Tenho uma ideia àcerca do Natal. Todas as personagens e figuras estranhas que encontramos no dia a dia, tem uma relevância especial. Talvez porque enjoados do espírito de boa vontade do Natal, tentemos descobrir o que está por detrás das máscaras. E não é pouco.
Estava fascinada hoje por uma senhora , a Dona Rosarinho, que estava no cabeleireiro. Deve ter uns oitenta anos e foi decerto muito bonita.Era acompanhada pela criada, no mínimo tão velha como ela. Desfizeram-lhe o chignon, e surgiu uma farta cabeleira loura, que ela teimava em pintar de novo, apesar de não haver necessidade.
Tossia uma tosse de cão e cada vez que lhe perguntavam se estava bem, ela respondia invariavelmente " Estou péssima querida".
Acho que este ano vou adoptar uma pessoa mais velha para dar mimos. Ok, o Natal é para as crianças. Mas e sobretudo na zona onde vivo, basta sorrir e ser minimamente simpática para se ser recompensada por uma história de vida.
Sim há aquele livro da Lessing, "O Diário de Jane Sommers", que conta exactamente uma história assim.
E não tivéssemos tanto stress natalicio com as prendas e coisas afins, talvez conseguissemos ter utilidade prática. Não acredito em enfeites, em festas, em paz e amor universais. Mas faz-me sentido dar afecto. E este não é mensurável . Mas pode ser exercido.
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