawk
into the kingdom of birds but the parliament of birds was freaked out
by this man-made bird and fled to heaven

And then the famous Spirit of Saint Louis took off eastward and
flew across the Big Pond with Lindy at the controls in his leather
helmet and goggles hoping to sight the doves of peace but he did not
Even though he circled Versailles

And then the famous Yankee Clipper took off in the opposite
direction and flew across the terrific Pacific but the pacific doves
were frighted by this strange amphibious bird and hid in the orient sky

And then the famous Flying Fortress took off bristling with guns
and testosterone to make the world safe for peace and capitalism
but the birds of peace were nowhere to be found before or after Hiroshima

And so then clever men built bigger and faster flying machines and
these great man-made birds with jet plumage flew higher than any
real birds and seemed about to fly into the sun and melt their wings
and like Icarus crash to earth

And the Wright brothers were long forgotten in the high-flying
bombers that now began to visit their blessings on various Third
Worlds all the while claiming they were searching for doves of
peace

And they kept flying and flying until they flew right into the 21st
century and then one fine day a Third World struck back and
stormed the great planes and flew them straight into the beating
heart of Skyscraper America where there were no aviaries and no
parliaments of doves and in a blinding flash America became a part
of the scorched earth of the world

And a wind of ashes blows across the land
And for one long moment in eternity
There is chaos and despair

And buried loves and voices
Cries and whispers
Fill the air
Everywhere



15 de setembro de 2004

Caro António Barreto:

http://jornal.publico.pt/2004/09/15/EspacoPublico/O02.html

A abertura de um mercado a novas empresas, só por si, não instala forçosamente a concorrência pois pode não ser suficiente a mera possibilidade de novas empresas entrarem: é necessário que, de facto, entrem.

No caso das telecomunicações e da energia eléctrica, existem múltiplas barreiras à entrada. Destaco duas que me parecem mais importantes: a barreira tecnológica (os grandes custos fixos iniciais) e uma barreira menos abordada pelos economistas mas, talvez, das mais importantes: a inércia dos clientes, i.e., a fidelização à empresa.

No caso português, a fidelização à empresa tem a ver com muito mais do que meras considerações de preço/qualidade. A mentalidade portuguesa, quer de esquerda quer de direita, é profundamente admiradora do Estado. O Estado é entendido como primeiro responsável de tudo e última instância protectora de tudo e para tudo. O simples facto de, por exemplo a TMN, estar de alguma forma ligada ao Estado (ainda que a ligação seja ténue) já é motivo suficiente para enviezar uma escolha a favor dessa operadora. Daí ser tão difícil que, por exemplo, as novas operadoras de rede fixa consigam angariar clientes.

Poderíamos falar de alguma "contestabilidade dos mercados": a mera possibilidade de uma empresa entrar levar o monopolista a manter preços baixos. Mas agora, à fidelização do cliente junta-se a falta de paciência deste para comparar preços, sobretudo quando é típico que estes sejam preços não-lineares (assinaturas, preços por minuto ou kilowatt, diferentes preços conforme o período do dia, diferenciação quanto ao destino, condições em que os descontos são efectuados, etc., etc., ...). Aqui, as potenciais novas empresas são em parte responsáveis pelo seu insucesso: numa sociedade sem paciência e com problemas de interpretação de textos simples, a publicidade com letras minúsculas em rodapé vale o mesmo que letras garrafais a dizer "somos tão maus e tão caros como a empresa instalada". Portanto, as novas empresas não convencem de que oferecem preços baixos e, logo, as empresas instaladas não sentem pressão para baixar os seus preços.

As políticas de todos ou quase todos os governos da democracia e da ditadura estiveram quase sempre contra ou cobardemente a favor do liberalismo económico. Em ditadura e na democracia, Portugal foi e é um país ferozmente corporativista. No entanto, tem ocorrido um fenómeno estranho: o da privatização quase integral de empresas que servem mercados "naturalmente" monopolistas, em que a concorrência será, com toda a probabilidade, fraca. Esta política é errada.

Por princípio, a liberalização deve preceder a privatização. Se da liberalização não fôr de esperar grande aumento da concorrência, então dever-se-á privatizar a empresa apenas no caso de esta ser mal gerida pelo Estado, mandando a honestidade que seja definido previamente o quadro regulamentar a aplicar à futura empresa privada.

Mas se a empresa monopolista, que com grande probabilidade manter-se-á monopolista, fôr bem gerida pelo Estado, então não há razão para a privatização. A privatização geral da Portugal Telecom foi errada.

Respondendo à sua pergunta: os elevados preços da energia eléctrica e das telecomunicações em Portugal resultam pois de uma dupla dificuldade de comunicação e de um factor de apego ao Estado: dificuldade das novas empresas em anunciar de uma forma clara e honesta os seus preços; dificuldade dos clientes em compreenderem os tarifários e os contratos oferecidos por essas empresas; afeição que a sociedade sente por tudo o que esteja associado ao Estado, mesmo quando se trate de empresas em grande parte já privatizadas.

Eu oiço

a Radar. E vocês?

Sabores do mundo

Aqui estou eu, outra vez em modo Maria de Lurdes Modesto, para vos aconselhar uma página deliciosa que dá gosto folhear
É uma página do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas sobre a gastronomia de vários países.
Vão lá regalar-se com os Sabores do mundo

14 de setembro de 2004

A Esquerda Defende os Ricos

A esquerda está contra a diferenciação, baseada nos níveis de rendimentos, das taxas moderadoras no serviço nacional de saúde. A esquerda é contra as propinas. A esquerda defende intransigentemente os funcionários públicos. A ESQUERDA DEFENDE OS RICOS.

Bagão Félix

Inteligente, corajoso, honesto. Mais uma vitória do novo governo.

Se eu fosse uma peça de roupa...

...gostaria de ser um soutien. E vocês?

Alguém me explica, como se eu tivesse seis anos..

porque é que uma criatura fica desiludida por não ver o seu nome nas listas de admissão ao Ensino Superior, porque a nota de cinco a matemática não deu para entrar?!

Perplexidade: quem tem cinco a matemática quer entrar para o ISCAL.. para quê?!

13 de setembro de 2004

e escrevo de verona

ainda bem que tenho amigos tao inteligentes, que tem net em casa.
a falta de acentos e que e dramatica, mas ok.
o alex cozinha muito bem e temos fotos optimas.
como ressono fui proscrita para um colchao. e temos a hipotese dos morcegos.
mas verona e lindissima e e bom estar com amigos que nos mimam.
abeijos ensonada e satisfeita.

Desabafo

SOCORRO, sou viciada em folhetos, brochuras, panfletos, tudo o que me atafulha a caixa do correio
No início comecei por folhear ao acaso , e desde a viagem grátis a Santiago de Compostela até ao panfleto da Pizza Hut, eu lia tudo.
É claro que com o tempo fui seleccionando os melhores, e aprofundando a leitura. Agora não passo sem o catálogo do Continente, da Worten, do Lidl, do Minipreço, da Casa e afins, comparo preços e vou escolhendo coisas que provavelmente não irei comprar, gasto horas com esta literatura de WC e cada vez mais sinto que o próximo passo é começar a ir ao Continente e só comprar promoções.
A propósito, Carlos, por apenas € 1,24 podes comprar no Continente o Tira Nódoas de Roupa Casa Total que talvez seja útil para o que falas no teu post, pois Elimina fácil e rapidamente qualquer tipo de nódoa e é parcialmente indicado para nódoas de gordura, óleo, manteiga ou graxa…

Notinha de rodapé: caixa de correio é aquela coisa parecida com uma mailbox mas com spam de papel

a day in a life


ontem/hoje

ontem não fui à praia.
ontem estava imenso vento.

ontem reorganizei a dispensa, começei a recuperar um soalho envernizado, arranjei um candeeiro, levei uma estante para o sótão e comecei a atestá-la de livros, fiz uma sopa, uma lasagna, e.
last, not least.. o sporting perdeu (e mereceu-o)...

as partes boas da vida andam mal distribuidas, não andam?

Ontem/Hoje

Ontem fui à praia. Estava quente e agradável. O vento era bom. O mar estava bonito. Regressei a casa da parte da tarde muito bem disposto. Li da parte da tarde.

Hoje vou ter daqui a 4 minutos a primeira reunião exasperantemente chata do ano.

eça é que é eça

"Este governo não cairá porque não é um edifício, sairá com benzina porque é uma nódoa."

(Eça de Queirós)

roteiro de lisboa

Rua da Alfândega




Igreja da Conceição Velha: em 1520 foi aqui construída a Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia (que dava o nome á rua) sobre uma sinagoga mandada destruir por D. Manuel I. Tinha uma fachada imponente de 20 colunas que se viu impotente para o terramoto que a destruiu. Sobrou o portal e a Capela do Santíssimo que foram aproveitados para a (re)construção que se lhe seguiu.
Tomou então o nome de Conceição Velha que ainda hoje ostenta.
O portal merece atenção demorada e cuidada: baixos relevos da dita Senhora da Misericórdia, D. Manuel, D. Leonor, Papa Leão X e os fundadores da Misericórdia rodeados de ornamentos manuelinos. O interior não estará à altura da entrada (o que é difícil) mas ainda assim merece uma visita cuidada.
Como informação adicional, anote que tem uma acústica óptima.
Em frente ficava o Terreiro do Trigo que, com a reorganização posterior ao terramoto passou mais para nascente.

adiante, à esquerda,




Casa de Brás de Albuquerque (filho do Afonso, patrono do exército (ou de uma parte dele) terminada em 1523.
Foi, enquanto não foi alterada, a que se julga ser a mais antiga casa de habitação (das que ainda estão em pé) de Lisboa (este título oficioso passou para outras casas que mais adiante se verão entre S. Tomé e o Castelo).
Existem mais 2 exemplares semelhantes da época: Casa de los Picos (Segóvia) e o Palazzo dei Diamanti (o que ficava em frente ao palácio onde morava a personagem da história de Ferrara no filme ‘Para Além das Nuvens’ de Antonioni/Wenders).
Foi caindo de importância com o tempo: primeiro com o terramoto que lhe destruiu os dois pisos superiores, depois com a vida que lhe foi alterando os inquilinos. Depois de bacalhaus e feijões, levou com o Pedro Canavarro e o Vasco Graça Moura (a vida é ingrata mesmo para uma casa com um tal passado), como se não bastasse a ideia peregrina de lhe recolocar os dois pisos superiores e uma traseira de vidro (deve ter sido daqui que veio a ideia ao outro para os partidos com paredes de vidro).

Ao lado, a
Casa das Varandas (Casa Amarela para alguns) – Séc. XVI

As varandas no meio são diferentes em todos os pisos e diferentes das outras do mesmo piso. Não só pelo desenho da varanda (rectangular e não redonda), como pelo formato das portas.
Foi restaurada no Séc. XVIII e ampliada com mais dois pisos no Séc. XIX (estes não respeitam o traço das janelas e varandas dos pisos inferiores).
Pensões várias (entrada pelas traseiras para quem gostar de discrição ) e Restaurante Ponta de Diamante (também entrada pelas traseiras – serve de desculpa: ‘ opss.. enganei-me na porta’). Existe também nestas traseiras (acesso pelo Arco das Portas do Mar), na R. Afonso Albuquerque, o Bar Tradicional.
É suposto só vender bebidas portuguesas. Aconselha-se a beber um ‘caldinho’ (café, aguardente, limão, canela e hortelã) para matar saudades dos que se bebiam nas madrugadas dos quiosques da Lota do Cais do Sodré e do Príncipe Real.

Ires

Lá vou eu alegremente coom a mala atrás, a sacudir-se no empedrado.
Volto-me para e vejo o prédio amarelo que insiste em morar ali.
E diz, até breve, despacha-te!
E eu vou.

12 de setembro de 2004

E é agora!

Vou dar férias a todos.
Amanhã estarei de abalada para Itália.
Se alguém quiser prendas, diga ou escreva qualquer coisa.
Vou ter saudades vossas.
Mas de certezinha, que vou espreitar o blog, por onde andar.
Dia 25 regresso para continuar o massacre.
Abeijos e braços.
Não há como partir, para sentir a falta dos amigos.
Gosto-vos:)

Sonhos

Ante-ontem reparei que o meu congelador tinha mais de metade do espaço ocupado por gelo. Nessa noite sonhei que estava no ártico a picar gelo à procura não sei de quê. O mais giro é que no fim do sonho, durante aquele último estado de meia consciência quando algo quase nos acorda, lembro-me de ter consciência de estar ali a picar gelo por ter visto o meu congelador.
Ontem fiquei com um colega meu até às 3 da manha, hora em que ele partiu para a escócia. Ontem saíram as colocações no ensino superior. Sonhei que estava a fazer as malas (e me restava pouco tempo) para ir para a faculdade. Quando na verdade nem vou sair de casa. Mais uma vez, no final do sonho, sabia que era tudo despoletado por ter visto o meu colega partir.
Isto é divertido. A ver o que vou sonhar hoje.
Já tenho monitor novo =)

10 de setembro de 2004

roteiro de lisboa

Encontro no Nicola





(o nome vem de um homónimo italiano que foi seu proprietário no Séc. XVIII). Convém chegar antes da hora marcada para ir vendo com tempo os quadros anticlericais que ornamentam as paredes e que, além de animarem a disposição, ajudam a criar algum distanciamento em relação às diversas crenças (ou o que resta delas) com que nos vamos cruzar. É de louvar, também, o esforço e o rigor colocado na restauração da casa depois das prolongadíssimas obras provocadas pela passagem do metropolitano no subsolo.

Ao lado,
Tabacaria Mónaco.

Azulejos de Rafael Bordalo Pinheiro, mais visíveis quando fechada e sem as revistas a tapar, como que a compensar a perda das madeiras interiores (devia haver um castigo para quem compra revistas em quiosques de lata quando as podia comprar numa loja com este brilho). Esta loja, foi durante muitos anos (tal como a Havaneza, no Chiado) um centro informativo e fórum de discussão para uma parte da burguesia bem pensante. Aqui se vinham saber e discutir as notícias da Europa progressiva e liberal. Antes da passagem pelo Arco do Bandeira, paragem para uma ginja na Adega da dita, que as instituições são se respeitar. (convém ir atestando que o passeio é longo).


foto mais recente da Fernanda.

Da minha janela


e outra....

Cromos de casa ou a principiante da máquina digital

Pensamento algo desmoralizado

O pior problema para uma sociedade é a ignorância.

Quem é?

Sim , sim, estou em modo insónia outra vez, no meio de deambulações pela www descobri isto, adivinhem lá quem é esta menina que está com o Art Sullivan?

9 de setembro de 2004

Long time no see

Voltei, voltei, voltei de lá, ainda ontem estava em frança e agora já estou cá.

Teresinha, Erre, Francisco, Ricardo, Zoe, Novos Clientes, Frutuosa dos Abacaxis, Gasel, Boavisteiro e Restantes, estou muito contente por voltar a comunicar convosco e, olhem, muita saúdinha é que é preciso, para a frente é que é o caminho porque quem corre por gosto é parvo :)

Estou Chocado

Não existe nenhuma tradução portuguesa de "A Interpretação dos Sonhos" de Sigmund Freud. Existem duas traduções brasileiras. É extraordinário como um livro tão importante, tão fundamental para a ciência (creio eu), tão interessante e tão influente no século XX não tenha sido traduzido para português. Estou chocado.

Que faço agora? Compro a tradução brasileira? Ou a espanhola? Ou uma de entre as várias edições inglesas/americanas? A brasileira custa 33€, a espanhola esqueci-me de perguntar, tanto na amazon.com como na amazon.co.uk as edições são muito mais baratas do que 33€... Estou mesmo a ver o que vou fazer : )))

As minhas janelas novas

Meus caros desconhecidos
Tenho duas janelas novas. Viradas para as ruas onde os romanos andaram há muitos anos atrás. A janela que está atrás de mim dá para duas esplanadas que nesta altura do ano estão cheias de gente. Gente de todas as origens, cores e feitios.
Através das minhas janelas novas chegam cores, aromas e sons que me embalam no trabalho (as duas últimas petições sairam-me mais poéticas do que o habitual).
Gostava que vocês vissem o mundo pelas minhas janelas novas. É mais colorido, com menos ratos de biblioteca e com mais ratas de esplanada. É um mundo bonito este. Claro que como fico mesmo em frente aos Paços do Concelho vejo sair o ginecologista que exerce as funções de Presidente da Câmara. É o traço cinzento no colorido que passa pelas minhas janelas de guilhotina.
A partir de agora as janelas não são minhas. São vossas. Vejam nelas o que quiserem. A nada quero chamar meu. Não quero ser proprietário para não usufruir do que me não pertence. "Toda a propriedade é um roubo"... lembram-se?

Quem é que está quase a ir de férias???
;)

Não é linda!?!


O Blog Subiu-me à Cabeça

provavelmente... as piores capas de álbuns da história do vinil






algumas vezes, algumas coisas, fazem-nos pensar noutras

Ballad Of Lucy Jordan

The morning sun touched lightly on
the eyes of Lucy Jordan
In a white suburban bedroom
in a white suburban town
And she lay there neath the covers
dreaming of a thousand lovers
til the world turned to orange
and the room went spinning round
At the age of 37
she realized she'd never ride
through Paris in a sports car
with the warm wind in her hair
So she let the phone keep ringing
as she sat there softly singing
pretty nursery rhymes she'd memorized
in her Daddy's easy chair

Her husband he's off to work
and the kids are off to school
and there were oh so many ways
for her to spend her days
She could clean the house for hours
or rearrange the flowers
or run naked through the shady street
screaming all the way

At the age of 37
she realized she'd never ride
through Paris in a sports car
with the warm wind in her hair
So she let the phone keep ringing
as she sat there softly singing
pretty nursery rhymes she'd memorized
in her Daddy's easy chair

The evening sun touched gently on
the eyes of Lucy Jordan
on the roof
top where she climbed
when all the laughter grew too loud
And she bowed and curtsied to the man
who reached and offered her his hand
and he led her down to the long white car
that waited past the crowd

At the age of 37
she knew she'd found forever
as she rode along through Paris
with the warm wind in her hair

8 de setembro de 2004

Cientificamente Provado, Estatísticas e Verdade

Duvido sempre quando me dizem que uma coisa está cientificamente provada. Normalmente, o que acontece é que a ideia em causa não só não está provada como os cientistas discutem e apresentam várias alternativas a essa ideia. Isto acontece não só nas ciências sociais mas também nas naturais.

Diferentes interesses podem financiar estudos da ciência natural cujos resultados podem ter repercussões na antropologia de senso comum e na política. Poderia perfeitamente acontecer um laboratório financiado por uma certa organização chegar à conclusão de que um dos géneros ou uma das raças em particular tinha uma maior propensão genética para, por exemplo, a agressividade ou para o raciocínio numérico enquanto que outro laboratório financiado por outra organização, talvez rival da primeira, chegava a uma conclusão contrária.

Nas ciências naturais há ainda muitos problemas fundamentais que não estão fechados.

No campo do social, é típico inverter o método científico: em vez de se levantar uma questão e procurar uma resposta usando o máximo de objectividade e o mínimo, de preferência o zero, de subjectividade - o que se faz é começar com a tese a provar (que normalmente é a opinião particular, parcial e interessada do investigador) e tentar limitar o número e a natureza das observações realizadas de modo a confirmar a tese. Escolhe-se uma amostra que corresponda à tese, em vez de se optar por um universo alargado que permita identificar o facto objectivo generalizável (a "verdade").

Outros dois problemas das ciências sociais têm a ver com os números. Há primeiro que tudo o problema da sua falta: sem números, a discricionaridade de quem investiga ou de quem opina torna-se maior: aquilo que um considera de "fenómeno de grande magnitude" o outro considerará como "facto de significância marginal".

O outro problema é técnico: fazer bons estudos estatísticos requer um conhecimento técnico extremamente profundo. É muito duvidoso que quem esteja longe de ter um grande à-vontade com a matemática possa utilizar a estatística mínima para que o estudo numérico seja válido. O problema é que o mínimo de estatística para a validade de um estudo é, de facto, muito extenso e muito aprofundado.

Depois de feitas, mal validadas, com dados incompletos, completados por métodos ilegítimos, relativos a amostras não representativas, com selecção enviezada, com séries que não foram baseadas todas nas mesmas convenções, com níveis de agregação diferentes, referentes a períodos de tempo e a secções não comparáveis - as estatísticas são consideradas fiáveis porque provêem de uma entidade credível e prestigiada e são sujeitas à interpretação. A interpretação das estatísticas é como a interpretação do direito: é possível extrair as conclusões que se quiser e fundamentar todos os argumentos. Basta mostrar umas, omitir outras, pôr em relevo o que é insignificante, não fazer as comparações no tempo e no espaço que seriam interessantes, comparar o incomparável, assumir uma ideia como verdade e utilizá-la para produzir a interpretação da estatística que permitiria provar essa ideia.

Ninguém procura a verdade porque todas as pessoas são interessadas. E mesmo quando não têm interesses económicos e políticos (o que é raríssimo) têm, pelo menos, o interesse de serem felizes e isso, só por si, já altera muito a escolha das observações, já distorce muito o que deveria ser uma análise objectiva e compromete definitivamente a obtenção da verdade.

dia mundial da alfabetização

o conselho de redação do blogue, reunido em reunião geral extraordinária, decidiu por unanimidade, aclamação, 2 abstenções e 3 votos contra, o seguinte:

1. tendo sido este blogue acusado de ter membros intelectualmente baratos, decidiu este conselho aumentar em 10 vezes o preço de cada um dos seus membros.

2. preocupados pela existência de cerca de 1 milhão de portugueses analfabetos, o conselho de redação decidiu que 50% dos postes passariam a ter apenas mensagens gráficas.

3. conscientes da excessiva procura de notoriedade por parte de alguns dos membros, deliberou este conselho bloquear todos os postes após o segundo colocado por cada membro.
os postes bloqueados serão reencaminhados para o blogue amigo www.umbigomeu.blogspot.com

4. o conselho passará a postar fotos de notas de 500 euros, por forma a emitir mensagens mais caras.

sobral da adiça, 8 de setembro de 2004

o conselho

a casa do lado de dentro do portão junto ao urinol

visto de frente a piada já não é a mesma... mas enfim, cá está

Gosto Muito (4)

De conduzir em Lisboa quando há trânsito mas anda-se rápido. Assim por volta do meio-dia. Gosto das ruas apertadas, dos carros mal estacionados, das pessoas que estavam paradas nas passadeiras sem ser para atravessar. Gosto de passar das zonas típicas e antigas para as zonas modernas e típicas (todas as idades têm as suas legitimidades (adágio muito antigo, do tempo dos faraós)). Gosto do semáforo a aparecer por dentro da copa da árvore (talvez amanhã o fotografe). Gosto do barulho do carro a passar pelas pedras negras.

Também de música comercial. Gosto de ritmos rolantes e sons barulhentos. Não gosto dos clichés mas simpatizo muito com as letras absurdas e com aquelas que, por não fazerem sentido, têm todos os sentidos que nos apetecer.

o dito.

Casinha antes de chegar ao dito urinol:)

A pedido de várias famílias

"Se voltares a ler os textos que foram inseridos neste Blog, vais verificar que a partir de certa altura as deserções foram exactamente de quem criou este Blog.
Desertaram sem dizer nada, sem dar explicações, sem nada.
Foram para um outro Blog que já tinham, penso, porque lá há mais notoriedade, funciona mais como o MIRC virado para a intelectualidade barata, com algumas excepções, é certo, mas com "comments" de alguns membros a tocar a boçalidade e a ordinarice.
Digamos que só lê esse Blog quem quer e só participa quem é convidado e aceita"

Nota: O texto foi assinado pelo tamtam, no Vivam as Gordas e refere-se nomeadamente a mim, errezinha e multicalórica.
O blog criticado é o nosso.

roteiro de lisboa

"Ao fundo da rua, temos, após passar um arco, o Pátio de D. Fradique (era um dos locais mais bonitos de Lisboa).
Era uma espécie de aldeia dentro da cidade, com estendais de roupa na rua, gaiolas, oficinas, tipografias. E gente que se falava.
Foram em tempos os terrenos de D. Fradique Manuel, que no início do Séc. XVI aqui tinha a sua casa e as suas hortas.

Guardava como poucos sítios da cidade a atmosfera da época.
Hoje não é mais que um local ao abandono.
Um ou dois residentes resistentes à espera que o edifício caia para que se faça a transformação num condomínio privado de luxo.
Na outra extremidade, a saída pela casa senhorial, o Palácio de Belmonte, hoje transformado em hotel de charme (hoteis de charme não são esses, suas mentes retorcidas... esses que têm na cabeça têm outros nomes e estão mais na categoria de moteis) que vai dar ao Chão da Feira (olhando á direita, junto á parede, um urinol que faz as delícias do olhar). "




a pedido do g... aqui vão sobral da adiça e a mónica sintra


Momentos que voam...

Encontrei-a mais tarde, em circunstâncias diferentes. A mãe morrera nesse dia e ela telefonou-me, não tinha mais ninguém que quisesse por perto. Abriu-me a porta e abraçou-se a mim, não chorou. Levou-me para a cozinha, estava a preparar o jantar para nós.

- Consegues? perguntei eu.

- Claro, o jantar que começaste ainda não acabou, espero que o senhor Manuel não me tenha enganado com a carne.

E sorriu...

Sentados à mesa, comemos a carne rosada que ela cozinhou e deixei-a conversar sobre tudo o que quis. A mãe, já fria numa urna numa qualquer capela, tinha-a martirizado toda a vida. A ela e ao pai. Chantagista, queria-a para criada, não se incomodava nada com os seus interesses. Quando me conheceu e esteve comigo alguns meses, viu a fealdade dessa mãe que supunha ter dado à luz uma pessoa para a servir. Por isso, levantou o copo com o último vinho que ia beber nessa noite e disse "À viagem dela, que vá para bem longe".
Pegou-me na mão e levou-me a mim, ao copo de vinho e a si mesma e fomos para a sala, onde o sofá trocista nos esperava. Zangou-se comigo porque não sabia como havia de esquecer o momento do supermercado, zangou-se porque a mim é que chamou para lhe fazer companhia nesse dia em que a mãe morrera. Viu-se no espelho dos meus olhos, compôs o cabelo e pousou o copo, vazio, na mesa que nos impedia de esticar as pernas. Pôs as mãos nos meus ombros e empurrou-me para trás, a boca esqueceu-se de que era o túnel por onde o ar entrava e foi roubar, da minha, o ar que me fazia falta. Deixou que o seu corpo pesasse no meu, deu-me a recordar que gosto tinha a sua língua vermelha, fechou os olhos e as lágrimas dela inundaram-me de repente! Apertei-a nos braços e deixei-a chorar, chorou enquanto se despia e me despia, chorou quando me voltou a beijar!
Depois, depois de ser mulher mais que alguma vez tinha sido, como se quisesse naquele momento aniquilar memórias que só agora começavam, depois de ter sido vento e ciclone, sossegou no meu peito, o corpo quente, as mãos presas às minhas e, nua, feita lençol do meu corpo também nu, disse, sussurrou, "Não vás!" e adormeceu...

Fiquei à espera que a claridade me dissesse que horas eram! Não precisava de nada, naquele momento tudo estava certo, as cores condiziam com a noite, o corpo dela condizia com o meu!

E as horas voaram, tal como tinham voado os momentos, tal como tinham voado os dias que foram nossos.


7 de setembro de 2004

roteiro de lisboa

'Iniciamos agora o percurso das mais antigas casas de habitação de Lisboa: Rua dos Cegos 22/22, Largo Menino de Deus, 4 (existe uma outra no Largo de S. Miguel, bem mais abaixo).
Tomemos agora a Rua dos Cegos, que deve o seu nome ao facto de ser aqui que os cegos vendiam a literatura de cordel.

esta literatura de cordel foi a percursora das edições em papperback. Para poupar o dinheiro das encadernações, atavam com um cordel os vários cadernos que compunham o que seria o livro, tornando assim acessível aos menos abastados (os pobres não tinham dinheiro nem para comer) a aquisição de livros.
Este facto aliado aos temas versados (normalmente romances arrebatados e dramas passionais) fez com que o termo ‘literatura de cordel’ não seja, ainda hoje, muito lisonjeador. No entanto, grandes escritores (Camilo é um exemplo ‘exemplar’), recorreram a este método de editarem livros ás pastilhas para venderem mais e sobreviverem melhor.'




roteiro de lisboa

'Mas estávamos a seguir pela Rua da Adiça, na qual, ao fundo, temos que subir as escadas fronteiras à Cerca, que nos levam ao Largo de S. Tomé.
Aqui podemos aproveitar para ver o que já subimos.

Ao lado, a Igreja de S. Brás ou de Santa Luzia, onde no interior existem as sepulturas dos filhos de D. Afonso III.
Na face voltada para a rua dos eléctricos temos uma Cruz de Cristo bastante gasta no centro.

Deve-se o gasto á tradição de cruzar o indicador direito sobre a pedra e cruzá-lo de seguida sobre os olhos para proteger a vista (a cenoura tinha, ao tempo (imagino eu) outros fins).'


Lisboa: Brilho e Bruma



Hoje às sete e quarenta e oito.




Um minuto depois.

Uma Casinha Lisboeta com Certeza

Ontem ao meio-dia e um.

O apelo da selva

Estou muitissimo contente hoje.
Razões objectivas não as conheço. Talvez a planificação das férias. Ou estar sol. Ainda existe a hipótese de ter enlouquecido.
Os desgraçados, que repartem comigo o espaço de trabalho, já estão fartos de me ouvir a palrar e deste sorriso parvo espelhado na cara.
Não ando lá muito inspirada para postar. Talvez de Itália escreva uns posts jeitosos:) Ou traga matéria para tal.
Nos entretantos,vou continuar a pomponar-me toda contente.
E a chagar o juízo à minha envolvente. E já agora ao povo do blog também.
Como pode ser irritante ver os outros estupidamente felizes:)
Braços sem abeijos.
:)

Aurora sobre o Mar Vermelho


6 de setembro de 2004

In Memorian

Dos meninos de Beslan



Sem receio de lugares comuns, creio sinceramente que os portugueses têm vontade de, tal como fizeram hoje centenas de milhar de italianos, acender uma vela em memória da vítimas da barbárie!
Já o demonstrámos noutras ocasiões, com os lenços brancos por Timor, e podemos agora apelar novamente ao Humanismo Universalista, impregnar o nosso povo e colocar uma vela nas nossas janelas.
Não é preciso conhecer a paternidade para sentir a devastação sentida por tantas centenas de famílias que perderam alguém próximo.
Os mentores da barbárie devem perceber de forma inequívoca o modo como o mundo responde ao seu desprezo pela vida humana, ao seu desprendimento pela vida!
É nosso direito! É nosso dever!

Gosto de Lisboa!