30 de junho de 2005
Discurso Directo
J'aime / J'aime pas
«J'aime la cannelle, le pain grillé, les pivoines, la pâte d'amande, Haendel, les promenades mesurées, les romans réalistes, le piano, Brecht, les Marx Brothers, les positions légères en politique. Je n'aime pas : les femmes en pantalon, les géraniums, Miro, les dessins animés, Satie, la spontanéité, les soirées avec des gens que je ne connais pas.»
RB par RB 1975
La vie des signes
On peut donc concevoir une science qui étudie la vie des signes au sein de la vie sociale; elle formerait une partie de la psychologie sociale, et par conséquent de la psychologie générale; nous la nommerons sémiologie (du Grec sémeîon, `signe'). Elle nous apprendrait en quoi consistent les signes, quelles lois les régissent. Puisqu'elle n'existe pas encore, on ne peut dire ce qu'elle sera; mais elle a droit à l'existence, sa place est déterminée d'avance. La linguistique n'est qu'une partie de cette science générale, les lois que découvrira la sémiologie seront applicables à la linguistique, et celle-ci se trouvera ainsi rattachée à un domaine bien défini dans l'ensemble des faits humains. (Saussure: 1949 p.33) (o Ferdinand chuta para Roland)
La censure
" La vraie censure, la censure profonde, ne consiste pas à interdire (à couper, à retrancher, à affamer), mais à nourrir indûment, à maintenir, à retenir, à étouffer, à engluer. "
Sade, Fourier, Loyola (1971)
Afinal, de Espanha...
A juntar a outros ventos, incluindo uma jantarada no tailandês (ai, as gambas picantes/doces; ai, o pudim de castanha!!), este será um dia de boa memória, como a do outro rei que trouxe a vanguarda musical para Portugal: Ars Subtilior => ever heard of it? ;)
Diário de Notícias, Hoje, Página 61
Gémeos 21/05 a 20/06
É provável que se identifique mais com o seu sistema de valores. Qualquer opinião diferente da sua constituirá uma afronta pessoal."
Pietra Montecorvino
Hoje cheguei a casa e ouvi o álbum da Pietra Montecorvino.
Apaixonei-me pela voz dela.
O álbum é feito de canções tradicionais napolitanas cantadas por uma voz rouca e crua (tem que ser ouvida para se perceber o encanto). Nada melhor para quebrar a rotina , acho que o vou começar a levar no walkman e imaginar que estou em Itália numa esplanada à beira mar.
SIM, sim, este post está escrito em modo cansado pré férias.
À memória
Ele sim, foi um verdadeiro revolucionário idealista, um verdadeiro lutador pela liberdade e democracia, um verdadeiro resistente às ditaduras, sempre pronto a dar a cara por uma causa. Ele sim, não fez da coerência cega a sua bandeira, não fez da ideologia fria o seu credo. Soube evoluir, soube terminar.
Nestes tempos de muitas mortes, apercebemo-nos que o clarão do "deus-mito" acaba sempre por ofuscar o brilho do "homem-herói".
seria bom que a transparência chegasse também aos nossos responsáveis
transcrevo um mail recebido....
Se é verdade que os pequenos presentes ajudam a preservar a amizade, as grandes dádivas também não são de menosprezar. Sendo assim, os 25 Comissários europeus, tantas vezes alvo de críticas, não têm motivos de inquietação. Nada mais nada menos que 41 presentes, no valor de pelo menos 150 euros cada, foram recebidos por Barroso e pelos restantes 24 Comissários. Tal está patente na lista dos presentes recebidos que a Comissão resolveu publicar. A porta electrónica que dá acesso à câmara do tesouro abrese com o seguinte endereço: http://europa.eu.int/comm/commission_barroso/gifts_fr.pdf.
Já lá vão os tempos em que os Comissários não tinham de se preocupar com o valor dos presentes que recebiam. O Código de Conduta revisto de 2004 exige que as dádivas sejam primeiro submetidas ao departamento de protocolo da casa. É ali que se traça o destino dos livros, pinturas, estátuas e quejandos. É também ali que se decide o que fazer com as três gravatas de seda recentemente doadas por um particular anónimo ao Presidente Barroso. Cabe então às senhoras e aos senhores do Protocolo a tarefa ingrata de encaminhar os presentes, tendose de escolher entre quatro opções: utilização por Comissário ou por colaborador no exercício das suas funções, decoração dos escritórios, obras de caridade ou aproveitamento para exposições e eventos.
O facto de o Presidente Barroso ter sido contemplado 13 vezes (mais do que qualquer outro) não é de admirar. Poderá, pelo contrário, causar algum espanto a utilização que Barroso poderá ou quererá dar a um relógio de bolso, a uma “História da Sicília” em 12 tomos ou a um telemóvel. O que terá levado um particular a oferecer à Comissária da Concorrência, Neelie Kroes, um livro sobre a concorrência? Porque recebeu a Comissária do orçamento, Dalia G., um serviço de café de várias peças e o eslovaco Jan Figel um serviço de café “mocca” ? Os conhecimentos linguísticos do Comissário da Investigação, Jan P., irão seguramente melhorar, já que recebeu um dicionário eslovacoalemão-eslovaco em cinco tomos. Só mais um mistério indecifrável: como é que a Comissária da Agricultura Fischer Boel irá aproveitar nestes dias caniculares um “colete de lã tradicional” que lhe foi oferecido recentemente por um governo ? Perguntas atrás de perguntas que anseiam por uma resposta. Nos últimos tempos, estranhamente, não se têm observado grandes movimentações na câmara do tesouro bruxelense : no mês de Junho não foi registado um único presente.
Hoje estou feliz...
Aprendi que generalizar é dos piores exercícios de análise que se podem fazer quando se opina ou em juízos de valor:
A pior defesa de um ideal é fazê-lo por analogia de uma ideologia antagónica;
O Anonimato é ter medo de se assumir como ser humano e ter medo de um dia descobrir que afinal estava errado no julgamento, furtando-se assim ao tão difícil reconhecimento do erro;
Só quem não sabe o que é o silêncio imposto se escuda no anonimato; em democracia e liberdade, quem me tentar calar a voz, pode fazer-me a vida negra, mas não caio sem luta...
Sei que pode não fazer sentido para a maioria, mas quero aqui dizer que não esperava fazer este "post" tão cedo.
Vou gritar: NÃO FOI DESTA QUE ME AGARRARAM :):):)
T, não foi desta, ehehehe
Quizás, Quizás, Quizás
que cuando, como y donde,
tú siempre me respondes:
Quizás, quizás, quizás.
Y así pasan los días,
y yo desesperando,
y tú, tú contestando:
Quizás, quizás, quizás.
Estás perdiendo el tiempo
pensando, pensando.
Por lo que tú más quieras,
¿Hasta cuando?
¿Hasta cuando?
Y así pasan los días,
y yo desesperando,
y tú, tú contestando:
Quizás, quizás, quizás.
Osvaldo Farrés
Só no verão é que me dá para ouvir este pedaço de coisa boa. Vou ouvir muitas vezes a ver se me entra na cabeça. Vou ouvir e aprender (mesmo que de uma forma algo condicionada) a perder menos tempo. Y así passan los días...
* lembram-se da balada da praia dos cães, do filme? A Mena muito dengosa a dançar isto.. aiai
*2 agradecimentos ao carlos pela ajuda especializada! *
Pareceres e Concursos
Embora não tenha a força de uma lei – nem podia ter – este documento enquadra e normaliza um problema com que nos deparamos no dia-a-dia. Um problema que também envolve conflitos de direitos… o direito a uma prática religiosa e à recusa de tratamento versus o direito ao tratamento adequado à situação clínica.
Deixo-vos aqui para lerem. Basicamente, diz que deve existir um documento escrito prévio (meramente indicativo) que tem que ser confirmado na situação real, sem qualquer coacção. Excluem-se os menores e doentes sem capacidade comprovada de discernimento (doença mental ou estado de coma), em que a tutela deve ser suspensa e o médico deve decidir no interesse do doente.
Recebi ontem (29 de Junho de 2005) o anúncio da constituição do júri para o Concurso de habilitação ao grau de Assistente Gaduado, aberto em … … 24 de Dezembro de 2002. Lá para o fim do ano a coisa deve estar pronta e então, se tudo correr bem, passarei a Assistente Graduado. Com quase três anos de atraso!
PP: Estive a remendar um furo na bicicleta do Manel. Será que ainda me ajeito?
PPP: O Brasil esmagou ontem a Argentina (4-1), na final de Taça das Confederações. Isto, para o Brasil, deve ser uma taça "menor"…
a próxima versão ultra-light chamar-se-á adágio epistemológico
tirando o facto de o nome parecer ter sido roubado do próximo livro do umberto eco (que certamente irá processar a leiteira portuguesa), a leitura do rótulo exige a presença de um especialista de linguística.
estou a imaginar a proxima promoção do adágio simbiótico:
na compra de 1 pacote de 4 unidades, oferta de um dicionário da lingua portuguesa.
na compra de 2 pacotes de 4 unidades, oferta de um dicionário de lingua portuguesa + o último cd do sakamoto para acompanhar a leitura do rótulo
juntando as provas de compras de 100 embalagens, um curso de reiki, a obra completa do paulo coelho, e um 1 cd de um concerto ao vivo (ao vivo é a gente a falar.... e obviamente um exagero de expressão) do sakamoto com o brian eno em que fazem variações sobre 4 acordes para piano e sampler
para que entendam do que estou a falar,
cito o rótulo que acompanha o nóvel producto lácteo:
'adágio simbiótico é um leite fermentado que combina uma acção prebiótica com uma acção probiótica'
o que, como resultado tem 'uma poderosa acção simbiótica que contribui activamente para o equilibrio intestinal'
não faço a mínima ideia de que brilhante conjunto de mentes pensantes saiu este nome.
para quem quer concorrer com marcas com nomes tão simples quanto sujestivos como actimel (actividade e mel) a coisa não podia ter corrido pior.
não é preciso ser bruxo para prever para este produto o mesmo radioso futuro que o das àgua da serra da penha transformada em tisana pelo mesmo produtor...
esta gente não se enxerga?
não !
é a resposta
Odisseia Godá....
Bom, next day, voltei lá e sempre consegui ver o dito. Mal sabia eu que a verdadeira odisseia era ver o filme em si... :P Uma hora e meia de planos interessantes, alguns actores que nem por isso e um arrazoado inenarrável de frases mal amanhadas e pseudo-complexas => Give me a break!
P.S.: É verdade: ontem, dia 29, não fiz greve... vicissitudes das clínicas privadas...
29 de junho de 2005
Parabéns Gasel:)
Quase se ouvem as palavras e imagens respirar!!!
Obrigada Doutorzinho:)
este poste não é um poste
um teste apenas
não tem nenhuma outra função.
apenas a de ver o que dá.
e sabermos o que podemos fazer com o que escrevemos
como o podemos destacar
ou não
se for necessário
Lembrei-me do Cazuza
Quem sabe eu ainda sou uma garotinha
Esperando o ônibus da escola sozinha
Cansada com minhas meias três-quartos
Chorando baixo pelos cantos
Por ser uma menina má
Quem sabe o príncipe virou um chato
Que vive dando no meu saco
Quem sabe a vida é não sonhar
Eu só peço a Deus
Um pouco de malandragem
Pois sou criança e não conheço a verdade
Eu sou poeta e não aprendi a amar
Bobeira é não viver a realidade
E eu ainda tenho uma tarde inteira
Eu ando nas ruas, eu troco um cheque
Muda uma planta de lugar
Dirijo meu carro
Tomo o meu pileque
E ainda tenho tempo pra cantar
Cazuza/Frejat
(cantado pela voz rouca da Cássia Eller)
As cores...
Mas tenho andado perdido nas cores. Sem mapa, mas nas cores é bom navegar por instinto. Haverá sempre cores novas ou apenas por descobrir? São as cores do mundo num mundo de cores. Entra-se. Quando? Consegue-se sair? Quando?
28 de junho de 2005
3 coisas
Dar os parabéns à Luz que fez anos sem eu dar por nada, estava em plena época de martelação. Que faças muitos e todas essas coisas. Um beijo e bolos e cenas. :D
segundo
Dar boas vindas ao fénix-fátuo que é um gajo que rula, mesmo que não saiba muito bem apertar os botões da camisa.
terceiro
Dizer que odeio grilos, que por mim dava cabo de todas essas baratas barulhentas. Grilicidas, uni-vos!
Rebobinando.
E...
Ensaio sobre a tolerância (e sobre o Barnabé)
Primeiro que tudo, a definição: o que é que se entende por tolerância?
Indo aos dicionários, podemos encontrar: qualidade de tolerante; acto ou efeito de tolerar, isto é, de admitir sem reacção agressiva ou defensiva; atitude que consiste em deixar aos outros a liberdade de exprimirem opiniões divergentes e de viverem em conformidade com tais opiniões; condescendência ou indulgência em relação a erros ou falhas; boa disposição dos que ouvem com paciência opiniões opostas à sua.
E aqui está quase tudo dito…
A tolerância não implica concordar ou apoiar, incondicionalmente, qualquer tipo de pensamento ou comportamento, por mais adequado que pareça ser. A tolerância implica, pelo contrário, ouvir com atenção uma ideia diferente da nossa e aceitar, sem rejeição, um tipo de comportamento diferente do nosso, por mais absurda que pareça ser.
A tolerância não implica acreditar que existe um modo de pensar mais correcto, ou mais justo, do que todos os outros. A tolerância implica, pelo contrário, saber que a certeza ou verdade absoluta não existe e que a razão não mora, geralmente, em nenhum dos lados.
A tolerância não é uma característica intrinseca de nenhuma corrente política, nem é propriedade da chamada "esquerda". A tolerância é uma característica indívidual, é um atributo do racionalismo e do humanismo.
E aqui chegamos à segunda parte do post…
O Barnabé é (ou foi?) o blog político – de esquerda - que mais se destacou nestes últimos dois anos. Ao contrário do que dizem, o que unia os seus autores não era uma total concordância ideológica – sempre existiram diferentes sensibilidades. O que os unia era o facto de serem amigos (e isto é importante, porque é muito mais fácil ser tolerante com os amigos…) e de fazerem oposição ao governo de direita. Com a subida do PS ao governo e a entrada de novos postadores estas duas últimas características desparareceram, mantendo-se a heterogeneidade ideológica.
E aí surgiu, em força, uma característica da "esquerda" moderna": a presunção de alguma superioridade moral e intelectual, sobre quem pensa diferente. E aí manifestou-se a intolerância de um dos fundadores do blog, o Daniel Oliveira.
PP: Eu sou tolerante, acredito no aforismo de Terêncio: eu sou homem e nada do que é humano me é estranho.
PPP: Gostaria do ouvir algumas pessoas – e não estou a falar do blog – a discorrer sobre se o que aconteceu na Galiza, acontecesse em sentido contrário: o partido mais votado não formar governo.
Ceroso FEMENINO......
A seguir ao Êro2004, depois da nova maioria absolutistóredentora, só nos faltava, para gáudio generalizado, a nova pérola de Fátima: promessas e intenções pela net !!!
Um dos meus preferidos é aqui a cerosidade intestinal à esquerda... Lindo, não acham? Até parece que nunca ouviram do Esculápio e das imagenzitas na antiguidade clássica a ele dedicadas. Valha-me Santa Pulquéria!
P.S.: atentai nos pormenores femeninos... ;)
27 de junho de 2005
Para uma devoradora de livros como eu sou, depressa o que tinha em casa foi lido, numa amálgama colorida, desde a Biblioteca cor de rosa, a azul , o Delly, à Biblioteca dos rapazes, ao Mundo de Aventuras e aos fantásticos livros do meu irmão mais velho, que eu estava proibidissima de ler. Foi aí que li muito cedo livros eróticamente suaves, que eu entendia mais do que compreendia. Li também numa fúria desmedida o Josué de Castro, o Larousse Illustré, o Jorge Amado,o Maugham, Erico Verissimo , Tchecov, Dostoievski, etc, etc... Dois livros só me assustavam: as confissões de Santo Agostinho e o Andam os Faunos pelos Bosques do Aquilino. Sim, devia ser muito pequena, para ter tanto medo de capas com desenhos. Porque me lembro assim de repente destes e não de outros? Não sei realmente explicar.
E depois os policiais, que gozo me dava a intriga, o criminoso, o desvendar, o descobrir. Ainda hoje gosto e cada vez mais. Viva a tia Patricia!
Eu até do Júlio Dinis gostava, valham-me os santos. Acho que passei e passo horas infinitas noutros mundos desligada de tudo. Clique e aqui vou eu. Li a Sibila no metro.
Com toda esta amálgama ainda hoje me irritam as leituras politicamente correctas. Por isso só estive um ano num enfadonho curso de Línguas e Literaturas: decididamente queriam exterminar o meu gosto pela palavra escrita. Eu não o permiti.
Porque estou a fazer esta catarse? Talvez pela porra de sentimento de ter saudades de uma boa biblioteca. Em estudante descobri uma na Casal Ribeiro, destinada a trabalhadores dos CTT. Era linda e enorme, sem grades, com todas as novidades. Depois acabou. Só para os ditos trabalhadores.
Sei, sei, agora encho esta diminuta casa de livros e estantes. E empresto aos amigos. Um deles dizia sexta feira radiante, que bom isto parece a biblioteca pública. E o namorado acrescentou, "a gente devolve Teresa".
Não fiquei preocupada, há mais nas livrarias. Mas claro que me lembro exactamente durante anos, quem se esqueceu de me devolver a livralhada e os títulos e não perdoo. Risos.
Catarse feita, ok.
Só para dizer, que tenho saudades de uma boa biblioteca pública. Estou irritada. Gosto mais de coisas realizadas,do que de ser saudosa. Sei, sei, defeito meu.
Anos-Luz
Suponho que ontem - estivessem os astrónomos mais atentos - poderia ter sido identificado um outro objecto celeste, localizado a trinta e sete anos-luz. Seria interessante do ponto-de-vista científico, do ponto-de-vista antropológico e de outros pontos-de-vista que agora não me ocorrem. Nada é muito claro quando se olha o céu à noite... excepto para um astrónomo que, habituado a ler nas estrelas, identifica corpos voadores para lá das distâncias da imaginação. Fora a simultaneidade ainda possível depois de Einstein e diríamos que, de alguma estrela, está agora a chegar à Terra a luz que de lá saiu há trinta e sete anos. Mas não há simultaneidade e não há luz que saiba de onde veio. Resta então este prazer de olhar o céu e tirar dele os significados que desejamos, construindo assim teorias da relatividade completamente relativas. Mas, como disse, à noite o céu não é nada claro...
Marcelo
Gliese 876
Há pouco tempo, foi descoberto o planeta Gliese 876d que orbita a estrela Gliese 876. Não é o primeiro planeta, extra sistema solar, que foi descoberto, nos últimos anos já foram detectados dezenas. Então, o que tem este de especial? Muita coisa, entre as quais destaco: está aqui mesmo ao lado, a apenas 15 anos-luz e é um planeta do tipo terrestre (rochoso) e não, como a quase totalidade dos anteriormente detectados, do tipo joviano (gasoso).
Se…, se eles existem, podem estar aqui mesmo ao lado. Qualquer dia vamos lá dar uma espreitadela.
Imagem "imaginada" do novo planeta. Podem ler mais aqui, em catalão, como as "cremas"!
Entretanto, a vida continua. Arrasto-me de sofá para sofá e sento-me com os cuidados de uma jovem puérpera. Candidatei-me a um mestrado, de cuidados paliativos. Espero que me aceitem…
Se la face ay pale...
Se la face ay pale, la cause est amer
C'est la principale et tant m'est amer
Amer, qu'en la mer me voudroye voir;
Or, scet bien de voir la belle a qui suis
Que nul bien avoir sans elle ne puis.
P.S.: podem ouvir um excerto aqui ou aqui ;)
A paixão do cinema
De forma aleatória, algumas das minhas preferidas:
- Houston, we have a problem.
- After all, tomorrow is another day!
- May the Force be with you
- You talking to me?
- Go ahead, make my day.
- I love the smell of napalm in the morning.
- E.T. phone home.
- Play it again, Sam.
- We'll always have Paris.
- Keep your friends close, but your enemies closer.
- My precious.
Curtas
Fenix-fátuo, bem vindo. Quem ouve Toru Takemitsu é, por definição, bem vindo em qualquer lugar.
Luz, confirmo: o leite-creme é semelhante à crema catalana, não exactamente às natillas. Por cá há quem confunda.
Estou esmagado por um disco: cinco concertos de Vivaldi gravados por Viktoria Mullova e pelo Il Giardino Armonico para a Onyx, uma nova etiqueta muito, muito especial. Absolutamente DEMOLIDOR! Não há metálicos que consigam esta densidade, este poder, este virtuosismo, esta FORÇA! Para ouvir com a aparelhagem no máximo, em replay constante, até o prédio vir abaixo ou ser-se arrancado do local em camisa de forças pela polícia!
Reinternamento
Neste momento o meu computador está reinternado. E eu continuo pendurado.
E vem-me o O'Neill à mente:
A Santa Paciência, país, a tua padroeira,
já perde a paciência à nossa cabeceira.
Aaaaah, que fúria!
26 de junho de 2005
Leituras de uma noite de Verão
Wilt thou be gone? Is is not yet near day.
It was the nightingale, and not the lark,
That pierced the fearful hollow of the thine ear.
Nightly she sings on yound pomegranade tree.
Belive me, love, it was the nightingale.
It was the lark, the herald of the morn;
No nightingale. Look, love, what envious streaks
Do lace the severing clouds in yonder East.
Night’s candles are burnt out, and jocund day
Stands tiptoe on the misty mountain tops.
I must be gone and live, or stay and die.
W. Shakespeare
Rasguei um Prefácio
O prefácio é o maior insulto ao livro e ao leitor. Um livro vale e existe em si mesmo. Uma interpretação pessoal dele também. Para quê então contornar o livro, limitá-lo? Para quê influenciar a interpretação de cada um? Para quê tornar a interpretação do prefaciador e não o próprio livro o centro em torno do qual é tecida a nossa interpretação?
Um prefaciador que usa palavras mais caras que o próprio autor... um prefaciador que complexifica o que é simples quando o próprio autor cumpriu com simplicidade o que era difícil... Pode o padrinho ser mais importante que o noivo? E isto quando o noivo não legitimou sequer nenhum padrinho?
As palavras caras são importantíssimas. Servem para escrever com rigor. É na sua opção que se define exactamente os significados. As palavras caras são como bisturis que fazem a excisão da ambiguidade. Para quê usá-las quando as ideias são simples e estão bem definidas para todos?
E para quê ir mais além na metafísica e no imponderável quando o autor se limita com humildade honesta e digna ao que está ali? O prefaciador que é autor menor serve-se do livro e do autor para se pôr em bicos-de-pés. Mas não foi para ele que o livro existiu, nem é por ele que o livro é cumprido na leitura.
Desejo sinceramente que esse prefaciador com nome próprio e apelidos e existente e real morra. Ele é de certeza mais existente e real que eu: tem certamente mulher, filhos, profissão, amizades, importância, amigos e até amigalhaços. Mas a morte é o castigo justo para os vaidosos. Não por ser excessiva e definitiva. Mas porque apaga.
Frio e Luz
E gosto muito de ter a luz do candeeiro da secretária pequena acesa em dia de Sól.
De Sexta para Sábado e de ... para ...
Costa da Caparica: de um lado para o outro, esplanada, café, de um lado para o outro, totoloto, de um lado para o outro. Casa de amigas: filme mau (americano) sobre o Hitler acaba em 1921. Feira do Seixal. Estacionamento não sei de onde: jogo dos países. Regresso. Auto-estrada antes da ponte sobre o Tejo. Máximos. Ponte-sobre-o-Tejo.
Boca seca. Nada.
Feira do Seixal
Andei no carrócel Canguru, andei numa pista grande de carrinhos-de-choque, muito cheia com muitos carrinhos. Comi um churro de morango. Fui apanhar uma coisa ao lado de lá de um sítio.
Havia muitas pessoas, muitas figuras-tipo de muitos tipos diferentes. Havia muito barulho e muitas vendas. Muita gente encontrou-se uns com os outros.
Soube vagamente que o Marco Paulo dava um concerto.
Foi uma feira comum.
((Havia pessoas...))...
25 de junho de 2005
Já agora, que aqui estou...
O Benfica - SLB... SLB... SLB, SLB, SLB... GLORIOSO SLB... GLORIOSO SLB - ganhou ontem o Campeonato Nacional de Futsal. Ao Sporting... As minhas sentidas condolências ao F, e restante lagartagem, que por aqui aparece!
Ontem, o Brasil deu um bailinho e eliminou a Alemanha nos quartos de final do Campeonato do Mundo de Sub-20. Parabéns ao Orlando. Hoje, joga a Espanha.
Hoje também, na Taça das Confederações, um novo Brasil-Alemanha. Promete...
Como é facil de ver, o futebol é um manancial infindável!!! Eh! Eh! Eh!
O PAT voltou... yupiiiiiiii....
Pat Metheny Group |
Pat Metheny é conhecido como um virtusoso guitarrista, como o único músico da história dos Grammy a receber sete prémios consecutivos, como um compositor de excepção. Regressa para apresentar o novo caminho, "The Way Up", ao Coliseu de Lisboa a 25 de Junho e ao do Porto no dia seguinte. |
É o mais recente capítulo de uma história musical que já vai em mais de 30 anos. O trilho desbravado por Pat Metheny tem sido tão brilhante quanto particularmente indefinível. Caminha pelo ambientalismo e pelo colorido tonal, sempre com um olhar atento ao que se passa no rock - ou com um pé dentro dele. "The Way Up" não tem letras nem texto, mas tem histórias dentro. E promete dar o mote para cerca de três horas de espectáculo, para ouvir - como convém - sem pressa de acabar. Ao lado de Metheny alinham os companheiros Lyle Mays (piano), Steve Rodby (baixo), Cuong Vu (trompete, voz), Gregoire Maret (harmónica) e Antonio Sanchez (bateria). |
Simplesmente belo :)
Consegui uma "borla", ehehehe
Die fliegende Tage.......
Moral do dia: all is well when it starts over... => pós-visionamento dum filme primoroso chamado Salto Mortal (em inglês, Somersault), com uns actores fantásticos em estado de (des)graça. Digo-vos só que não fazia ideia que se podia esquiar na neve na Austrália... go figure!
Gute nacht für alles...
Jacob
24 de junho de 2005
Destaques do momento
Ana Drago, a jovem e nóvel estrela do BE, comissária para a norma do discurso sócio-cultural correcto, proclamou - e determinou - que o "arrastão" de Carcavelos foi, afinal, uma "fuga de jovens a uma carga policial indiscriminada". Publique-se e cumpra-se!
A ler: crónica do MST, no Público de hoje.
Sassi, o(a) gato(a), foi adoptada pela gata da D. Anabela, que estava a desmamar uma ninhada. Volta a casa daqui a duas ou três semanas.
ò menina quer uma rifa?
A aventura do quisto
De repente vem a ordem - É para ir para o bloco… e rápido! Lá vou para a sala de tratamento, lá me dispo e visto aquela batinha ridícula, com abertura completa atrás, e lá me deito na fatídica maca com lona. Nem há tempo para a tricotomia… há-de servir a que eu tinha (mal) amanhado na noite anterior. A viagem é estranha, muito estranha… é mesmo como nos filmes, onde só se vê o tecto a deslizar e caras, de raspão, a acenar. E é extraordinário como caminhos que conhecemos tão bem nos parecem, de repente, completamente novos e desconhecidos.
Chegado sala fria, só pensava - Devia ter mijado! – Não te preocupes, vai demorar pouco… já tem a Marcaína pronta? – Marcaína!?… Pronto, já me enganaram. Iam-me fazer uma raqui-anestesia . Embora não tivesse ficado claramente definido, estava convencido que iria fazer anestesia geral. Bem sei que tem mais riscos mas é, quanto a mim, bem mais confortável para o doente. Já que não podia fugir, vamos a isso… em duas (ou três, já não me lembro bem…) tentativas estava a coisa feita. - Acho que isso ainda não está anestesiado! – Não?? Então levanta lá a perna… E eu levantava, só que ela nem se mexia um milímetro – Sentes…? E eu nem sabia onde havia de sentir.
E durante meia-hora lá andaram eles a escarafunchar, algures lá em baixo, entre as nádegas. Eu, atordoado com algum Midazolam, estava na maior, palrava com a anestesista e tentava ouvir os murmúrios que vinham lá dos fundos.
Cheguei à minha cama, onde ia passar a noite… - Deves ficar assim, em decúbito dorsal, para fazer mais compressão – Tinham feito ressecção em bloco e encerramento com colocação de dreno. A recuperação será mais fácil e mais rápida… espero que tudo corra bem. – E não podes levantar a cabeça… durante 24 horas! – É por causa da raqui-anestesia… pode causar cefaleias, não sei bem porquê!
E lá fiquei. Dores poucas… doiam-me mais as costas depois de 3 ou 4 horas deitado naquela cama. E que cama terrível, com aquela protecção plástica que nos faz ficar pegados ao lençol. E como é difícil mandar uma mijadela no urinol, deitado de lado… difícil, mesmo… é preciso espremer-mo-nos muito, demasiado! E como é estranha a sensação de estar paralítico (e insensível!) da cintura para baixo e sentir, aos poucos, voltar tudo ao normal com um esquisito formigueiro cheio de comichão.
Passada a noite, estava tudo bem. Tudo bem, excepto a fome… estava fiado em comer um belo croissant misto por volta da meia-noite, mas nada – Está em dieta líquida… só chá! E lá fiquei, sozinho, no escuro, a sonhar com o meu lindo croissant misto.
Por volta das dez horas fizeram-me a famosa higiene hospitalar… gostei, gostei muito de ser lavado com uma esponja de água morna, de serem mudados os lençois, de me sentir logo "muito melhor". E percebi, mais um pouco, a importância do enfermeiro chegar, dizer bom-dia ou boa-noite, perguntar se está tudo bem ou se precisa de algo, falar sobre isto ou aquilo… mesmo quando quase nem é preciso, como era o meu caso. Faz-nos sentir "menos doentes"!
23 de junho de 2005
Ai ...
... ... ... ai ... ...
ai ... ... ... ... ...
... ... ... ... ai ...
PP: Ai!
Hi to everybody & passion-flower
Após tantas deambulações, a lebre conseguiu atracar-me aqui, o que muito me apraz... adentrar pelo vosso seio para desfrute mútuo (assim o espero!).
A-ver-vamos como corre...
E isto numa tarde gloriosa: acabei de fazer uma mousse de maracujá de trepar pelas paredes e estava agora a ouvir Toru Takemitsu...
Vi abraccio e vi saluto!
Iacobus Motus, a.k.a., t.m.
O Regresso ao Papel
Outro dia escrevi uma carta. Escrevi-a no computador e imprimi-a. E assinei-a à mão. Aqui é que o método tradicional já não vence: a minha caligrafia é brutalmente incompreensível. A impressãozinha pode ser menos biológica mas é mais respeitosa (para com a paciência do destinatário) e vem igualmente do fundinho do coração.
Os aviões-de-papel vão continuar a ser aviões em papel.
Que privilégios?
CARTAS AO DIRECTOR
Sou professor desde 1985. Tirei uma licenciatura em Ensino que paguei com o meu trabalho. Tenho duas pós-graduações que paguei do meu bolso. Encontro-me (congelado) no 8.º Escalão da Carreira Docente. Leccionei, durante o presente ano lectivo, as disciplinas de Língua Portuguesa, Francês, Oficina de Teatro (oferta da escola), Área de Projecto e Formação Cívica. Fui director de turma e responsável pela coordenação pedagógica da Formação Cívica. Ponho do meu bolso muitas vezes para que alguns alunos possam participar nas actividades (este ano, por exemplo, paguei os bilhetes a alunos numa visita de estudo ao Teatro Nacional D.Maria II). Trabalhei durante o feriado municipal (7 de Junho), no dia 9 até às 24horas e no sábado, 11 de Junho, toda a manhã a montar uma exposição de todos os trabalhos da Área de Projecto. Carreguei escadotes, expositores, subi e desci. Não meti um único atestado médico durante o ano. E vêm falar da porra dos privilégios. Recebi de vencimento, no mês de Maio, 1437,22 euros. Descontei para a Caixa Geral de Aposentações/Segurança Social 201,41 euros e de IRS 433,00 euros. Privilégios? Troco já por uma outra profissão com o mesmo salário e que se f... os privilégios! Não vivo no luxo. Não passo férias no estrangeiro. Pago mensalmente à CGD a hipoteca de um T3, sem garagem e sem piscina. Pago mensalmente um Honda Jazz. Não tenho Audi, BMW, Mercedes, jipe, casa de férias. Que porra de privilégios?
Venham dar aulas. Venham ver como se comporta a maioria dos alunos dentro e fora da sala de aulas! Venham ver a falta de autoridade, a falta de respeito, o enxovalho quase permanente! Com isto não está preocupado o Ministério da Educação, nem a Confap. Areia para os olhos! Sou professor, repito, não um malfeitor. Não sou comunista, não sou sindicalizado e vou aderir à greve porque estou farto da incompetência e da prepotência do ministério, da Confap e da opinião pública!
José Joaquim Araújo
Carnaxide
(recebi esta carta por mail)
CARTA ABERTA AOS BANDIDOS
Estimados bandidos:
De acordo com relatórios do Ministério da Administração Interna, a criminalidade dos gangs aumentou 460% em sete anos. Creio ser seguro afirmar que nenhuma outra actividade teve, em Portugal, um sucesso que sequer se assemelhe a este. Se alguma classe profissional tem levado a sério o apelo patriótico do Presidente da República para fazer um esforço no sentido de da o melhor se si ao País, é a vossa.
Não posso, no entanto, deixar de colocar fortes reservas à vossa última iniciativa.É certo que a notícia correu o mundo, e é inegável que isso, juntamente com os êxitos de José Mourinho, contribui para prestigiar o nome de Portugal lá fora.
Mas mobilizar 500 marmelos para assaltar uma praia é simplesmente estúpido. Com meio milhar de meliantes bem organizados, vocês podiam ter assaltado a agência sede da Caixa Geral de Depósitos e trazido o cofre-forte ao colo. Duzentos e cinquenta de cada lado e levavam aquilo em peso para casa.
A assaltar uma praia, parece-me óbvio que deveriam ter escolhido praias de gente rica, como a dos Tomates, a do Ancão ou as de Vilamoura. Num dia bom, talvez conseguissem palmar o helicóptero do Manuel Damásio.
Já a praia de Carcavelos, meus amigos, o que é que têm para roubar? Por mais que me esforce, não consigo deixar de imaginar a vossa reunião após o arrastão como uma cena patética do tipo:
Bandido: Muito bem, vamos lá dividir o produto do roubo desta tarde. Este bronzeador solar de factor 30 fica para mim. Mãozinhas, ficas com este par de raquetes. Aqui o tupperware de pataniscas de bacalhau é para o Zé Naifas. E os outros 497 dividem este tacho de arroz de tomate embrulhado em papel de jornal.
RÍDICULO, não vos parece? Sei que a minha opinião de leigo, provavelmente, conta pouco, mas não faria mais sentido dividirem-se em grupos de 50 (que já assustam) e assaltarem dez praias em vez de uma? É uma questão de aritmética simples.
Se me permitirem a observação, estou convencido de que vocês, bandidos nacionais, são como os empresários portugueses – e digo isto sem pretender ofender-vos de modo algum. Têm iniciativa, sim senhor, mas falta-vos a visão estratégica e, sobretudo, formação.
Pois não é evidente que os vossos negócios se desenvolvem menos bem na praia do que, digamos, no campo? Mantém-se o contacto com a natureza e o trabalho ao ar livre – que, pelos vistos, vocês tanto prezam - , e tem duas vantagens que entendo como fundamentais: primeira, há muito mais coisas para roubar; segunda, eu vou à praia de vez em quando, mas não jogo golfe.
Pensem lá bem nisso e continuação de bom trabalho.
Um abraço a todos do
Ricardo
PS – Não sei qual de vocês ficou, aqui há tempos, com o meu auto-rádio. Se ainda não foi vendido, uma dica: Lá dentro ia um CD do Sérgio Godinho, o Rivolitz. Tenham isso em atenção na altura de fazer o preço, porque é um belo álbum ao vivo.
22 de junho de 2005
A Mathilde
O melhor lugar em casa para ter uma televisão é a despensa. Mas infelizmente, aí e na casa de banho são os únicos lugares em que a maior parte das casas não têm os famosos incineradores cerebrais. Noventa por cento dos desentendimentos com a Chris começam por causa da caixinha. Os outros dez por cento é por ela não conseguir perceber como é que eu sou capaz de viver sem cabo.
Até a Chris chegar eu conseguia viver sem cabo. Estando em minha casa eu acho que tenho o direito de ter o que eu quiser e é isso que tenho feito. Mas a Chris põe tudo em causa. Transforma as mais pequenas coisas num inferno. Leva tudo à letra, é insensível ao sarcasmo e imune à ironia. Para ela não há meios termos: tudo ou é preto ou é branco e não há nuances possíveis entre um e outro; ou é ou não é; nada de ses ou talvez; cinco é cinco; sessenta e nove é sessenta e nove.
Conheci há muitos anos uma personalidade assim objectiva. Mathilde tinha um corpo que podia ser definido com uma equação trigonométrica do segundo grau. Eram necessários senos e cosenos para definir as partes mais arredondadas mas podíamos desprezar sem remorsos as soluções complexas. As tangentes e as cotangentes tendiam, com a Mathilde, para infinito. Se quisermos vê-la de uma perspectiva arquitectónica poderemos dizer que tudo nela obedece à divina proporção: tudo nela se multiplicava ou dividia por um vírgula sessenta e oito. Para mim, que na altura em que a conheci procurava ainda discernir entre a necessidade de um mundo estético ou de um mundo ético, Mathilde parecia a síntese encarnada. Claro que me apaixonei. Cegamente como é próprio das paixões. Durante alguns anos foi Mathilde o motor da minha alma. Sei, por experiência, que uma paixão tem tendência a arrefecer e esse poderia ser o processo natural para me afastar de Mathilde. Mas não foi. Foi outra paixão que se foi insinuando e me fez perceber que a objectividade de Mathilde, apesar de intimamente coerente, bela, inocente, sistemática, racional, lógica e fecunda, tinha uma infinita falta de humor. Para Mathilde tudo era denotativo, os símbolos eram apenas processos de representação, as metáforas eram incompreensíveis e o estilo não tinha figuras.
Sei que ninguém pode ser tudo e ter tudo. Mas a descoberta de que Mathilde vivia num mundo fechado e que não se abria ao entendimento da complexidade do real; o sentir que Mathilde se contentava com a dimensão infinitamente manipulável das coisas e não entendia as variáveis subjectivas do entendimento nem a obscuridade das emoções, fez-me recuar de uma paixão que se tinha tornado evidente ela não ser capaz de partilhar.
Como com quase todas as minhas paixões, não foi uma separação violenta nem definitiva. Volto a ela sempre que o meu espírito deriva para indefinições e me sinto desintegrado nas minhas funções de homem sem raízes.
Suponho que foi por causa da televisão. A programação estava uma miséria e a Chris começou a embirrar. Depois de refilar por causa do cabo pegou no seis vírgula oitenta e três. Porquê seis vírgula oitenta e três? Ela achava pouco. E depois achava muito porque não sentia que fosse tanto. Perguntava: "como é que mediste isso"? Estava desconfiada por causa do três. Ainda se fosse seis vírgula oitenta, vá lá. Agora aquele três parecia-lhe uma precisão excessiva. Segundo ela, ninguém mede essas coisas com duas casas decimais. Parecia mesmo que eu tinha a intenção de a impressionar. Embora para ela um três naquele lugar nem aquecesse nem arrefecesse. Para a impressionar mesmo era preciso muito mais do que seis vírgula oitenta e três.
Ivo Cação
É hoje!
Espero que o cirurgião se ajeite com o canivete...
Espero, também, que não faça greve...
Chapéus há muitos...
Em caso de necessidade, podem emprestar alguns aos postadores:)
Chapéus há muitos, seus palermas:)
Foto de Aníbal Lemos
Protesto... desculpem lá...
Agora, querem subverter o jogo.
Estou-me nas tintas se, ao longo de todos estes trinta e poucos anos de revolução, toda a elite política deste país se entreteve em “combates” de ideologia poleiro-politico-partidários e se estiveram a borrifar para o povinho.
Mais não são que a prova provada da inépcia que foi Abril. Sim, porque cada vez mais se prova, que esta cambada que nos governou (e governa), mais não é que isso mesmo, uma cambada de meninos oportunistas, que aproveitaram uma birra de capitães para irem na onda e tomarem o poder, fazendo umas adaptações, escolhendo novos ídolos e pseudo-idealistas. Mudam-se as moscas…
Fica também provado, que a revolução, confirma a inépcia de um povo que come e cala, alça “v”’s de vitória, punhos de socialismos e silogismos democratas por mera simpatia ou conveniência. São toda uma cambada de cordeirinhos que ainda acreditam em toda esta treta que se transformou este país.
Nunca houve projecto na cabeça de qualquer dos velhos políticos que tomaram as rédeas deste país. Antes, esperaram que o velho regime tombasse (não esperariam que daquela forma, nem tão cedo, digo eu) e o resultado foi o que agora se vê. Queriam era adaptar o que já existia, mas, dado a celeridade dos acontecimentos, acabaram a fazer asneirada atrás de asneirada, descambando no habitual regabofe a que sempre estivemos habituados.
Tal como dizia o tal Romano, não nos governamos, nem nos deixamos governar.
Há quem leia o que escrevo e não entenda patavina. Outros contudo, espreitam e depois dão-me na cabeça. Força, continuem, porque aí exponho a minha faceta de sofredor e provo que não tenho medo de dizer o que penso.
A minha vida, tanto a pessoal como a profissional, está sujeita a códigos de conduta muito definidos desde que me conheço, sendo a matriz da minha maneira de ser. À cabeça desse código estão o amor à causa comunitária, a ajuda ao próximo e tentar deixar algo de bom onde veja algo de mal e tentar melhorar o que já é bom.
Cheguei onde cheguei orgulhosamente à minha custa e deste poleiro só saio, quando conseguirem abrir o pulso que cerrei em cada degrau que agarrei.
(Hoje, dia 22, por me ser vedado esse direito, não farei greve. Por isso mesmo, considero que, por me ser cerceado um direito fundamental, não compreendo porquê, considero-me excluído desta sociedade, sendo um português de 2ª.. Mas também não me manifestarei nas ruas ou em frente ao MAI. Sou contra o Sindicalismo nas Forças de Segurança, nos moldes em que foi criado e da forma como foi negociado, assim como sou contra a maioria dos sindicatos deste país, que cada vez mais, são montras de parasitas políticos, não sendo, tal como acontece em países bem organizados, defensores dos anseios e ambições dos trabalhadores das classes que representam.)
Vaga de calor
Noto as pessoas implicativas, irritáveis, a guiarem como uns desvairados.
Existe a conhecida terapia da sopa de maçã, que é recomendável para diluír e erradicar todas essas questões.
Entretanto vou continuara arquitectar as férias. Parece-me boa ideia.
Abeijos e braços.
21 de junho de 2005
Direito de opinião
A adopção de crianças por casais homossexuais e a direita retrógrada
Como certamente estarão a imaginar, não sou a favor. Não quero dizer contra, pois isso dá uma conotação de lutar contra algo ou alguém. Não luto contra nada, apenas quero manifestar a minha opinião: não sou a favor! E porquê?
Quer queiramos ou não, a evolução da espécie humana está associada à evolução do modelo de organização familiar. Quase todos os passos evolutivos do homem se acompanharam por mudanças da organização familiar, sempre baseada na interacção entre macho/fêmea. Essa relação evolutiva é tão íntima que actualmente ainda está por perceber o que é que originou o quê: se foi a evolução da espécie que condicionou a organização familiar, se foi a evolução da família que permitiu a evolução da espécie.
E desta forma, desembocámos no século XX com a família nuclear que conhecemos: uma mulher, um homem e alguns filhos. E desta forma, chegámos ao século XX, capazes de alcançar novas formas de comunicação e interacção, capazes de descobrir e aceitar novas formas de relacionamento e sexualidade, capazes de questionar e por em causa tudo o que conhecemos do passado, e capazes de procurar e lutar por novos conceitos de ética e moral.
Só que nem todas as novas opções de uma sociedade são boas ou correctas. Um novo conceito ou uma nova corrente de pensamento não é boa só porque é nova. No momento presente dessa novo conceito, ou maneira de actuar, não podemos julgar da sua bondade ou adequação, só por que nos parece justo e razoável para determinados grupos sociais. De exemplos destes está a história cheia… e posso lembrar um, bem actual: a proibição do aborto surgiu nos finais do século XIX, enquadrado e acompanhado por uma série de mudanças de princípios relacionados com os direitos do homem, que hoje ninguém contesta – a proibição da escravatura, a extinção da pena de morte. Passado 100 anos, a proibição do aborto é contestada e revogada, em face das novas formas de vivência da sexualidade humana. Qual é a opção mais justa: a de há 100 anos, a actual, as duas, nenhuma delas…?
Dito isto, o casamento e a adopção de crianças por casais homossexuais parece uma medida justa e razoável, que vem ao encontro das aspirações de grupos importantes da nossa sociedade. Mas face ao modelo de organização familiar, associado ao desenvolvimento da espécie, a opção parece desadequeda e pouco razoável. Então em que ficamos? É um bom caminho…? É mau…? Simplesmente não o podemos saber, só daqui a a muitos anos os nossos filhos ou netos o saberão.
Para finalizar… não me deixa de surpreender que, quem tanto se bate pelo direito à diferença, lute tanto por fazer igual. E não me parece uma luta pelos mesmos direitos… antes me parece um desejo de copiar e de esquecer… a diferença.
O direito à greve e os direitos adquiridos
Em minha opinião, a greve é uma forma de luta arcaica, um resquício do século XIX.
Nesse século, a greve como forma de luta teve a sua géneses na natural oposição de interesses entre um patrão e os seus trabalhadores. O "combate" era leal e linear: se os trabalhadores sentiam que os seus interesses ou direitos não estavam a ser tido em conta, entravam em greve – por períodos longos e indeterminados - e ganhava o mais forte, ou que aguentava mais tempo as perdas que a greve lhe causava (salários vs lucros)
Neste século, uma greve – especialmente nos sectores de serviços do Estado – não tem nenhum destes componenetes. O patrão/Estado não perde "nada", os trabalhadores perdem umas migalhas por dois ou três dias de greve e são os utentes desses serviços que sofrem os efeitos da greve. A pressão sobre a entidade patronal é feita de forma indirecta, por intermédio de terceira pessoa. O "combate" não é linear, nem leal.
Em minha opinião, a actual greve dos professores, marcada para os dias dos exames do 9º e 12º anos, é soez e iníqua! Direito adquiridos...? Uma porra!
PP: Falou uma voz da direita. Pronto, podem-me chamar retrógrado!
pasta à maria (ler com sotaque italiano)
Por isso decidi fazer pasta à Maria (são imensas as variações)
Enquanto se coze a massa, numa frigideira frita-se, em azeite e muito alho, tomate bem maduro com pedacinhos de frango, quadradinhos de bacon, cogumelos frescos, azeitonas pretas e alcaparras. Tempera-se com ervas provençais, orégãos e manjericão. Quando estiver pronto, misturar com a massa (já pronta) e deixar cozer mais um bocado.
Depois é só servir acompanhado de um bom vinho tinto.
SÃO SERVIDOS?
Mito urbano
20 de junho de 2005
Ainda complicamos muito o sexo. E ele é tão simples, tão efusivo, tão natural.
Ainda não aprendi se temos que fazer de tudo isto um acto religioso e soturno. Se é para aprender isso, quero que se lixem.
Chamam a fazer um broche , sexo oral. De oralidades estou farta, prefiro mesmo os sabores na minha boca, de perder a cabeça, de sentir que estou viva, que existam momentos de ir e de vir.
E com tudo isto.
Sem dúvida .
(tranquilizem-se as almas . estava a reescrever algumas coisas no post. mas dada a vossa inquietação legítima, fica mesmo assim. compreendo a vossa pressa.)
Sassi
No sábado, despareceram… Hoje, descobrimos um, perdido junto ao muro do outro lado da casa. Durante horas, a gata não apareceu para o levar.
Assim, a família tem um novo membro: o(a) Sassi. Deve ter três dias… sobreviverá?
Era uma vez: A Canoa.
Uma sociedade portuguesa e outra japonesa decidiram desafiar-se todos os anos numa corrida de canoa, com oito homens cada.
As duas equipas treinaram duramente, e quando chega o dia da corrida cada equipa estava no melhor da sua forma. No entanto os japoneses venceram com mais de um quilómetro de vantagem.
Depois da derrota, a equipa estava desanimada. O director Geral decidiu que no ano seguinte deveriam ganhar e por isso criou um grupo de trabalho para examinar a questão.
Depois de vários estudos, o grupo descobriu que os japoneses tinham sete remadores e um capitão. No entanto, a equipa portuguesa só tinha um remador e sete capitães.
Face à situação de crise, o Director Geral fez prova de grande sabedoria: contratou uma empresa de auditoria para analisar a estrutura da equipa portuguesa.
Depois de longos meses de trabalho, os especialistas chegaram à conclusão de que na equipa havia capitães a mais e remadores a menos. Com base no relatório dos especialistas, foi decidido mudar a estrutura da equipa. Haveria agora quatro comandantes, dois supervisores, um chefe dos supervisores, e um remador. Concluindo, intruduziram-se uma série de novas medidas para motivar o remador: “Devemos melhorar o quadro de trabalho, motivá-lo e atribuir-lhe mais responsabilidade”.
No ano seguinte os japoneses venceram com dois quilómetros de vantagem.
Os responsáveis da sociedade despediram o remador por causa dos maus resultados no seu trabalho. No entanto foi entregue um prémio aos restantes membros recompensando-os pela forte motivação que incutiram na equipa.
O director Geral prepara uma nova análise da situação, na qual fica demonstrado que foi escolhida a melhor táctica, que a motivação era boa mas que o material devia ser melhorado.
Neste momento estão a ponderar a substituição da canoa.
Falando em Tiagos
21 de Junho - Solstício de Verão. Às 7h46 o Sol passará pelo ponto mais a norte, relativamente ao equador celeste (a projecção do equador terrestre no céu a partir do centro da Terra), da sua trajectória aparente na esfera celeste. É o dia mais longo do ano (e a noite mais curta). A partir desta data, os dias irão lentamente tonar-se mais curtos.
A Lua Cheia é a 22, às 5 da matina
in http://www.oal.ul.pt/oobservatorio/vol11/n6/pagina6.html
stage fright - esta mulher.. puff..
It's not 'cause I wouldn't,
It's not 'cause I shouldn't,
And, you know, it's not 'cause I couldn't,
It's simply because I'm the laziest gal in town.
INSTITUTO DE METEOROLOGIA - PORTUGAL
PREVISÃO DO ESTADO DO TEMPO NO CONTINENTE
DIA 20 DE JUNHO DE 2005 - SEGUNDA-FEIRA
PERÍODOS DE CÉU MUITO NUBLADO. CONDIÇÕES FAVORÁVEIS A OCORRÊNCIA DE AGUACEIROS, TROVOADAS, E APARIÇÕES DE VIRGENS, EM ESPECIAL NAS REGIÕES DO INTERIOR NORTE E CENTRO. VENTO FRACO (INFERIOR A 15 KM/H), SOPRANDO MODERADO (20 A 35 KM/H) DE NOROESTE NO LITORAL OESTE DURANTE A TARDE. NEBLINA OU NEVOEIRO MATINAL NO LITORAL.
INFORMAÇÃO DO INSTITUTO DE METEOROLOGIA - PORTUGAL.
19 de junho de 2005
Parabéns muito atrasados...
O primeiro dia das Aparições Marianas em Fátima! Estou certa que o Gasel poderá discorrer sobre a data. Entretanto registado fica e para o ano não nos esqueceremos.
Como o tempo voa mesmo, estamos quase a fazer dois anos de blog. Mais exactamente no dia 29 de Julho.Uma jantarada em Lisboa? Alvitrem. Já sei que não vão alvitrar nada e quem vai aparecer é o núcleo duro do costume.
Diga-se!
O calor faz-nos transpirar, suar... faz-nos desidratar.
O calor faz-nos arfar, resmungar, tira-nos o apetite
O calor dá-nos lanzeira, pasmaceira... faz-nos embrutecer.
O calor cheira mal, fede... o calor é uma merda.
PP: o frio também, diga-se.
Ainda sobre lutos nacionais
Contentamento, Destino
As pessoas com vistas longas sofrem não poder escolher. E sofrem ter de escolher, pela rejeição. Escolher é rejeitar. A sua vida é realizada amplificando as suas escolhas à extensão da sua vista.
Mas é bom quando as pessoas de vistas longas e sem escolhas amam profundamente aquilo que o destino lhes sobrou.
18 de junho de 2005
A Dinah
Morram poetas ou políticos, pintores ou músicos, médicos ou milionários, a Chris não se abala. Delicia-se a ver o ar compungido de quem aparece a tecer os maiores elogios a quem morre. E deixa cair uma piedosa lágrima. Um dia falarei das lágrimas de Chris.
Eu hesito em dar a minha opinião. Digo-lhe que não percebo como é que um país em que toda a gente que morre é tão brilhante pode ser tão rasca. Como é possível elogiar tanto os que morrem e o país ser tão inferior à soma das suas geniais partes. Será que os verdadeiros culpados são seres eternos que andam por aí a boicotar os excelentes desempenhos dos que são mortais?
A Chris diz que sou um desmancha prazeres e manda-me calar para dar atenção às palavras de mais um candidato a defunto brilhante sobre um brilhante defunto. Eu não me calo e ela diz-me ferozmente que eu não respeito os mortos. Insisto que neste país as únicas coisas que se respeitam são os mortos. E por pouco tempo. Pelos vivos não há respeito nenhum. Ela ameaça gritar e vou para a varanda dar o meu contributo para a redução do défice.
Começo a estar um bocado farto da Chris. Não é possível argumentar com ela. A verdade suprema vem na Caras e na Gente e as minhas opiniões são as de um marginal. Mas o facto é que ela se me impõe. Num certo sentido faz-me lembrar a Dinah.
Também com a Dinah me reduzi a uma certa insignificância. Não era esta insignificância derrotada mas uma insignificância militante. Com a Dinah havia compensações.
Horas e horas de ginásio não chegavam para eliminar a efervescência daquele corpo. Hoje não aceitaria aquela reduzida feminilidade mas na altura, a forma destemida com que contrariava a gravidade subjugava-me, e a falta de assunto, a falta de temas de conversa, não se sentia porque o tempo era quase todo preenchido com acção. A agilidade, a elegância militar do gesto, a força física e mental tornavam-na um animal violento em cuja jaula não se consegue permanecer vivo muito tempo.
Um dia fugi, assustado. O crescendo de perversidade estava a tornar-se insustentável. Receei pela minha estabilidade mental quando a minha saúde física já estava sobejamente deteriorada. Apesar de tudo foram bons tempos. Dediquei-me a Dinah com uma reverência que hoje não sei se era apaixonada, masoquista ou aterrada. Atrás da potência vem sempre a crueldade e não conheci depois ninguém que, como Dinah, aliasse à determinação cega da mente um corpo igualmente vocacionado para lutar pelo seu lugar. Força da natureza, impulso da matéria, emoção corporizada, vida sem redomas... Dinah. Não me fez feliz. Não sou capaz de ser feliz com o corpo dolorido.
O sentido em que me faz lembrar a Chris é muito pequeno. Dinah dominou-me no meu tempo de homem forte. A Chris domina-me como homem decadente, derrotado... temporariamente derrotado, espero eu.
Ivo Cação
Não sei porquê...
O Captain! My Captain! our fearful trip is done;
But O heart! heart! heart!
O Captain! My Captain! rise up and hear the bells;
Here Captain! dear father!
My Captain does not answer, his lips are pale and still;
Exult, O shores, and ring, O bells!
Walt Whitman
Cinco dias de Luto
E se calhar mereceu muitissimo!
Curiosamente também era do PCP. O partido anda a empobrecer.
17 de junho de 2005
heargasms
hoje depois de deixar na minha filha à porta de exame (e depois de uma conversa intensamente curta e cheia de espírito... já vos tinha dito que adoro os meus filhos?)
o cd que abrilhantou a minha condução foi este:
imaginem a voz da marcella riodan a dizer com o tom mais sensual que vos passe pela cabeça:
"...and O that awful deepdown torrent O and the sea the sea crimson sometimes like fire and the glorious sunsets and the figtrees in the Alameda gardens yes and all the queer little streets and pink and blue and yellow houses and the rosegardens and the jessamine and geraniums and cactuses and Gibraltar as a girl where I was a Flower of the mountain yes when I put the rose in my hair like the Andalusian girls used or shall I wear a red yes and how he kissed me under the Moorish wall and I thought well as well him as another and then I asked him with my eyes to ask again yes and then he asked me would I yes to say yes my mountain flower and first I put my arms around him yes and drew him down to me so he could feel my breasts all perfume yes and his heart was going like mad and yes I said yes I will Yes."
um homem não pode ficar o mesmo depois disto.
é impossível.
acreditem
E reparo que...
A foto que reproduzo é de Pedro Flora. Recomendo aliás que vão ver as outras fotos deste autor.
Nota: Afinal fui recordada que o carlos já tinha falado disso, num post anterior. Mas só enunciou, não desenvolveu. Como rei das estratégias comerciais, compete-lhe a ele desenvolver o tema:)
E voltando aos pés.
Acho uma bonita idade para se morrer, exactamente 99 anos. Deixo aos doutores residentes deste blog, a missão de comentarem a morte deste senhor e falarem sobre a doença que descobriu.
16 de junho de 2005
Amores e festas
Em caso de ter que escolher, o que será preferível...
...ser amado, sem amar ou...
... amar, sem ser amado?
Eu preferiria, sem qualquer dúvida, a segunda hipótese!
Abre hoje, oficialmente, a época de festividades dos miúdos.
Esta noite, festa da escola do Manel. Amanhã, sarau da ginástica da Gena. Sábado, sarau da escola da Gena. Para a semana, continua a coisa... e aí, vem a pior de todas: a festinha da catequese do Manel.
Já vi estes filmes todos, cinco ou seis vezes... e o enredo é sempre o mesmo!
Salvem-me... Salvem-me.... Salvem-me... Salvem-me