7 de abril de 2012

Praça de Londres

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Passava alguns dias de Verão em casa de família, na primeira moradia do bairro, junto à Praça de Londres.
De boa memória, na avenida, as pastelarias Roma e Capri, uma de cada lado, hoje desaparecidas e ambas com os melhores garibaldis do mundo. Só a Mexicana, na Guerra Junqueiro, resistiu, deixando testemunho de uma época.
O ministério construído durante o Estado Novo, espantou por ter sido considerado um monstro a destacar-se da restante arquitetura da praça. Estranhava-se o seu estilo «americanizado», termo que lembra Carmen Miranda, embora, na juventude, fizesse pensar que, do alto, se deveria avistar magnífica vista.
Recordo assim a praça, com os automóveis e transportes públicos de então, contraste moderno a sobressair de uma cidade ancestral. Só para a geração dos meus pais, estreantes moradores da Av. de Roma, ficam gravados na memória os tempos em que ainda faltava colocar o asfalto e os motoristas de táxi se recusavam, com frequência, deixá-los à porta de casa.

Imagem: Dr. Marjay

3 comentários:

Fernando Manuel de Almeida Pereira disse...

Teresa
Eu tb passei algumas ferias na Av. Marconi e por isso conheço bem tudo o que fala...Do Londres que tinha uma pista de carrinhos na cave e virou BESCL, da delegação do Banco de Angola na Av. Paris, onde ia comer à Isaura.De uma sapataria onde comprava os sapatos na praça de Londres, e as peladinhas de futebol no relvado ao lado da Igreja S. João de Deus, onde o polícia que vigiava a casa do Kaulza nos olhava sem poder largar o poiso...Tempos engraçados ainda que politicamente dispensáveis. Não ligo a Páscoas, mas Boa Páscoa para si.

teresa disse...

É verdade, boas memórias, e o incrível que já não é do meu tempo é o facto de no local onde "nasceu" a igreja de S. João de Deus ter havido hortas, isso contam-me os familiares mais velhos - que tenha sido uma boa Páscoa a sua, Fernando.

Cont(R)a Corrente disse...

Nos meus tempos de infância, recordo essa velha e lindissíma Lisboa, a Baixa, cheirar a pastéis de nata acabadinhos de fazer; os Táxis Mercedes 180 D e os autocarros ingleses, verde azeitona, de dois andares, com os seus barulhentos motores diesel. Enfim, são épocas de nostalgia.