31 de outubro de 2009
Paris Review
Escreviam-me outro dia num e-mail a propósito da minha paixão crescente por revistas velhas:
"Encontro sempre as revistas mais atraentes do que os livros, porque espelham de maneira mais viva a actualidade da sua época e porque enquadram um espectro muito maior de interesses (...) alguém pode fazer um livro apaixonante extraindo textos das revistas e publicando-os sistematizados por gama de interesses"
Achei genial esta síntese, porque expressa muito bem o que sinto. Flutuo por décadas, escorrego nelas e esqueço-me por completo da actualidade a ler uma revistinha velha. Não tem a ver com o meu passado, porque a facilidade com que me desfaço de cartas, bilhetes, postais e tudo o mais que seja pessoal é notável.
Por isso tudo e por ter que comprar um presente de aniversário, percorri enteadiada a FNAC, não gosto das luzes, não gosto da disposição dos livros, ainda por cima encalhei num dia em todos compravam o Dan Brown e o sistema informático crashou. Dei de caras nesta compilação de entrevistas a escritores da Paris Review, revista norte-americana . Entre os entrevistados: Kerouac, Borges, Durrell, Capote, Hemingway , Greene e o resto vejam na capa. Parece-me interessante e o conceito é exactamente o do meu correspondente. Criar livros apaixonantes a partir da imprensa periódica. Confesso que o vou ler em diagonal antes de o entregar. Se me apaixonar. compro.
A caneta Faber
Um livro escolar dos anos 30
... este livro escolar data de 1937. Vou perguntar aos familiares mais 'antigos' se o recordam da infância.
Um homem a recordar
Com você
PORQUE HOJE É SÁBADO
“Álcool”
Partir,
sim, mas partir realmente,
definitivamente,
cobra que deixa a pela já crestada dos sóis
e se empoleira nas árvores como um pássaro
Partir,
mas com a espontaneidade de quem sente que parte,
e não com o desespero
de quem quer fazer-se partir.
Partir,
que os hotéis de luxo têm seus quartos guardados para mim,
e os salões embandeirados de luz
esperam-me.
Partir para Jungfraus e Niagaras,
e à noite embriagar-me entre cristais e mulheres!
Depois,
raspar com as unhas no chão e enterrar-me,
deixando os olhos de fora
para que neles poise
o último orvalho da manhã.
João José Cochofel em "46º Aniversário"
30 de outubro de 2009
Um estranho objecto
Opiniões: o Halloween
O seu a seu Santo
Eu bem sei que a culpa é da globalização, essa mesma que, ainda quando não existia, já mandava em nós.
Por isso é que há dezenas de anos andamos, por ordem da Coca-Cola, a vestir de vermelho o Pai Natal, mas pronto, vermelho é vermelho, sempre que nos recorda o Glorioso, e só isso já é uma grande alegria. Mas nem sempre a globalização nos enche de orgulho. Confesso que embirro um bocado quando as nossas criancinhas aparecem todas pintalgadas a festejarem – imagine-se! – o Halloween. Não é que eu tenha alguma coisa contra as bruxas, nem pouco mais ou menos, que seria de nós sem elas, sobretudo dos programas da manhã da televisão, que tanto delas se alimentam… O que me aflige é que tenha sido preciso recorrer à ajuda estrangeira num assunto em que a nossa terra sempre se tem mostrado fértil: andar, na noite de 31 de Outubro, a bater de porta em porta, sempre por cá se fez, chamando-se a isso «pedir o pão por Deus» (ou outro nome, conforme a região), e de histórias de bruxas está a nossa tradição a abarrotar. Infelizmente, o Halloween não é a única «tradição» importada: assim que chega o mês de Fevereriro, rebenta por toda a parte uma incontrolável explosão de I love you em coraçõezinhos vermelhos (e viva o Glorioso, mais uma vez) festejando S. Valentim e os namorados.
Ora digam-me lá: quando se tem, como nós, um Santo António comprovadamente casamenteiro, qual a necessidade de importar santo de outro país, quando, ainda por cima, o produto nacional é de qualidade superior? Que os nossos especialistas de marketing puxem pela cabeça e apresentem, para essa época, parafernália semelhante à do 14 de Fevereiro mas sem se recorrer às americanices pacóvias.
Alice Vieira, Tempo Livre, nº157, Fevereiro de 2005 (adaptado)
o cheiro dos livros...
... tantos cheiros diferentes.... ao inicio cheiram a novo, mas na biblioteca passam por tantas mãos que acabam por perder o cheiro inicial facilmente. quando regressam à biblioteca para serem arrumados nas estantes é o cheiro que me leva a imaginar a casa dos leitores e pensar como serão as suas vidas... chegam aqui livros que cheiram a roupa lavada, livros que cheiram a cigarros, como se estivessem estado fechados dentro de uma caixa cheia de cinzas e beatas, livros que cheiram a gatos, livros que cheiram a po, livros com cheiro a café (e cuja nodoa não engana) e depois ha livros como os de hoje, da mme a., que cheiram a lareira, a fumados e que me fazem pensar nos dias frios e na imagem que vejo todas as noites desde que mudou a hora... o fumo a sair pelas chaminés das casas... cheira a lenha... ha um tipo de lenha que tem o doce cheiro de alguns incensos... imagino os livros pousados em cima de uma mesa de uma casa acolhedora a absorverem este delicioso odor, penso nas conversas e historias à volta do lume quando anoitece e não consigo parar de inspirar o cheiro que vem dos livros devolvidos pela mme a., pousados no carrinho da biblioteca... como se deles saisse um fumo especial...
tempo de recolectar em fajão
4ª estação, os tortulhos
e resumo da matéria dada
como sabem, os tortulhos são uma espécie de instituição sagrada em fajão.
a sua curta época faz com que se ande por todos os lados em busca dos tesouros.
como este fim de semana a coisa estava para mim suficientemente rica, nem pensei nos tortulhos, até o meu irmão me convidar para comer uns.
deliciosos por sinal, e abrilhantados por um vinhito mesmo a calhar.
no caminho de regresso, já depois de apanhar uns pinhões e mais umas avelãs, e já quase na hora de vir embora, ele, provavelmente o maior apaixonado de tortulhos, indica-se dois enormes exemplares em local de quase impossível acesso.
sabendo ele que impossíveis acessos são coisas que não se dizem a mim.
e lá fui recolher os ditos para pagar o oferecido repasto.
e o resumo da matéria dada:
as nozes, as castanhas e avelás, o anis, as uvas morangueiras late harvest e os figos por baixo destas.
os limões já estão escondidos...
e resumo da matéria dada
como sabem, os tortulhos são uma espécie de instituição sagrada em fajão.
a sua curta época faz com que se ande por todos os lados em busca dos tesouros.
como este fim de semana a coisa estava para mim suficientemente rica, nem pensei nos tortulhos, até o meu irmão me convidar para comer uns.
deliciosos por sinal, e abrilhantados por um vinhito mesmo a calhar.
no caminho de regresso, já depois de apanhar uns pinhões e mais umas avelãs, e já quase na hora de vir embora, ele, provavelmente o maior apaixonado de tortulhos, indica-se dois enormes exemplares em local de quase impossível acesso.
sabendo ele que impossíveis acessos são coisas que não se dizem a mim.
e lá fui recolher os ditos para pagar o oferecido repasto.
e o resumo da matéria dada:
as nozes, as castanhas e avelás, o anis, as uvas morangueiras late harvest e os figos por baixo destas.
os limões já estão escondidos...
tempo de recolectar em fajão
3ª estação, o medronheiro.
com trufas brancas de bónus
o final da tarde de sábado ainda deu tempo para um passeio até local agora proibido de identificar para procurar um medronheiro com uma dimensão interessante para ser passado para um vaso que abrilhante a porta da minha casa.
foi penosa a busca do medronheiro.
não que não existam aos milhares, mas apenas porque o intrincado de raízes é tal, que se torna quase impossível ter um que seja simultaneamente pequeno e com um formato interessante.
mas a busca pelo medronheiro perdido fez encontrar um tesouro.
aliás, vários tesouros.
por uma razão inexplicável qualquer (mas talvez por já estar imbuído do 'espírito' dos tortulhos), ao olhar fixamente para o chão, vejo uma pequena elevação que se me afigurava o que me parecia impossivel afigurar.
feita a elevação com a pequena pá de jardinagem, eis que aparece no seu esplendor.....
uma trufa branca !!!
e como tal como acontece com os tortulhos, uma nunca está só.
e lá continuou a busca incessante... com um resultado surpreendente.
no final, consultados os especialistas de tortulhos para confirmação do achado e à falta do verdadeiro especialista de trufas (que conta a lenda ganhou muitos trocados nos seu tempo de escola primária com as ditas), sai uma pesquisa pela internet para confirmar o achado (sempre podia acontecer ser alguma espécie menos recomendável), já que não tinha conhecimento de nenhum achado daqueles nas últimas décadas em fajão.
os resultados inconclusivos, porém minimamente confiáveis.
abertos os espécimes, já com a receita pronta a avançar, alguns exemplares pareceram pouco 'vivos'.
recomendou a prudência (que, como sabem, é uma chata), que se adiasse para a próxima busca a degustação dos tesouros a encontrar.
ficou a informação preciosa:
existem, e sabe-se onde !!!!!
com trufas brancas de bónus
o final da tarde de sábado ainda deu tempo para um passeio até local agora proibido de identificar para procurar um medronheiro com uma dimensão interessante para ser passado para um vaso que abrilhante a porta da minha casa.
foi penosa a busca do medronheiro.
não que não existam aos milhares, mas apenas porque o intrincado de raízes é tal, que se torna quase impossível ter um que seja simultaneamente pequeno e com um formato interessante.
mas a busca pelo medronheiro perdido fez encontrar um tesouro.
aliás, vários tesouros.
por uma razão inexplicável qualquer (mas talvez por já estar imbuído do 'espírito' dos tortulhos), ao olhar fixamente para o chão, vejo uma pequena elevação que se me afigurava o que me parecia impossivel afigurar.
feita a elevação com a pequena pá de jardinagem, eis que aparece no seu esplendor.....
uma trufa branca !!!
e como tal como acontece com os tortulhos, uma nunca está só.
e lá continuou a busca incessante... com um resultado surpreendente.
no final, consultados os especialistas de tortulhos para confirmação do achado e à falta do verdadeiro especialista de trufas (que conta a lenda ganhou muitos trocados nos seu tempo de escola primária com as ditas), sai uma pesquisa pela internet para confirmar o achado (sempre podia acontecer ser alguma espécie menos recomendável), já que não tinha conhecimento de nenhum achado daqueles nas últimas décadas em fajão.
os resultados inconclusivos, porém minimamente confiáveis.
abertos os espécimes, já com a receita pronta a avançar, alguns exemplares pareceram pouco 'vivos'.
recomendou a prudência (que, como sabem, é uma chata), que se adiasse para a próxima busca a degustação dos tesouros a encontrar.
ficou a informação preciosa:
existem, e sabe-se onde !!!!!
tempo de recolectar em fajão
2ª estação, as nozes.
com aniz e uvas morangueiras em late harvest de bónus
sábado de tarde foi tempo de ver se as nozes já estavam prontas para a recolha.
obviamente estavam.
o resultado foram dois sacos completamente cheios de nozes e a dor de deixar muitas por apanhar.
ainda não totalmente prontas para comer, mas nada que uns dias de seca em casa não resolvam.
brevemente estarão a rechear uns bolos ou o que mais se descobrir de saborosamente útil.
depois de guardadas, mais um passeio para fazer o ponto de situação das castanhas, que ainda não é brilhante.
deu para a recolha simbólica de algumas e para apanhar um bocado de anis e umas uvas morangueiras quase em passa, ou como se diz agora, late harvest.
com aniz e uvas morangueiras em late harvest de bónus
sábado de tarde foi tempo de ver se as nozes já estavam prontas para a recolha.
obviamente estavam.
o resultado foram dois sacos completamente cheios de nozes e a dor de deixar muitas por apanhar.
ainda não totalmente prontas para comer, mas nada que uns dias de seca em casa não resolvam.
brevemente estarão a rechear uns bolos ou o que mais se descobrir de saborosamente útil.
depois de guardadas, mais um passeio para fazer o ponto de situação das castanhas, que ainda não é brilhante.
deu para a recolha simbólica de algumas e para apanhar um bocado de anis e umas uvas morangueiras quase em passa, ou como se diz agora, late harvest.
e aqui uma mimetizada lagarta em repasto pelo anis:
tempo de recolectar em fajão
1ª estação, os limões.
(com os figos de bónus)
o fim de semana passado em fajão foi profícuo.
ao estilo de 'uma coisa leva a outra', que já aqui vos tinha falado a propósito de parte do assunto que vou vou falar aqui hoje.
comecei no sábado por ir apanhar uns limões para começar a preparar o limoncello que beberei pelas janeiras.
(pelo meio apanhei alguns figos que estavam mesmo a pedi-las...)
a coisa é simples:
retira-se a película da casca de 8 limões acabados de apanhar (com cuidado para não vir agarrado nada branco)
pega-se na mais pura vodka existente no mercado (4 destilações e 3 filtragens...)
e coloca-se durante 40 dias num recipiente fechado e sem luz.
convém agitar de tempos a tempos (do meu caso, a cada 15 dias, quando vou a fajão)
daqui por 40 dias voltaremos a falar do assunto...
quando for tempo de preparar a calda para adicionar a esta mistura e aguardar outros 40 dias às escuras.
aqui o 'equipamento':
a película dos limões, a vodka, a garrafa onde vai descansar, o tubo onde vai ficar fechada e o café, porque sim
o fim de semana passado em fajão foi profícuo.
ao estilo de 'uma coisa leva a outra', que já aqui vos tinha falado a propósito de parte do assunto que vou vou falar aqui hoje.
comecei no sábado por ir apanhar uns limões para começar a preparar o limoncello que beberei pelas janeiras.
(pelo meio apanhei alguns figos que estavam mesmo a pedi-las...)
a coisa é simples:
retira-se a película da casca de 8 limões acabados de apanhar (com cuidado para não vir agarrado nada branco)
pega-se na mais pura vodka existente no mercado (4 destilações e 3 filtragens...)
e coloca-se durante 40 dias num recipiente fechado e sem luz.
convém agitar de tempos a tempos (do meu caso, a cada 15 dias, quando vou a fajão)
daqui por 40 dias voltaremos a falar do assunto...
quando for tempo de preparar a calda para adicionar a esta mistura e aguardar outros 40 dias às escuras.
aqui o 'equipamento':
a película dos limões, a vodka, a garrafa onde vai descansar, o tubo onde vai ficar fechada e o café, porque sim
É tempo de grelos em Arroios.
De fazer deslizar rapidamente o trolley e ir ao mercado abastecer-me. Fruta e legumes, tratada por filha ou por menina, por uma simpática velhinha que me oferece um tomate maduro e cheiroso para fazer o arroz. Carrinho cheio, rolo até à banquinha dos livros da Edith Cavell onde, por dois euros. compro 4 livros. E percebo melhor a venda de calendários: são as senhoras de Arroios que por ali passam e olha tão giro, um euro e vinte e cinco, levo aquele do menino com o gatinho.
Relembro as seis queijadas oferecidas pela Teresa que foram deglutidas a meias com a parceira de trabalho num ápice e que estavam DELICIOSAS. Obrigada Teresa Maria:)
Espero que amanhã não chova! Queria ir feirar!
E luxemos ainda
Acordar a Luxar
O Sinal do Zorro
A Sonora Filme
A propósito do Gin e da sua crónica, segue o anúncio da primeira exibição do filme Rebecca no São Luís, exibido pela Sonora Filme. É um dos meus filmes de culto sem dúvida. Corria o ano de 1941 e ia acontecer um ciclone em Portugal.
29 de outubro de 2009
OS CINEMAS TAMBÉM SE ABATEM
O cinema, para além dos filmes, é um nicho de recordações que não morrem.
Daqui a lembrança, a ternura pela avó, que o levava ao “Odeon” para ver os filmes da Marisol, do Joselito, da Sarita Montiel.”
O “Odeon”, projectado por Guilherme Soares, situa-se na Rua dos Condes, em frente do “Olumpia” , ao lado do “Condes”, perto do Ateneu Comercial de Lisboa.. Há largos anos que se encontra encerrado, apresentando um aspecto degradante, omde ressaltam os vidros partidos, um autêntico crime. Diversas tentativas têm sido feitas para recuperar o “Odeon”, mas todas elas sem qualquer resultado…
Segundo Jorge Silva Melo, no seu livro “Século Passado”, o “Odeon”é “uma autêntica sala de cinema, com foyers, varandas, balcões, écrans e aquele tecto de abrir em pau-brasil, tecto de verbena, de opereta”.
Ainda o Jorge Silva Melo: “Abram-me o Odeon! E eu acrescentaria: em memória das vítimas do cinema, dos que acreditaram nos amores eternos e nas promessas de um beijo, em memória das mulheres que acreditaram nos amores eternos e nas promessas de um beijo, em memória das mulheres que nessa sala choraram e se consolaram por tanto lavarem a louça das patroas".
Em 30 de Setembro de 1927 o “Odeon” abria as suas portas ao público com a exibição do filme mudo “Viúva Alegre” de Eric von Stroheim, acompanhado de uma orquestra.
Ir ao “Odeon” não era a mesma coisa que ir ao “Monumental” ou ao “Tivoli”, mas foi no “Odeon” que se estrearam os sucessos populares do cinema português tal como os filmes de Pedro Infante.
Novamente Jorge Silva Melo: ”Deixávamos aquela sala para as criadas de servir que lá iam aos domingos, como quem lia o folhetim do Tide, aquele irrepetível som de depois do almoço nas traseiras dos prédios, e iam. Qualquer que fosse o filme, chorar com mães solteiras, filhos de desencontrados, alcoólicos regenerados, essas coisas a que se chamavam destino”.
O programa de Outubro de 1976 refere uma reposição de “Rebecca”, filme de Alfred Hitchcock, com Lawrence Olivier, Joan Fontaine, George Sanders e a sua exibição não era aconselhável a menores de 13 anos.
A abrir o programa a exibição de um desenho animado hungaro, “Canto de Yeti”, um documentário sobre Hitchcock e o público era avisado que, em cada sessão, só existia um intervalo.
COISAS & LOISAS
Perante a indiferença do Presidente da Câmara de Sintra, do Presidente da Junta de Freguesia Queluz, outras mais indiferenças, muitas mesmo, foi demolida a casa onde, em Queluz Stuart Carvalhais viveu.
O Carlos, uns post abaixo, conta como foi.
Aquilino Ribeiro, no prefácio a este livrinho, escrevia:
“Malempregado Stuart! Num meio sem carácter, com diminutíssima cultura, sem um estratificado social apreciador da beleza artística, não podia encontrar, já não digo galardão, mas incentivo condigno, o seu lápis tão singular, filho de uma genialidade nata.”
Claro que a diminuta cultura persiste nos dias de hoje.
Saberá o inócuo sorridente Presidente da Câmara de Sintra o que é isso a que chamam cultura?
Claro que não! Cultura para ele é futebol.
Que tristeza!...
ella josephine baker
ella baker foi uma das mais importantes vozes na luta pela liberdade nos estados unidos.
uma longa vida de 83 anos (morreu no dia em que fazia anos...) de lutas.
um exemplo para todos. mulheres ou homens, brancos ou negros.
bernice johnson reagon é, ainda hoje, um dos seus mais eminentes legados.
com uma obra tão variada como notável, bernice tem, com os sweet honey in rock, uma das suas obras mais visiveis internacionalmente.
esta é a sua homenagem a ella baker:
sweet honey in rock, ella's song
we who believe in freedom cannot rest
we who believe in freedom cannot rest until it comes
until the killing of black men, black mothers’ sons
is as important as the killing of white men, white mothers’ sons
and that which touches we most is that i had a chance to work with people
passing on to others that which was passed on to me
to me young people come first, they have the courage where we fail
and if i can shed some light as they carry us through the gale
the older i get the better i know that the secret of my going on
is when the reins are in the hand of the young who dare to run against the storm
not needing to clutch for power, not needing the light just to shine on me
i need to be just one in the number as we stand against tyranny
struggling myself don’t mean a whole lot i come to realize
that teaching others to stand up and fight is the only way my struggle survive
i’m a woman who speaks in a voice and i must be heard
at time i can be quite difficult, i’ll bow to no man’s word
e aqui a jovem bernice num famoso programa de (e com) pete seeger:
e não se pode exterminá-los?
parece que não.
será mais uma machadada na traça arquitectónica do eixo 'rua conde almeida araújo/avenida da república' com o parque ao meio.
da palacete no extremo sul, ao parque infantil no extremo norte, do cinema, às antigas vilas operárias em ruínas, aquele eixo histórico terá o mesmo fim que a avenida antónio enes:
mas seria uma limpeza ética
(foto da demolição 'gentilmente roubada' a 'cidadania queluz')
de acordo com a informação recebida através da 'cidadania queluz', a casa onde viveu stuart carvalhais foi demolida a semana passada.
(foto da demolição 'gentilmente roubada' a 'cidadania queluz')
de acordo com a informação recebida através da 'cidadania queluz', a casa onde viveu stuart carvalhais foi demolida a semana passada.
será mais uma machadada na traça arquitectónica do eixo 'rua conde almeida araújo/avenida da república' com o parque ao meio.
da palacete no extremo sul, ao parque infantil no extremo norte, do cinema, às antigas vilas operárias em ruínas, aquele eixo histórico terá o mesmo fim que a avenida antónio enes:
a transformar o que poderia ser uma cidade com carácter, numa coisa disforme e feia.
mas se algumas casas, apenas pela importância arquitectónica deveriam ser preservadas numa cidade que tem muito pouco a preservar, a casa onde viveu stuart carvalhais tinha dupla importância: a arquitectónica e a cultural.
a culpa da demolição não pode ser assacada aos actuais proprietários que apenas compraram um espaço destinado a construção que, por acaso, lá tinha uma casa que teria que ser demolida.
a culpa é exclusivamente da presidência da câmara municipal de sintra e do seu sorridente presidente e do presidente da junta de freguesia de queluz.
quer a cãmara quer a junta tinham absoluta obrigação de adquirir a casa quando esta esteve em hasta pública!!!
não o terem feito é crime !!!
crime mesmo...
ambos aqueles sorridentes senhores mataram uma parte notável do património de queluz.
e ambos vão continuar sorridentes.
ambos deverão merecer o nosso mais profundo desprezo (mereciam outras coisas, mas fiquemos pelo desprezo...)
mas se algumas casas, apenas pela importância arquitectónica deveriam ser preservadas numa cidade que tem muito pouco a preservar, a casa onde viveu stuart carvalhais tinha dupla importância: a arquitectónica e a cultural.
a culpa da demolição não pode ser assacada aos actuais proprietários que apenas compraram um espaço destinado a construção que, por acaso, lá tinha uma casa que teria que ser demolida.
a culpa é exclusivamente da presidência da câmara municipal de sintra e do seu sorridente presidente e do presidente da junta de freguesia de queluz.
quer a cãmara quer a junta tinham absoluta obrigação de adquirir a casa quando esta esteve em hasta pública!!!
não o terem feito é crime !!!
crime mesmo...
ambos aqueles sorridentes senhores mataram uma parte notável do património de queluz.
e ambos vão continuar sorridentes.
ambos deverão merecer o nosso mais profundo desprezo (mereciam outras coisas, mas fiquemos pelo desprezo...)
e não se pode exterminá-los?
parece que não...
estão que nem lapas agarrados ao poder...
Lembrando o quinquagésimo aniversário de Astérix
Ao leitor
Como é que Obélix caiu no caldeirão do Druida quando era pequeno?
É uma questão que me colocam frequentemente... uma história pouco conhecida, em que Goscinny conta, detalhadamente, este episódio crucial da saga Astérix.
Astérix estava, em 1965, quando este texto foi escrito, no seu sexto ano de publicação, e é aproximadamente essa a idade que tem na narrativa.
Foi pensando nos numerosos leitores de Astérix - grandes e pequenos - que não tiveram oportunidade de conhecer essa história na altura, que tivemos a ideia de a fazer reaparecer sob a forma de álbum.
Foi com emoção, uma certa nostalgia e, sobretudo, muito prazer, que voltei a trabalhar num texto do meu velho amigo René Goscinny.
Resta-me apenas formular um desejo: que os leitores tenham tanto prazer a lê-lo, quanto eu tive a ilustrá-lo.
Uderzo
( 1966- Os autores brindam ao futuro de Astérix. Foto: Paris Match)
Uma festa de cor e de sabor
O restaurante do Sr. Augusto é assim como que uma espécie de pausa escolar onde se almoça entre amigos. O espaço é característico, com alguns troféus do FCP (não percebi por que motivo não pertence ao clube da sua cidade nortenha, que é outro e nem tem andado mal, mas não lhe irei perguntar para não despoletar algum discurso inflamado…).
Aquando da proibição de fumar a seguir ao cafezinho, a alternativa encontrada foi a de construir uma varanda envidraçada com duas mesas e algumas cadeiras. As abóboras nesta esplanda de improviso, pendem do tecto. Inicialmente sem cor surpreenderam, há dias, pelos motivos coloridos inventados por este homem da restauração que um dia ainda será responsável por uma nacional festa de cores a concorrer com o Halloween, o que não surpreende dado , há dois anos, ter recuperado cá pela terra uma tradição não celebrada há 3 décadas designada por «Festa do Espírito Santo».
As abóboras vêm da sua lavra, bem como uvas e figos que tantas vezes nos oferece generosamente no final do almoço. Sempre que a escolha é cozido à portuguesa revela infinita paciência e um atendimento personalizado, pois uns pedem doses extra de couve e cenoura, outros este ou aquele enchido especial e sempre responde às preferências de cada um com um sorriso.
Para além da publicidade ao seu clube, gosta de colocar nas paredes as fotografias das figuras públicas que passaram pelo restaurante, em pose ao lado da sua família. Passa ainda o tempo a discutir jogadas com a minha amiga Fátima que, tendo um ar muito moderado, suspeito nela a existência de uma dupla personalidade. É que já nos confidenciou mudar completamente em frente ao ecrã quando está a ver o seu FCP (isto quando não arrasta a família toda até ao Porto para assistir aos jogos 'in loco'). E, para concluir, muitos se riem por não perceberem estes diálogos entre o empresário de restauração e a professora : é que quem não delira com estas coisas da bola – e aqui incluo-me - não consegue entender a utilização da primeira pessoa do plural nos diálogos frequentes, do tipo: «marcámos um grande golo aos 20 minutos» ou «o árbitro não nos tratou bem»…
A passagem
A minha passagem pela Póvoa de Varzim e a assinatura da professora primária que mais me acarinhou .
E o certificado de passagem da primeira para a segunda classe.
28 de outubro de 2009
TAMBÉM PELA BELEZA DAS CAPAS
“Histórias de Jazz”
José Duarte
Capa: Pedro Martins
Negócios da Abril/Controljornal /Edipresse
Lisboa, Novembro 2001
“No Hot Club fizemos – na direcção com o Paulo Gil, Zé Soares, Dário Romani – muita coisa divertida. De Heidi e seus amiguinhos – na fase da grande festa pós-Abril – para explicar o que queríamos do jazz. Juntámos Charlie Haden e Carlos Paredes em concerto memorável que, não fora a persuasão do Adriano Correia de Oliveira, teria ficado no anúncio e na sala cheia até ao impossível.
O Tete Montoliù também tocou na Praça da Alegria. Era cego e tinha swing e humor para dar e vender: quis ver a “Emanuelle” no cinema Roma e no labirinto das saídas do palco ele e o Dário trocavam de funções – o cego a guiar, o visual a tropeçar – para gáudio dos dois e espanto de todo.”
Do depoimento do arquitecto João Paulo Bessa.
Luxófilos, exultai!
Qual é coisa, qual é ela?
A história do Ursinho Zuca
E viva a defensora dos oprimidos!
O Gui
Confesso que preguicei. Ia lesta ontem quando cheguei a casa para procurar o tal do diploma, mas na caixa encontrei umas Mafaldas minhas,lá guardadas por se estarem a desfazer. Estão a ver o que aconteceu.
Não resisto, nunca resisti, ao Gui e aqui lhe publico uma prancha.
Viva a Mafalda! Viva o Gui! E Viva o Quino!
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