31 de maio de 2006
uma decisão importantíssima para a divulgação da música e outra absolutamente dispensável
a ópera 'o ouro do reno', um dos anéis do nibelungo, a última produção do teatro nacional de são carlos, está a ser reconhecida por todos quantos a já viram como um trabalho genial e visualmente deslumbrante.
o encenador graham vick, reconhecido pelas suas encenações tão polémicas como inovadoras e geniais, decidiu integrar 'todo' o teatro dentro da sua obra.
não só o palco saltou para a plateia (indo a plateis para a boca de cena), como algumas personagens saltam de camarotes para a cena. se juntarmos a isso a deusa freia, vestida à marilyn, a chegar para ser trocada pelo resgate em ouro, em cima dum porta paletes e com operários vestidos como se numa obra estivessem.. a coisa promete.
estando os bilhetes esgotados para todas as sessões, tomou a produção a notável decisão de fazer transmitir, em directo, para um ecrã gigante instalado no largo de s. carlos as sessões de sábado à tarde e de domingo à noite.
torna-se uma oportunidade 'de ouro' para abrir a ópera a ouvintes que nunca a veriam se assim não fosse ter com eles.
até a espectacularidade do ecrã gigante ajuda ao carácter da encenação.
esta é uma decisão que pode fazer muito mais pela música do que muitas outras bem mais elaboradas e, como hábito, fechadas ao ciclo dos consumidores habituais.
uma decisão para aplaudir de pé, gritanto bravo e pedindo bis.
a outra decisão, absolutamente dispensável para a música, é a da herdeira da fortuna hilton ter decidido editar um disco.
todos nós já sabemos que a senhora paris hilton possui uma boca com qualidades excepcionais... mas normalmente os sons que essas qualidades conseguiam produzir eram uns gemidos mais ou menos minimais repetitivos.
ao que parece, o nome do seu primeiro single é 'starts are blind'.
de facto sempre a vi a trabalhar de boca aberta e olhos fechados.
mas não precisava de ser tão literal...
De lá para cá, várias outras vezes me fez rir, enternecer e descobrir como uma coisinha pequena nos transforma e faz querer dar o nosso melhor.
Hoje está mais alta do que eu, é uma princesinha linda e eu... uma tia muito babada! :-)
Parabéns M!
TPC's
roupa velha
30 de maio de 2006
Que fazer com a roupa-velha?!
As velas ardem até ao fim.
Percebo e sinto aquilo que tinha acontecido nesse dia: a minha vida tinha-se partido em dois, como uma paisagem rasgada por um terramoto - de um lado ficou a infância, tu e tudo aquilo que a vida passada significava; do outro lado começa aquele território obscuro e imenso que tenho de percorrer, o tempo que me resta para viver.E as duas partes da minha vida já não se tocam. Que é aconteceu? Não sei responder...
Deram-me no domingo este livro de Sándor Márai. Só o larguei quando cheguei ao fim e mesmo assim tive necessidade de lhe voltar a pegar e reler algumas passagens.
É um livro para ficar na cabeceira.
153 páginas em que se fala de amor, amizade, fidelidade, culpa do sobrevivente, vingança, traição...todas as emoções por aqui passam. Num encontro entre dois amigos que se reencontram, passados 41 anos de ausência. Entre a distância e a consciência do que não pode voltar a ser, as recordações ainda por esclarecer, em que aquilo que se pressente é maturado pelo tempo. Certa fico, que a amizade verdadeira perdura, mesmo depois da traição.
Éramos amigos e não há nada na vida que possa compensar uma amizade. Nem mesmo uma paixão devastadora pode oferecer tanto prazer como uma amizade silenciosa e discreta proporciona àqueles que são tocados pela sua força. Porque se nós não fôssemos amigos, não terias apontado a tua arma contra mim naquela manhã, na floresta, durante a caça.
Este é um livro excepcional. Não é caro nem arrevesado, usa uma linguagem directa e simples. Parece uma fonte cheia de água fresca em dia de canicula. Apetece voltar a beber.
das roupas, tamanhos, antiguidades e coleccionismo
não deito roupas fora.
nem roupas nem outras coisas.
acho estúpido deitar roupa fora.
dou-a quando é caso disso.
guardo-a até ao impossível.
tenho uma coleção de camisolas e calças rotas que digo (e faço) que uso ao fim de semana e em fajão.
a ultima camisola de lã com quase mais buracos que camisola que deitei fora... foi porque a maria a tinha passado a usar como cama e até para ela já não estava grande coisa.
foi quase uma festa em casa quando me viram deitar fora 'aquela coisa' com que, por vezes, saía á rua.
quem cresce numa família de 7 irmãos só tem duas hipoteses: ou odeia tudo o que se guarda de uns para outros; ou é incapaz de deitar fora roupa (ou o que quer que seja).
eu usava roupas dos meus irmãos (que a minha mãe cosia, recosia, alterava, modificava..), como o meu filho usou e ainda usa roupa minha (de quando eu era mais magro, obviamente..).
quando tive que esvaziar o sótão por causa das obras, dei sacos de roupa que não me servia, mas que seria impossível eu deitar fora.
agora a coisa está governável.
uso poucas roupas e toda mais ou menos parecida, o que me facilita bastante a vida.. mas que por vezes aos outros deve parecer que não mudo de roupa...
tal como uso sempre o mesmo modelo de sapatos (posso trocar de sapato que não há perigo... seja duma compra ou de outra.. o modelo é aquele), uso calças, camisas ou polos muito semelhantes.
tem a vantagem de me poder vestir às escuras que as cores não devem colidir muito...
mas a questão base é: jamais deito roupa fora.
deito trapos, eventualmente
Mais um ano a desfilar pelo meu bairro...
Marchas Populares de Lisboa 2006Avenida da Liberdade
Dia 12 de Junho / 21 horas
Ordem do Desfile
Marchas extra concurso
Marcha Infantil Sociedade de Instrução e Beneficência "A Voz
do Operário"
Marcha dos Mercado
Marchas a concurso
Marcha da Mouraria
Marcha do Bairro Alto
Marcha do Lumiar
Marcha de Alcântara
Marcha da Bica
Marcha de Santa Engrácia
Marcha do Castelo
Marcha de S. Vicente
Marcha de Benfica
Marcha da Madragoa
Marcha de Campolide
Marcha de Alfama
Marcha de Marvila
Marcha dos Olivais
Marcha do Beato
Marcha do Alto do Pina
Marcha da Graça
Marcha da Bela Flor
Marcha da Ajuda
Marcha de Carnide
Pavilhão Atlântico
2 de JunhoMarcha Infantil "A Voz do Operário" 21.00 horas
Marcha de Santa Engrácia 21.30 horas
Marcha da Bica 22.00 horas
Marcha de S. Vicente 22.30 horas
Marcha de Alcântara 23.00 horas
Marcha da Ajuda 23.30 horas
Marcha de Benfica 00.00 horas
3 de Junho
Marcha dos Mercados 21.00 horas
Marcha da Mouraria 21.30 horas
Marcha do Castelo 22.00 horas
Marcha da Madragoa 22.30 horas
Marcha de Alfama 23.00 horas
Marcha do Lumiar 23.30 horas
Marcha da Graça 00.00 horas
Marcha dos Olivais 00.30 horas
4 de JunhoMarcha do Beato 21.00 horas
Marcha do Bairro Alto 21.30 horas
Marcha de Marvila 22.00 horas
Marcha do Alto do Pina 22.30 horas
Marcha de Carnide 23.00 horas
Marcha da Bela Flôr 23.30 horas
Marcha de Campolide 00.00 horas
têpêcê
Uma vez, há doze anos, desfiz-me de toda a roupa que tinha. Tive uma drástica diminuição de peso. Fui parva, porque depois engordei e pimba!
Como gosto muito de simplicidade e de conforto a minha roupa não muda nada.
A avaliar pelos presentes que recebi este ano pelo aniversário: os meus amigos continuam a oferecer-me malas coloridas e mais à senhora; acharam que eu usava poucos colares e pulseiras...e o resto não estranhei, livros, dvds e cds. Um perfuminho supimpa escolhido pela M:)
Balanço final..continuarei com as calças penduradas atrás da porta do quarto. Uma já quase que serve. A outra ainda não, sobretudo porque eu respiro.Se eu deixasse de respirar também não tinha graça nenhuma. Sobretudo para mim. E é isto.
A fantasia das barbas
Dois links recomendáveis:
Le Monde e o DARE
Há uns anos recomendava-se aos homens raparem a barba. Esta assumia um significado negativo por ocultar algo em termos comunicacionais.
Agora é o apogeu dos adereços capilares!!!E quanto mais extravagante melhor!!E o renascer dos barbeiros!
Há barbas imortais: a do Marx e a do Engels, a pera do Lenine, a do Agostinho da Silva... e ...enumerem:)
Ousem!
Inovem. Criem uma! Estimem-na:)
O taxista disse: A senhora é uma pessoa com muita sorte. E eu pensei, às vezes.
Marcámos a viagem. Fuerteventura lá vamos nós.
Apetece-me mar, por acaso.
E comecei a ler "as velas ardem até ao fim" de Sándor Márai. O amigo que mo ofereceu disse que eu ia ler de rajada. A ver vamos. Até agora lembrou-me Tchekov, o que é bom.
O blog parece que anda entorpecido com tanto calor. Acordem postadores!
Abeijo-vos.
29 de maio de 2006
Chorai...
(Djair, do Belenenses ao chegar a Belém/Restelo no dia que assinou contrato
com este clube).
"NEM QUE EU TIVESSE DOIS PULMÕES EU ALCANÇAVA ESSA BOLA"
(Roger, ex-jogador do Benfica)
"EM PORTUGAL É QUE É BOM! LÁ, A GENTE RECEBE SEMANALMENTE DE 15 EM 15 DIAS"
(Argel, jogador do BENFICA).
"QUANDO O JOGO ESTÁ A MIL, MINHA NAFTALINA SOBE"
(Jardel, ex-jogador do Sporting - ele escreveu um livro !!….)
"EU DISCONCORDO COM O QUE VOCÊIS DISSE"
(Wanderlei, do F.C.PORTO, numa entrevista ao Record)
"NO PORTO É TODO MUNDO MUITO SIMPÁTICO. É UM POVO MUITO HOSPITALAR"
(Deco, ao comentar a hospitalidade do povo tripeiro)
"O DIFICIL, COMO VOCES SABEM, NAO É FACIL"
(Jardel - ex-Sporting)
"HAJA O QUE HAJAR, O PORTO VAI SER CAMPEAO"
(Deco - ex-PORTO)
AGORA SENTEM-SE, COMPAREM o VOSSO salário com o deles e CHOREM...
28 de maio de 2006
Calor e aniversário
Tanta vontade de pastelar ao pé do ar condicionado ou do ventilador.
Mais um senhor da Tv Cabo a desfilar cá por casa. Este é repetido. E impecável. (e giro).
Hajam serviços a melhorar:)
À noite jantar. No Santo António, em Alfama. No mesmo em que comemorei os quarenta anos.Daqui a pouco arrasto-me, largo o último Auster e façor um refresh para ir.
Ligou um amigo que está em Buenos Aires. E outro amigo que está em Munique.
E ligaram mais amigos e amigas.
Amanhã outro almoço.Acho que vou ter que fazer estágio intensivo com a minha personal trainer Joaninha, after os desgastes que a dieta vai sofrer:) Não imaginam o que ela anda a pé...E a velocidade.
É muitissimo bom estar vivo:)
Trabalho e mais trabalho
Tendo a compará-lo ao Joe Dassin, um fenómeno de que os mais velhos se lembrarão - de um profissionalismo e perfeccionismo totais, e com um bom gosto elevado. Curioso notar que ambos arranjam o clássico "City of New Orleans" de Arlo Guthrie, ainda que o TC o faça em modo simplificado, coisa que o Dassin nunca faria... mas pode ser que o TC cresça ainda mais.
Ficamos a ver. Mas este sucesso é importante. Que o pessoal aprenda com o que há de positivo neste processo.
E muito do mesmo poderia ser dito do pai deles todos, o Marco Paulo...
esforço, devoção, dedicação e êxito
por razões diversas, tropecei em vários locais e situações nos últimos tempos com o tony carreira.
o tony carreira é um caso de sucesso e discrição notáveis.
a primeira vez que reparei nele, foi aquando duma série de concertos esgotados no coliseu de lisboa, acabado de esgotar o mítico zénite de paris.
para qualquer outro artista, um dia esgotado seria um êxito.
o tony carreira tinha esgotado 3 dias e com meses de antecedência.
este mês voltou a fazer o mesmo no pavilhão atlântico.
com cerca de 4 meses de antecedência tinha a sala esgotada.
o tony carreira não é um 'pimba' clássico.
tem, comparativamente, mais exito em dvd do que em cd.
o concerto do pavilhão atlântico do ano passado foi dos dvd's mais vendidos do ano em portugal e o do coliseu deste ano vai pelo mesmo caminho.
olhando mais de perto, verificamos que este êxito se deve a um trabalho altamente profissional na produção dos espectáculos (grande orquestra, largos coros, 'banda' clássica).
(a sua série de concertos no olympia em paris valeu-lhe um album que esteve 37 semanas no primeiro lugar de vendas em portugal no ano 2000)
uma homepage estéticamente limpa e boa.
uma entrega às admiradoras (90% dos seus fans) completa e total (no final do concerto do pavilão atlântico esteve 3 (três) horas a assinar autógrafos, até que a última pessoa que o queria recebesse o seu autógrafo; quase todas as semanas janta com um dos seus muitos clubes de fans)
este ano, a sua digressão de verão é feita maioritáriamente... em campos e estádios de futebol.
no mesmo mês que esgota o pavilhão atlântico, marca um concerto para o estádio do estrela da amadora. logo seguido de um outro num pavilhão do cacém. e continua o verão com concertos do estádio do leça, no pavilhão de montemor, no campo de fafe, do marco de canaveses, de olhalvo, europarque, estádio de famalicão... e isto apenas uma parte do que vai fazer até ao final de próximo mês.
o fenómeno tony carreira deveria ser bem melhor estudado por alguns artistas que acham que têm exito e se contentam com o que vendem, se queixam de não os apoiarem e até se queixam do assédio dos fans (as três horas a assinar autógrafos depois dum concerto com o pavilhão atlântico cheio, deveria ser uma pista de humildade).
olhando para este homem e ouvindo alguns músicos portugueses de 'sucesso'... até dá vontade de rir... ou chorar
Parabéns Rute:)
Que tenhas um belissimo ano. Foi a partir da tua idade que eu me comecei a divertir muito mais, fica sabendo!
Que continuemos a ser amigas como somos e que comeces a correr a maratona daqui a uma semana!
O resto a gente sabe, afinal sempre nos entendemos sem muitas palavras. Guardamo-las para rir e conversar e estar bem com a vida.
parabéns errezinha!!!! parabéns t !!!
e parabéns a nós, vossos amigos, por serem como são e por nos darem o prazer de as sentir como amigas.
que contem muitos e bons
O que conta
O que faz que a vida valha a pena ser vivida.
(Definição de qualidade de vida retirada de: Comissão de Classificações da WONCA. Glossário para Medicina Geral e Familiar. Lisboa: APMCG – Departamento Editorial; 1997.)
Dito isto, para a T e para a R:
Que em qualquer dia, quando olharem para trás, tenha valido a pena.
E que continue a valer a pena por muitos, muitos anos.
e, de repente, toda a frota aérea de um país foi por água abaixo
a bordo ía um piloto em final de instrução, o seu instrutor e mais dois passageiros.
este avião assegurava as ligações de são tomé para prícipe e para libreville, no gabão.
de repente, um país deixou de ter frota aérea e deixou de ter ligações frequentes para o continente africano.
resta o avião quinzenal da tap que faz a festa na ilha de cada vez que aterra no aeroporto da capital.
'eu tinha vinte anos e não permitia a ninguém que dissesse ser essa a mais bela idade da vida'
tudo ameaça a vida de um jovem: o amor, as ideias, a perda da família, o ingresso entre os grandes. é muito duro obter a sua parte no mundo'
(paul nizan, aden-arabia)
todos os dias o vejo a vaguear entre a praça, o chafariz, os cafés da zona.
anda pelos 20's
magro, barba rala não feita. alto.
bem parecido, se lavado e tratado.
anda depressa, como se ande a fugir de alguma coisa.
olhar em frente, como se transbordasse confiança.
costuma falar baixo sozinho frases ininteligíveis.
hoje quase grita em surdida.
'-mas porque é que há tanta maldade no mundo?'
'-mas como podem fazer tanto mal a uma pessoa?'
olhei para ele e o olhar dele não afrontou o meu como de costume.
olhava mais para baixo.
quase chorava, ou chorava mesmo.
continuava em passo apressado como se fosse para algum lugar ou a fugir de um outro.
acho que foge dele mesmo.
27 de maio de 2006
Novas tecnologias de belezas.
26 de maio de 2006
Giallo
Diz-me um amigo no MSN:
- estive a ver um giallo italiano
giallo é tipo filme noir, mas mais trashy
e tem nomes lindos como "a iguana da língua de fogo"
"a barriga negra da tarântula"
"a borboleta manchada de sangue"
"a morte caminha à meia noite"
ou o mais lindo de todos, "o teu vício é um quarto fechado e só eu tenho a chave"
ou "a morte caminha de saltos altos" ou "a casa com as janelas risonhas"
os stocks de comprimidos devem estar esgotados
não sei o que se passa, mas anda tudo muito nervoso.
as pessoas discutem por tudo, por nada ou ainda por razão nenhuma.
hoje, tive que separar duas senhoras que costumo ver comprar o pão no café onde leio o jornal de manhã.
estou a falar de duas senhoras.
uma com ar e idade de ser minha mãe.
outra com ar de ser filha dela.
a mais nova pediu pão.
depois do pão recebido, abriu o saco, apalpou o dito... e pediu para trocar que estava mal passado.
a mais velha, que também tinha comprado pão ao ver a cena, desata a dizer que aquilo não se fazia, que era uma porcaria.
de porcaria passa a porca, de porca passa a se fosses mais nova levavas um murro no focinho.
nem uma se calava nem a outra parava de ameaçar.
a mais velha tremia que parecia estar em cima dum vibrador
a mais nova, ufana da sua força e valentia de 30 anos mais nova, brandia o punho cerrado a ameaçava a mais velha que não se calava de a chamar porca.
-és uma porca !
-vai-te lavar!
e lá estavam entredidas e eu a tentar conter uma juntamente com o empregado do café que às tantas me diz...- levante desse lado para a levar daqui.
e bute, lá foi a senhora, pézinhos no ar até à cadeira mais próxima.
a coisa ainda continuou mais uns tempos antes que cada uma fosse á sua vida.
o café voltou à sua calma habitual e eu disse até amanhã.
o mais estranho nisto é que já devo ter visto dezenas de vezes as senhores e era capaz de jurar serem do mais calmo e educado possível.
25 de maio de 2006
Às armas! Contra os timorenses, marchar, marchar!
Já não bastava o Iraque e o Kosovo!
A GNR lá vai de abalada, ganhar umas ajuditas de custo, e os timorenses, depois de tugas e indonésios, vão ter de novo d'haver-se conosco. Bem, os franceses estão fartos de fazer o mesmo nas suas ex-colónias, os ingleses, idem, os americanos no pátio das trazeiras e por todo o mundo, etc. Siga o baile; que somos nós a menos do que eles? Afinal não há só futebol para nos fazer esquecer a desgraça em que a troika socialdemocrata continua à'tolar-nos há décadas. Quando tínhamos por cá o Botas ninguém pôs cá o cu; não houve amiguinhos americães nem bifeteques; agora andamos nós, os parvos do costume, armados em americanozecos da ibéria. De facto, não há saco nem nariz para aturar tanta trampa. E lá vem o Sócrates, a mandado do Cavaco fazer o frete, e aí vai mais uma lenga-lenga e a taleiga d'areia do costume para os olhos do Zé Parvinho.
Só não me expatrio porque não sei para onde ir nem tenho conques. Se houvesse democracia a sério, devia-nos ser permitido mudar para uma nacionalidade que nos fizesse sentir menos envergonhados.
têpêcê
Cartas, bilhetinhos, postais e dedicatórias (românticos e não).
Desenhos oferecidos pelos sobrinhos.
Caixas e caixinhas; cesto e cestinhos.
Ainda o dezasseis....
Para variar vim a cuscar pessoas. Tinha à minha frente, uma gigantesca loira com fita de veludo preto a prender o cabelo e um longo pescoço de bailarina. Vinha a murmurar qualquer coisa. Eram verbos em português, coitada da moça, eu disse-lhe, tu disseste-lhe....e o púnhamos. Tinha qualquer coisa escrevinhada palavras mágicas, bem que estiquei o meu pescoço para ver, mas como infelizmente sou mais ganso que cisne, não consegui decifrar.
Fiquei a pensar nisso: o que significam palavras mágicas no contexto da declinação de verbos?
Entretanto uma brasileira chegou e alvoraçou o autocarro: tshirt justa e arrepanhada, ornamentada com profusos refegos, mangas abertas com tiras de brilhantes, fato bege e sapatos incrivelmente altos de crocodilo (ou cobra, sei lá). Abrilhantava o conjunto um cachecol aos quadrados de lã...Queria saír na Miguel Bombarda, lá o fez. Perguntou a sete pessoas diferentes a paragem adequada. Eu contei.
Começo a conhecer toda a gente. Qualquer dia cumprimento. Estas eram cromos novos. Vou fotografar, aparar e colar na caderneta. E vou trocar os repetidos.
24 de maio de 2006
Os meus heróis
Ao mesmo tempo adorava os pequenos vagabundos, acho que o Jean Loup foi a minha primeira paixão, não perdia um episódio.
No cinema o meu grande herói desde pequenina era o capitão Blood, o Errol Flynn esgrimista, e mais tarde o filho na sequela “o filho do capitão Blood”
com a adolescência, apareceram os filmes como os marginais e o rumble fish que ecleticamente misturava com os filminhos corrosa e deliciosos do john hughes, e assim surgiram os heróis da adolescência, mas sobre isso falarei depois.
Já não há heróis
Li a Biblioteca dos Rapazes e a das Raparigas, o Delly, A Biblioteca Rosa, a saga da Brigitte, a tia Enid Blyton toda, os Falcões e Mundo de Aventuras e misturo imagens e aventuras. Do bom e do mau.
Dos livros tenho duas referências fundamentais: O Capitão Ahab da Moby Dick e o Capitão Nemo. Ambos solitários, numa demanda interior completamente à margem de tudo. Dos limites também.
Claro que adoro o Corto, mas li aos meus dezasseis ou dezassete anos. Nos anos setenta devorava e era fã da Mafalda e do Quino. Achava genial. Ainda tenho gags da Mafaldinha na ponta da língua. São tão actuais agora como há 30 e tal anos atrás,
Da Bd : Adorava o Alex Raymond é bom de ver.Até baptizei um gato com o nome de Flash Gordon.Mas acho que preferia o maléfico imperador Ming. Sempre tive um fraco por maus.
Dele ainda, o Agente X 9, com argumento de Dashiell Hammett. Maravilhoso e ainda os tenho a todos.
Apaixonei-me por este senhor, apesar da chata da loura.
Preferia a pérfida Pagan Lee. O Raymond morreu cedo de mais..infelizmente..num estúpido dum acidente.
Mais tarde na fase pop foi o Bruno Brazil o eleito..eu sei..a piroseira do Vance. Mas eu GOSTAVA:)
Tenho tantos ainda por aqui a rondar. É melhor fechar o post:)
Afinal o Vicente adormeceu usando como almofada a minha mão esquerda. Escrever só com uma mão tem as suas vantagens!
Se tiver que escolher: definitivamente a acutilante Mafalda e o Rip Kirby. Ou a Pagan Lee:) Ai que entrei em looping! Socorro!
Os Heróis
Agora, Herói, Herói, o mais completo, o mais acabado, para mim claro está, de quem até o JP em pessoa tem uns ciúmes danados, é, sem dúvida, Corto Maltese. Fabuloso em figura, fabuloso no dizer, fabuloso como aventureiro... e não só ele, Boca Dourada é também uma figura fantástica.
não me lembro de ter heróis quando era pequenino... gostava de ler os 5 (principalmente adorava os lanches, fiquei fan de scones ainda antes de os ter provado...), a colecção mistério (penso que era este o nome de uma colecção de livros sobre um grupo de miúdos que se entretinham a brincar aos detectives), lembro-me de existir o Vickie O Viking, a abelha Maia, a Heidi e a cabrinha que o avô não deixou baptizar de cabrinha, os desenhos animados (ou desanimados, como os putos da minha rua costumavam chamá-los...) da pantera cor de rosa, do mister magoo, os programas do Vasco Granja, etc, etc...
mas não me lembro de ter uma figura que pudesse intitular de herói, o primeiro herói que me lembro de ter, foi Corto Maltese, mas aí já não estava na minha infância.
é provável que tenha tido um herói, mas a minha memória já apagou essa informação.
(Heróis Há uns anos atrás e ainda hoje) Os cinco. E o grande Lord Greystoke.
Os Cinco. E aqueles lanches com scones, compotas e grandes indecências alimentícias. Este era o meu preferido. E também "os 5 e os raptores"
Tarmangani. Kagoda
Havia a Rainha de Opar a cidade perdida, além do herói principal também era uma heroína. Seu nome : LA.
Deixo-vos estas imagens, pois não tenho outras.
Recomendáveis: Tarzan no centro da terra, Tarzan e os homens formigas, Tarzan o terrivel.
23 de maio de 2006
Sobre Jack London
Por causa disso comprei inúmeras biografias do senhor London. Sempre a tentar descobri-lo. Ele porém é esquivo e contraditório. Não gosta de facilitar.
Gosto particularmente desta história. O título original é White Fang; acho que tenho outra edição deste livro com o nome de Colmilho branco. Esta edição foi comprada no Senhor Nunes Pai e é da Gleba. (1945).
É a história dum lobo selvagem e a sua luta contra tudo e todos, até ser domesticado e adormecer preguiçosamente ao sol, cheio de paciência.
(desculpem mas o final é muito mais bonito em inglês)
Por isso se calhar, perguntava-vos... quem foi o vosso herói de infância? O Sandokan? O Miguel Strogoff? O Capitão Nemo? A Abelha Maia?:)
Um bom têpêcê, não é? Eu sei, vocês adoram-me!!!
Momentos felizes ou a maria em modo morangos com açucar
O que me vem logo à memória é sinal duma adolescência tardia, pois bem, aqui vai desta…um momento muito feliz da minha vida, foi o ter conhecido o Ewan durante umas férias na Grã-bretanha, num on the road de quatro gaijas perdidas por entre as colinas e prados da Escócia
Provavelmente o ter conhecido o ewan ficou como momento cereja dumas férias fantásticas.
Conheci-o durante os Highland Games de Crieff, que é a terra natal do dito cujo. Ainda me lembro da emoção de o ter visto de kilt, a passar por mim e pelas minhas amigas e a dizer um “hello girls” que me deixou sem pingo de sangue. É claro que como típica fã, tirei as fotos da praxe, enfim, eu avisei que era post teen. Quase morangos com açúcar, mas o que é certo é que essas férias e esse dia ficaram gravados com um sorriso na minha memória.
Jaime Bayly
Remeto para o excelente artigo. E para o site sobre o livro dele "Os amigos que perdi". É em espanhol, lê-se bem. E está traduzido em português.
O texto dele sobre o que é ser gay é dos mais tocantes que já li. Porque simples e sem pretensões. Quase pedagógico.Vindo dum bisexual assumido, sem qualquer problema, apesar de figura mediática muito conhecida.
E achei muita graça a este texto, sobre ditados populares.
Refranes mentirosos
"Detrás de cada gran hombre, hay una gran mujer". Mentira. A veces hay dos mujeres. A veces hay otro hombre. A veces no hay nadie. Además, es machismo puro: ¿por qué la mujer tiene que estar detrás y no al lado?
"A quien madruga, Dios lo ayuda". No siempre. Muchos han salvado la vida porque no madrugaron y se quedaron dormidos. Por ejemplo, el 11 de septiembre de 2001 en Boston y Nueva York. Madrugar es una cosa atroz, cualquiera lo sabe.
"Mente sana en cuerpo sano". Bueno, hay excepciones. No pocos deportistas exitosos suelen tener serias taras mentales. Es larga la lista de futbolistas más o menos virtuosos que son, al mismo tiempo, mentalmente insanos o casi. Yo mismo voy al gimnasio todos los días y estoy mal de la cabeza.
"La ociosidad es la madre de todos los vicios". Tengo mis dudas. Casi todos los grandes creadores son grandes ociosos que detestan el trabajo duro y aman el ocio creativo. Por eso, sería más justo decir que la ociosidad es la madre del arte, salvo que el arte se considere una forma de vicio.
"A mal tiempo, buena cara". Absurdo. Los músculos de la cara se atrofian tanto con el frío que es imposible sonreír o fingir una sonrisa en una tormenta de nieve. Además, ¿por qué deberíamos alegrarnos o simular alegrarnos cuando las circunstancias nos son adversas? Este refrán parece inspirarse en la perversa noción religiosa de que debemos exaltar el sufrimiento como una virtud y alegrarnos estoicamente ante la adversidad y la desdicha.
"En casa de herrero, cuchillo de palo". En verdad, nunca he visto un cuchillo de palo. He visto palitos chinos, he visto cuchillos de plástico en los aviones, he visto incluso cucharones de palo, pero nunca he visto un cuchillo de palo y no conozco a nadie que tenga uno. Si existe el refrán, deben existir los cuchillos de palo, pero ¿con qué oscuro propósito alguien tendría uno? ¿No sería un utensilio bastante inútil? ¿No sería como tener un condón de lija?"
"Por la boca muere el pez". No siempre. Muchos mueren porque se los come un pez más grande. Pero supongo que el refrán pretende convencernos de que es mejor hablar poco o nada, y eso no es cierto. Los políticos que hablan mucho y bien conquistan el poder. Los curas que hablan mucho y bien convencen a los incautos. Los comediantes que hablan mucho y bien ganan fortunas. Los cantantes que cantan mucho y bien ganan fortunas. Los animadores de televisión que hablan mucho y bien ganan fortunas. Saber hablar o cantar con gracia es una habilidad que suele ser muy bien recompensada en estos tiempos.
"A palabras necias, oídos sordos". Esto será para los beatos y los santurrones, no para la gente normal. No es tan fácil ignorar una necedad o perdonar un agravio. No hay que dejar de oír las necedades: hay que oírlas bien y recordar al necio que nos las dijo para alejarnos de él y no darle ocasión de volvernos a agredir con sus sandeces. Por lo demás, el refrán parece discriminar a los sordos. Pues, si los sordos leen palabras necias, ¿cómo deberían aplicar este refrán?
"Nadie diga: de esta agua no he de beber". ¿Nadie? ¿Nunca? ¿Ni siquiera si es agua pestilente, fétida, hedionda? A veces es bueno decir que de esa agua mala no beberemos más. Si un alcohólico dice que no beberá más, hace bien, lo mismo que si un fumador dice que no fumará más o un cocainómano dice que no aspirará una línea más: hay que decirlo para intentar conseguirlo.
"Ojos que no ven, corazón que no siente". Esta es una insidia contra los ciegos, los tuertos e incluso los miopes. Los que no ven, ¿no sienten? ¿Los ciegos son insensibles? Borges, que era ciego, ¿no sentía? ¿No será lo contrario: que el corazón siente aún más cuando no pueden ver los ojos? Por lo demás, cualquier celoso (bienvenido al club) sabe que a veces se sufre más por lo que no se ve (pero se imagina) que por lo que realmente se ve.
"A buen entendedor, pocas palabras". ¿Y por qué entonces la Biblia tiene tantas páginas? ¿Y por qué El Quijote es tan excesivamente largo? ¿Y por qué el sermón de las tres horas dura tres condenadas horas?
"Genio y figura, hasta la sepultura". Genio, tal vez; pero figura, bien difícil, porque con los años uno engorda y se encoge y la figura inexorablemente se echa a perder.
"A caballo regalado, no se le mira el diente". Imposible de cumplir. Cuando me dan un regalo, lo primero que hago es ver si ya lo tengo, si me conviene, si me quedará bien, si no será mejor cambiarlo por otra cosa.
"En boca cerrada no entran moscas". Esto es fascismo puro. La gente debe expresarse, no estar callada. Además, nunca he visto a alguien que por estar hablando termine con una mosca en la boca. Nunca he visto que se le meta una mosca en la boca a un cantante o a un político o a un cura. De ser cierto, Fidel Castro y Hugo Chávez deberían escupir o defecar millones de moscas. Yo mismo he abierto la boca mucho más de lo aconsejable y nunca se me ha metido una mosca, a pesar de que los estudios de televisión en los que he abierto tanto la boca (y no siempre para hablar) estaban llenos de moscas y moscardones.
"Mal de muchos, consuelo de tontos". Mentira. Mal de muchos, consuelo de los más listos e inescrupulosos. El bicho humano suele celebrar la desgracia ajena y a menudo lucrar con ella.
"Contigo, pan y cebolla". Sí, claro. Esto dura sólo el primer año de romance. Después te arrojan las cebollas en la cara.
"No dejes para mañana lo que puedes hacer hoy". Abominable apología del estrés. Si puedes hacerlo hoy pero no te apetece o te abruma, déjalo para mañana. No trates de hacer todo hoy. Ve despacio. Deja algunas cosas para mañana
Jaime Bayly
TPC: Momento mais feliz
22 de maio de 2006
Lembrou o Josef e o Google...
Momento feliz
Fiquei a noite inteira a olhar para ele... a ouvi-lo chorar... a vê-lo mamar... a vê-lo dormir...
Não sei descrever absolutamente nada daquilo que me passou pela cabeça durante todas aquelas horas.
Foi o meu momento mais feliz até agora.
Tive outro filho, uma menina, mas nada foi igual porque, apesar de as sensações terem sido as mesmas em nada me surpreenderam porque as esperava.
O meu momento mais feliz...
têpêcê
Embora me aguardassem pessoas de família que se esforçaram para me mimar, tudo me era estranho, começando por eles, a cidade e até os hábitos dum país a reaprender uma nova vida .
A alegria da chegada dos meus pais meses depois permitiu-me a sensação de que afinal o meu mundinho não tinha sido totalmente virado do avesso. Só um bocadinho.
Creio que este foi o 1º momento de felicidade perfeita que tive.
Felizmente creio ter o privilegio de ter tido outros ao longo do caminho.
À tertúlia dos caracóis
O dia mais feliz
Faz amanhã oito meses, a Joana deu-me outra enorme alegria, a de ser tia avó da Mariazinha. Acho que ando apaixonada pela miúda. Faço coisas que achava rídiculas tipo wallpaper com a foto da criança, idem na carteira, dou valentes secas aos incautos que me perguntam por ela. Fico sempre babada a vê-la a crescer tão prazenteiramente e com tanta alegria.
E nunca esquecerei o momento em que a conheci, directamente da sala de partos. E é isto. Alegria suprema.
Pequenos nadas!!!
O Picasso quando acabava as telas… de vez em quando pensava: “naaaaa…esta não se parece com nada”. E deitava-a fora. Se ele pensasse que a vida era feita de pequenos nadas… pensaria: “uau, mais um pequeno nada para enriquecer a minha extensa obra”.
É certo que quem nada não se afoga… e, se a vida de uma pessoa for repleta de pequenos nadas, então as probabilidades de se afogar são praticamente… nada. E se a vida dessa pessoa for um gigantesco nada, um vazio completo… pode atirar-se ao mar as vezes que quiser que nunca cairá em situações perigosas. Nada! Nada! Nada!
Nado o camandro… Não mandas em mim!
21 de maio de 2006
Narciso e Goldmundo
Outro livro que emprestei e desapareceu. Quando eu era adolescente era obrigatório.
Toda a gente lia o Narciso e Goldmundo e falava no Herman Hesse. O original era o Narziss und Goldmund, dizem eles.
Agora desapareceu do imaginário. Comprei também por um euro no Sr Nunes (filho).
"meu querido, ciciou ele, não posso esperar por amanhã. Tenho de despedir-me de ti, tenho que dizer-te tudo antes de me despedir. Ouve-me mais um momento.Queria falar-te da mãe e como o meu coração está preso pelos seus dedos(...)Ainda a vejo e se tivesse força nas mãos poderia modelá-la, mas ela não quer que eu revele o seu segredo. Prefere que eu morra. E morro de bom grado, ela suaviza-me a morte"
(Goldmundo antes de morrer)
Gumarães Editora, 1956
20 de maio de 2006
Tarzan.
Até hoje não vi nenhum filme transmitindo a alma dos livros. Quase todos os que vi são maus. Excepção para a série dos anos 30 do Johnny Weissmuller e Maureen O’Sullivan, mas isso eram filmes (e bons) com umas ideias tiradas dos livros.
19 de maio de 2006
Muito obrigado!!!
(estou tão cansado! e ainda tenho coisas para fazer)
Vou beber uma cervejinha antes de ir para a igreja para tornar tudo mais sociavel! :)))
Beijinhos e muito obrigado!!
Parabéns Pipinho querido!
Que no teu último dia de solteiro te divirtas, não te enerves muito, que a viagem corra bem!
Tudo de bom para o Pipinho e para a Querida.
Que seja um casamento fantástico e etc:)
Amanhã pode-se instituír que o tema é o casamento!!
Film
alta fidelidade
Confesso que não consegui acabar de ler o livro do Nick Hornby e que sou completamente devota do filme.
O John Cusack está fenomenal no papel de Rob Gordon, e o duo Todd Louiso e Jack Black é no mínimo hilariante.
What came first, the music or the misery? People worry about kids playing with guns, or watching violent videos, that some sort of culture of violence will take them over. Nobody worries about kids listening to thousands, literally thousands of songs about heartbreak, rejection, pain, misery and loss. Did I listen to pop music because I was miserable? Or was I miserable because I listened to pop music?
Unbearable Lightness Of Being
Achava os livros dele uma seca e nunca voltei a relê-los, para mudar de opinião.
Um dia, há muitos anos, o Paulo arrastou-me para o cinema ver "A insustentável leveza do Ser" (ele era muito intelectualoíde e eu às vezes condescendia com o gosto dele. Teve coisas boas, fez-me gostar do Tarkovsky por exemplo). Eu preparei-me para o pior ou seja colocar os sonos em dia, mas não aconteceu nada disso.
Apaixonei-me pelos três actores, a Juliette Binoche, o Daniel Day-Lewis e a Lena Olin. Achei a história maravilhosa, duma honestidade e delicadeza fantástica. Chorei baba e ranho com por causa do maldito cão. De vez em quando ainda me lembro do cenas e de imagens..É mesmo o único caso em que o filme excedeu a leitura do livro que o inspirou.
uM: os meus melhores brinquedos de infâncias eram os carros que iam sendo destruídos em corridas semi-suicidas... lembro-me de ter um belo jipe vermelho, que ainda conseguiu ficar bem classificado nalgumas corridas.
DoiS: um tpc para o fds.
O Livro & O Filme
é habitual que quando se gosta muito de um livro, fiquemos "defraudados" com a sua passagem para filme. e o contrário já vos aconteceu?
lembro-me de ter visto filme "marginais/Outsiders" de Francis Coppola & ter ficado com bastante curiosidade para ler o livro. quando o consegui ler, fiquei com a impressão que, se o tivesse lido antes de ver o filme, talvez não tivesse ido ao cinema ver aquela estória.
e por hoje me vou, acabaram-se as minhas 2 horas diárias de internet. até 2ª feira!
ósculos & abraços
aproveitem o fds para ir até junto ao mar!
Selecção Nacional
O meu destino ao sábado de manhã...Biocoop
De manhã acordo cedo e vou aqui...
Vou preparada com sacos e ceira, geralmente tropeço em mim própria de tanto sono que tenho. Mas sabe-me bem ver os legumes fresquinhos a rirem-se para mim. O pão acabado de fazer dá-me sempre fome e geralmente bebo um cafézinho, enquanto o R mastiga um pastel de vegetais.
Estes distribuidores de arroz, feijão, lentilhas e muitas outras coisas mais fazem as minhas delícias. É pegar num saquinho e encher. É tipo brincar às casinhas.
Quem diz que a agricultura biológica é uma aldrabice, devia vir aqui e provar. Tipo São Tomé, trincar para saber a verdade:)
O sabor do que comemos é sempre tão importante...e a variedade de legumes, que maravilha. Mais coisas é irem cheirar o site.
(fotos de Carlos Pedrosa, retiradas do site da Biocoop)
TPC Brinquedo...
Resultado: Um belo de um carrinho.
Era com este carrinho que eu geralmente ganhava as corridas num lancil de pedra, de uma das ruas inclinadas, na minha infância. Muito 'rodava' aquele carro. Que é feito dele???? Realmente, acho que só agora me lembrei dele! Só agora, passando tantos anos é que damos o real valor, a real importância de certas coisas... Estarei a ficar velho??!!
De qualquer forma, acho que jamais o vou encontrar...possivelmente estará algures num caixote ou baú de uma arrecadação entre a minha casa e a casa dos meus pais.
Mas foi bom, este momento de nostalgia...
Bonecas e meninas
os meus brinquedos
Sei, pela minha mãe, que me esquecia de imensos jogos na varanda de casa, que eventualmente se transformavam em papa de papelão.
Tenho especial carinho por três dos meus brinquedos: o meu urso de peluche, quase tão velho quanto eu, mas que ainda é lindo, mesmo sofrendo da lepra dos peluches velhos;
outra coisa linda é a minha “machoninha”, uma boneca espanhola, que dava beijinhos quando lhe apertavam o braço, é claro que está completamente arruinada, e quando era nova foi parar às mãos da minha irmã, que decidiu armar-se em cabeleireira e lhe cortou os lindos caracóis.
O ultimo é um fogão, que herdei duma prima minha, é um fogão de ferro, igual ao que a mãe dela tinha em casa, e que funcionava mesmo, era lá que eu fazia as minhas sopas de água, couve e massa, com que depois alimentava as minhas “filhas” (cortava as bocas com uma tesoura)….passado uns tempos, todas elas cheiravam a podre…era uma tragédia.
De vez em quando, quando vou a Fozcôa, ainda abro o baú e fico entretida a rever as coisas da minha infância e não é rara a vez que me perco em memórias.
Sim eu cultivo muito a infância, e como diz a sábia Margaret Atwood
“Another belief of mine: that everyone else my age is an adult, whereas I am merely in disguise”
18 de maio de 2006
Pure Religion & Bad Company
Respigadora
Da infância guardo esta leiteira de esmalte que veio da minha mãe ou antes dela e este cãozinho de plástico roído pelos cães de verdade.O resto são colectas. Muitas vezes nas feiras de velharias não resisto a uma boneca com ar triste e compro. Nunca esquecerei a minha Belle francesa e o meu chorão loiro e que virou careca. O cavalinho encontrei-o ao pé dum lixo qualquer.
Tinha um carrinho verde claro que adorava. E uma furgoneta de transporte de animais de circo.
O que eu gostava e gosto de brincar. Ansiosa que a Maria cresça para brincar às casinhas com ela. E esperançosa que a avó I desenhe umas bonequinhas de papel para a neta. Just in case já comprei umas...Mas preferia as dela.
Prontos, e atão?
Não me sinto mais português por causa do chuto na bola mas gostava que Portugal ganhasse todos os jogos, apesar do Scolari.
O patriotismo é uma balela quando todos os dias arranjamos maneira de dizer mal do que está à nossa volta: desde o buraco na rua ao sabor das batatas cozidas que acompanham o bacalhau na tasca do senhor Alfredo.
Quando ouço falar de auto-estima lembro-me sempre daquela do "já que ninguém diz bem de mim digo eu bem de mim próprio..."
Adoro o futebol... a beleza do jogo, a alegria em volta do campo, o barulho, etc etc etc...
O futebol não é uma actividade menor... nem menoriza quem dele gosta. O futebol é um fenómeno cultural como qualquer outro que tem força em Portugal e no resto da Europa... especialmente nos países mais desenvolvidos (Inglaterra, França, Espanha, Alemanha, Holanda...) exactamente aqueles que os entendidos em tudo e mais alguma coisa gostam de trazer para a mesa dos debates quando querem demonstrar o atraso do nosso Portugalecozito...
Gosto de futebol e durante este Mundial vou ver todos os jogos que puder. Um Mundial de Futebol é como um mês de estreias de filmes, de lançamentos de CD's novos, etc... Por vezes, aparece um rato no meio da montanha... noutras vezes... momentos inesquecíveis...
Viva o Futebol...
http://nikefootball.nike.com/nikefootball/siteshell/index.jsp#,pt,0;jogatv,,0,0,0
Os Marretas
Qual o brinquedo de infância que gostaria de ter conservado?
Ainda o tenho!
É um urso de peluche, de pêlo já muito velhinho mas mantendo o ar divertido, respeitável e protector.
Vive comigo há quase 32anos e foi-me dado no último natal que passei em Luanda.
Quando aos 5anos tentei uma fuga de casa, acompanhou-me na aventura – que não durou muito, diria mesmo quase que abortou à nascença.
Não sei porquê, mas nunca lhe dei nome... é o urso.
TPC bue fixe
Tambem gostava de ter mantido a fisga mas estou actualmente a resolver isso, encomendando uma muito mais sofisticada pela internet! :))
têpêcê
Qual o brinquedo de infância que gostariam de ter conservado?
:)
17 de maio de 2006
raï, o direito à opinião
o raï é, originariamente, a música do magrebe argelino
durante muito e muito tempo por lá andou. entre os pastores nómadas do deserto argelino.
a crecente sedenterização dos magreberinos no começo do século 20 fez com que muitos se concentrassem nas cidades portuárias do litoral mediterrânico.
se argel estava demasiado influenciada pela cultura francesa, oran, bem mais pobre, não o estava tanto.
oran era uma espécie de cidade que não dormia. albert camus definia oran como une ville somnambule et frénétique.
esse foi o terreno fértil para uma nova geração se sentir influenciada pelos sons que vinham do sul.
os cheb (jovens) de oran agarram raï como oposição cultural aos sheikh (velhos).
na verdade, raï significa literalmente 'opinião'. e era isso que os jovens queriam ter.
durante o periodo da luta de libertação da argélia, a maior parte dos cantores raï apoia a frente de libertação nacional o que faz com que não só muitos sejam presos (ahmed saber, um dos seus maiores nomes passou longos periodos na prisão) ou eram abatidos por engano, como guerbi hamida que foi morto por um 'fidai' por ter sido confundido com um colaborador da polícia colonial francesa. ele que também era um resistente.
foi o período mais negro do raï.
o grande reconhecimento do raï aperece apenas nos anos 60.. e em frança.
a chegada de muitos argelinos a frança e a existência de muitos jovens que viam aquela música como elemento identificador com a sua cultura, fez com que rapidamente ganhasse um estatudo de música resistente culturalmente.
nos anos 80 ganha mesmo o estatuto de música de multidões através de cheb khaled que sobem aos tops de frança... e da india (onde o raí tem neste momento uma enorme força)
esta semana morreu cheikha rimitti
cheikka rimitti foi uma daquelas mulheres que ousaram romber as barreiras.
nos anos 50 cantava canções que evocavam a guerra e a vida do povo sobre a repressão militar, o que para uma mulher no meio da cultura árabe da época não era coisa fácil de assumir.
ela e guerbi hamida ganharam o estatudo dos verdadeiros 'raïstes' da época.
com a morte de cheikha rimitti é, de facto, uma página que se fecha na música que melhor representa culturalmente a argélia.
é um pouco com a morte da nossa amália.
mas ambas por cá ficarão enquanto a memória delas nos valer a pena.
e seguramente valerá por muitos anos.
Autocarro Dezasseis, 18 horas de ontem
Estava imersa no meu livrinho habitual, quando ouço um som de fundo. Tento identificar quem está a falar tão alto. Vejo uma senhora de idade, com ar aparentemente normal a debitar o seguinte:
"Puta que pariu, eu cá sou uma mulher do Norte e minhota, se houvessem mais como eu não era esta merda do caralho de país. Umas vacas, são todas umas vacas. Olha aquele com ar de choné. Isto nem há sociólogos nem antropólogos que endireitem isto"
Neste ponto olhei para a minha vizinha de banco e pergunta-me ela. "Estará a falar ao telemóvel?" eu respondo "Não me parece".
"Olha o Arco do Cego, os correios. Caralho dos correios fazem greve só um bocado. Deviam era fechar de vez, grandes cabrões. Olha-me a figura daquela puta. Aquela saia. Todas umas vacas digo-vos eu. Eu sou uma mulher casada. o meu marido até pagou oito euros por uma consulta"
A minha vizinha do lado dá-me uma cotovelada delicada e diz " Parece que é maluca, mas não pudemos criticar, quem sabe se não acabamos como ela". Eu concordei, claro.
" A culpa é dos pretos e desses brasileiros. No meu tempo não era assim.O Salazar é que era. Fechem os transportes e andem a pé. Eu há setenta anos só andava a pé. Suas vacas! Olha mais vacas a entrar para o autocarro".
Passa uma senhora esgalfada a rir-se e diz-me " De facto estamos todos a enlouquecer, há alguma coisa no ar" e sai às gargalhadas do autocarro.
Um homem refila "Estamos fartos de ouvir as suas ordinarices".
"Seu paneleiro, essa raça está a deslustrar o país, um caralho que os foda a todos....."
Quando saí do autocarro no términus, estava dividida entre a vontade de rir, no interessante que foi ver como todos nos aliámos contra a senhora dos monólogos e pensar na solidão em que ela deve viver. Porque para azar do motorista ela tinha passe e ia continuar a fazer o percurso, em looping talvez:)
Acho que os motoristas da Carris devem andar todos nos psis:)