25 de junho de 2010

"Eles"...

“Eles bem disseram que ia chover!”
Sabem quem são “eles”?
Podem ser vários.
Apareceram, seguramente, na televisão, e em princípio são locutores.
Antigamente, havia o “Boletim Meteorológico”, e nesse caso, sabíamos com precisão quem eram “eles”. Mas isso acabou há muito tempo, pelo que a entidade abstracta é frequente nos nossos dias.
“Eles bem disseram!”
Mas não é só com o tempo que “eles” aparecem.
“Eles é que sabem!”, costumamos ouvir quando se fala de política.
“Eles é que se governam!”, em idêntico tema…
“Eles agora até querem cortar o subsídio de Natal!”.

“Eles”.
Generalização que dá para tudo, sem especificar.
Dá jeito.
E mesmo quando o “eles” era só “ele” (o homem de Santa Comba), “eles” já dominavam o léxico popular.
Deduzo que “elas” estão igualmente inseridas neste plural, para ser politicamente correcto...

3 comentários:

teresa disse...

Pegando na expressão «dá jeito», conclui-se que é mesmo muito cómodo haver entidades abstractas. Dentro da mesma onda, ouvi outra há dias, ainda mais incómoda a título pessoal: «alguém tem de fazer alguma coisa»...pode não se acreditar no pai Natal, mas em D. Sebastião acredita-se certamente (e sempre podemos ficar comodamente sentados, de pantufas e chazinho, esperando a chegada de algum herói)...

teresa maremar disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
teresa maremar disse...

Este texto levanta duas questões, uma de género e outra do ao abrigo do anonimato.

Pessoalmente, por questões de género, prefiro "o indivíduo" ou "o ser humano" a "o homem".
Por hábito, rendo-me, com certa frequência" a "o homem". Sei que o masculino contém virtualmente o feminino, embora tal uso levante questões feministas :)

Mas o "ele" ou "eles" do post, mais do que remeter para o género, pretende o vago. E esse dá muito jeito, por outras escusas :)

Já agora... a [des]propósito, qual clima tropical, neste momento, Ele chove e troveja imenso lá fora.
:)