28 de agosto de 2011

Mar de abóboras



Já por aqui se tem dedicado algumas linhas a esta espécie vegetal.
Manjar dos deuses, uma das suas aplicações culinárias, entre tantas, é o doce que pode ser gulosamente enriquecido com nozes ou pinhões. A receita tem vindo a ser objecto de experiências intercontinentais, como a de se lhe juntar raspa de lima ganhando, deste modo, tropical sabor a evocar  a caipirinha. Há quem eleja como sobremesa favorita o requeijão artesanal a acompanhar esta iguaria. Os mais ousados experimentam-na como entrada não reclamando de um paladar que fica bem em qualquer circunstância.
Por aqui, junto à serra e com o mar como enquadramento, aproxima-se a época do ano em que as abóboras enfeitam em profusão os telhados das casas térreas. De momento, estendem-se pelos campos, mesmo em locais de difícil acesso, o que nos leva a elogiar a persistência dos agricultores locais. De passeio e a aproveitar o sol que, nas proximidades, tem teimado em aparecer, fica o apontamento de um pequeno mar de abóboras, de quando em vez animado pelo voo raso de bandos de perdizes que, desconhecendo as intenções de quem passa, não se deixam apanhar na fotografia.

8 comentários:

T disse...

Adoro abóbora:)

Felicidade disse...

Adoro sobremesa de abóbora com amêndoa acompanhada de requeijão !! Isto não não faz num domingo à hora do almoço, quando já não há tempo para confeccionar esta iguaria... Beijinho. Bom domingo e feliz RAA.:)

teresa disse...

Bom e colorido alimento:)

teresa disse...

Bom domingo:)

Quanto ao 'ralatório' é o tal senão ... É que há assuntos de escrita mais motivadores :o(

jokas

Branca disse...

Abóboras começam a lembrar Outono...a estação que eu mais gosto!
Quanto a doce da dita com requeijão, costumo apanhar autênticas overdoses! :))

Anónimo disse...

A bonita foto deve ter sido tirada nas proximidades da Lourinhã, onde existem muitas searas desta variedade de abóbora e da qual estão a ser exportadas muitas centenas de toneladas, segundo me disse um seu produtor. Ainda há poucos dias passei na estrada da Lourinhã para Moita dos Ferreiros e, além de várias searas, vi um entreposto de construção recente, onde estavam muitas à vista e diversa maquinaria a "cuidar" delas.
E as "torradinhas ó pevides"? As desta região também são muito boas mas são aproveitadas de uma outra variedade, cujas pevides são maiores e mais saborosas.

CMD

teresa disse...

Curiosamente, uma amiga também pensou que eu tivesse tirado a fotografia na Lourinhã, mas não, foi captada numa zona de difícil acesso com automóvel entre as praias de Magoito e Aguda, no concelho de Sintra.

As pevides da região que refere são realmente melhores, um sabor de infância que retenho, dado a vendedora que também as preparava - conhecida por 'tia Angelina' - as vender a numerosa clientela na praia de Santa Cruz.

E recuando ao comentário da Branca, as abóboras também me fazem lembrar a minha estação preferida, pelo menos por cá, onde as folhas das árvores ficam com uma coloração única de vermelhos e amarelos:)

Anónimo disse...

Afinal, do Magoito à Lourinhã não vai assim tão grande distância e o clima também será semelhante (desconheço é se os componentes dos terrenos também têm alguma diferença). Mas a imagem do mar, das abóboras e dos canaviais que a fotografia apresenta é muito semelhante ao que se vê nos arredores da Lourinhã (onde, de resto, os produtos da horta e as frutas também são bastante saborosos). Mas nesta altura do mês já se vêm muito menos abóboras pelas terras pois a sua colheita já começou há algum tempo. A associação com o Outono poderá vir da cor das folhas da aboboreira mas também das próprias abóboras pois muitas delas reflectem esses tons.
E essas cores outonais de que fala fizeram-me recordar o belíssimo Outono de 1998 (salvo erro), em que não houve ventos fortes durante o envelhecer das folhas e elas puderam assim ir mudando de cor mas ainda nas árvores, proporcionando um magnífico espectáculo de cor que não se repetiu até agora – mas é pena.
Quanto às pevides, costumo comprá-las no pequeno mercado da Praia da Areia Branca (onde também há excelentes tremoços) mas onde me viciei nelas foi nos tempos de menino e de adolescente, na Nazaré (com as bancas na marginal da praia ou no Sítio, junto ao miradouro). Provavelmente, a origem dessas pevides será a mesma ou muito próxima. Embora eu tenha uma vaga ideia de que ouvia dizer que as pevides vendidas na Nazaré teriam a sua origem para os lados de Leiria. Todavia, ando por vezes por esses lados e não me parece que haja por lá grande quantidade de aboborais e, naqueles anos 60, os transportes não eram a facilidade de agora.

CMD