30 de junho de 2010
O Almanaque
Mente e Corpo
Fim de manhã numa movimentada avenida de Lisboa.
Sol de um lado, sombra no outro.
E por esta, que sabe sempre bem nestes dias de canícula, uma figura que avisto em sentido contrário ao meu. Chama-me a atenção, de imediato. Pudera…
Eduardo Lourenço.
Cruzámo-nos. Passou.
Mas eu fiquei meditabundo, ao ver uma das nossas maiores Figuras.
O pensamento e o discurso continuam, claro, brilhantes, mas o octogenário corpo, esse, parece ter dificuldades evidentes em acompanhar o ritmo de quem o comanda.
O tempo e a sua inexorável marcha.
“Homens destes nunca deviam envelhecer!”, pensei.
Sol de um lado, sombra no outro.
E por esta, que sabe sempre bem nestes dias de canícula, uma figura que avisto em sentido contrário ao meu. Chama-me a atenção, de imediato. Pudera…
Eduardo Lourenço.
Cruzámo-nos. Passou.
Mas eu fiquei meditabundo, ao ver uma das nossas maiores Figuras.
O pensamento e o discurso continuam, claro, brilhantes, mas o octogenário corpo, esse, parece ter dificuldades evidentes em acompanhar o ritmo de quem o comanda.
O tempo e a sua inexorável marcha.
“Homens destes nunca deviam envelhecer!”, pensei.
Quando a (já) pouca inspiração adormece...
Em arrumações que se arrastam, a ansiedade por uma filha que tarda em chegar a casa. Troca de mensagens (vá-se lá saber porquê, dado evitar prolongadas conversas telefónicas, os jovens preferem-nas às chamadas), acabo por receber a explicação: «Fui a uma oficina de escrita, mãe, quero inscrever-me… sabes quem lá estava? O Nuno Júdice! Fez uma palestra tão interessante! Quando chegar a casa, conto-te!». As palavras saem empolgadas enquanto, deste lado, roo uma maçã a tornar quase ininteligíveis as respostas. E como nem sempre surgem as ideias de escrita , associo de imediato este «pomo de ouro» a um belo poema que – por motivos profissionais – só há dias conheci. Fica então a curiosidade suspensa por cerca de duas horas, até saber detalhes sobre as palavras do poeta…
O poeta quer escrever sobre um pássaro:
e o pássaro foge-lhe do verso.
O poeta quer escrever sobre a maçã:
e a maçã cai-lhe do ramo onde a pousou.
O poeta quer escrever sobre uma flor:
e a flor murcha no jarro da estrofe.
Então, o poeta faz uma gaiola de palavras
para o pássaro não fugir.
Então, o poeta chama pela serpente
para que ela convença Eva a morder a maçã.
Então, o poeta põe água na estrofe
para que a flor não murche.
Mas um pássaro não canta
quando o fecham na gaiola.
A serpente não sai da terra
porque Eva tem medo de serpentes.
E a água que devia manter viva a flor
escorre por entre os versos.
E quando o poeta pousou a caneta,
o pássaro começou a voar,
Eva correu por entre as macieiras
e todas as flores nasceram da terra.
O poeta voltou a pegar na caneta,
escreveu o que tinha visto,
e o poema ficou feito.
Nuno Júdice, A Matéria do Poema
os novos caminhos de fajão
já em tempos aqui falei dos antigos caminhos que levavam a fajão.
eram os únicos, os que tinham mesmo que se percorrer para fugir do isolamento quase total em estavam aquelas aldeias no meio da serra do açor.
hoje, a recuperação desses antigos caminhos é feita para aqueles que querem sentir, por nostalgia ou pela experimentação do novo, as veias por onde circulava a vida dos que habitavam a serra.
a semana passada foram inaugurados 'novos' caminhos (na verdade estavam completamente tapados por mato e silvas) a prometer muitas caminhadas nos próximos tempos.
a recuperação das aldeias faz-se também de pequenas coisas.
29 de junho de 2010
Idolatria - Surda e Amorfa
”Ambos ídolos, ambos ferozmente egoístas, nidificando (casando ou acasalando) duas, três vezes, quantas lhes apraz, pautando em suma a ética privada pela estética própria, diferenciam-se contudo numa humanidade bem oposta.
Picasso encarna Arlequim como uma das várias máscaras do seu guarda-roupa existencial; Chaplin encarna Charlot de uma vez para sempre e sempre mesmo, embora se module.
A função exponencial do homem de génio…não se converte na natureza idolátrica por um movimento consciente das multidões do seu tempo. As massas são apenas passíveis de tropismos, e alçar um ídolo aos ombros é puro fenómeno de agitação, seja qual for o grau de vigilância que caiba a muitas das cabeças da Hidra. Quer dizer: dentro da multidão que aplaude ou apupa podem destacar-se unidades que sabem o que estão fazendo; mas o movimento, o fenómeno global da idolatria é surdo a razões e amorfo”.
Picasso encarna Arlequim como uma das várias máscaras do seu guarda-roupa existencial; Chaplin encarna Charlot de uma vez para sempre e sempre mesmo, embora se module.
A função exponencial do homem de génio…não se converte na natureza idolátrica por um movimento consciente das multidões do seu tempo. As massas são apenas passíveis de tropismos, e alçar um ídolo aos ombros é puro fenómeno de agitação, seja qual for o grau de vigilância que caiba a muitas das cabeças da Hidra. Quer dizer: dentro da multidão que aplaude ou apupa podem destacar-se unidades que sabem o que estão fazendo; mas o movimento, o fenómeno global da idolatria é surdo a razões e amorfo”.
Vitorino Nemésio, 1971.
Frases e actores
Conseguirão associar cada actor à respectiva afirmação?
1- «Newman é rico, bonito, apaixonado pela mulher e participa em corridas de automóveis. Depois de se ter jantado com ele, fica-se com a vontade de praticar suicídio».
2- «Percebes que te tornaste uma estrela, quando sorris para uma rapariga e ela desaparece».
3- «Os russos são grandes admiradores da Brooke Shields porque as suas sobrancelhas lhes lembram as de Brejnev».
4- «Deixei de participar em filmes, quando percebi que o Redford ficaria com a beldade».
Acertou parcialmente o Luís Maia: frase 1 - Robert Redford; frase 2 - Mel Gibson; frase 3- Robin Williams; frase 4- Cary Grant.
28 de junho de 2010
Incongruências...
(imagem: Treauville, La Manche, 1949, arquivo de Mary Thiebot)
Um dos livros de Saramago de rápida leitura foi As Intermitências da Morte: tema incómodo para alguns, não pode deixar de causar apreensão pelo paradoxo para que nos remete: somos um país em envelhecimento, o que já aqui foi abordado com sensibilidade e num passado recente pelo gin-tonic, não equivalendo o facto de se envelhecer mais nas últimas décadas a uma maior conquista de qualidade de vida, quer pela forma como vemos serem tratados muitos dos nossos idosos, quer por adicionais argumentos igualmente incómodos.
Não pretendendo um post a aprofundar a temática, muitas das recentes leituras e algumas conversas de circunstância têm conduzido à reflexão. Viajando em pensamento para o continente africano recordo, à saída da’ minha’ «Escola 11 de Novembro», um retalho de reprimenda dada por um adulto a um jovem e ouvida à saída das aulas enquanto, a curta distância, passava um ancião: «o mais velho tem de ser respeitado!» e o miúdo, descalço e de calções remendados (como tantos que vi na infância e actualmente inexistentes no nosso pequeno país), a ouvir em silêncio com um olhar perdido, a vaguear pelas pedras do passeio… Só mais tarde, ao familiarizar-me com a cultura africana, entendi que «o mais velho» com os seus cabelos brancos era a autoridade máxima que ninguém se atrevia a desafiar. Verifica-se que um continente considerado periférico, como hoje lhe chamam os sociólogos, tem a particularidade de ser povoado não só pelos que atingem a longevidade, mas também por cantigas (parece que as crianças já nascem a cantar com aquelas vozes melodiosas sem terem estudado formalmente música) acompanhadas por jogos de palmas e ritmo como não voltei a presenciar noutros pontos do globo.
Outra questão surpreendente prendeu-se com o facto de todas as famílias serem numerosas. Sempre que precisei de auxílio doméstico, apercebi-me de que as empregadas, mesmo jovens, nunca tinham menos de cinco filhos (acreditando-se que a prole tenderia a aumentar). A explicação para o facto ainda foi mais surpreendente: «se não tivermos muitos filhos, quem nos irá acompanhar na velhice?».
Todas as gerações interagem naqueles espaços, sendo uma alegria verificar a constante mistura de idades em animada conversa, pois ainda há locais onde trocar ideias faz parte do quotidiano, mesmo quando o mesmo é de uma simplicidade feita de repetidos gestos. Um dia parece durar muito mais do que vinte e quatro horas, passando as semanas, os meses, os anos, com um vagar só entendido por quem o experimentou…
Fazendo a ponte com a nossa realidade, fica-se a pensar em conversas recentes com amigos do país vizinho. Diziam-me eles há cerca de um ano: «muitas das nossas escolas públicas reabriram com a vinda de imigrantes da América Latina, pois não se fixam por cá sem trazerem todos os membros da família». Sabendo-se hoje que o aumento da idade da reforma é algo de inevitável – ainda há dias esmagadoras manifestações em França traduziram esse mal-estar – não se pode deixar de sentir o paradoxo que consiste em não haver na velhinha Europa (e aqui ousarei passar as lusas fronteiras) um «contexto amigável» para que se possa povoar o país com risos e jogos de criança. Os avós, outrora parte integrante da educação na infância, cumprem hoje horários de trabalho não se cultivando, deste modo, a mais-valia do convívio entre gerações.
Quando tal não acontece, as condições de vida levam a que muitas das crianças ao nascer de pais cada vez mais 'crescidos' já nem sequer possam vir a conhecer os seus «mais velhos».
27 de junho de 2010
Como era diferente o humor na Grécia Antiga...
(imagem:clccharter.org)
Hierocles, philosopho d'Alexandria, querendo metter a bulha um pedante do seu tempo, traça o caracter dos pedantes com as oito anedoctas seguintes, que elle diz pintarem o estado intellectual de todos elles, sendo certo que, no meio dos seus vãos estudos, esquecem as mais simples regras do senso commum. Isto servirá para nos dar uma idéa do gracejar dos gregos.
l.a—Um pedante, na primeira tentativa que fez para nadar, esteve a ponto de affogar-se : jurou, portanto, de que não tornaria a chegar-se à agua, antes de ter aprendido bem a nadar.
2.a—Outro querendo vender umas casas tirou uma pedra das paredes, a qual trazia consigo para amostra.
3.a—Outro, querendo saber se ficaria bonito estando a dormir, pôs-se diante de um espelho com os olhos fechados.
4.a—Outro, entrando um medico, quis esconder-se : perguntou-lhe este porque o fazia : respondeu ; ha já tanto tempo que não estou doente, que é uma vergonha; por isso não lhe queria fallar.
5.a—Outro, encontrando um seu parceiro, disse-lhe: Ouvi dizer que V. m. tinha morrido!—Tornou-lhe o outro. Mas agora vê que estou vivo: ao que elle replicou: assim o diz V. m.: mas quem me disse que morrêra, era pessoa de muito crédito!
6.a—Outro, ouvindo dizer que as gralhas viviam 200 annos, comprou uma para fazer a experiência.
7.a—Outro, em certa viagem, estando a ponto de naufragar, e vendo os demais passageiros agarrados a taboas, abraçou-se com a ancora para não ir ao fundo.
8.a—Viajavam junctas três pessoas : um pedante, um barbeiro, e um calvo: veio a noite, e ajustaram entre si, que cada um velasse quatro horas em quanto os dois dormiam. Tocou o primeiro quarto ao barbeiro, o qual, tanto que viu os companheiros profundamente adormecidos com o cansaço, deitou-se à cabeça do pedante , e muito ao de leve foi-lh'a rapando toda : passadas as quatro horas acordou-o. Despertado o pobre homem , bocejou , espreguiçou-se , e entrou a coçar na cabeça, e achando-a lisa como a palma da mão exclamou : olhem que pedaço de bruto é o mestre barbeiro! — em vez de me acordar a mim, acordou o calvo!
in O Panorama, Agosto de 1838
Durante a guerra
A Majora
26 de junho de 2010
A "esposa"...
Irritante.
Desagradável.
Não ela, quem quer que seja, mas a expressão.
A “minha esposa”…
Interessante constatar que a esmagadora maioria dos que assim falam, julgam atribuir, dessa maneira, à cônjuge, “estatuto”. E, pasme-se, nem todos são analfabetos, há até quem julgue ter alguma “preparação”.
“Fui com a minha esposa…”
Ranjo os dentes quando tenho de ouvir. A raiva quase me assalta. O nariz torce-se. Apetece-me dizer:
“Ó seu saloio!”
Dizer “a minha mulher” tornou-se humilhante para estes cidadãos.
“Mulher?”, perguntariam incrédulos….”Que ordinário!”, acrescentariam.
Felizmente, que no meio desta amálgama de indigência de espírito, é raro ouvir “o meu esposo”, porque aí a salvação dá pelo nome de “marido”…
E que pena tenho de não existir a palavra “marida”!
“A minha marida está constipada.”
Era preferível.
Desagradável.
Não ela, quem quer que seja, mas a expressão.
A “minha esposa”…
Interessante constatar que a esmagadora maioria dos que assim falam, julgam atribuir, dessa maneira, à cônjuge, “estatuto”. E, pasme-se, nem todos são analfabetos, há até quem julgue ter alguma “preparação”.
“Fui com a minha esposa…”
Ranjo os dentes quando tenho de ouvir. A raiva quase me assalta. O nariz torce-se. Apetece-me dizer:
“Ó seu saloio!”
Dizer “a minha mulher” tornou-se humilhante para estes cidadãos.
“Mulher?”, perguntariam incrédulos….”Que ordinário!”, acrescentariam.
Felizmente, que no meio desta amálgama de indigência de espírito, é raro ouvir “o meu esposo”, porque aí a salvação dá pelo nome de “marido”…
E que pena tenho de não existir a palavra “marida”!
“A minha marida está constipada.”
Era preferível.
Coisas a tirar (um pouquinho) do sério...
Muitas listas se tem feito de coisas boas. Talvez por isso, lembrei-me de registar um conjunto de situações a tirar do sério... Aqui vão, pois, algumas delas (talvez não extensivas à generalidade, seguindo as desculpas pelo teor pessoal da presente listagem):
- dar o lugar na caixa de supermercado a alguém que só traz dois artigos e deparar com a pessoa em questão em prolongada conversa de circunstância (sobre a desavença familiar de uma vizinha comum) com a operadora;
- pedir o livro de reclamações num serviço público por não chamarem os utentes durante uma hora (grávidas e idosos de pé, no corredor, incluídos) e ouvir o segurança afirmar «está a queixar-se? olhe que eu ontem passei 6h na Segurança Social para ser atendido e não larguei nem um “ai”» (logo após o pedido do dito livrinho, a chamada passou a ser célere);
- ouvir a um familiar de uma jovem(felizmente excepção lá pelo “quintal”) que não é assim tão grave ter ofendido (com bolinha vermelha) verbalmente um professor « hoje em dia há maior liberdade , a professora tem de compreender, os tempos são outros…»;
- ter, na churrasqueira da aldeia próxima, vizinhança completamente desconhecida que pensa – dada a exiguidade do espaço – poder fazer um interrogatório intrusivo, o que acaba por estragar (ou pelo menos apressar) o prazer da refeição;
- ser tratada por «princesa» por parte do pessoal de serviço em estabelecimentos hospitalares (eu que até sou republicana…);
- ser contemplada pela fórmula de tratamento «mãe» (por pessoas de idade próxima ou superior e a quem não unem laços de parentesco) em escolas ou centros de saúde;
- levar (antes de ter sequer começado a falar) com a má-disposição do dia em repartições públicas, o que traz sempre a inevitável vontade de perguntar (seguindo o exemplo parterno) com um inocente sorriso: «a senhora está zangada comigo?»…
E a lista seria muito maior, ficando-me por aqui dado o dia estar bonito e, de dentro de casa, ouvir a cantoria melódica dos pássaros… vendo bem, o que é isto comparativamente com as medidas de austeridade que se avizinham?
25 de Junho de 1967: All you need is love
All you need is love foi transmitido via satélite em 26 países para ilustrar a primeira emissão televisiva difundida em “mundovisão”. A BBC encomedou aos Beatles uma canção simples, cujo refrão pudesse ser entoado pelo mundo inteiro. Da autoria de John Lennon, o tema que começa com «A Marselhesa» acabou por se tornar um hino ao amor no Verão de 1967.
25 de junho de 2010
Edifícios esquecidos
Passeava em frente, sob uma chuvinha teimosa e ao longo de um interessante mercado de velharias. De repente, o majestoso edifício despertou a minha atenção. Visto de uma certa distância parecia ter vida. Já mais perto, apercebi-me de alguns vidros partidos e de almofadas junto às janelas. As bandeiras na parte central encontram-se esfarrapadas e o hotel encerrado, votado a um abandono inexplicável. Sempre que olho para prédios bonitos e ao mesmo tempo desprezados, nunca consigo deixar de os povoar de vida e de personagens, mesmo que por ínfima fracção de tempo. Conseguem localizar o antigo hotel? O mistério aparente é parecer ter sido subitamente abandonado.
Acertou o José Quintela Soares: «Hotel Guadiana em Vila Real de Santo António».
"Eles"...
“Eles bem disseram que ia chover!”
Sabem quem são “eles”?
Podem ser vários.
Apareceram, seguramente, na televisão, e em princípio são locutores.
Antigamente, havia o “Boletim Meteorológico”, e nesse caso, sabíamos com precisão quem eram “eles”. Mas isso acabou há muito tempo, pelo que a entidade abstracta é frequente nos nossos dias.
“Eles bem disseram!”
Mas não é só com o tempo que “eles” aparecem.
“Eles é que sabem!”, costumamos ouvir quando se fala de política.
“Eles é que se governam!”, em idêntico tema…
“Eles agora até querem cortar o subsídio de Natal!”.
“Eles”.
Generalização que dá para tudo, sem especificar.
Dá jeito.
E mesmo quando o “eles” era só “ele” (o homem de Santa Comba), “eles” já dominavam o léxico popular.
Deduzo que “elas” estão igualmente inseridas neste plural, para ser politicamente correcto...
Sabem quem são “eles”?
Podem ser vários.
Apareceram, seguramente, na televisão, e em princípio são locutores.
Antigamente, havia o “Boletim Meteorológico”, e nesse caso, sabíamos com precisão quem eram “eles”. Mas isso acabou há muito tempo, pelo que a entidade abstracta é frequente nos nossos dias.
“Eles bem disseram!”
Mas não é só com o tempo que “eles” aparecem.
“Eles é que sabem!”, costumamos ouvir quando se fala de política.
“Eles é que se governam!”, em idêntico tema…
“Eles agora até querem cortar o subsídio de Natal!”.
“Eles”.
Generalização que dá para tudo, sem especificar.
Dá jeito.
E mesmo quando o “eles” era só “ele” (o homem de Santa Comba), “eles” já dominavam o léxico popular.
Deduzo que “elas” estão igualmente inseridas neste plural, para ser politicamente correcto...
24 de junho de 2010
23 de junho de 2010
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