30 de junho de 2005

seria bom que a transparência chegasse também aos nossos responsáveis

não é uma questão de curiosidade ou alimento de invejas injustificaveis, mas apenas para que tudo seja mais transparente.

transcrevo um mail recebido....


Se é verdade que os pequenos presentes ajudam a preservar a amizade, as grandes dádivas também não são de menosprezar. Sendo assim, os 25 Comissários europeus, tantas vezes alvo de críticas, não têm motivos de inquietação. Nada mais nada menos que 41 presentes, no valor de pelo menos 150 euros cada, foram recebidos por Barroso e pelos restantes 24 Comissários. Tal está patente na lista dos presentes recebidos que a Comissão resolveu publicar. A porta electrónica que dá acesso à câmara do tesouro abre­se com o seguinte endereço: http://europa.eu.int/comm/commission_barroso/gifts_fr.pdf.
Já lá vão os tempos em que os Comissários não tinham de se preocupar com o valor dos presentes que recebiam. O Código de Conduta revisto de 2004 exige que as dádivas sejam primeiro submetidas ao departamento de protocolo da casa. É ali que se traça o destino dos livros, pinturas, estátuas e quejandos. É também ali que se decide o que fazer com as três gravatas de seda recentemente doadas por um particular anónimo ao Presidente Barroso. Cabe então às senhoras e aos senhores do Protocolo a tarefa ingrata de encaminhar os presentes, tendo­se de escolher entre quatro opções: utilização por Comissário ou por colaborador no exercício das suas funções, decoração dos escritórios, obras de caridade ou aproveitamento para exposições e eventos.
O facto de o Presidente Barroso ter sido contemplado 13 vezes (mais do que qualquer outro) não é de admirar. Poderá, pelo contrário, causar algum espanto a utilização que Barroso poderá ou quererá dar a um relógio de bolso, a uma “História da Sicília” em 12 tomos ou a um telemóvel. O que terá levado um particular a oferecer à Comissária da Concorrência, Neelie Kroes, um livro sobre a concorrência? Porque recebeu a Comissária do orçamento, Dalia G., um serviço de café de várias peças e o eslovaco Jan Figel um serviço de café “mocca” ? Os conhecimentos linguísticos do Comissário da Investigação, Jan P., irão seguramente melhorar, já que recebeu um dicionário eslovaco­alemão-eslovaco em cinco tomos. Só mais um mistério indecifrável: como é que a Comissária da Agricultura Fischer Boel irá aproveitar nestes dias caniculares um “colete de lã tradicional” que lhe foi oferecido recentemente por um governo ? Perguntas atrás de perguntas que anseiam por uma resposta. Nos últimos tempos, estranhamente, não se têm observado grandes movimentações na câmara do tesouro bruxelense : no mês de Junho não foi registado um único presente.

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