Em 1987, de livre e espontânea vontade, assinei um documento, sob compromisso de honra, em tudo parecido a um contrato colectivo de trabalho. Abdiquei então de toda uma série de direitos de cidadania, passando a fazer parte dos chamados Corpos especiais da função pública. Pertencer a este estatuto especial, significava abdicar de direitos tais como, o direito sindical, pagamento de horas extraordinárias, fins-de-semana, feriados sem compensação, etc., etc. Tudo isto em troca de 25% de contagem de tempo extra por cada ano, para efeitos de reforma. Assim, aos 48 anos, feitas as contas do tempo de serviço militar (4 anos), mais o tempo prestado ao serviço, estaria com o tempo total de serviço e aos 52 anos, por ser a idade mínima de aposentação, poderia “ir à minha vida”. Abdiquei de uma carreira na área do direito, adiada para mais tarde, entreguei-me a um regime de disponibilidade total, tudo em nome dos chamados direitos adquiridos.
Agora, querem subverter o jogo.
Estou-me nas tintas se, ao longo de todos estes trinta e poucos anos de revolução, toda a elite política deste país se entreteve em “combates” de ideologia poleiro-politico-partidários e se estiveram a borrifar para o povinho.
Mais não são que a prova provada da inépcia que foi Abril. Sim, porque cada vez mais se prova, que esta cambada que nos governou (e governa), mais não é que isso mesmo, uma cambada de meninos oportunistas, que aproveitaram uma birra de capitães para irem na onda e tomarem o poder, fazendo umas adaptações, escolhendo novos ídolos e pseudo-idealistas. Mudam-se as moscas…
Fica também provado, que a revolução, confirma a inépcia de um povo que come e cala, alça “v”’s de vitória, punhos de socialismos e silogismos democratas por mera simpatia ou conveniência. São toda uma cambada de cordeirinhos que ainda acreditam em toda esta treta que se transformou este país.
Nunca houve projecto na cabeça de qualquer dos velhos políticos que tomaram as rédeas deste país. Antes, esperaram que o velho regime tombasse (não esperariam que daquela forma, nem tão cedo, digo eu) e o resultado foi o que agora se vê. Queriam era adaptar o que já existia, mas, dado a celeridade dos acontecimentos, acabaram a fazer asneirada atrás de asneirada, descambando no habitual regabofe a que sempre estivemos habituados.
Tal como dizia o tal Romano, não nos governamos, nem nos deixamos governar.
Há quem leia o que escrevo e não entenda patavina. Outros contudo, espreitam e depois dão-me na cabeça. Força, continuem, porque aí exponho a minha faceta de sofredor e provo que não tenho medo de dizer o que penso.
A minha vida, tanto a pessoal como a profissional, está sujeita a códigos de conduta muito definidos desde que me conheço, sendo a matriz da minha maneira de ser. À cabeça desse código estão o amor à causa comunitária, a ajuda ao próximo e tentar deixar algo de bom onde veja algo de mal e tentar melhorar o que já é bom.
Cheguei onde cheguei orgulhosamente à minha custa e deste poleiro só saio, quando conseguirem abrir o pulso que cerrei em cada degrau que agarrei.
(Hoje, dia 22, por me ser vedado esse direito, não farei greve. Por isso mesmo, considero que, por me ser cerceado um direito fundamental, não compreendo porquê, considero-me excluído desta sociedade, sendo um português de 2ª.. Mas também não me manifestarei nas ruas ou em frente ao MAI. Sou contra o Sindicalismo nas Forças de Segurança, nos moldes em que foi criado e da forma como foi negociado, assim como sou contra a maioria dos sindicatos deste país, que cada vez mais, são montras de parasitas políticos, não sendo, tal como acontece em países bem organizados, defensores dos anseios e ambições dos trabalhadores das classes que representam.)
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