31 de janeiro de 2006
Blogs e reblogs
Este da Kris Johnson:
"I'm an information literacy / instruction librarian. My mission is to save the world from intellectual mediocrity. "
Tinha um interessante post, sobre o que pode acontecer na Wikipedia , ou seja como é criada uma biografia falsa e como é dificil repor a verdade. Ou seja, como funcionam os boatos na internet.
Ler aqui
E agora não vejo mais nenhum. Recomendem algum giro.
Beijos.
a propósito do poste ali de baixo
o fabricante de biscoitos para cães, que utiliza ingredientes alimentares recomendados para a limentação humana para produzir esses alimentos não poderia fazer isso mesmo:
mandar os ingredientes recomendados para a alimentação humana.
com essa indicação escrita na embalagem
ou então:
as 42 toneladas de alimento para cães tiveram um determinado custo para o fabricante.
não seria mais recomendável doar o valor do custo de produção desses alimentos?
ou ainda:
simples... muito simples... se aquele nutriente pode alimentar com segurança humanos, não seria mais recomendável retirar a indicação de comida para cães?
todos sabemos que o prazo de validade de um alimento não acaba no dia a maior parte das mezes nem no mês, nem no ano, que está indicado como 'consumir antes de'.
porque razão devolvemos se tiver ultrapassado por um dia essa data?
a minha questão não está no facto do alimento para cães não alimentar pessoas.
obviamente que alimenta.
tal como os alimentos para as pessoas alimentam cães.
a questão está no respeito pelas pessoas.
eu julgava que era uma questão simples...
afinal parece que não.
na primeira guerra mundial os soldados bebiam urina (que era igualmente utilizada para lavar feridas) nas trincheiras.
a muitos serviu para sobreviver.
vamos mandar contentores de mijo para o quénia?
afinal eles não estão em condições de recusar: têm fome e sede
e ratos, para se alimentarem.
na china usam-nos para a alimentação. e são biliões
já agora, para rematar:
uma questão é
eu, num determinado local, com determinados recursos. ter que me socorrer de tudo o que tenho para me alimentar (tipo comer cadáveres de humanos, coisa que já por diversas vezes aconteceu)
outra,
é eu estar a jantar no tavares e guardar os restos do meu prato para dar a um sem abrigo e dizer que ele tem obrigação de aceitar os meus restos porque não tem mais nada para comer.
a empresa em questão deu os restos do que utiliza para fabricar a comida para cães...
e ainda deve ter tido dedução à colecta no irc lá da terra...
por falar em metáforas, ou 'o que não mata, engorda'
segundos os dados oficiais, 4 milhões de cidadãos quenianos não conseguem obter alimentação que lhes permite sobreviver.
atento a este problema, uma empresa da nova zelândia, produtora dos famosos biscoitos mighty mix, enviou 42 toneladas de 'pó para misturar com água' e assim produzir alimentos para 160 crianças durante 6 meses, segundo os seus cálculos.
até aqui tudo bem.
dirão vocês.
a questão é que,
os famosos biscoitos mighty mix são famosíssimos entre os donos de cães.
o biscoito mighty mix é o biscoito lider em alimentos para animais na nova zelândia.
e o pó que foi enviado para o quénia ia em embalagens que continham no seu experior: 'dog food'
naturalmente, o governo do quénia recusou a oferta dizendo que não poderia entregar às organizações que estão a distribuir os alimentos, porque não é possível entrar comida destinada a cães para o consumo humano e que toda a limentação a entregar terá que respeitar os standards para os fabricantes de alimentação humana.
com a natural sobranceria dos países ricos, o fabricante dos biscoitos para cães diz que o quénia não está em condições de recusar comida para cães para alimentar o seu povo e que além de ser um alimento rico em nutrientes, tem um sabor 'yummy' (para citar a expressão utilizada).
não sei a senhora christine drummond (fundadora da empresa e dadora da mistura alimentar) alimenta os seus filhos com esta mistura tão 'yummy', ou o que diria se o governo da nova zelândia desse alimento para gatos para alimentar o povo mahori, mas o que apetece é mandar a senhora christine alimentar-se a si e à sua familia da sua mistura tão saborosa e mandar para o quénia alimentos para humanos.
eu sei que alimentos, alimentam.
eu sei que o que não mata, engorda.
mas um mais pouco de respeito pelos humanos não ficaria mal
Sobre alçados, esquissos, cortes etc
Presentes!! Viva!!!
EDP vs. Black Vanilla
23H50 – puff. Escuridão. Penumbra
(provar que se domina o espaço e chegar à lanterna. acender uma vela, protegida, que não implique risco)
Nariz na janela. Verificar que existe luz nos prédios em frente e na rua.
00H – Boa noite queria participar uma falha de energia.
00H05 - noc, noc
- Olá, tens luz?
- Não. Vocês tb não?!...
(comentário sarcástico)
- Alguém tem luz? Já ligaram prá companhia?
- Eu já . - Nós tb.
- Disseram que iam enviar o piquete.
- Entretanto Temos que nos desenrascar de lanterna e velas...
- Até manha. Até manha.
07H50 - clic, clic, clic... nada. Black out
07H55 –Bom dia. Poderiam informar-me porque motivo ainda não há electricidade?!
EDP – Enumera razões inválidas, ridículas e insultuosas, para quem paga (e não é pouco!) por um serviço que não é feito.
Vários insultos, pragas e afins são dirigidos à direcção daquela empresa. À falta de respeito pelos clientes. À inoperância...
Banho (só)à luz de velas é romântico, mas muito pouco prático logo pela manha e a esta altura do ano ...
Metáforas
fajão, parte 3 - o que se espera que venha a ficar lá mais para o fim do ano
sim! a fachada virada a norte. a terra está virada para o lado errado (
digo eu. embora os da terra digam que ela está naquele local por causa dos cursos de água que descem do monte e para os terrenos mais férteis ficarem disponíveis para cultivo)
embora aqui diga que é a fachada poente, este lado esta virado a nascente.
(os arquitectos percebem tanto de sol como de lagares de azeite... o que vale é que estes foram pagos para desenhar a casa e não para instalar paineis solares).
como podem verificar, houve bastante cuidado para que a reconstrução respeite ao máximo o desenho da casa original.
30 de janeiro de 2006
O café aburguesou-se.
"En glissant de la cafetière communautaire à la machine à capsule, le café passe du collectif à l'individuel et s'embourgeoise. La machine expresso tend à devenir un élément de statut social : il est de bon ton d'en posséder une dans sa cuisine"
Dizem que é como o vinho. Prefere-se a qualidade à quantidade.
E o mesmo aconteceu ao café.
Proliferam as máquinas expresso, da Magimix, da Krupps, a Nespresso (Nestlé), a My Cup de Melitta .
Todos propoêm sabores e tipos de cafés à escolha, completamente diferentes. O preço das máquinas é variável , dos 1000 aos 100 Euros.
Em comum tem todos um aspecto: aquela ideia de dose individual embalada em alumínio de cor apelativa. Cada consumidor é único.
Quem vai reciclar esse alumínio todo é que eu não sei.
(Le Monde de hoje).
Se quiserem saber um pouco mais, cliquem aqui
Aliás este post é para passar a bola ao carlo. Ele é que é o rei do marketing destas coisas.
Eu só gosto de beber café. Sobretudo de manhã.
fajão, parte 2 - a coisa está a transformar-se
a casa do 'ti capitão' sempre me apaixonou.
quando era miúdo, era a cruz que estava pintada da porta da 'loja' (essa que se vê e frente), que eu imaginava como protectora da peste e outras pandemias e que, de facto, tinha a função de 'proteger' quem se encontrava para lá dela (no caso concreto, os animais).
era a casa mais próxima da casa onde nasci (essa que se vê um pouco à direita da foto).
comprei-a a uma prima (a prazeres sobre a qual já aqui escrevi..)
passado uns anos e vários projectos depois,
a casa teve que vir abaixo
esta foto foi tirada ainda não refeito do choque.
sabia que a iam derrubar.
mas não estava preparado pera o efeito.
a verdade é que os técnicos asseguravam que não era possivel construir nada sobre as paredes que lá estavam.
no começo do verão passado estava neste estado o buraco.
era necessário começar a escavar rocha (fraga, como se diz em fajão) para ganhar algum espaço na 'loja'.
muita fraga depois, no final do mês passado, os 32 metros quadrados (!) de casa apresentavam esta aspecto mais folgado
no sábado, muito cimento, muito ferro, nuita brita, muita areia depois...
estava assim
já não falta tudo....
este foi um grande fim de semana
fajão, parte 1 - a vista do meu pequeno almoço no sábado...
tirando a parte de, sempre que fui consultar a temperatura, esta ter um sinal de menos antes do número...
tirando a parte de ter estado horas à espera para poder sair de fajão, porque o gelo e a neve não deixavam sair da terra...
a coisa piorou depois, com o habitual movimento de ir buscar gente que ficou bloqueada na estrada, ou perdida no nevoeiro da serra, e eu no domingo á espera do melhor momento para conseguir sair de lá....
mas foi um fim de semana excelente...
por razões diversas
Nevante
Viradas para o frio
Cheias
Feitas carros apinhados
De imóveis
E versos a tremer:
Tinham nervos de coleóptero
[Angústias de país cego…
querido diário
Ao som daquela música mega-irritante do assobio, vi pessoas que já não via desde os meus tempos de liceu, todos conservadinhos em formol com defeito, a senhoritas todas de madeixa em riste e os senhoritos de barriguinha e cabelinho a minguar … todos a abanar a perna e com ar de engate de feira…eu, habituadinha a antros com boa música e ambiente mais descontraído, até tremia quando reconhecia os “monstros” da minha adolescência.
Foi-me estranho ver uma geração inteira estagnada no tempo.
29 de janeiro de 2006
Ai a neve....
Augusto Gil
Estava aqui a imprimir coisas e o Pipinho diz. Olha a neve.
Fui ver. Tudo às varandas e janelas a espreitar. Crianças e tudo.
Desfazia-se na mão.
Há tanto tempo que não a via. Ai que saudades:)
(no caso o bater era mais o Pipinho no MSN. Eu pensei que era granizo)
Dias que Voam
Vamos lá ver se nos entendemos... ESTÁ UM FRIO QUE NAO SE PODE!!! Ontem Gelei no estádio da LUZ.. hoje nao se pode sair á rua... mas tá tudo louco ou quê?!:P
Quiz para dia chuvoso
Your Birthdate: May 28 |
You have a Type A personality so big it makes other Type A's shrink away in shame. You never shy away from adversity - and you love to tackle impossible problems. Failure is not an option for you, and more than a few people are put off by your ego. You tend to be controlling, and you hate leaving anything up to chance. Your strength: Your bold approach to life Your weakness: You don't accept help Your power color: Bronze Your power symbol: Pyramid Your power month: October |
28 de janeiro de 2006
Praias e guerra
Projecto vaga de frio
Desconfio que vou cumprir à risca as indicações da Protecção Civil. Não sair de casa em modo interpretação que dá jeito.:)
Aqui bate o sol e prefiro que me visitem. Projecto à volta do meu umbigo em acção!
Ainda vou postar umas fotos. Não escapam:)
27 de janeiro de 2006
Portugal visto por Lessing
Ela ofereceu-ma de imediato.
Fiquei aborrecida, porque sabia que era pobre. Mas foi impossível recusar. Explicaram-me de seguida, que em certas sociedades exprimir a admiração por um objecto, implica a sua dádiva e que devemos ser prudentes na expressão da nossa admiração.
Portugal foi colonizado pelos mouros, que lhe transmitiram os modos cavalheirescos da civilização árabe. Conservei esse saco anos e anos, como um talismã e quando abria a gaveta onde o guardava , recordava que em certas regiões do mundo reina a graça do coração"
Tradução muito livre dum pequenino excerto da autobiografia da Doris Lessing
E adorei!
A articulação entre ambos é excelente!
a árvore a a floresta
já se escreveram as coisas mais delirantes e mais deslumbrantes sobre o resultado obtido pelo hamas, que desta vez decidiu concorrer às eleições.
sem pretender perceber mais da palestina que os palestinófilos, gostava de dar umas achegas para se olhar de um outro modo para os resultados obtidos pelo hamas:
1.
o hamas é sempre e apenas apresentado como um bando de terroristas que se dedica a sacrificar alguns 'mártires' e a matar indiscriminadamente alvos militares (poucas vezes) e civis inocentes (a maior parte delas).
no entanto, o hamas é muito mais que isso:
para além de ter uma estrutura organizativa muito aperfeiçoada e espalhada por todo território palestiniano, utiliza essa estrutura para um complexo sistema de ajuda aos mais pobres e desfavorecidos, recebendo assim o reconhecimento de uma larguíssimas parte do povo palestiniano, mesmo dos que não concordam com as suas actividades suicidas e mortíferas contra alvos israelitas. desde a saúde ao ensino, o hamas tem vindo a realizar um trabalho enorme em todo o território da palestina. o resultado está à vista neste momento.
2.
as recusas do hamas em participar nas anteriores eleições, e o seu afastamento da esfera governativa, deram-lhe um capital próximo daquele que permitiu o cavaco ter sido eleito presidente (agora é o gajo se esticou, dirão vocês...):
o facto de ir construindo uma linguagem de afastamento da actividade governativa e dos partidos, com aquele ar de quem não quer o poder nem o governo e que quer mesmo é trabalhar nos 'problemas concretos' fez com que capitalizassem todos os votos dos descontentes destes anos de construção do estado palestiniano. descontentamento esse provocado por razões de real inacção e/ou corrupção da fatah e outros decorrentes dos obstáculos colocados pelo estado de israel e do próprio hamas que sempre dificultou a vida à fatah.
do mesmo modo, vem mostrar que quando israel e os estados unidos condenavam a fatah por não 'querer ter mão' no hamas, já aquilo era um pequeno bando de terroristas, era uma visão completamente distorcida da realidade. o hamas é muito mais que um bando de terroristas.
3.
claro que o hamas agora vai para o governo e não vai ser fácil manter, por um lado a atitude de culpar a autoridade palestiniana (isto é, a fatah) de nada se fazer, porque agora a responsabilidade é deles, e por outro lado, terão obrigatoriamente que dialogar com todos os parceiros da região. israel incluido.
as relações comerciais, laborais, culturais e de todo o dia a dia dos povos da palestina e de israel são muito mais interdependentes do que aquilo que ambos os lados se esforçam por mostrar ao mundo.
4.
finalmente registo as reacções do mundo ocidental ao resultado das eleições.
como não ganhou quem queriam e esperavam... parece que afinal já não valem e quem ganhou não tem legitimidade para representar o povo que os elegeu.
mas, como sempre tem acontecido naquela região, o que agora é verdade, daqui por 5 minutos já poderá não o ser. a fatah era um bando de criminosos terroristas há poucos anos, e hoje os ocidentais e israel já dizem que eram o garante do processo de paz. do mesmo modo que o sharon era um criminoso (era mesmo) até ao ano passado e hoje é visto como o salvador da paz e o único homem capaz de trazer a paz às margens do rio jordão.
26 de janeiro de 2006
Da igualdade e para o Çamorano
Papeladas
Como de Costume
As mães da Praça de Maio vão deixar de marchar...
Muitas perderam familiares durante a ditadura que se viveu na Argentina, no período de 1976 a 1983.
Quarta Feira iniciaram a sua última marcha, de vinte e quatro horas. Consideram que já estão demasiado idosas e que o novo presidente argentino Nestor Kirchner é um amigo.
Honremos essas mulheres, corajosas e que cultivam a lembrança dos seus entes queridos.
Como é possivel esquecer tamanha barbárie?
E como é possível sobreviver à morte de um filho?
Fala uma mãe:
"Y así fuimos por primera vez un sábado. Nos dimos cuenta que no nos veía nadie, que no tenía ningún sentido.
Era un 30 de abril. Decidimos volver a la otra semana un viernes. Y a la otra semana decidimos ir el jueves. Mucha gente se pregunta por qué habiendo otros organismos las madres fuimos a la Plaza, y por qué nos sentimos tan bien en la Plaza. Y esto es una cosa que la pensamos ahora, no la pensamos ese día; y cuánto más hablo con otra gente que sabe más que nosotros, más nos damos cuenta por qué se crearon las Madres.
Y nos creamos porque en los otros organismos no nos sentíamos bien cerca; había siempre un escritorio de por medio, había siempre una cosa más burocrática. Y en la Plaza éramos todas iguales.
Ese "¿qué te pasó?", "¿cómo fue?". Eramos una igual a la otra; a todas nos habían llevado los hijos, a todas nos pasaba lo mismo, habíamos ido a los mismos lugares. Y era como que no había ningún tipo de diferencia ni ningún tipo de distanciamiento. Por eso es que nos sentíamos bien. Por eso es que la Plaza agrupó. Por eso es que la Plaza consolidó. Cuando nos dimos cuenta que íbamos avisándonos unas a las otras que los jueves a las tres y media nos reuníamos en esa Plaza, en un banco, no caminábamos, no marchábamos.
Algunas íbamos un rato antes, las que vivíamos más lejos, porque ese sentirnos bien... Ustedes saben que en esa época éramos despreciadas, las familias nuestras pasaron a ser las familias de los "terroristas", se nos cerraban las puertas, así que era poca la gente con la que una podía conversar. Pero con las madres éramos todas iguales, nos pasaba lo mismo, veíamos la misma gente. Y esto que fuimos descubriendo a partir de conversar con tanta gente, nos muestra ahora cómo ese sentirnos igual es tan importante.
Sentirse igual"
teasing lulu on her birthday
uma canção em sua honra
teasing lulu
you need to hear something new
the radios are playing shit
just another manufactured hit
some things have gotta give, gotta give
it's not a crime to play guitar
the only way to prove them wrong
we don't need a choreographer
we don't need to dance to be stars, dance to be stars
we are Teasing LuLu
we won't stand for it!
we are Teasing LuLu
we don't give a shit!
yeah, yeah, yeah, yeah, yeah, yeah
just the puppets of the industry
think they're getting what they want
no respect no honesty
just a license to print money, print money
já há algum tempo que andava para falar desta banda britânica de qualidade muito mais que excelente.
uma coisa assim entre a p.j.harvey e os strangers e uma voz a lembrar a da jo swiss, vocalista dos malcolm interview/god's little monkeys (e tal como as teasing lulu, protegida de billy bragg).
Aqui podem ouvir quão boas são !!!!!!!
- Chico Buarque/1977
Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigada a ser feliz
E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Sim, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim
A menina Lulu
25 de janeiro de 2006
Ando de apetites!
Além de um molho de espinafres bem escolhidos e bem lavados, precisamos de umas postas de linguado fresco, daqueles que tenham mais de meio quilo e não muito mais de um quilo, azeite do bom, cebola, uma folha de louro, água e sal quanto baste.
Cobre-se o fundo de um tacho médio com azeite, miga-se a cebola, junta-se a folha de louro, uma pitada de sal e faz-se um refogado leve.
Juntam-se os espinafres, salteiam-se ligeiramente, acrescenta-se o triplo de água em relação ao volume de arroz que se queira cozinhar. Deixa-se levantar fervura, junta-se o arroz, do carolino, rectifica-se o sal, cozinha uns 12 minutos, sendo então altura das postas de linguado entrarem no tacho.
Ferve mais três a cinco minutos, apaga-se o lume e deixa-se o arroz "abrir" mais dois minutos. Com um vinho branco frutado e fresco por companhia, veja lá se os espinafres são ou não uma delícia.
Nova poll e resultados sobre a ultima poll
Ninguem sabe quem é o cavaco silva mas têm vontade de matá-lo de tão deprimidos que estão.
A nova poll será sobre cores com nomes de coisas, por exemplo, azul petroleo, e se querem mudar a letra do blog. Podem fazer escolhas multiplas.
Só sei é que isto está a dar-me um trabalho do caraças!!
Tudo a ir ver os Bypass
Bypass, Ölga, Lemur, Loosers, Linda Martini e CAVEIRA são os grupos confirmados para a primeira edição deste evento, uma iniciativa da nova promotora de espectáculos, Conta-Gotas.
«Desenvolver projectos que privilegiem a criatividade e qualidade dos artistas» é o objectivo expresso pela Conta-Gotas, em comunicado de imprensa.
Os bilhetes, brevemente disponíveis, custam entre 8 euros (válido para um dia) e 12,50 euros (passe de dois dias). Quanto à Caixa Económica Operária, «um espaço de irrefutável carisma, ideal para ver e ouvir alguns dos mais entusiasmantes projectos da música rock nacional», fica na Rua da Voz do Operário, à Graça.
Fica o cartaz completo do festival Um Dia A Caixa Vem Abaixo.
Sexta-feira, 27 de Janeiro
Bypass
Ölga
Lemur
Sábado, 28 de Janeiro
Loosers
Linda Martini - na imagem
CAVEIRA
Os bilhetes estão à venda na Carbono, Rua do Telhal, 6b, entre as 10 e as 18:30.
Mais informações em breve.
Contactos
Luís Bento – 91 787 81 40
Rita Costa – 96 702 33 20
dedicado ao abs e ao fenix, músicos encartados e amantes de musica contemporânea
Blergh!!!!
O seu lema é o de nunca perder a sua pose sempre muito cool. Gosta de impor respeito naqueles que o rodeiam e é capaz daqueles olhares que congelam (no bom ou no mau sentido) o seu alvo. De espírito prático mas por vezes demasiado durão
Só me ocorre dizer..porra, porra e porra.
Também isto não é feito para a minha idade..Nos anos 80 já não usava carrinhos de rolamentos..isso foi mais entre nos 60.
a propósito de um disco anunciado agora como a grande novidade e a propósito de outro que, provavelmente, também o será brevemente
disse que não e perguntei que novel disco era esse para merecer anuncio da fnac.
escreveram: 'bach to africa de lam barena'
de facto não conhecia 'lam barena' (gostava de saber porque raio de carga de água não utilizam os artigos quando se referem a músicos ou bandas), mas conhecia e tinha o disco 'bach to africa' dum colectivo, ou projecto, chamado lambarena.
é estranho (e estou a falar pelo que me contam porque ainda não vi o anúncio), que a fnac anuncie como grande novidade um velho disco que eu tenho há 10 (dez) anos.
mas vamos ao que interessa que são os disquitos.
ambos os discos têm um denominador comum:
hughes de courson.
hughes de courson é uma daquelas figuras muito comuns na folk music que tem sempre um pé na música 'clássica' (chamemos-lhe assim para simplificar as coisas).
em frança trabalhou com grupos lendários como os malicorne ou os kolinda. na finlândia trabalhou com as espectaculares värtina, trabalhou no egipto, israel, siria, yemen, turquia, bulgaria, macedónia, grécia, albania...
no começo dos anos 90, e na sequência do seu trabalho com o compositor do gabão pierre akendengue, decide lançar mãos a um enorme projecto que prestasse homenagem ao dr. albert schweitzer, um médico missionário que viveu e teve o seu hospital/missão muitos anos na aldeia de lambarena, no gabão.
tributo e reconhecimento pelo seu trabalho de aproximação de povos e culturas que lhe valeu o prémio nobel da paz nos anos 70 (creio).
as opiniões sobre este disco são as mais diversas.
desde os que o adoram incondicionalmente, aos que acham um crime de lesa cultura tratar assim a musica do deus bach.
como não aceito deuses, nem na música, acho que nenhum compositor deve ser sacralizado.
nem nenhum período da história da música deve ser fechado às intervenções criativas.
devemos analisar o resultado e não condenar à partida apenas porque gostamos muito do original.
felizmente que os partidários do campo sacrossanto são cada vez menos e este disco serviu para várias companhia de dança o utilizaram como base para trabalhos seus de fundo (o tulsa ballet theatre, numa coreografia de val caniparoli, ou o northern ballet theatre, uma das mais importantes companhias britânicas, por exemplo).
francamente a ouvir para nos alargar os horizontes auditivos.
o outro disco, o que provavelmente virá a seguir nas novidades com mais de 10 anos é, até por via das comemorações dos 250 anos de mozart,
mozart in egypt
que, por acaso gosto bastante mais (mas isto sou eu a falar...).
a mistura da música de mozart com a música egípcia em que vão aparecendo e desaparecendo, misturando-se e completando-se, complementando-se.
e garanto-vos:
mozart soa muitíssimo bem tocado com instrumentos árabes !!!
é muito boa música.
e sim.
deveriam vir em pacote de 2.
Este ano o (polémico?) filme de Ang Lee, “Brokeback Mountain”, que retrata uma relação homossexual no “velho Oeste” era um dos favoritos, tendo ganho 4 das 7 categorias para que estava inscrito, incluindo melhor filme e melhor realizador.
Tempos de.
Modificações no blog
Fiz umas pequenas modificações no blog:
1ª- alarguei um pouco o blog. Permitirá colocar imagens maiores e acho que fica melhor.
2ª- coloquei o google associado ao blog (no sidebar "Google no Dias"), o que permitirá procurar coisas específicas SÓ no blog, no meu caso, será os posts do carlos sobre musica. :) Este google funciona exactamente da mesma maneira que o google normal. :)
Espero que gostem e se tiverem sugestões fiquem à vontade para as fazer. :)
24 de janeiro de 2006
A máquina dos Cheiros
Convite aceite
Quero agradecer o convite para postar neste blog que é bem catita!!
Espero que a minha "estadia", seja tão longa como aquela nossa viagem a Madrid...
Venho espreitar, escrever, ando por aí...
Até já
Morgaine
a perfeição existe !!!!!
garanto-vos que a perfeição existe !!!!!
estou a ouvi-la neste momento.
apetece-me escrever aqui alguns adjectivos....
mas vou-me conter
parabéns ao nosso cívico de serviço !!!!
os insondáveis caminhos da publicidade, ou alguém que explique àquelas almas que não somos todos anormais e acéfalos
dois dos maiores investidores em publicidade em portugal estão com novas campanhas publicitárias.
um,
o banco espírito santo,
tem uma imensa e repetitiva campanha a anunciar.... a sua nova cor.
imaginaríamos que propagandeasse um novo produto, um novo serviço, uma nova ideia, uma inovação.
engano meus caros amigos !!!
o grande suspense alimentado pela campanha do bes é.... a sua nova cor.
os responsáveis do marketing do bes são os melhores técnicos do mundo!!!
conseguiram convencer aquelas almas a gastarem rios de dinheiro.. com coisa nenhuma.
o outro,
o continente,
tem uma campanha onde uma criança pergunta à mãe de onde vêm os bebés.
aos que a mãe responde virem de paris numa cegonha.
depois a criança pergunta de onde vem o pai natal.
e a confiável mãe responde que o pai natal vem do polo norte.
depois, a curiosa criança pergunta de onde vem a fruta do continente.
e, a mesma confiável mamã que até agora só deu respostas verdadeiras e confiáveis do estilo bebés a virem de paris em bicos de cegonhas, afirma que a fruta à venda no continente vem do pomar do senhor joão ou lá como se chama o senhor, no caminho para a escola.
como o continente não está a fazer nenhuma campanha para consumidores de 5 anos e nenhum dos seus potenciais clientes acredita no pai natal nem nas cegonhas, o que podemos concluir desta publicidade é que querem que seja tão confiável a afirmação das crianças virem numa cegonha de paris, como a da fruta que o continente vende, ser do pomar do senhor joão.
e pagam-lhes para isto !!!!!!!!
Relembrar
A ver:
(a fonte é do site que está referido nos links, como pistas de cultura popular).
Postadores
B. maria faz favor de aceitar o convite para postar. Cada qual escreve sobre o que gosta, não te preocupes. O que interessa é comunicar, não é? Ou então mando a Tuxa Maria, vizinha aqui do lado, bater-te:). As cunhadas servem para isso.
Aliás o senhor Caretaker, o consorte da Multi, devia escrever alguma coisinha, perdoado está por causa dos exames. Mas só até ao fim das frequências.!!! E ela também!!!
E o sr coiso de pau. salvo seja. O Convite está pendente!!! Faz favor de re-aceitar.
Eu sei sou má. Mas As Teresas quando estão com sono geralmente são más.
Está frio e vamos comer feijoada ao Escondidinho. Querem vir?
Abeijo-vos.
E o autor do cartoon de uma das capas, Gila. Dizem dele que desenhava mal, mas que era corrosivo.Tanto que se deixou de desenhos e é só faz gags cómicos. Verdade?
O Hermano Lobo é descendente duma outra revista, a Codorniz muito contestária no tempo do franquismo. Interessantes estes nomes.
Sobre isto, encontrei este site, bem interessante.
Mas o nosso amigo Çamorano, deve saber muito mais do que eu sobre o assunto.
23 de janeiro de 2006
E733
Manhã de domingo. Sol na rádio para o dia todo. Vejamos. Não. O meteorologista não passou por aqui. A barba hoje descansa para que o domingo o seja mesmo. Quase ao fim da manhã o nevoeiro dissolve-se e o sol leva-me para a rua. Há movimento a mais para um domingo. O meu café está fechado para obras e por isso o jornal fica à espera com as notícias que já não são frescas.
Hoje é perigoso andar na rua. Há carros que não é costume andarem por aí e os condutores não sabem que as ruas que há trinta anos tinham dois sentidos agora têm só um; e outras mudaram de sentido. Ouço som de ambulâncias mas não deve ser por causa disso.
Entro na escola primária é quase meio-dia. À porta cheirava a farturas e uma bombeira adolescente tentou colar-me a uma etiqueta de marca. Recusei enquanto procurava no edital o 'E733'. Penso sempre o meu número como um conservante cancerígeno. Um dia tiram-me da lista. Sala 20. Aqui já não cheira a farturas. Cheira a uma mistura de mofo com naftalina. Há uma bicha para respeitar. Sinto-me intruso numa sala com desenhos espalhados pelas paredes: intimidades de escola. Noutros dias aquela sala tem outros cheiros. Hoje entrou o mofo e a naftalina. Cada pessoa demora muito a pôr a sua cruzinha. No totoloto o quadrado é menor mas é uma prática semanal. Aqui têm medo de se enganar e mesmo depois de dobrado o voto, olham de novo para ver se ainda lá está. A entrega à entediada presidente da mesa parece mesmo o depósito de um ente-querido.
Ponho a cruz no Alegre. Por uma vez. Mais logo os especialistas vão tecer um número interminável de considerações sobre o meu acto de pôr a cruz no Alegre. Embora nem nestas coisas a minha opinião tenha peso, devo dizer que fiz aquilo que se faz quando se tem que escolher uma coisa de entre outras: optei. Escolhi o que dentre aqueles achei melhor ou, o que dá no mesmo, o que achei menos mau. Apenas isso. E a minha intenção era que o Alegre fosse o presidente. Escusam de perder tempo a pensar nas inúmeras outras intenções que eu tinha escondidas na manga.
Desta vez saio e ignoro o cheiro das farturas. Há uns anos arrisquei e fiquei com azia.
Da capela os votantes vêm para a escola e por momentos o cheiro a mofo e naftalina sobrepõe-se às farturas. Hoje saíram à rua rostos lívidos que a revolução assustou. Vêm agora mobilizados por uma oportunidade equívoca de voltar atrás. Procuram uma abstracta linhagem de pureza, clausura, ordem e mistério que encaixou como luva no perfil hirto e dogmático que agora escolhem.
A adolescente dos bombeiros pediu reforços e consegue auto-colar bastante gente. Em Bagdad os votantes reconhecem-se pelos dedos sujos de tinta; aqui pelo autocolante dos bombeiros. Há certamente um grupo de pressão que faz com que os dias de eleições sejam sempre ao domingo. Talvez por isso o voto mantenha este ar sacralizado e me apeteça pensar que podia ser diferente. Quase tudo podia ser diferente desta apologia da tristeza.
Zumbido
back to basics, ou o regresso dos vinílicos em fim de semana cavaquiano
o meu filho tem estado a reconstruir digitalmente uma série de cassetes audio que o acompanharam no seu começo de adolescente, e não conseguia 'atinar' com um nome'
lá me perguntou e, de repente, tive um daqueles flashes que muitas vezes nos acontecem em que não só 'vimos' a capa do album, como fazemos uma espécie de sample listening automático.
o cantor e o album em questão era o john o'kane e o seu 'solid', a que talvez ainda volte.
depois de muitos risos pela lembrança e muitas buscas infrutíferas pela net sobre o que teria acontecido a tal personagem... nestum de resultados.
uns velhos albuns em segunda mão à venda no ebay e na amazon.
e foi tudo.
prometemos tratar dos pormenores técnicos para digitalizar os vinílicos lá de casa (os que merecem, que serão apenas umas centenas...)
mas no meio da procura do album do john o'kane, tropecei numa série de discos daqueles que ouvi centenas de vezes e que decidi re-ouvir para aferir da sua resistência á prova do tempo.
dois deles não só resistiram, como demonstraram, passados mais de 30 anos, serem ainda discos primorosos.
o primeiro,
carolanne, da carolanne pegg
a carolanne pegg foi uma daquelas personagens que participou no boom do folk-rock britânico dos finais de 60's.
na viragem da década, gravou com bob pegg (ao tempo seu marido) dois albuns sob o nome de mr. fox (uma banda com bastantes e merecidos créditos, ao tempo).
tocadora exímia de violino, foi, que eu saiba, a primeira a cometer o 'crime' de o electrificar e lhe dar o som que a partir daí todos conhecemos nas bandas de folk-rock.
é no entanto a sua voz que a torna mais característica.
uma espécie de melanie safka ainda mais rouca e 'estranha'.
uma voz que reconhecemos ao primeiro som, cria dependência, e nos faz trautear a sua música muitos anos depois de a ouvir
por razões que nenhuma razão conhece, apenas gravou este disco em 1973, já depois da sua separação de bob pegg. (mas onde tem, entre outros a presença albert lee (um dos maiores guiarristas que as ilhas britânicas já produziram)
em 1988 foi reeditado em cd, com a capa substituida por uma das fotos da contra-capa do album em vinil, onde a senhora não aparece com este cabelo de bruxa, talvez em homenagem a uma das magníficas canções que enchem este album (witches guide).
uma pérola !!!!!!
o segundo disco desta colheita é o resultado do trabalho conjunto de dois dos maiores nomes da história do folk-rock britânico:
john kirkpatrick e ashley hutchings
paralelamente ao seu trabalho nas clássicas banda de folk, john e ashley editaram um album no começo dos 70's chamado 'morris on', dedicado a esta dança popular britânica.
ainda hoje um disco fundamental em qualquer discografia de folk.
o trabalho foi tão bem recebido e tão entusiasmante, que se decidiram a fazer uma coisa bem mais completa, complexa e ambiciosa, a começar pelo nome
the complete dancing master
neste disco juntam a nata dos musicos folk com alguns dos melhores músicos da música da renascença e idade média (p.e. jeremy montagu, ao tempo dos musica reservata !!! e hoje um mestre entre os mestres dos instrumentos antigos), com alguns actores e escritores britânicos numa mistura de textos clássicos e músicas a fazerem a história da dança popular nas ilhas britânicas e do que se escreveu sobre ela.
olhando para o leque de participantes (phillip picket, da new london consort; bert cleaver (especialista em danças morris), simon nicol (faitport convention, albion band); roger swallow, rod skeaping, jeremy montagu, dave mattacks, gary watson, bernard hepton, francis baines, sue harris, richard harvey, adam skeaping, alan lumsden, michael hordern, sarah badel, terry potter, dave kettlewell, alan ward, fanny warnock, peter knight, ray warleigh, michael gough, alec mccowen, ian ogilvy, elizabeth baines, loni platt, peter vel) só podemos mesmo esperar o melhor
(só indiquei as 'qualidades' dos primeiros para que vocês tenham algum trabalho...)
este disco é, igualmente, um pérola.
e obrigatório ouvir !!!!!
Nova poll
É votar, bom povo.
Na outra poll ganhou o Jerónimo, seguido pelo GP e Manuel Alegre.
são nove da manhã
Cheira-me que hoje o povo... teve pesadelos durante a noite e não se conseguiu levantar...
Até eu tive um... Sonhei que o Cavaco Silva, era nosso presidente logo à primeira volta!!!
Ah como é bom acordar de um sonho mau...
O acto de ir votar é sempre uma festa…
é ver as pessoas engalanadas nos seus melhores fatos-de-ir-ver-a-deus entrar solenemente nas salas de voto.
É rever colegas da escola, agora com madeixas e salto agulha e filhos a combinar.
É ver velhinhas-que-sairam-da-redoma para ir votar no candidato mais temente a deus.
É ver o Portugal real que se esconde no dia-a-dia.
O acto de ir votar é sempre uma festa…
Vêm aí dias mais duros.
Vêm aí dias mais duros.
O tempo provisoriamente adiado
aparece já no horizonte.
Em breve terás que laçar os sapatos
e prender os cães nos quinteiros.
As entranhas dos peixes
terão arrefecido ao vento.
Já se apaga o fulgor dos tremoceiros.
O teu olhar sonda a névoa:
o tempo provisoriamente adiado
aparece já no horizonte.
Ao longe a tua amada enterra-te na areia,
que lhe cobre os cabelos soltos,
lhe corta a palavra,
lhe ordena que se cale,
e a acha mortal
e disposta ao adeus
depois de cada abraço.
Não olhes para trás.
Aperta os sapatos.
Corre com os cães.
Atira ao mar os peixes.
Apaga os tremoceiros!
Vêm aí dias mais duros.
Ingeborg Bachmann
22 de janeiro de 2006
faltou-nos um bocadinho assim..
aos que não gostam do cavaco e não o queriam na presidência.
e sobrou um bocadinho do mesmo tamanho aos que gostam do cavaco.
talvez haja várias lições a tirar desta campanha.
a principal é a de tentar perceber porque razão um povo que vota a esmagadora maioria das vezes maioritariamente à esquerda, desta vez não o fez, mesmo que por uns pouquíssimos 0,6%.
pouquíssimos, mas suficientes.
se o cavaco tivesse perdido a maioria por 0,1% estaria satisfeito.
os que ganharam por 0,6% merecem todo o contentamento que estão a ter.
como dizia o pequenino presidente do psd, é a primeira vez em 30 anos que conseguem eleger um presidente 'seu'.
mas também, como disse o presidente do governo reginal da madeira, agoraa é o tempo dos 'saneamentos'.
já aqui tinha escrito sobre a excitação da direita e a sua vontade de, não apenas vingar a derrota das eleições legislativas, mas começar a grande caminhada para a concretização do seu desiderato de 'um presidente, um governo, uma maioria'... um país na sua mão.
para quem defende os valores da solidariedade, da justiça, da liberdade (e outras minudências mais discutíveis sobre a cultura e afins), os tempos que se avizinham vão ser de continuado combate ideológico.
a esquerda perdeu as eleições.
não adianta dizer que foi por um bocadinho assim.
foi pelo bocadinho suficiente.
há quem diga que o cavaco na presidência é o melhor que podia ter acontecido ao governo de sócrates.
até poderia concordar, se a eleição do cavaco fosse apenas isso: a eleição daquele homem para aquele cargo.
mas a questão é está muito longe de ser apenas isso.
o que aí vem é o começo da pressão da direita para a exigência de eleições (mesmo que este governo esteja a tomar todas as medidas que eles queriam tomar e não tiveram coragem para o fazer).
o que aí vem é a exigência (como profeticamente o desbocado do presidente da madeira se descaiu a dizer) dos saneamentos.
os próximos tempos não vão ser fáceis.
por isso os próximos tempos vão ser bons.
e sim,
não deixarei o cavaco em paz.
estejam descansados
mesmo que não deixe de endereçar os parabéns aos amigos e conhecidos desta casa que aqui manifestaram o seu apoio ao candidato vencedor.
(p.s.: garanto que na poll ali ao lado só votei uma vez.... )
Alguns tópicos
Ao sábio discernimento do Engº Sócrates na escolha de candidatos (vidé o caso das autárquicas que sabiamente perdeu);
Ao umbigo imenso da esquerda portuguesa. Cinco contra um. Nem no Faw West e nem os sete magníficos;
À imensa necessidade de esperança e de estabilidade dos portugueses. Há um enorme desalento e descrença. Precisam de referências embora não tão decrépitas como o Soares.
Ganhou está ganhado. Mas coloca uma grande questão, como a Zézé Nogueira Pinto dizia " não somos um país de maioria de direita. Isto transcende".
Dá que pensar, rever práticas partidárias. Os modelos que temos evidentemente não servem e pior que tudo não transmitem confiança. E continua o enorme fenómeno da abstenção.
Eu não votei. E se votasse votaria no GP.Nem contava.
Não estou grandemente preocupada em ter o Cavaco como presidente. Como dizia o João Tiago, tem poderes limitados. Este é um regime semi-presidencial.
Mas preocupa-me a cada vez maior falta de alternativas. Modelos esgotados.
É pensar na nova colecção de modelitos.
Vou ouvir o Cavaco.
21 de janeiro de 2006
Era uma presença certa nos sítios em que era bom estar.
A noite de Lisboa não vai ser a mesma sem ele. Nem a vida será igual para a sua família e amigos.
Não sei porquê, sinto-me mais triste e mais pobre. Muitos conhecerão o irmão dele, o poeta Al Berto. Ambos tinham a mesma alegria de viver. A morte aos 52 anos é absurda.
20 de janeiro de 2006
Amanhã, a serra...
A estrada de madrugada é mais bonita sempre. E o frio não assusta.
Esta é outra montanha, que fotografei às cinco da manhã há alguns anos, e de que me lembrei agora.
Há coisas que não esquecem.
Torres del Paine, Patagónia, 2002.
Pluralismo e independência
http://www.marktest.pt/produtos_servicos/Mediamonitor/default.asp?c=1485&n=1460
Bons votos
Período de reflexão
Daqui a umas horas inicia-se o período de reflexão... Não sei porque é que se chama assim, até parece que nos restantes dias de campanha não devemos reflectir sobre em quem votar, acto que deve ser deixado para o ultimo dia antes do voto... se calhar é porque somos portugueses e deixamos para a ultima e, dessa forma até já instituimos o ultimo dia... como o ultimo dia para decidir-mos em quem votar.
Bem... a verdade é que nos 4 anos como eleitor nunca tive a minima dúvida em quem votar. Hoje... sinto-me confuso. mas á medida que os minutos passam, sei que o meu voto não fará diferença na existência ou nao de uma segunda volta, já que por certo as minhas dúvidas não se centram em dar o meu voto ou não ao C"anibal" Silva.
A minha dúvida, assenta em dar o meu voto à pessoa honesta, amiga da familia, que ganhou a sua vida a trabalhar, dotado de uma enorme humildade, alegria e sentido de justiça ou simplesmente dar o meu voto a um aristocrata artista que esteve sempre do lado das propinas e das medidas de direita dos governos PS, que dotado de um grande oportunismo politico se candidata agora mosntrando-se como a alternativa para o corrompido sistema, sem máquinas partidárias (como se isso fosse uma coisa boa!!!). DEverei votar ideologicamente, ou patrioticamente para evitar que dois abutres da politica que me metem nojo desde sempre, sejam eleitos?! Deverei Votar pelo ideal mesmo, ou pelo menos mal?! Tendo o menos mal muito mais probabilidade de ir a uam segunda volta que o ideal?!
Vai-me partir o coração se no dia 22 nao meter a cruzinha no meu camarada. Vou-me sentir um traidor do meu cartão vermelho...
Mas... porra também me custa, nao fazer tudo o que posso para evitar que o Soares ( que não é fixe) e o Cavaco (que é um adorador de bolo rei)... O alegre é menos mal... e admito que teria a sua piada, ver a azia com que os dirigentes do PS ficariam.
Se ao menos o jerónimo pudesse discutir a liderança da esquerda.
Mas eu convicto digo... dia 22 Vota Jerónimo com toda a confiança... Só me resta saber em quem vou por a dita cruzinha.
Dia 22 Vota alegremente em Jerónimo! Ou será Voto Tristemente em Alegre?!
meu deus.. tou confuso!
Nota: Quero agradecer o convite para participar neste blog : ) sinto.me bem em estar aqui!! : )
Hino de Caxias e com este me vou
Sob o olhar feroz dos carcereiros
Mas nem a luz dos olhos que perdemos
Nos faz perder a fé nos companheiros
Vá Camarada mais um passo
Já uma Estrela se levanta
Cada fio de vontade são dois braços
E cada braço uma alavanca
Cada fio de vontade são dois braços
e cada braço uma alavanca
Oiço ruirem-se os muros
Quebrarem-se as grades de ferro da nossa prisão
Treme carrasco que a morte te espera
Na Aurora de fogo da Libertação(bis)
(...)
Bom voto a Todos
Idade Média
Mas antes que comecem a pensar que este post é tendencioso, digo já que todos os candidatos presidenciais agem assim.
Não sei se eles leram as funções associadas à presidência da republica no nosso sistema semi-presidencialista (sponsored by wikipedia):
* O Presidente da República exerce as funções de Comandante Supremo das Forças Armadas e nomeia e exonera, sob proposta do Governo, o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas e os Chefes de Estado-Maior dos três ramos das Forças Armadas.
* O Presidente da República pode dissolver a Assembleia da República, o que implica a necessidade de convocação de novas eleições parlamentares e após a realização destas, a demissão do Governo.
* O Presidente da República nomeia o Primeiro Ministro tendo em conta os resultados eleitorais e nomeia os restantes membros do Governo sob proposta do Primeiro Ministro. Pode, por outro lado, demitir o Governo quando tal se torne necessário para assegurar o regular funcionamento das instituições democráticas.
* Os órgãos de governo próprios das regiões autónomas podem ser dissolvidos pelo Presidente da República, por prática de actos graves contrários à Constituição
* O Presidente da República declara o estado de sítio e de emergência, ouvido o Governo e sob autorização da Assembleia da República.
* Sob proposta do Governo e mediante autorização da Assembleia da República, o Presidente da República pode declarar a guerra em caso de agressão efectiva ou iminente e fazer a paz.
* O Presidente da República promulga ou assina e, consequentemente, pode vetar a promulgação ou assinatura de leis, decretos-leis, decretos regulamentares e restantes decretos do Governo.
* No domínio das suas competências nas relações internacionais, o Presidente da República ratifica os tratados internacionais.
* O Presidente da República decide sobre a convocação do referendo cuja realização lhe seja proposta pela Assembleia da República.
* Presidente da República pode requerer ao Tribunal Constitucional a apreciação preventiva da constitucionalidade de normas constantes de convenções internacionais ou de decretos que lhe tenham sido enviados para promulgação como lei orgânica, lei ou decreto-lei
* O Presidente da República nomeia e exonera, em alguns casos sob proposta do Governo, titulares de importantes órgãos do Estado como sejam os Ministros da República para as regiões autónomas, o Presidente do Tribunal de Contas e o Procurador Geral da República, cinco membros do Conselho de Estado e dois vogais do Conselho Superior da Magistratura
* O Presidente da República nomeia os embaixadores e os enviados extraordinários, sob proposta do Governo, e acredita os representantes diplomáticos estrangeiros.
* O Presidente da República, ouvido o Governo, indulta e comuta penas.
e no caso do veto:
O veto consiste na recusa de promulgação, pelo Presidente da República, dos decretos da Assembleia da República ou dos decretos do Governo. O veto pode fundamentar-se em razões políticas (veto político) ou pode ter por base a decisão do Tribunal Constitucional pronunciando-se pela inconstitucionalidade do decreto ou de algumas das suas normas (veto por inconstitucionalidade).
O decreto vetado é devolvido à Assembleia da República pelo Presidente da República, solicitando nova apreciação do diploma em mensagem fundamentada. Se a Assembleia confirmar o voto anterior por maioria absoluta dos Deputados em funções, ou por maioria de 2/3 ( a Constituição distingue diversas situações ) o Presidente deverá promulgar o Decreto.
Ou seja, TODOS os candidatos presidenciais sofrem de uma alucinação colectiva de que vão ser eleitos para qualquer outra coisa deste país e não para presidente da republica. Falam de coisas nas suas campanhas que estão totalmente fora das funções do cargo para o qual estão a candidatar-se. Podia dizer-se que fazem campanhas enganosas...