A fotografia tirou-a no primeiro 1º de Maio.
Com um daqueles caixotes incríveis a que, uma enorme boa vontade, chamava máquina fotográfica. Neste dia gastou três rolos, e tanto quanto se lembra, cada rolo tinha 24 fotografias. Nem todas ficaram bem: umas estão tremidas, outras não sabe o que pretendeu fotografar e grande parte não existe porque nada existia para…revelar…
Mas gosta muito desta.
Quando a parte da enorme multidão, onde ele se integrava, começou a descer a Avenida Gago Coutinho, a caminho do Estádio 1º de Maio, deu de frente com um prédio, em construção, cheio de gente. Disparou a máquina quatro vezes. Das quatro, esta é a mais aceitável.
Nas costas da fotografia está escrito a lápis: “Um prédio vestido de gente”.
Esta bonita frase, que diz tudo, não é de sua autoria. Leu-a em qualquer lado, mas não sabe onde, tão pouco sabe quem a escreveu.
Por hoje, há um texto à procura de imagem e, ao mesmo tempo, de autor.
1 comentário:
Eu também passei por aqui neste dia, e não me arrependo.
Nunca.
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