A 30 de julho de 1848, Lisboa foi pela primeira vez iluminada com candeeiros a gás. Os 26 aparelhos acesos no Chiado pertenciam à Companhia Lisbonense d’Iluminação a Gaz, criada dois anos antes, em agosto de 1846.
Por
curiosidade, estreia hoje a nova versão de “O Pátio das Cantigas”, tarefa
ingrata por haver ainda quem lembre, com agrado, os filmes da época de ouro do
cinema português dado, quase um século mais tarde, Vasco Santana protagonizar a
célebre cena em que, após ter encharcado mágoas no vinho, pede lume a um
candeeiro de rua.
Sobre
a modernidade e a iluminação pública, lembremos algumas linhas de um grande
escritor português
«Depois, numa manhã de julho,
tomou-se a Bastilha. Tudo se revolveu: e mil novidades violentas surgiram,
alterando a configuração moral da Terra. Veio a Democracia: fez-se a iluminação
a gás: assomou a instrução gratuita e obrigatória, instalaram-se as máquinas
Marinoni que imprimem cem mil jornais por hora: vieram os Clubs, o Romantismo,
a Política, a Liberdade e a Fototipia.»
Eça de Queirós, ‘Carta-prefácio dos
Azulejos do Conde de Arnoso’
Fotografia: retirada de «Diário de
Notícias», 7/9/2014