31 de agosto de 2004

a prazeres morreu este verão

a prazeres morreu. soube estas férias.
era a irmã da amélia. a minha prima que toda a vida trabalhou em casa da minha avó.
que ajudou a criar a minha mãe. e que, com todo o direito, está sepultada junto com a minha mãe e a minha avó.

a imagem mais antiga que tenho da prazeres, é uma noite em que a amélia a convenceu a cantar para mim, de gravador em punho.

ao tempo eu passava as minhas férias a fazer recolhas de música, e achei que, por uma razão estúpida nunca o tinha feito na minha terra.
fiquei pasmado com a limpidez da voz e a alegria de cantar.
algumas vezes fui com ela para o campo
algumas vezes ajudamos juntos o meu pai a apanhar umas batatas ( o meu pai dizia... vêm aí umas raparigas para me ajudar.... a rapariga tinha uns 70 anos, ao tempo).
há uns anos comprei-lhe a que, espero, seja em breve a minha casa em fajão e que fica mesmo em frente da casa onde nasci.

a prazeres morreu este verão (como morreu a prima maria dos santos.... sempre sentada na primeira varanda de fajão. o primeiro bom dia sempre que chegava 'olá primo carlos!')

a última vez que tendi massa para a broa foi com ela.
no forno da aldeia que pertence à casa onde nasci... ao lado da que lhe comprei.
foi com as duas pessoas que cantaram para mim naquela longínqua noite da minha adolescência.
a última vez que toquei naquela massa. que formei as broas, que as coloquei na pá.... foi com elas.

um beijo prazeres....



Vacas

Voltei!

bronzeado e bastante descansadinho!

Estive a ler muito rapidamente os 1001 posts na minha ausência:

- não me lembro do meu 1º dia de aulas mas a estória que os meus pais me contam não vou contar aqui pois deu-me uma alcunha que durou durante 9 anos... (e durou até hoje em certos círculos)

- provavelmente, não me lembro do meu 1º dia de aulas, tal como não me lembro da minha primeira bebedeira porque entretanto já estoirei 100 milhões de neurónios com as bebedeiras que se seguiram.

...

Bem, hoje já estou a trabalhar, sem telefones, fax e internet. Vim chular a net para escrever este post...

Abeijos e braços! (como diz a omnipotente, omnipresente, omnisciente cá do sitio ;) )

E para a Multicalórica, with love:)


These are a few of my favorite things

(Porque hoje estou bem disposta sem motivo nenhum...)

Gosto:
do cheiro de café acabadinho de fazer;
de conversas com amigos, madrugada dentro;
fotografias antigas;
do cheiro a terra molhada;
cozido à portuguesa;
um bom duche quente após uma chuvada de inverno;
passeios a cavalo;
andar descalça;
feijoada;
cantar no duche;
crepe c/gelado de chocolate belga

:)

Mecânica

Quando hoje tentei explicar ao senhor da Garagem que ontem o meu carro ficou sem combustível e que quando coloquei começou a sair um fumo muito preto do escape...achei que ele ia pensar que eu não percebia nada de mecânica...e então...erro colossal...adiantei uma explicação ... sabe, foram as impurezas que devem ter ido para o carburador (devo ter ouvido isto nalgum lado), e ele com um sorriso de desprezo tipo "mulheres" informou-me...que o meu carro não tinha carburador...como é que me vendem um carro sem carburador e não me avisam??!!!

30 de agosto de 2004

De tranquilidade.

este é um post que gosto de escrever quando estou tranquila com o mundo.
quando o cansaço invade o corpo, num torpor de alegria.
breves ou não, há momentos que nos fazem brilhar os olhos e sentir paz.
em que olhamos e pensamos melhor sobre o que vemos. ou então o que estava lá para ser visto, sempre foi diferente e não reparámos.
e porque estamos ocupados em múltiplas e chatas tarefas, por vezes esquecemo-nes de ser nós, moldados que estamos ao que desejam que somos. e essa seca desse espartilho serve-nos de desculpa para adiarmos .
adiamo-nos. correndo riscos por o fazer. ou ganhando asas.
não vou falar de mar, de sol, de lua, sobre isso tudo já foi escrito.
posso escrever e estou a fazê-lo, do absoluto privilégio de estarmos vivos e ter esse infinito gozo .
quanto a mim, a verdadeira tranquilidade nasce nesse exacto momento. e é isso que eu queria escrever.


DETESTO CIRCO

A primeira memória que eu tenho é de uma ida ao circo em Viseu com o meu pai, e de me debulhar em lágrimas com os palhaços.
Deve ser daí que vem o meu ódio profundo a tudo o que seja circense. Dá-me seca, irrita-me e quase que me agonia.
Odeio ver os palhaços, os ilusionistas, as domadoras de cães, as contorcionistas, enfim, tudo o que se relacione com essa arte provoca-me uma terrível seca.

Por agora acabaram-se...

Pois é! Voltei! Que treta... as férias passam num instante, não acham?
Estive uns dias para as bandas de Benidorm...e realmente, acho que a água do Algarve desceu na minha consideração em termos de temperatura...achava eu que a água das praias do Algarve (lá para as bandas de Armação ou Altura) eram quentes!!!!!!!!!!!!! Pois...estive estes anos todos enganado...vão prós lados de Benidorm e vejam a diferença! Um verdadeiro caldo!
Acho que vale a pena, pese embora a longa distancia de Lisboa até lá...só para terem uma noção, andei uns 3800 km de carro nesta férias (com as voltinhas por aki e por ali)...
Ah... vão ver o parque temático que existe por lá TERRA MITICA... uma verdadeira maravilha que os portugueses parecem não conseguir fazer por cá...
Bem...agora resta esperar pelas próximas férias...

Ficção ou Realidade

Estava eu a flutuar num oceano de bem estar, quentinho como as águas do pacífico (para aí uns 37º). De repente, algo me perturbou, senti-me desconfortável, castrada naquele mar cada vez mais pequeno ... Senti-me em queda livre, vertiginosa que eu tentava a todo o custo travar... as minhas pequenas mãos numa busca incessante de algo a que me conseguisse agarrar... Sentia-me a cair de cabeça para baixo e as sensações iam-me percorrendo, a angústia, o medo, o entusiasmo do desconhecido... Fui escorregando até que se tornou sufocante, eu tentava a todo o custo sair dali... Lembro-me então de ver uma mão amiga que me libertou daquele inferno... Chorando de alegria... NASCI!!!
Obrigado a toda a equipa da sala de partos da Maternidade Alfredo da Costa que no longínquo dia 27 de Fevereiro de um ano memorável me trouxe a este maravilhoso mundo.

Lembro-me de.

Lembro-me de estar doente, devia ser muito pequenina e a minha mãe dar-me canjinha com letras e contar histórias. Devia estar mesmo com muita febre, porque o apetite nunca me faltava (nem falta).
Lembro-me que apareceu um ratinho, no quarto de brincar da casa da Póvoa e eu tive medo.
Lembro-me das latadas com uvas no quintal e eu trepar a uma base de pedra para as apanhar.
Lembro-me das cadelinhas e dos canários e das galinhas e do meu irmão Jorge a dissecar animais.(ratos e lagartixas acho)
Lembro-me de ter enterrado uma boneca no quintal, com cruz e tudo. Depois desenterrei-a.
Lembro-me da confusão em minha casa, mais os irmãos e os amigos , um entra e sai a cada hora.
Lembro-me de chorar quando me disseram que os meus irmãos iam para a tropa e iam morrer. Essa parte não sei quem disse.
Lembro-me de ter atirado a chupeta fora no jardim, para os gatinhos a usarem (versão da minha mãe) . E de a procurar desesperadamente durante semanas e em vão e ter criado uma certa aversão aos ditos animais.
Lembro-me da minha irmã ,com um sorriso radioso nos lábios e ar de santa ,contar histórias de morrer de medo antes de eu adormecer. E eu de olho aberto no escuro a pensar naquilo tudo!Lembro-me de saír da cama de grades onde eu dormia, alçar a perna e fugir para a dos meus pais. Trepava pelo braço dum deles e pimba, estava segura.
Lembro-me de muito mais coisas. Sobretudo duma sensação de calor e conforto, de descobertas e aconchego sempre à mão..
E é só:)

Bom desafio enteadinha:)

Hoje até podiamos falar da primeira memória

Uma das minhas recordações mais antigas é a de ter ido com os meus pais e uns amigos deles para a praia, de noite, fazer piquenicagem celebrativa do S. João. Tínhamos a nossa própria fogueira, riamos e eles comiam chouriços e sardinhas assadas com broa e coisas que tais. Mas do que me lembro melhor é de andar com um pau (de videira acho, embora não seja crível) para trás e para a frente. Enfiava-o na fogueira e tirava-o. A ponta ficava incandescente e eu abanava-o. Ficava a ver as linhitas. Passei a noite nisto e nem tive que ouvir aquela coisa das meninas que brincam com o fogo mijarem na cama. Mais tarde achei muito bonitas aquelas fotos em que só se vêm os rastos dos faróis dos carros. São parecidos, os faróis e os paus (isto não soa muito bem, pois não?).

Pure Black and White


29 de agosto de 2004

regresso

Sim, finalmente regressei de férias. Já não é preciso desesperarem mais.
'Tou demasiado ensonado para escrever, vou dormir um bom bocado, quando estiver minimamente acordado escreverei qualquer coisa com mais de duas linhas e meia.
Aconselho uma olhada a este post.

Já viram os dois botões para ajudar os animais e as pessoas. Façam o favor de clicar pelo menos uma vez por dia e, já agora, de os propagar na barra do vosso respectivo blogue privado se tiverem essa gentileza. É estranho pensar que o blogue Abrupto tem mais links espalhados na rede que o Hunger Site, por exemplo. Claro que isto não tem nada a ver com o dono do blogue Abrupto, mas sim com todos os utilizadores da internet ou mesmo com todos os seres humanos. O Abrupto é apenas um entre outros, e fico contente que ao menos não seja o Pipi a ter tantos links.

Ricardo, as Fenders acabadas de sair da loja eram só as das novelas right? Não as do site, pois não?

27 de agosto de 2004

Lagoa do Paraiso

Complemento do post anterior:
Com esta moleza toda, apetecia-me estar aqui


Lexotan

Hoje estou em modo lexotanado.
É sempre assim, por muito que tente resistir aos malvados comprimidos, volta e meia em dias de insónia, lá vou eu buscar um...o resultado é sempre o mesmo,ressaca zombiesca, moleza e muito sono.

Como eu odeio os malditos comprimidinhos brancos.


Fina e Segura depois de ir ao WC...

O que os publicitários inventam, para camuflar um vulgar penso higiénico.
Segue embalagem duma inocente criatura dessas.
Ou seja, seremos finas e seguras depois de o usarmos:)
Adoro o termo:)


Costa da Caparica Ontem Às Sete e Vinte e Três da Manhã


sobre o direito à preguiça

olhando para os postes postados nos últimos tempos, verifico uma permanência de postes assinados por um tal carlos que se torna preocupante.

preocupante para quem os lê porque a maioria são absolutamente inúteis e dispensáveis.
preocupante para quem os escreve porque denota uma falta de imaginação aflitiva.

como é util manter alguma sanidade neste blogue (que ontem se manifestou particularmente vico e activo), entende-se por bem recordar o dito carlos (por sinal, eu) que o direito à preguiça, é uma boa justificação para estar quieto e calado por uns tempos e deixar que quem tem mais coisas a dizer que o diga e escreva.

sem outro assunto, de momento
respeitosos cumprimentos

Preguiça generalizada

Mais um bocadinho e o sono vence-me.
Aliás já me derrotou, porque acordei às nove e meia hoje.
Acho que vou passar o fim da tarde a uma esplanadinha do Cais do Sodré e ver o Rio.
Beijos a quem for de beijos.

espreitem

26 de agosto de 2004

Postistérico

EU sinto-me discriminado porque EU não tenho MSN e porque EU não participo das vossas querelas, paixões, confusões, amuos, sorrizinhos e segredinhos! Nem um pingo dos vossos amores e ódios recai sobre MIM! Nem um laivo da vossa distante vida cibernáutica. E logo eu, que estou cá desde o princípio dos tempos, que SOU tão importante e muito, muito mais.

Vou para o meu canto obscuro, sozinho ler o Freud porque gosto muito de ler coisas que EU próprio poderia ter escrito e que concordam inteiramente com as MINHAS opiniões e que sugerem que os outros é que são loucos, desviados e perversos por serem tão normais como são!

É a vossa normalidade que me oprime! (Não, não é a vossa, é a dos outros). E a falsa originalidade e individualdade dos que têm a mania que são diferentes mas que acabam por ser absolutamente iguais mas ao contrário: absolutamente vulgares, absolutamente chatos.

Católicos, muçulmanos, judeus, budistas e animistas: odeio-vos a todos de maneiras diferentes que são sempre a mesma maneira.

Esquerdistas, direitistas, pretos, brancos e todos os gradientes de cinzento: que nada sobre, que tudo desapareça!

Ah! que tristeza não poder já hoje anunciar o fim da humanidade e o meu princípio...

1988/08/25 - Chiado

(cerca das 05H)



Já me começa a faltar a paciência...

Não sei se é da idade ou da (in)experiência, minha ou da dos outros, contudo, confesso que já não tenho muita paciência para alguns comportamentos reveladores da falta de humor. Os mais simpáticos apontam como principal causa a ingenuidade, agravada pela falta de sexo ou uma educação excessivamente preservativa. Eu chamo-lhe estupidez. A estupidez devia ser considerada crime ou no mínimo taxada a 19%. Caros amigos de Blog, este espaço, tal como o entendo, vive da inteligência de todos os que nele participam, vive do humor que aproxima as pessoas, não de amuadinhos. F! bem vindo, por mim estás desculpado, até porque não trabalho numa repartição de finanças.

Zoe socorro!!!

Coloquei dois novos links , o Ajudar pessoas e Ajudar os bichos, ao TheHungerSite e o Theanimalrescue site. Se clicarmos lá, ajudamos pessoas e bichos .
Zoe sabes meter aquela gifzinha ou ícone como botão? Eles fornecem isso no site mas eu não sei introduzir em template.
Ajudas?
Aos outros...faz favor de clicar diariamente, não custa nada, só pressionar uma tecla.

Os Olímpios

Isto dos jogos olímpicos é um bocado cruel. A pessoa começa a ver primeiro sem grande entusiasmo apenas as modalidades que lhe interessam (como a ginástica). Só depois começa a ficar meio viciada. É fácil descobrir quando isso acontece. No momento em que damos por nós a ver modalidades tão totós como os trampolins, o voleibol de praia, o hóquei em campo ou o hipismo estamos completamente pedrados. Chegados a este ponto não há nada a fazer, não há retorno. Vamo-nos embrenhando cada vez mais. Prova disto sou eu, que hoje de manhã me fartei de chorar à conta da vitória grega nos quatrocentos metros barreiras femininos. Só uma pessoa fora de si choraria com uma coisa destas. Estou convencida que as televisões passam mensagens subliminares para nos subjugarem à coisa. E resulta. Jogos olímpios, é isso que eles são.


Fani Halkia

como imagino que nenhum de vocês more no vale grande, este post não vos deve tirar o sono

esta é a barragem da minha terra (ou perto da minha terra, para ser rigoroso).
parece ser excelente para fazer rappel tanto do lado seco como do lado húmido (de acordo com os meus filhos e os amigos deles...)
tem igualmente uma parede de escalada natural numa das encostas escarpadas.
tem uma vista fantástica para o lado seco (a aldeia de vale grande).
a vista para o lado húmido é a normal das barragens. um lago, umas margens, umas árvores.
que eu saiba, foi construída nos anos 40, ou perto disso.
que eu saiba, nunca foi esvaziada para reparações.

se o eng. ribeiro ainda vosse vivo, talvez lá fosse saltar como na pala de alvalade e gritar que aquilo estava mais seguro que o viaduto duarte pacheco (a comparação não era muito difícil de aceitar...).
como não está, não sei se acredite que aquilo é seguro...




bom dia

este é um post de bom dia.


apenas

25 de agosto de 2004

Resumindo.

Cada qual escreve como lhe apetece escrever.
Cada qual é como cada qual.
Se precisarmos um um dos outros, estamos aqui.
Se calhar bem sermos criticados, também estamos aqui.
Todos nós gostamos, todos somos.
Como dizia a minha Avó Maria.
Ana Lúcia por sinal.
Um pretexto para dizer , que só habitamos este blog, porque somos essenciais uns aos outros.
Tenho muito poucas recordações de quando ardeu o chiado, era demasiado jovem. Sete anos. Só do momento em que entrei na sala e vi fogo na televisão. Fogo, jactos de água e escadas com bombeiros na ponta. Tenho desse dia esta imagem estática e extensa do fogo. Uma só. Mas tudo aquilo acontecia num país distante.


PS de desenrascanço - Não consigo aceder aos comentos, o que se passa? Carlos, vou comprar o livro. Voucomprarvoucomprarvoucomprar. Obrigada. :j

o caminho para marte: um romance pós-modem

este é o livro do eric idle.
editado pela gradiva, sob responsabilidade das produções fictícias.

é a história de 2 cómicos (stand-up comediants, como agora se diz) que fazem o clássico circuito de espectáculos até marte. o típico cara-branca (sarcástico e sóbrio) e o típico nariz vermelho (iconoclasta e louco). mais um robot que pretende estudar porque os humanos riem. e qual a génese e o significado da comédia.
é o livro com a maior sucessão de piadas por linha quadrada que me lembro de ler.
deve ser livro primeiro de jacto para sentir o ritmo, e depois lentamente para saborear todas as piadas que perdemos na primeira leitura.
cheio de piscadelas de olho. até aos próprios monty phyton.
transbordante de delicioso nonsense

é o livro

este:


um poste completamente inútil e vazio de ideias para ver se acordo alguém que, no mínimo,me chame nomes por ter este post ridículo sem uma única ideia

era para postar a propósito da recente ainda maior violência sobre os sem abrigos de são paulo e lembrei-me dos 'pavilhão 9 e do seu mais que excelente disco 'se deus vier que venha armado' e da excelente música 'execução sumária', mas achei que o hip-pop não fazia o estilo de linguagem dos postadores desta casa e talvez nem estivessem muito interessados em saber que esta semana os esquadrões de limpeza de são paulo já tinham morto 10 sem abrigo.
lembrei-me de um documentário de ontem na 2, em que a autora tinha passado uma semana como sem abrigo em londres. lembrei-me o seu espanto pela indiferença das pessoas que passam. o seu espanto pela solidariedade entre os que vivem na rua. pelo amor entre duas pessoas que viu nascer e crescer.
pelo regresso á pré-história em que metade do dia é consumido a procurar alimento e a outra metade a procurar abrigo para dormir.
lembrei-me, a propósito disso, de uma tese sobre a invisibilidade humana que um brasileiro escreveu relatando a sua experiência como trabalhador da limpeza num hospital em que até alguns colegas dele, professores como ele, o não reconheciam por nem sequer olharem para ele.
e lembrei-me de um tipo que um dia me veio pedir um cigarro no meio da washington square de nova iorque porque eu lhe estava a tirar uma foto.
ficámos a falar perto de 2 horas.
fazia parte duma imensa comunidade que vive sob as ruas de nova iorque. os 'mole people'
alguns vivem lá em baixo e trabalham sem sair á luz do dia.
outros são mendigos á superfície
outros têm trabalhos normais e regressam aos subterrâneos ao fim do dia.

lembrei-me que andamos muito distraidos
lembrei-me que não olhamos para os outros
lembrei-me que ignoramos o que se passa á nossa volta

lembrei-me que nos preocupamos (ou alegramos) com a derrota do benfica, a medalha do francis, o último disco do tom waits, o livro do eric idle

lembrei-me que nos esquecemos

Há 16 anos o Chiado ardia

Havia um fado assim " foi a vinte e cinco de Agosto, que perdi a minha casinha".
Na realidade cerca de quinze ou menos famílias perderam a habitação.
Mas ficámos todos abalados ao ver Lisboa a arder.
E apesar de bem reconstruída, o Chiado ainda ficou mais desertificado. E se brilha de dia, à noite é triste.
Foi exactamente hoje. E a esta hora estava eu numa Junta de Freguesia a atender pessoas, que tinham ficado apenas com a roupa que vestiam quando saíram de casa e completamente traumatizadas.
Lembro-me de ter chorado, quando vi as chamas nos Armazéns do Chiado. Na altura não sonhava sequer que ia ali nascer a FNAC.E as chamas tem tanto de destrutivo como de belo. Atraem.
Memórias.
Pode este ser um tema?
Abeijos e braços.


24 de agosto de 2004

Rendo-me!

Ok. Já que notaram a falta do meu contributo nos temas anteriores (treta), resolvi falar sobre este que é muito mais interessante!

Considero que nunca estive para lá do risco. Costumo dizer que andei (e gosto de andar embora não o faça com frequência) sobre o risco. Mas as minhas primeiras caminhadas até ao risco que separa o estado "lúcido" do estado "piela" aconteceram nos Verões de 1993 e 94 em Armação de Pêra. Foram as minhas primeiras férias fora com amigos. No primeiro ano fomos acampar e no segundo (viva o luxo) alugámos um apartamento.
Compravamos vodka, Trinaranjus e iogurtes líquidos daqueles de garrafinha. Pois as garrafinhas, após bebido o iogurte durante o dia eram cheias à noite ora com vodka ora com o sumito de laranja. Metíamos aquilo numa mochila e toca a andar para a praia às tantas da noite. Era muito giro, porque, uma vez na praia, depois de umas sessões de: garrafinha de vodka-garrafinha de sumo e outras sessões de garrafinha de vodka-garrafinha de vodka... um gajo não consegue mais fugir das ondas. É verdade. Gostava de me aproximar das ondas e depois tentar fugir delas. É deveras engraçado e é uma experiência que recomendo. Por outro lado, também descobri que consigo correr a uma velocidade bastante considerável nesse estado. Ou seja não conseguia reagir a tempo de fugir das ondas, mas conseguia alcançar uma boa velocidade em sprint. Coisas...
Lembro-me também de estar abraçado a um amigo meu a tentar ler ao longe um cartaz que dizia "Não suje as praias". Acreditem ou não, aquilo que nós conseguíamos ler era "não surf as primas". Tentámos vezes sem conta e líamos os dois isso. Estavamos de acordo: era "não surf as primas" que lá estava escrito! E só no dia a seguir conseguimos perceber o óbvio. Essas férias tiveram outras situações engraçadas, mas também não me vou agora abrir aqui todo, não acham?

falemos de coisas sérias....

se querem falar de destilados... falemos
que querem falar de inebriantes prazeres falemos...
mas falemos a sério.
de vez !!!

1.
os ingredientes:
1 quilo de espichados (no sul creio chamarem-se molejas ou redinho)
1 fígado de porco
1 quilo de lombo de porco

2.
os preliminares:
cortam-se os espichados em pedaços de, aproximadamente 2cm, temperam-se com sal e deixam-se descansar numa malga
procede-se de igual modo para o fígado e para o lombo, que se guardam em malgas distintas.
deixam-se repousar e ganhar o sabor de sal durante umas horas (poucas)

3.
a função:
verte-se um fio de azeite num tacho de fundo largo (preferencialmente de barro preto).
adicionam-se 3 ou 4 dentes de alho, uma folha de louro e um pouco de pimenta
deixa-se estrugir sem que o alho queime.

deitam-se os espichados no tacho e fritam-se bem.
vão-se mexendo para não agarrarem ao fundo.
têm que ficar bem fritos por duas razões:
a) para serem saborosos
b) largarem a gordura que vai permitir cozinhar a restante carne

logo que estejam bem fritos, adiciona-se o lombo de porco cortado um cubos pequenos e deixam-se cozinhar.
por último, apenas por uns minutos, junta-se o fígado.

logo que esteja tudo cozinhado na gordura dos espichados misturada com o refogado, retira-se do lume e deixa-se uns dias a embeber o sabor na banha em lugar fresco e seco (pode ser o frigorífico, mas a minha avózinha não sabia o que isso era...).

o acto:

retira-se com uma colher de pau (sim !!!! de pau !!!! os senhores de bruxelas que metam as de plástico num sítio que não lhes digo porque eles eram capaz de achar piada à ideia.) a quantidade que queremos comer e aquecam muito bem.
deve ser comido bem quente acompanhado de batatas cozidas com a pele


e...
sejam felizes.....

Balvenie Single Malt: o whisky da minha vida!

The Balvenie Distillery is most unique. It grows its own barley, still does its own floor maltings, has its own cooper to maintain the barrels in which its whisky is matured and has its own coppersmith to take care of its stills. Balvenie Distillery was founded in 1892 near the ruins of the fourteenth-century castle by the same name. It is also located next to the famous Glenfiddich Distillery and, in fact, shares the same malt supply and water source. That is where the similarities end, because the whiskies are completely different in character.

Miam miam, que delícia:)

A primeira bebedeira (que demorou mais tempo a escrever que emborcar...)

Lembro-me muito bem da minha primeira bebedeira. Foi no pico melodramático da minha adolescência, no tempo em que ganhei o concurso de poesia da escola com um poemita hediondo, um sucedâneo mal engendrado dos sonetos da Florbela Espanca – todas as colegas pediram cópias. Por esses dias eu andava apaixonadíssima pelo irmão (o motor do poema) de uma amiga (a do primeiro beijo, nem perguntem, hoje é uma valente parva). Acontece que era atada, e chamar aquela minha pancada de paixão platónica é o maior dos eufemismos. Delirava com o rapaz, é certo (especialmente de noite, como é normal), mas sempre que estava perto dele virava bicho, mais parecia que tinha engolido um barril de pólvora. Nunca sequer cedi um beijo (do que muito me arrependia cada vez que lhe fugia com a boca). Acontece que esta pancada durou muito tempo, talvez uns dois anos – o quem em anos adolescentes dá para aí uns cinco (anos de adolescente são assim como os anos de cão) – e nesses dois anos eu andei pior que o Deus me livre.

Devia ter cerca de catorze anos no dia da bebedeira. Estava naquele estado deplorável típico da juventude suspirante. Foi numa festa de aniversário de uma tia (também uma valente cabra), juntou-se a fome com a vontade de beber. Lembro-me de começar a noite muito triste, a festinha era uma seca, estava só a família. Lembro-me de me sentar num sofá e de experimentar um cálice de vinho do porto (ferreira, daquele muito barato, uma zurrapa). Assim fiquei, sentadinha no sofá, levantei-me só para discretamente desviar a garrafa para o pé de mim. A minha mãe nem desconfiou, alias nem ela nem ninguém. Só ficaram desconfiados quando me viram a andar sobre as linhas do soalho e a dizer a toda a gente que não estava bêbeda. Tinha bebido meia garrafa da tal zurrapa (acho que o meu fígado ainda não se recuperou). E continuei noite fora a fazer quatros e a deitar-me sobre as escadas, sempre muito langorosa e lírica. A família não ficou assim tão preocupada, não havia nada a fazer (mas depois disso a minha mãe prestava mais atenção às garrafas esquecidas ao pé de mim).

A noite acabou no entanto de uma forma brilhante. Eu e a mãe fomos dormir a casa da tia, que por sua vez morava no mesmo prédio que o rapaz. Sei que eram umas três da manhã e batem à porta, alguém me veio chamar, era ele (talvez por ser noite de festejos ninguém achou isto demasiado estranho). Eu já tinha metido a cabeça debaixo da torneira e estava deitada. Levantei-me de um pulo, vesti qualquer coisa e fui para a varanda ver o que ele queria. A varanda dava para o rio, que seria uma coisa boa e romântica caso o rio em questão não fosse o Leça, e ele veio para mim com uma conversa mole, casual, lânguida. Acabou por contar como gostava da Celine Dion (que eu adorava, perdoem, é da idade), que gostava de uma canção em especial, que mesmo não recordando hoje qual era, sei que era também a minha favorita (suponho que a coincidência fosse da responsabilidade da irmã, que lhe dava informações privilegiadas). Fiquei muito lamechas (pudera, depois do dia que tinha tido), mas a coisa, mesmo assim, deu em pouco. Creio que nos abraçamos. No outro dia fui a primeira a acordar (oito da manhã, sem pingo de mal estar) e levantei-me para ver os bonecos na TV, porque era fim-de-semana.

Muito mais tarde a paixão passou, ou melhor, trespassou-se para a paixão anterior (igualmente mal sucedida). Mais tarde ainda, numa manhã indiferente (quando já nem me levantava cedo para ver os bonecos), estando a fazer qualquer coisa e com a TV ligada no programa do Goucha (ainda na RTP), ouço-o apresentar uma nova Boys Band do norte, olho para a TV já meio a tremer e os meus receios confirmaram-se. Lá estava ele, era o mais dinâmico dos cinco (equivale a dizer que era o mais totó) a fazer charme para a Sónia Araújo (essa sonsa que mais tarde me voltaria a atormentar). Alguém me recortou uma entrevista com eles no JN, ainda a guardo à laia de recordação. Faz-me sempre lembrar daquelas outras pessoas.

Ficou algo longa, mas aqui está (quase) história da minha primeira bebedeira.

A Manjedoura

Era uma vez um rapaz que tinha a mania de observar os outros com as lentes da sobranceria intelectual. O rapaz tinha 16 anos e andava a ler um livro de aventuras fantástico que se chamava "Materialismo e Empirocriticismo", quando decidiu juntar todas as latas de conservas que existiam em casa dos pais e partir para Vila Nova de Milfontes. Tinham-lhe dito que era um sítio óptimo para observar a espécie humana.
Na primeira noite (depois de várias tentativas para montar a tenda num sítio que não lembrava ao diabo) dirigiu-se a uma taberna onde se ouviam uma vozes que cantavam em várias idiomas as cantigas da moda da "esquerda folclórica".
Lá entrou o rapaz com o ar de quem vai tirar notas sobre a fauna para uma qualquer pesquisa.
Não havia lugar para sentar e acabou por se acomodar no chão junto a uma janela tendo por companhia um jarro de vinho tinto.
Ainda uma hora não tinha passado sobre o primeiro copo e já o nosso pseudo-intelectual berrava a plenos pulmões uma canção em italiano que lhe soava vagamente a um hino e deu por ele ladeado por duas raparigas alemãs do género misto (mistura de frigorífico com arca congeladora). O nosso herói não se lembra de mais nada com rigor. Apenas de umas mãos que entravam e saíam de dentro da sua roupa e de uma das alemãs a tentar perceber a que sabia o interior de um dos seus pavilhões auriculares.
E lembra-se vagamente de subir uma rua de braço dado com as ditas germânicas, ao nascer do sol, a cantar "vamos lá saiiiiiindo por esses campos foraaaaaa...."
Estavamos em 1976.
A filha mais velha deste personagem telefonou-lhe de Milfontes na semana passada a dizer-lhe que a Manjedoura já não existia.

mais um post abichanado de um tipo que não gosta de cadelas

confesso:
odeio a ideia de ficar bêbado.
odeio a ideia de não ser completamente senhor das minhas capacidades.

mais confesso:
apanhei uma única cadela em toda a minha já longa vida.

esta é a história da minha cadela:

para um adolescente, as noites de natal estão incluídas no capítulo das coisas mais deprimentes do mundo.
já não temos a ilusão do menino jesus a descer pela chaminé e o pai natal não era muito famoso ao tempo da minha adolescência (era ainda apenas uma coisa do norte da europa e dos locais por eles influenciados..)

como era normal na noite de natal na minha família, só se jantava á meia noite o bacalhau cozido com couves e batatas (sem grão, mas com cebola e ovo).

tal como todas as noites, juntavam-se os amigos nos 'quatro-caminhos'.
a diferença é que nessa noite éramos mesmo só nós.
os cafés fechados. ninguém nas ruas.
uma seca.
deviamos falar sobre o último episódio dos monty phyton flying circus, ou qualquer outra coisa parecida, mas igualmente determinante para a paz mundial...

numa dessas secantes noites de natal, estava com o meu amigo paulo braga sentado no muro dos quatro-caminhos, quando somos confrontados com duas meninas que conhecíamos vagamente, que nos convidam para uma festa em casa de uma delas.
que os pais tinham ido passar o natal à (este 'à' é dedicado em exclusivo ao g2... mas é o único. vou continuar a escrever com ´´´´ e não com ````. desculpa) terra. que não estava ninguém. bora lá.. não sejam chatos.
lá fomos.
a festa estava animadíssima com mais um casal de namorados ou lá o que eram...

por uma daquelas razões só explicáveis pela inexplicabilidade de certas coisas, achamos os dois que não estavamos com pachorra para aturar as duas simpáticas meninas e fomos atacar uma garrafa de moscatel.
antes da meia noite, que era hora de estar em casa para a consoada, tínhamos limpo o moscatel, desiludido as meninas, e ganho uma cadela que transportamos carinhosamente para o doce lar.

a família ficou a saber que eu era muito mais conversador que aparentava.
os irmãos ficaram a saber que eu sabia muito mais do que mostrava.
eu não voltei a apanhar nenhuma cadela (acho que as cadelas devem andar á solta, ou que já têm dono)

A primeira vez que...

Propõem a enteadinha e a sobrinha de Coimbra um tema interessante.Em minha casa sempre se bebeu vinho às refeições. Aliás jarro de água, jarro de vinho, quase geminados. Por isso sempre tive uma agradável relação com a bebida.
Mas a bebedeira que eu recordo, foi a primeira. Aos 17 anos e com a casa dos pais esvaziada dos ditos (tinham ido num cruzeiro qualquer), aproveitei e fiz uma mini rave com os amigos todos. Comemos bifes, atacámos um Mateus Rosé (argh) e eu resolvi estrear-me no whisky. Na minha santa ignorância, provei e gostei, bebi como se fosse vinho.Passado um bocado fiquei estonteada e fui à casa de banho. Depois não me lembro senão de acordar na cama, rodeada de amigos, com um alguidar ao lado. Tinha sido encontrada na casa de banho em coma alcoólico, pressuponho e com o nariz a deitar sangue.Ficaram toda a noite a tomar conta de mim, eu tanto contava histórias tristes como gargalhava. Claro que me desbronquei toda e contei as histórias e segredos do grupo em público. Dessa noite surgiu um namoro, dado que revelei a ambos, que se adoravam secretamente:)
Recordo a ressaca no dia seguinte. Diabólica. Os meus pais chegavam e eu tinha que arrumar a casa. Nem podia com a cabeça. Por fim esqueci-me das chaves dentro de casa, tive que chamar os bombeiros que partiram um vidro para entrar e abrir a porta .
Tive que explicar muita coisa depois. Mas os meus pais compadeceram-se do meu ar acabrunhado e omitiram comentários. Eram uns queridos:)
Depois disso, aprendi que uma bebida branca requer saber bebê-la. E se tive muitas e divertidas bebedeiras, tenho sempre cuidado .

Nota: Bem vindo Gasel Manuel!!! E postares, não??? Grrrrrrrrrr!!!
Ora aqui vai desta, de facto não me lembro da minha primeira bebedeira, está perdida algures entre as saídas nocturnas e as ressacas matinais, por isso vou contar uma das que mais me marcou

data: fim de ano em Ourense, finais dos anos noventa

Como de costume, passagem de ano em Espanha, desta vez numa cidade gelada mas acolhedora.
Primeira paragem, um pequeno bar ao lado da catedral, cheio de portugueses armados ao pingarelho, ou seja, de fato e gravata mas sempre com um arzinho azeiteiro a condizer. Solução: beber vários shots de tequilla e partir para a acção
Após beber, entro em acção, qual Ramba do bom gosto.
Quando dei por mim, o alvo escolhido estava de tronco nu, com a camisa atada à cinta e eu com a gravata dele na cabeça

Serviço feito, celebrei bebendo mais, mudei de bebida, passei para um vodka limão.

Saída do local e passeio animado pelas ruas, acompanhada de um amigo que se lembrou de me mostrar uma bebida nova: vodka martini (para quem não sabe, é uma parte de martini rosso para duas ou três de vodka), pois que eu gostei e bebi umas duas.
Feliz e contente da vida continuei a celebrar o fim do ano até que fomos parar a uma discoteca com ambiente seleccionado, ou seja o porteiro não deixava entrar quase ninguém. O dito porteiro tinha uma traquitanga roxa que parecia uma espada Jedi com a qual escolhia quem entrava ou não na discoteca
Eis que a Ramba que há em mim volta a entrar em acção (sempre a defender a honra dos oprimidos alcoólicos), e quando dei por mim, tinha roubado a traquitanga e fugido, e o porteiro com ar pasmado a olhar para mim.
Mas, mas, algo correu mal…. Deixei a traquitanga no meio da rua e refugiei-me num bar, na casa de banho do bar, para ser mais precisa. E “the horror, the horror”, tranquei-me na casa de banho dos homens e não reparei que estava lá um homem (se calhar também escondido, não perguntei).
A Ramba ficou sem forças, cambaleou e não conseguia abrir a porta do wc, era a batalha final e eu tinha perdido…mas alguém me abre a porta e sai para o ar livre…bebo mais um vodka martini e acordo no dia a seguir com a cabeça a pesar mais do que a catedral de ourense.
Vou ter com o meu grupo de amigos e reparo que em nome do bom ar e do decoro as mulheres do grupo não me falam.
A vida duma heroína alcoolizada é muito difícil

Coisa bonita de se ler.

É engraçado cruzar experiências ou quotidianos.
Isto anda de facto bastante acelerado.
Só fez falta o texto do Ricardo, sobre o tema.
Mas fica perdoado.
Pensem no desafio para amanhã. Acho que a Lau devia escolher, ou a Maria.
Abeijos e braços.
Nota: Entretanto as moças já escolheram.
Amanhã escrever sobre a primeira bebedeira:)
Ou a que recordamos mais. Como queiram!

23 de agosto de 2004

Paixão platónica tardia

Fiquei fisgada no que disse o g2 acerca das paixões platónicas pelos professores. E lembrei que tive uma, não há assim tantos anos, pela minha professora de desenho. Era em absoluto a mulher mais bonita que alguma vez me passou pela frente. Lembro de praticamente não conseguir falar com ela, ficava sempre com excessos de agressividade oral, de rudeza. Lembro de me ter arrepiado de lés a lés (realmente arrepiado, assim como numa descarga eléctrica) quando uma vez que estando eu aplicada no cavalete ela me agarrou o ombro. Lembro de mais tarde, quando já tinha abandonado o curso (as aulas de desenho abandonei à terceira tentativa, aquilo era algo penoso) ter ido visitar uns amigos e me cruzar com ela ao virar de uma esquina. Quase esbarramos. Só aí percebi que quando as pessoas falavam em ficar com as pernas a bambas realmente queriam dizer ficar com elas a abanar. Os ossitos devem ter descalcificado todinhos e virado pudim molotof.

Todos os amores são primeiros

Tenho uma enorme dificuldade em determinar a primeira vez em que me apaixonei. Olho para trás e revejo-me quase sempre apaixonado. Paixões que não resultaram em amores e amores que não começaram por paixões.
O que é engraçado em tudo isto é aquela sensação de que tudo acontece pela primeira vez, de cada vez que acontece. Mesmo quando acabamos uma paixão porque surgiu outra mais forte. A seguinte é sempre a primeira.
Falando em paixões já me é impossível determinar qual a primeira vez que se apaixonaram por mim. Aliás estou convencido que nunca aconteceu, o que é estranho várias mulheres e filhos depois do início de tudo.
Alguém me disse um dia que ninguém se apaixonava por mim... eu é que tinha talento para convencer as pessoas que estavam por mim apaixonadas. Algum talento haveria de ter no meio deste vazio.

O primeiro beijo

e a propósito de primeiros amores e afins lembrei-me deste texto delicioso da Clarice Lispector

Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto: ciúme.
- Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar?
Ele foi simples:
- Sim, já beijei antes uma mulher.
- Quem era ela? perguntou com dor.
Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer.
O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir - era tão bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.
E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! como deixava a garganta seca.
E nem sombra de água. O jeito era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de reunida na boca ardente engulia-a lentamente, outra vez e mais outra. Era morna, porém, a saliva, e não tirava a sede. Uma sede enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo.
A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.
E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou por instantes mas logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, esperar. Talvez minutos apenas, enquanto sua sede era de anos.
Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.
O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava... o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada.
O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.
De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga.
Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia abrir os olhos.
Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que realmente ao primeiro gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água.
E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua.
Ele a havia beijado.
Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva.
Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido.
Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar. A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil.
Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele...
Ele se tornara homem.

Clarice Lispector

Dinis

A minha primeira paixão remonta aos tempos da minha quarta classe. a meio do primeiro trimestre entrou para a minha classe um menino novo. Cabelo modernolas comprido, calça à boca-de-sino, olhos muito grandes e claros e uma maneira de falar muito diferente da nossa (era filho de emigrantes). Eis que a menina Mizé (eu) achou piada ao dito jovem que se tornou seu amigo inseparável, até ao dia em que uma amiga sabendo da paixonite aguda disse-o a toda gente, no meio do recreio. Fiquei muito envergonhada, e depois vim a saber que ele gostava da minha melhor amiga.
FOI O MEU PRIMEIRO DESGOSTO AMOROSO.
Entretanto, vim viver para Coimbra, e perdi o rasto ao Dinis e à maioria dos meus amigos da primária mas……
Mas este ano, na Páscoa, estava eu no café em foz côa quando um tio meu vem ter comigo e pergunta-me se eu não conheço o rapaz que está ao lado dele.
Eu olho e vejo um rapaz mais ou menos da minha idade, baixinho, careca, com um ar simpático, mas…nada.
Até que ele diz “não te lembras de mim? sou o Dinis…”
Pois que a Mizé coradinha e envergonhada (sim, sim, ainda tenho resquícios da menina da primária ) ficou sem saber o que dizer, e a única coisa que conseguiu dizer foi “olá Dinis ”, depois ainda falei um bocado com ele, apresentou-me a mulher e a filha.
Foi uma situação engraçada.

Urbanos e suburbanos

A minha primeira paixoneta chama-se Luís. Eu tinha 12 anos e ele 15. Ia passar o mês de Agosto à minha aldeia com os pais. Era de Lisboa e sofisticadíssimo, falava de coisas que eu não conhecia, o que me fazia sentir campónia. Tinha um walkman, andava de bicicleta e tinha uma belas pernas bronzeadas, porque ia para a Costa da Caparica. Trocámos o primeiro beijo debaixo de uma videira: achei horrível. Fomos apanhados nesse momento pelo meu pai o que ainda piorou a sensação. Não sei qual de nós ficou mais envergonhado, se eu ou o meu pai.
O namorico durou três ou quatro anos. O encantamento acabou quando ele me trocou por uma urbana qualquer que também foi passar férias à aldeia. Fiquei danada e mais danada ainda quando a urbana regressou a Lisboa e ele quis namorar comigo outra vez. Mandei-o passear. Mas a história ficou mal resolvida...
Quando eu tinha 21 ou 22 anos, ele disse-me que queria falar comigo. Ele era já um homem feito e queria propôr-me namoro. Assunto sério. Mandei-o passear. Já não me parecia nem cool, nem sofisticado, nem bonito, nem citadino. Apenas pedante.
Agora encontramo-nos a passar férias na terra. Ele está casado, gordo, careca e um bocado pedante.

Way station

Em trânsito. Sinto a falta disto.
Beijos e abraços.

desculpa, querida, ter esquecido o teu nome....

sei que vão dizer que os homens são todos iguais.
que as nossas paixões são tão 'grandes' e tão 'intensas' que passado algum tempo tudo o que nos fica é, ás vezes, com sorte, uma vaga ideia do nome...
podia fazer aqui um parentisses culto para vos lembrar o conto 'the dead' (fica melhor ser citado em inglês, não fica?) do james joyce, para vos fazer notar que as marcas que alguém nos deixa não tem a ver com coisas tão facilmente mensuráveis... mas adiante.

adiante o tanas... ia lá deixar escapar a oportunidade de citar o joyce. aqui vai ela..:
His curious eyes rested long upon her face and on her hair: and, as he thought of what she must have been then, in that time of her first girlish beauty, a strange, friendly pity for her entered his soul. He did not like to say even to himself that her face was no longer beautiful, but he knew that it was no longer the face for which Michael Furey had braved death.

se isso é importante para vocês, acho que se chamava (espero que ainda se chame) helena.

teria eu uns 5 anos. ela outros tantos.
morava uns prédio um pouco mais abaixo de mim.
jurámos amor eterno e decidimos casar (apenas nos faltavam as luvas para ter tudo o que achavamos necessário para o efeito).
passeavamos de mãos dadas pelo parque
existe um foto, que a minha irmã expropriou, em que estou com ela comigo de um lado e uma bola do outro (imagino que fossem os seus dois amores ao tempo, ou uma das formas de me ter preso). se conseguir obter a dita foto prometo postá-la. mesmo que a despropósito.
não vejo essa foto há mais de 20 anos... mas sei-a de cor (by heart, utilizando a expressão inglesa, para quando se refere, pelo menos.. a cantar sem ajuda de partituras..)
os dois sobre o lancil, os totós dela. a saia. um sorriso lindo. a minha t-shirt apertado no pescoço com um elástico (deviam usar-se assim ao tempo, no século 16) uma casaco de malha sobre a t-shirt. uns calções. uma especie de sandálias com meias.. lhac.... ela ao outro de bola na mão. linda :)
imensas vezes ao longo da minha vida tento imaginar o que fará essa senhora hoje.
onde vive. o que faz. do que gosta.
não tem a ver com paixões (como espero que calculem...), mas com a curiosidade de saber o que a vida fez distanciar duas pessoas que acharam tão perto aos 5 anos.
será que alguma vez mais nos cruzámos?
onde?
gostaremos de coisas opostas?
é o mais provável...
afinal gosto de coisas estranhas. e sou um tipos estranho (digo eu, que digo coisas.)

regresso (ou quase)

Verdade, já há umas semanas largas que não postava aqui, nem aqui nem sitio nenhum, porque a vontade sem internet por perto não faz magia.
Parei uns tempos por Lagos a acampar com amigos(sim... tenho de aproveitar este meu ultimo ano de teenager), depois fui por outras paragens: Taizé, é um lugar em frança demasiado maravilhoso para tentar explicar, sim sou egoísta, quero esse prazer apenas para mim; e finalmente, passo uns ultimos dias das minhas ferias de DOIS MESES(ok.. consegui fazer inveja? sim?! ok)- porque ainda estar na universidade tem destas maravilhas - em olhão. E quase por milagre consegui encontrar este sitio com internet, onde num periodo de 30m vou satisfazer todas as minhas necessidades no mundo cibernético...
Boas férias para todos(heheh), daqui a uma semana o meu regresso definitivo.
Até.

levítico 3, 17 estatuto perpétuo é pelas vossas geraçöes, em todas as vossas habitaçöes: nenhuma gordura nem sangue algum comereis.

14 depois oferecerá dela a sua oferta por oferta queimada ao senhor, a gordura que cobre a fressura, e toda a gordura que está sobre a fressura;
15 como também ambos os rins, e a gordura que está sobre eles, e junto aos lombos, e o redenho que está sobre o fígado com os rins, tirá-los-á.
16 e o sacerdote o queimará sobre o altar; alimento é da oferta queimada de cheiro suave. toda a gordura será do senhor.

(levítico 3)

1.
toma-se um tacho de fundo largo, coloca-se um pedaço generoso de banha no fundo. corta-se cebola picada fina, adiciona-se uma folha de louro e um pouco de colorau.
faz-se um refoçado com esta mistura.
logo que a cebola começe a ganhar côr, adiciona-se a fressura ao refogado.
(o fígado deve ser adicionado depois da restante fressura estar estar meia cozinhada).
quanto toda a fressura estiver cozinhada, adiciona-se o arroz e corrige-se o tempero de sal.
o arroz deverá ficar solto.


2.
ao matar-se o animal, recolhe-se o sangue para uma malga que já tem 1/ copo de vinagre.
corta-se o animal em pedaços e coloca-se num tacho com 6 colheres de azeite e duas cebolas picadas finas, um dente de alho esmagado, um pouco de salsa... e um ramo de carqueja.
tapa-se o tacho.... e deixa-se cozinhar, adicionando um pouco de água, se necessário.
rectificam-se os temperos com sal e pimenta deixa-se continuar a estufar em lume brando até a carne estar macia...
adiciona-se água suficiente para o caldo cozer o arroz e, quando esta estiver a ferver em cachão... adiciona-se o arroz lavado e enxuto (para ficar solto depois de cozido...).
logo que o arroz esteja 'al dente' junte o sangue.
logo que volte a levantar fervura retire do lume.



bendita seja a fressura
bendita seja a cabidela


17 estatuto perpétuo é pelas vossas geraçöes, em todas as vossas habitaçöes: nenhuma gordura nem sangue algum comereis.
(levítico 3)

1ª paixão

A minha primeira paixão, platónica, remonta aos 5 anos.
A vítima, o objecto da minha paixão, era o melhor amigo do meu irmão. Tinham ambos mais 7 anos que eu.
Ao contrário do que seria de esperar não vivi o sentimento em silêncio: declarei-me!
Anunciei alto e em bom som, ao próprio, ao meu irmão e... ao meu pai que ia namorar com o dito. Creio, embora não o recorde, que o meu pai esteve tentado a proibir a entrada do pobre rapaz lá em casa. Lembro-me que a minha mãe e avó paterna, como expectável, se divertiram com a situação e nunca ligaram muito ao assunto. O desgraçado ficou tão envergonhado e atemorizado que, de livre vontade, evitou a nossa casa durante uns dias. O meu irmão passou anos a divertir-se, primeiro gozando com o amigo, depois comigo. Sim, devo dizer-vos que este episódio causou-me alguns embaraços durante a adolescência.
Hoje acho muito engraçado, principalmente porque em adulta jamais me teria interessado por ele.
Ele continua a ser dos melhores amigos do meu irmão.

Como eu sou de obedecer aos que mandam

FruProntos aqui vai a história da minha primeira paixão não percebi muito bem isso do plastrónico talvez qualquer arte que eu não conheça terei que ir ver ao catálogo mas adiantando percebi que era pelo menos o primeiro amor sem ser consumado o que não é difícil há tantos que se nos escapam entre os dedos se não fôrmos perseverantes mas foi assim eu ia sempre ao talho do Senhor Arnaldo e era um belo homem o dito magarefe com uns braços muitos peludos e pescoço e peito também sempre com grossos fios e pulseiras de ouro para não falar do brasão com um cutelo no brasão da ordem dos magarefes internacional e sempre que eu pedia um quilo de bifes se faz favor Senhor Arnaldo era vê-lo pegar no animal dependurado cortar-lhe um pedaço num ápice e cortar uns bifes muito bem recortados com aquelas mãozorras ai que até me dá calores só de pensar nelas ai que afogueada ficava só de pensar nem o escrevo que é pornografia pura e aqui temos que manter o nível quepode haver crianças transviadas a ler nunca se sabe ainda outro dia vi uma coisa na Tv sobre isso e era muito assustador depois os miúdos ficam agarrados a computadores e esquecem as pessoas de carne em osso para satisfazer as necessidades reais e só andam nos sítios da piorornografia ai que me desviei ao assunto.
Um dia ia eu airosa ao talho de cesto e laços cor de rosa no cabelo que é a minha cor favorita quando o não o é o vermelho tive uma dramática desilusão em vez do meu querido senhor Arnaldo estava um lingrinhas que parecia feito de carne de galinha e com uma voz fininha e cheio de jeitos e aui que saudades me deram do meu Senhor Arnaldo com o seu vozeirão a cuspir-me ao ouvido ai meu deus como a vida é dura e vim a saber que o Sr Arnaldo tinha conhecido uma americana e tinha emigrado para os Esteites e agora lá está num rancho tipo Dallas mas com vacas e bois e isso e de vez em quando manda un postais isto aconteceu tinha eu Frutuosa uns 5 anos de idade e ouvi dizer o Sr Arnaldo enviuvou e que vem cá em Setembro a ver vamos espero que não tenha esteja muito estragado e que ainda seja consumível vossa sempreadorada.

A primeira vez .

Era uma catraia de uns 12 ou 13 anos, não consigo precisar. Nessa altura éramos completamente marginalizados por uma pequena diferença etária, ou seja para um fulano de quinze anos nós éramos inexistentes.
Era uma altura em que ohávamos muito, sentíamos o coração aos pulos a indiciar "Ele está ali,Ele está ali". Adequava o meu horário no bar para O ver. E quando ouvia a voz Dele, até arrepios sentia. Analisando retrospectivamente, era um bonito rapaz. Olhos esverdeados ou acinzentados, alto, cabelo castanho claro e com um ar de quem está longe, muito longe do mundo. Um dia descobri que ele passava à frente de minha casa todos os dias e eu esticava o pescoço para o ver. Ficava de nariz esborrachado no vidro e a escrever coisas tolas no diário.
Verdade seja, que achava os miúdos da minha idade uns chatos. Tinha um ruivinho que me perseguia até à mercearia. E nunca disse uma palavra, nem sequer para ajudar a carregar as compras.
Mas o J, bem o J era O TAl. Devia ter 16 ou 17 anos e nunca me passou cartão.
Não o vi durante muitos anos, até que um dia em que fui a Leiria, tinha eu uns 38 anos sentei-me numa das esplanadas da Praça Rodrigues Lobo.
Senti-me olhada e correspondi. Era ele. Vagamente sabia quese tinha tornado arquitecto e que tinha um problema de alcoolismo. Reconheci-o mais pelos olhos, que continuam a ter a mesma expressão e ele fez-me um vago sorriso de reconhecimento .
Acho que foi a primeira vez que deu por mim, aquela miúda chata que o mirava com ar adorador e em quem ele tropeçava por todo o lado.
Ou será que sempre soube? Acho que nunca o vou saber. Mas acho que às vezes ainda sonho com ele.

E o tema é:

Por deliberação conjunta, vamos falar da nossa primeira paixão platónica.
Aquela dos 5, 8 ou 11 anos...
Quem não a teve?
Abeijos e braços.

22 de agosto de 2004

Grito roubado

Moderno, você é moderno

Além disso, somos modernos pelo simples facto de vivermos no presente. Ainda ninguém descobriu a arte de viver no passado e nem sequer os futuristas descobriram o segredo de viver no futuro. Somos modernos quer queiramos quer não. Talvez o mero facto de eu atacar agora a modernidade seja uma maneira de ser moderno.

Jorge Luís Borges em Este Ofício de Poeta

PS - Título açambarcado de uma canção de Rui Veloso. A letra é, quase de certezinha, do Carlos Tê.

Domingo de Santa Preguiça

Terminou o turno, preguiçar e ir ao Guincho talvez.
Apetece-me mar. E vento com certeza.
E estou a pensar na primeira vez de amanhã...excluíndo as demasiado óbvias.
Abeijos e braços.

Faço nada.

Não faço nada. Hoje, amanhã, Não faço nada desde 21 de Junho. E até Outubro prevejo que nada faça. Que vida.

20 de agosto de 2004

O primeiro dia das minhas aulas na Escola Primária nº 69 da Rua dos Sapadores à Graça

Queridos e queridas teria que contentar a adorável menina errezinha e prosear sobre o meu primeiro dia de aulas de aprender a ler e escrever e essas coisas mais que foi numa data algo distante mas não vou referir datas porque as verdadeiras lades não têm idade só se exerce a dita até aos vinte e cinco e depois é deixar os anos paradinhos como convém mas prontos a porra do verbo salta-me depressa e eu quero falar do meu primeiro dia de aulas na escola nº 69 bela escola que ainda hoje se mantém com o mesmo nome ops número mas vou começar a contar a minha mãe foi comigo à Baixa comprar um tafetá cor de rosa e mandou fazer à Dona Arlinda um vestido aos folhos muito airoso e depois levou-me à saudosa Dona Ivete fazer uns caracóis tipo Shirley Temple e comprou-me uns sapatinhos de verniz e um casaco de veludo de outro tom de rosa mas a rimar tudo além disso a minha mãe obrigou-me a treinar uma vénia e comprou-me uma malinha singela também nos mesmos tons.
Levou-me pela mão ela própria à escola lá resmungaram qualquer coisa sobre a minha cédula apesar de eu ser legitimizada pelo meu pai que trabalhava no Batalhão de Bombeiros e tinha uns bigodes como agora não se veem mais ele fez-me a mim e à Floripides mas conservava outra família na Porcalhota mas tudo gente feia e sem interesse pela cultura e beleza e é neste momento que pego no lenço e me assoo meus saudosos pais que tanto me ensinaram e transmitiram sempre os valores mais importantes e isso que interessa e adiantando a escola era até engraçada mas as cadeiras eram de madeira e os outros miúdos um bocado maltrapilhos e com ar de rufias mas eu aguentei-me à bronca que remédio a troco da venda de beijos na cara debaixo da árvore do pátio e de lhes explicar os factos da vida que os gajos não percebiam mesmo nada de nada e consegui não estragar a bela da roupinha nem o penteado que eu já sabia mais da missa que o vigário.
Gostei sempre muito de ir à escola também não ia muito já se vê tinha que ajudar em casa e aprender outros ofícios mas a professora a Dona Felizarda era muito incompreensiva e ajudava sempre e prontos tenho pena de não ter estudado mais que agora era uma doutora como deve ser e talvez estivesse na politica quem sabe e é isto que se me oferece dizer cara menina errezinha e restantes beijoco-vos com muita adoração.

A minha professora

Não me lembro muito bem do meu primeiro dia de aulas, mas sei o que levava vestido e chovia porque eu tinha uma capa de plástico. Era a única aluna da freguesia na primeira classe. A minha mãe até me tirou uma fotografia, onde apareço com um sorriso envergonhado.
Nesse dia a minha vida mudou. Conheci outras crianças. Acho que até aí tinha brincado com poucas, a não ser com as minhas irmãs e com a vizinha que estava muitas vezes doente porque tinha otites. No recreio só se brincava à apanhada e eu corria pouco, era logo a primeira a ser caçada, não tinha muita graça. Lembro-me que apanhei piolhos muitas vezes, detestava leite com chocolate mas era obrigada a beber. Os outros meninos diziam coisas que eu não percebia, depois explicaram-me que eram palavrões e que eu não podia dizê-los.
No meu primeiro dia de escola, a minha mãe adquiriu outro estatuto, mas não estranhei porque sabia que iria ser assim. A minha mãe acumulava funções. A partir da 8 da manhã, passava a ser “senhora professora”. Á 1 da tarde voltava a ser a minha mãe, quando saía da escola. E foi assim que a tratei durante os quatro anos da primária, sem nunca me baralhar. Ela também nunca se baralhou, em relação ao tratamento que me dava fora e dentro da escola.

1º dia de escola

As imagens que tenho do meu 1º dia de escola surgem-me tipo Flash.
Fui pela mão da minha Mãe que, como só ela é capaz, tinha tornado a ocasião tão apetecível que me encontrava eufórica.
Lembro-me que a minha tia me tinha cortado o cabelo “à tigela”, que não sei se era a denominação real do corte ou se uma invenção da minha família. O corte, para que conste, oscilava entre o estilo arredondado dos Beatles e o género Branca de Neve :)
Envergava umas calças de bombazina azuis escuras com as respectivas joelheiras, tão em voga à época. No cabelo, um gancho tornava-se obrigatório para (tentar)segurar o remoinho da franja.
Achei a escola enorme! Alguns colegas pareciam-me muito grandes... lembro-me do terrorista da turma que no entanto nunca me incomodou (respeito?!) e do primeiro namorado ;)
Nos primeiros dias achei tudo divertido, até me aperceber que aquilo era obrigatório, tal como a bata (grrr!). Da minha professora primária, infelizmente, não guardo boas recordações. Era muito enjoada e dizia que eu(?) falava muito.

Escolinha

De bibe castanho e branco feito pela minha avó e amuadíssima, lá fui eu para a escola primária, para a sala da dona Mariazinha.
Estava revoltada porque em vez continuar a passar os dias a brincar, ia começar a ter que passar as tardes na escola.
É claro que odiei a escola, estavam lá as minhas amigas todas, mas não podíamos sair e ir passear para o campo como fazíamos antes, as cadeiras de madeira eram desconfortáveis e a sala era fria.
a professora era rígida e ríspida sempre com a régua comprida em riste, berrava muito mas não sei porque carga de água engraçou comigo
Sim, eu, a menina que se esquecia que estava numa sala de aulas e começava a falar alto com as amigas; a que inventava dores de barriga dolorosas quando tinha aulas de picotar (a manha aguentou-se até o meu pai começar a desconfiar).

Dos tempos da primária lembro-me acima de tudo que odiava as aulas de picotar e de desenhar, de gostar imenso de ler e fazer contas, e de me ter enganado na récita da escola:

A barata diz que tem
Um sapato de fivela.
É mentira da barata
O sapato é da mãe dela.
Ha! Ha! Ho-Ho-Ho!
O sapato é da mãe dela!

(agora dei por mim a cantarolar a cançoneta)

Mas o que eu gostava mesmo na primária era de brincar com as minhas amigas neste campo.


O Segundo Dia de Aulas do Meu Irmão

Foi a 2 de Outubro de 1982. Eu fiquei sentado na escrivaninha do nosso quarto durante o início da manhã. Às dez e meia da manhã eu sabia que era o intervalo dele e então perguntei à minha mãe se podia ligar para o meu irmão. A minha mãe respondeu que eu só podia ligar para a escola e quando ligasse não seria o meu irmão a atender. Então eu disse que no dia a seguir ele podia levar um walkie-talkie (tínhamos uns magníficos walkie-talkies Fisher-Price, vindos do Canadá, lindos e que ainda hoje parecem modernos e super-profissionais) e eu falava com ele de casa. A minha mãe disse que os walkie-talkies não funcionavam a uma distância tão grande. Eu voltei a insistir em telefonar para a escola. A minha mãe disse que se telefonasse quem atenderia era o director e o director não sabia quem era o meu irmão e não iria andar às voltas pelo recreio à procura do meu irmão. Eu perguntei se o pai podia comprar outro telefone e dá-lo ao meu irmão para ele levar para a escola porque o telefone já dava para falar à distância da escola. A minha mãe disse que não era possível.

A ideia de que o avanço tecnológico é que cria as nossas necessidades é uma estupidez. No dia 2 de Outubro de 1982 às 10:34 da manhã eu senti intensamente e pela primeira vez a necessidade de um telemóvel.

a minha primeira escola...

como sou contemporâneo da senhora dona maria primeira, esta foi a minha primeira escola.
estive aqui 4 anos.
a primeira porta em frente, do lado direito, as duas janelas adjacentes á esquerda e á direita.
na extremidade da torre ficavam os legionários e ao domingo era a catequese (para grande desgosto da minha mãezinha que gostaria que um dos filhos tivesse seguido a carreira eclesiástica, eu fui aconselhado a não frequentar a catequese (acho que fui mesmo expulso), por não ser propriamente um exemplo a seguir.
o teatro era (e voltou a ser) lindíssimo.
ao contrário da presidenta, a classe era só de meninos.
bata branca obrigatória.
tínhamos a professora mais linda das redondezas, o que nos deixava impantes de orgulho...
fazíamos aquele papel estranho dos meninos de escola sorridentes de bata branca e com bandeirinhas que saudavam os presidentes e reis que iam pernoitar ao palácio....
roubávamos peixes da fonte de neptuno nos jardins do palácio para colocar no chafariz que ficava ao lado da escola (nunca me lembro de ter morrido nenhum pelo caminho...)
tomavámos banho no jamor e bebíamos da sua água (hoje, este acto deve dar morte imediata...)
entrávamos para a quinta do palácio pelo túnel do rio para ir á chinchada das laranjas (que tinham a particulariedade de ter a casca com 2 cores em gomos verticais)
com mais tempo íamos tomar banho ao tanque das figueiras junto á matinha e fugir algumas vezes nús com as roupas nas mãos pela estrada com a gnr atrás de nós...
roubar canas-da-india na quinta da rainha para fazer canas de pesca.
fazer assaltos ás figueiras do quintal ao lado do mercado velho e que tinha um muro encimado por milhares de pedaçoes de vidro de garrafas partidas.

hoje pode-se dormir na minha escola por uns 150 euros. quando andava na escola, se eu lá dormisse apenas levaria uma reguada ou duas...



Primeiro Dia de Escola.

Vou obedecer ao tema proposto pela errezinha.
Primeiro e felizmente até aos 7 anos vivi uma vida isenta de compromissos. Brinquei que me fartei, dormia o que apetecia e fazia as asneiras habituais para a idade. Tinha a sorte de ter uma avó que tratava do jardim, logo mexia na terra e nas plantas, mas preferia o quintal onde havia bicharada. Outro dia ainda escandalizei uma amiga , que mora num condomínio de luxo, porque disse que ela tinha um quintal (era pegado à cozinha). Quase que me esganou porque era um jardim! Talvez tenha razão, mas para mim jardim é beleza pura e portanto ligado à parte de frente da casa e o quintal serventia, onde estão galinhas e hortas e isso, chegando-se a ele saindo pela cozinha:)
Esqueci-me da escola.
Um dia sem muitos avisos a minha mãe levou-me a comprar cadernos e um livro. Até aí não achei mal. Depois um dia acordou-me cedo, não me pôs um bibe mas uma bata e ala para a escola.
Achei tudo muito estranho. A escola como dizia a Lau, parecia imensa. Lembro-me de olhar para uma enorme escadaria e ver aqueles quadros com letras e mapas. Não estranhei os crucifixos, mas achei esquisitas as fotos dos senhores penduradas.
Era uma turma mista e muitos dos meus colegas eram filhos de pescadores. Tive a sorte de ter uma professora nova e simpática, que não aprovava canetas de tinta permanente. Expiei isso mais tarde em Coimbra, em que tive uma professora à moda antiga, a Dona Fernanda, que acabou logo com os modernismos todos.
Não me lembro do recreio da escola. lembro-me das saídas e da batalha com a minha mãe para ir sozinha para casa.Tinha vergonha que ela mandasse a empregada buscar-me. E era giro sair com os amigos e ver o bairro onde moravam.
Não sabia que a liberdade tinha acabado. Que nunca mais ia deixar de ter horários. Ainda agora que estou a fazer tempo para os senhores das obras virem ver a casa, sinto-me a não cumprir um dever..argh!
Beijos e bela sexta para todos.

19 de agosto de 2004

Férias!

Agora vou eu para o Algarve!

Abraços e beijos para toda a gente!
Divirtam-se!!

Check it

Como as coisas funcionam... todas as coisas.

Ser normal...?

No seguimento do post do Carlos.

Antes de ontem, num normal percurso de metro, conversando com uma amiga constatei que havia um capítulo da minha família que ela não tinha (ainda) percebido. Óbvio que não vou aqui descrevê-lo, porque envolve outras pessoas e a sua intimidade e não é meu direito expô-lo sem o seu conhecimento e autorização. Este é um principio que muito prezo e respeito!
Bom, mas isto para vos dizer que encerrámos a conversa, no Marquês de Pombal, com a minha amiga a concluir: “A tua família não existe! Dava um caso de estudo sociológico”
De facto... suponho que sim. Mas gosto tanto deles, de nós, assim!

não sou um tipo normal... digo eu...

estranho sempre o facto das pessoas chegarem à segunda feira ao trabalho a carpirem-se.
que queriam estar no fim de semana, que ontem por aquela hora isto e mais aquilo...
com as férias a coisa aumenta dramaticamente.
parece existir uma espécie de acordo tácito entre os comuns mortais que faz com que não seja possível dizer que se gosta de trabalhar, que é possível estar bem disposto á segunda feira de manhã, que é possível ter saudades dos amigos e do trabalho quando se está de férias.

no entanto, se perguntarmos aos saudosistas do fim de semana como correu o dito....
a resposta é invariavelmente..'não fiz nada de especial. foi normal'
isto é.. passearam-se entre a televisão, umas bejecas (os que bejecam), umas compras, umas idas pela enésima vez aos mesmos locais.

eu confesso:
chego bem disposto á segunda feira de manhã.
chego bem disposto de férias.
do mesmo modo que parto bem disposto para os fins de semana e para as férias....

mas não sou normal, digo eu (como diz a presidenta que eu digo..)

Dedicado às neuroses pós férias

Começo a ficar preocupada com esse fenómeno nesse blog. Será que a nossa vida normal é assim tão aborrecida ou o nosso trabalho, para só as férias valerem a pena?
Precisamos delas, é certo, para descansar, variar e recuperar. Mas é tão bom ESTAR VIVA. Como diria o Carlos, digo eu:)

18 de agosto de 2004

SOCORRO

Socorro, estou com a neurose da primeira semana pós férias.
Mais do que voltar ao trabalho é o quotidiano a cair-me todo em cima que me custa a suportar.
Para a semana espero estar com melhor humor.
Por enquanto acho que vou por aqui uma foto do céu do Ceará para me animar.


Médias Finais e Pénis (no plural)

Ambos são variáveis aleatórias numa escala de zero a vinte. Tudo o que esteja abaixo de dez é irrelevante, falhado, como se não existisse. No caso dos ditos orgãos, ainda há uma exigência maior pois a malta do nove vírgula cinco não pode aspirar a nenhum salvífico arredondamento. O catorze é o mínimo para a maioria das graduações posteriores. Nunca foi registado um vinte mas é academicamente possível. Um quinze fica bem a toda a gente. Um dezasseis permite aceder a grandes acrobacias e aos empregos mais bem pagos (continuo a falar de ambos).

É possível ter um excelente fim de currículo e óptimas aptidões comunicativas, mas aquele que apresentar um valor maior acabará sempre por passar primeiro. Muitos e muitas dizem que o importante é a essência, o conteúdo, os resultados demonstrados e a eficácia mas no final de contas é o número, o fantástico número de zero a vinte, que determina quase tudo o que é resolvido por competição.

Prelúdio Para Um Post

She said there's ants in the carpet
Dirty like monsters
Eating all the morsels
Picking up the rubbish
Give her effervescence
She needs a little sparkle
Good morning tv
You're looking so healthy

and we all say
Don't want to be alone
We wear the same clothes
Because we feel the same
And kiss with dry lips
When we say goodnight
End of the century... it's nothing special

Sex on tv
Everybody's at it
And the mind gets dirty
As you get closer to thirty
He gives her a cuddle
They're glowing in a huddle
Good night tv
You're all made up
And you know that

and we all say
Don't want to be alone
We wear the same clothes
Because we feel the same
And kiss with dry lips
When we say goodnight
End of the century... it's nothing special

Can you eat her yes you can

and we all say
Don't want to be alone
We wear the same clothes
Because we feel the same
And kiss with dry lips
When we say goodnight End of the century... it's nothing special

Blur, End of A Century

O Que Faz Falta

Quando a corja topa da janela
O que faz falta
Quando o pão que comes sabe a merda
O que faz falta

O que faz falta é avisar a malta
O que faz falta
O que faz falta é avisar a malta
O que faz falta

Quando nunca a noite foi dormida
O que faz falta
Quando a raiva nunca foi vencida
O que faz falta

O que faz falta é animar a malta
O que faz falta
O que faz falta é acordar a malta
O que faz falta

Quando nunca a infância teve infância
O que faz falta
Quando sabes que vai haver dança
O que faz falta

O que faz falta é animar a malta
O que faz falta
O que faz falta é empurrar a malta
O que faz falta

Quando um cão te morde a canela
O que faz falta
Quando a esquina há sempre uma cabeça
O que faz falta

O que faz falta é animar a malta
O que faz falta
O que faz falta é empurrar a malta
O que faz falta

Quando um homem dorme na valeta
O que faz falta
Quando dizem que isto é tudo treta
O que faz falta

O que faz falta é agitar a malta
O que faz falta
O que faz falta é libertar a malta
O que faz falta

Se o patrão não vai com duas loas
O que faz falta
Se o fascista conspira na sombra
O que faz falta

O que faz falta é avisar a malta
O que faz falta
O que faz falta é dar poder a malta
O que faz falta

José Afonso

De 1965 a 1976

Antes








Durante







Depois




Vamos continuar com o Maio de 68?

Já agora...alguém tem uma foto de como era no 25 de Abril?
Os nascidos à data, claro:)
De qualquer forma a temática revolucionária é boa para um dia de chuva e de argh...Reuniões!!
Beijos e protejam-se. Janelas fechadas e sapatos adequados ao piso escorregadio.


17 de agosto de 2004

Para a Tzinha

Maio de 68 ou mais ou menos isso.

E umas descrições do evento, para o Ricardo:)

Este sim, é um blog pedagógico!
Agora similitudes entre Maio de 68, MRPP e Terramoto de 1755..dá que pensar à gente...
Deve ter a ver com as pedras da calçada:P


Para o Ricardo, com amor do terramoto de 1755 !!


foto tirada no diário de lisboa nos idos de 68 ou por aí...

esta foto foi tirada por excelente fotógrafo de reportagem há muito desaparecido, o salvador da luz, no laboratório de 'lisboa'
isto era ao tempo em que lia o jornal em linguados... e aprendia imenso (digo eu...)
em 68 tinha este ar de adolescente imberbe...



a pedido da senhora presidenta... vou falar de uma coisa que marcou por esses tempos...

estava eu aí pelos idos de 68 a lavar uns copos de vinho quando um deles se partir na minha mão e me fez um corte enorme...
ainda hoje tenho essa marca

E esta foto é de?

Nostalgia do Maio de 1968


Les slogans de mai 68 : entre gauchisme et surréalisme

Il est interdit d'interdire

Dessous les pavés, c'est la plage !

Soyez réalistes, demandez l'impossible !

Désirer la réalité, c'est bien ! Réaliser ses désirs, c'est mieux !

La chienlit, c'est lui ! L'anarchie, c'est je !

Les murs ont des oreilles. Vos oreilles ont des murs.

Mettez un flic sous votre moteur.

Ici, on spontane.

Le rêve est réalité

L'imagination prend le pouvoir.

Plus jamais Claudel !

Ne vous emmerdez plus ! Emmerdez les autres !

Le mandarin est en vous

J'ai quelque chose à dire, mais je ne sais pas quoi.

Ouvrons les portes des asiles, des prisons et autres facultés.

Nous sommes des rats (peut-être) et nous mordons les enragés.

Une révolution qui demande que l'on se sacrifie pour elle est une révolution à papa

Laissons la peur des rouges aux bêtes à cornes !

Les armes de la crique passent la critique des armes

J'emmerde la société et elle me le rend bien !

Ne prenez plus l'ascenseur ! Prenez le pouvoir !

Le respect se perd, n'allez pas le chercher !

Le pouvoir est au bout du fusil. (Est-ce que le fusil est au bout du pouvoir ?)

Post nº 2222

Logo que fui alertada , pelo camarada Carlos, vim a correr postar pelo prazer do número.
" Nem mais um soldado para as colónias!!".
Vou fazer publish a correr e relembrem o MRPP. Belo partido que era:)
Abeijos.

o próximo post é o 2 222º

este é o 2 221º

16 de agosto de 2004

quem nunca errou que atire a primeira pedra....

maria madalena estava para ser apedrejada quando jesus resolveu interceder em seu favor diante da multidão que ali estava.

e jesus disse:
- quem nunca errou, que atire a primeira pedra.
um português que ia a passar, ouvindo as palavras do senhor, pegou num enorme tijolo e acertou bem na testa da maria madalena, que caiu redonda no chão.

jesus, muito entristecido, foi em direçâo ao portuga, olhou-o bem nos olhos e perguntou:
- meu filho, diga-me a verdade, você nunca errou na sua vida?
o português respondeu:

- dessa distância nâo!

Pausa...

...desde sexta à tarde. Curta viagem a Lisboa hoje. Semana que vem, Norte de África. E o regresso com, espera-se, mais alguma carga nas baterias.

Fiquem bem.



Irlanda

A minha viagem foi patrocinada por Guiness, Heineken, Bushmills, outros whisky's que não me lembro, Carlsberg, Weissberg, cidra(bllurrrghhh), gin, Budweiser, etc...

Nota: Não necessariamente por esta ordem, repetidamente;
(As marcas das bebidas não estão, de certeza, bem escritos.)

E era uma vez outra semana.

Em que chove, para começar.
Em que regressam uns, partem outros.
Boas férias ABS:)
E acho que vou publicar um anúncio no "Correio da Manhã": Desapareceu de casa do seu blogue, um senhor chamado Gasel. Caracteriza-se por ter um fetiche estranho (entubar pessoas) .Dão-se alvíssaras a quem o encontrar. Contactar Dias que Voam para o efeito.
E agora vou trabalhar e beijos.

13 de agosto de 2004

Até para a semana

Em jeito de despedida fica aqui o link para um boneco ordinário. Até mais.

BONECO ORDINÁRIO
Este blogue, este depósito, faz-me pensar no livro "O Segredo De Joe Gould", de Joseph Mitchel. Alguém já leu (e percebe porquê?)

12 de agosto de 2004

And then, He spoke!

Today, José Manuel Barroso, President-designate of the European Commission, announced the policy portfolios he has allocated to each member of his team.

The decisions follow detailed consultations with each nominee Commissioner and aim to build a strong team-spirit.

The new Commission is solid and politically experienced. It brings together people from across the political spectrum and contains more women than ever before.

With great european vision, Mr Barroso made his speech in several languages, including the portuguese!

Partilhas

Estou solidária com a suave neura que se está a instalar no blog. Cansaço, muito cansaço.
Amanhã folgo e tenho rendezvous com os meus livros. Fiz um abecedário lindo, ditado pela Erre e Lulu ( porque e desde já me penitencio, nunca o decorei) para ajudar à orientação espacial..
A vida pode ser melhorada. Basta deslizar. Não exigir demasiado. Devagarinho.
Desconfio que estaria quase a dormitar na cadeira, não fora o incessante vaivém do berbequim das obras aqui no trabalho. Abençoado seja o proletariado!
:)



Porque adoro Rodin

devia titular não era? Porra que não me apetece

Queridérrimos amores que hoje estou enfastiada com a vida este tempo mirabolante e ontem não consegui ver o chuveiro de estrelas que anunciaram na Tv acho que são tudo aldrabices derivadas à falta de notícias nos outros países onde não há atentados nem mortes nem nada aqueles rapazes já deram o que tinha a dar e mesmo a seca dos Jogos do Olimpio da mercearia também não tem grande graça devia ser era cá que provámos na pele que somos capazes de aguentar com essas coisas todas de desporto ó valha-me Deus que é uma grande saga mas prontos e não há filmes de jeito os clientes estão de férias com as esposas a banhos tipo a lavar pecados e a endrominar novos e mais complicados e ora chove agora faz brasa porra uma mulher não sabe se deve saír decotada ou resguardada que vida cheia de impossibilidades e eu aqui cheia de carisma dado que fui crismada na Sé de Lisboa aos 12 anos estou aqui desaproveitada pensei meter uns anúncios nesta coisa net mas não sei o Eduardo pode amofinar-se ele tem maus fígados derivado à cirrose e gosta de ser ele a controlar faz de conta como se um homem alguma vez conseguisse controlar uma mulher cheia de chama e fibra e apostrófica como eu mas enfim deixemos os homens pensarem o que quiserem coitados é o que lhes resta e eu vou tocar à porta da Especulosa e ir almoçar com ela beijo-vos.

This Love

I was so high I did not recognize
The fire burning in her eyes
The chaos that controlled my mind
Whispered goodbye and she got on a plane
Never to return again
But always in my heart

This love has taken its toll on me
She said Goodbye too many times before
And her heart is breaking in front of me
I have no choice cause I won't say goodbye anymore

I tried my best to feed her appetite
Keep her coming every night
So hard to keep her satisfied
Kept playing love like it was just a game
Pretending to feel the same
Then turn around and leave again

This love has taken its toll on me
She said Goodbye too many times before
And her heart is breaking in front of me
I have no choice cause I won't say goodbye anymore

I'll fix these broken things
Repair your broken wings
And make sure everything's alright
My pressure on your hips
Sinking my fingertips
Into every inch of you
Cause I know that's what you want me to do

This love has taken its toll on me
She said Goodbye too many times before
And her heart is breaking in front of me
I have no choice cause I won't say goodbye anymore

This love has taken its toll on me
She said Goodbye too many times before
And my heart is breaking in front of me
She said Goodbye too many times before

This love has taken its toll on me
She said Goodbye too many times before
And her heart is breaking in front of me
I have no choice cause I won't say goodbye anymore...

Maroon 5

11 de agosto de 2004

É tão bonito ver nascer assim, que até arrepia.

Obrigada pela indicação, Niim:)
E parabéns. Uma bebé nova quase a chegar!
Hoje é dia de citar as dicas dos amigos.
http://danielfairbanks.pseconds.com/jude.htm

Nota: Ouvir com o Som ligado!

Eats, Shoots & Leaves

Este é um livro que o Azinho me apresentou e que eu ainda não li. (mas já encomendei!!) . entretanto diverti-me a testar este satânico quiz!!
http://www.eatsshootsandleaves.com/ESLquiz.html

A Maria acho que vai adorar:) Beijocas:P

A escola primária

Ontem o ataque de nostalgia ainda vingava de tal forma que resolvi procurar Milheirós na net. Para minha grande surpresa encontrei noticias de jornal (???), a foto do padre (grrrr), trabalhos de garotos sobre a terra - sobre o milho, os moinhos, os dois rios (dois!) que lá temos, uma pedreira, algumas fábricas - e ainda (E AaaaAAAINDA!!!) uma foto da minha escola primária (hoje parece tão mais pequena).

Foi lá que aprendi a crueldade e a humilhação. Foi lá que aprendi coisas boas também. A gentileza, a curiosidade e a amizade (assim mais ou menos, enfim). Mas suponho que o mais importante foi aprender as diferenças entre homens e mulheres (em versão júnior, mas estava lá tudo). Foi lá. Naturalmente nunca sequer passei perto do estereótipo da menina (era sensaborona e aborrecida), foi lá que tive consciência disso. Continuou pela adolescência, nunca fui Lolita e adorava Lolitas e adoraria ser uma. Pode ser muito confuso. Felizmente que a coisa se tem vindo a compor, embora a mulher que se espera (pela família, pelos colegas...) esteja ainda muito longe. Espero que não venha a estar mais perto do que está hoje. Gosto do desfasamento. Gosto. Adoro ver o desconforto provocado por um palavrão, por uma piada imbecilóide FernandoRocheira, ou por uma postura masculinizada. Gosto porque apesar de tudo as pessoas cedem, e eu com elas. Porque acaba por ser uma espécie de filtro.

Lembro-me de tudo isto quando penso na escola primária. Porque me lembro claramente de estar apaixonada por um vizinho, o mais bonito (para mim), o mais inteligente, e um dos mais gozados - ele não gostava de bola e não se ralava, eu gostava de bola (mas os rapazes me deixava jogar) e gostava dele e ralava-me um bocadinho. Acontece que ele não dava a mínima para mim, era feia, era um rapaz e era mal vestida, resumindo: uma esfregona pequenita. Tudo o que ele queria era a Joana, uma miúda bonita, loira, vaidosa, sonsa e ruim (a ruindade passou-lhe, a vaidade deixou de ser agressiva, ou seja, já não se importa tanto se não for a mais bonita, e hoje é ingénua e é minha amiga). A coisa nunca se consumou para qualquer dos lados, afinal tínhamos 6 anos. O Nuno é hoje um estudante muito competente, mas ganhou em arrogância o que perdeu em interesse. Hoje ele continuaria a preferia a Joana a mim. Não tenho dúvidas. E embora eu saiba que ele é conservador, embora eu não tenha por ele mais que uma simpatia ressentida continua a incomodar-me que a ele nunca o teria. Justamente por continuar a não ser uma menina. Não há, realmente, almoços grátis.


A querida rosete e o estado das ruas e etc

Ai meus queridos amores nem sei que vos diga com a porcaria de chuva que está a inundar tudo e a causar inúmeros acidentes porra que até lasquei outra vez a unha na porcaria deste teclado porque não metem umas protecçõezinhas de borracha nas teclas está visto que isto foi concebido para homens de unha curta e grossa ai que isso lembra-me outra coisa mas estou-me já a desviar do meu assunto que é o tempo queridos o tempo estava eu e a amiga Rosete a andar pela calçada depois de nos termos ido alindar à estilizadora e prantar uns bonitos caracóis no cocuruto da cabeça às cores várias e imprevistas e íamos finas claro de salto alto e bem albardadas como é aliás nosso hábito quando vamos à Dona Eveline tratar de nós e eis senão quando o salto do sapato da Rosete se prende na porra da calçada e ela desliza por a dita abaixo e como é a dos Mouros foi grande o deslizamento fiquei-me com o casaco dela nas mãos a ver a rosete a confraternizar com o chão da dita calçada e depois alguns moços prestaveis ajudaram a levantar e a compôr a querida Rosete com o penteado completamente destruido para não falar das meias de rede salmão e das sandálias gírissimas compradas na Mariazinha foi uma hecatombe total.
Isto para fazer um ponto e dizer que realmente o estado da calçada à portuguesa é lamentável cheio de buracos e com a chuva nem é preciso um skate eu quero fazer uma declaração pública e um arreferendado sobre este assunto ao sr Presidente Carmona Coiso ele que tire a porcaria das pedras e cimente tudo com buracos tapados que os da via pública não são para estarem abertos e esta cidade anda uma verdadeira porcaria entre caganitas de cão gigantescos buracos carros no passeio e calçada deslizante isto não pode ser só se fala em incêndios florestais e esquecem-se os verdadeiros factos da vida a não ser que sejam os médicos que remendam os ossos que andem ai de noite a semear de obstáculos as nossas ruas perdão e vénia aos doutores do blog que esses são uns verdadeiros inocentes mas eu desconfio que anda aí um verdadeiro complot anti pessoas como eu do verdadeiro povo e que andam a pé e não de carros com vidros fumados e guarda costas eu não sei mas um dia salta-me a veia e vou-me a eles e estrafulho-os perdoem meus queridos este desabafo reparatêutico que é uma coisa nova que li num livro de auto-ajuda como melhorar a perfomance hiper-sexual do seu companheiro e mais não vos maço beijos e amo-vos este vosso coração de ouro incrustado a platina.

10 de agosto de 2004

Explicação dos pássaros

Afinal hoje há uma explicação pertinente para o pouco movimento na minha Unidade. Um fenómeno que, naturalmente, ultrapassa meras doenças, fanicos, ataques, crises, miasmas e afins. Tudo isso ficará para depois, quando houver tempo.

O Benfica está a jogar na Luz contra o Anderlecht.

De serviço e à espera

É Agosto. Estou a trabalhar... ou era suposto estar. Isto porque não há doentes lá fora.

É Agosto. Durante este mês, por obscuro milagre, as solicitações reduzem-se brutalmente. Doentes a quem é oferecida a hipótese de serem operados no sistema público recusam porque vão de férias. Não dá jeito, dirão. Em Setembro aparecerão de novo os telejornais a clamar contra as listas de espera. Entretanto, alguns serviços estiveram com tempos mortos. Não muitos, convenhamos, mas alguns.

Em pontos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com maior acessibilidade, como o meu (perdoe-se-me a imodéstia, mas é verdade), mantém-se o mesmo ritmo mas com cerca de metade dos efectivos, ou seja, também com metade da população a recorrer. Também aqui, em Setembro, acontecerá o mesmo que nos outros sítios: muita gente estará muito doente e precisará de ser vista urgentemente. Situações urgentes estas que surgem, como que por encanto, mau olhado ou por causa do equinócio de Outono, todas ao mesmo tempo na rentrée. Um fenómeno semelhante verifica-se após o Ano Novo, mas esse período tem características próprias, merecedoras de post na época devida.

Sabemos que temos deficiências complicadas no SNS, problemas vários, acessibilidade terrível em muitas áreas, etc. O sistema, contudo, não é nada ajudado pelo facto de muito boa gente usar os serviços de saúde portugueses, pagos do bolso de todos, como uma loja de conveniência.

Vou continuar à espera.

Um dia fresco

Hoje está um dia muito fresquinho. De tal forma que ao andar por casa com a pouca roupa dos dias muito quentes cheguei a ter uns arrepios de frio. Que bem me souberam. Depois almocei e dormi a sesta. Acordei, voltei-me e tornei a dormir. Levantei só para fazer este relato e acho que ferrar o galho outra vez. E daí talvez não, talvez vá beber qualquer coisa fresca e com bolhinhas.
Ai queridos e amadas meninas que me feneço de saudades de tantos senhores e doutores e moços e moças que andam por fora estou realmente a sentir-me algo desacompanhada aqui abandonada na minha santa Graça ao menos valha-me isso e também as vistas antes de as mandar atijolar definitivamente e quanto ao Dr multivénia ABS tenho a dizer-lhe que fotos tenho mas só no meu site e aceitamos visa e master card e tudo porque há que comer e beber também a vida é mesmo assim desalterada de sentimentos e pronto posso fazer um ligeiro desconto mas é tudo acho eu ai que cansada que estou acordei cedo esfreguei a cozinha e dei uma limpeza à casa que isto já não há mulheres a dias à séria são umas moles não sabem o que é uma escova de crina e usar palha de aço e líxivia e sabão azul só querem marcas a cheirarem a produtos de beleza e algumas até exigem luvas valha-me deus se eu trabalho tanto com as mãos e nunca de tal adereço necessitei a não ser para alguns particulares detalhes mais do âmbito do inimaginário especuloso e enfim outra vez. Agora até me parece que respirei de cansada que estava ufa até os pulmões me doeram de tanta escrita talvez tenha que trocar uma borla do Dr ABS por uma borla no meu site logo se vê talvez seja também deste tempo ou pura e simplesmente de estar um pouco ensonada e baralhada com tanto polícia a entrar e a saír a gente não sabe em quem pode confiar folgo ver o sr g2 de volta e a menina luluzinha sempre airosa e apaixonada e prontos estou pouco inspirada vou beber um branquinho fresco com um bacalhau à Gomes de Sá e depois refastelar-me numa bela sesta a sonhar convosco e beijos muitos e adequados a cada um a vossa amiga adorada claro está

O Atiçador de Wittgenstein.

Sempre gostei deste filósofo, sei lá bem eu porquê. Talvez por ter escrito " Vamos lá cortar com o palavreado transcendental, uma vez que a coisa é tão simples como um soco nos queixos".
Por isso comprei este livro, de título completo " O Atiçador de Wittgenstein - a história de uma discussão de dez minutos entre dois grandes filósofos".
A história incluí além do referido atiçador, dois filósofos bem conhecidos, o nosso W. e o Karl Popper e decorreu em 1946, na Universidade de Cambridge. A ideia é esmiuçar o episódio e a vida destes dois pensadores, duma forma inteligente e de investigação jornalística quase. Eu estou farta de sorrir.
Terá mesmo sido o atiçador manejado agressivamente pelo W? Quem ganhou a discussão?
Recomendo a leitura. É inteligente , sem cansar. Ideal para estes dias. E gostava de ver este livro em documentário:)