morreu uma cidadã americana que escrevia livros, dava conferências e tinha opiniões.
morreram dezenas de milhares de cidadãos do sri lanka, da indonésia, da índia, da birmânia, das maldivas, do bangla desh, da somália, da tanzânia, da malásia....
dezenas de milhares de pessoas que tinham uma vida. uma profissão. tinham rosto. tinham passado.
mas não tiveram futuro.
tinham amigos, familiares. tinham pesoas que amavam e que os amavam.
não tinham, provavelmente, escrito livros. mas tinham 'escrito' a sua vida.
tinham opiniões sobre o que queriam (embora ninguém os escutasse).
em novembro de 2001 morreram cerca de 3 000 pessoas em nova iorque e o mundo mudou (diz-se).
esta semana morreram dezenas de milhares de pessoas no sudoeste asiático e todos continuamos na mesma.
vimos centenas de vezes os aviões a tocar nas torres.
mas já estamos fartos de ver as imagens de uns quantos pobres miseráveis mortos à hora a que jantamos e mudamos para o canal história a ver a história bélica ou para o people & arts a ver casas a serem mudadas.
se em vida todos sabemos que não temos o mesmo valor, em morte muito menos.
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