19 de abril de 2006

Eu e o autocarro dezasseis

Hoje ao sair de casa, vi ao longe a Multi. Ia meia azamboada pela Morais Soares abaixo. Telefonei-lhe. "Estou já no metro" disse ela. E eu disse " E eu vou de autocarro".
Nunca gostei de andar debaixo da terra. Em contrapartida o meu dezasseis dá-me muita paz de espírito. Ultimamente os taxis cansavam-me: os motoristas falam imenso e guiam como numa perseguição policial. No meu autocarro as pessoas nem cheiram mal, faz-se uma viagem gira e apanha-se sol e ar. (sim eu abro logo as janelitas).
Ontem entraram duas miúdas gémeas de meias rendadas e quadriculadas e uma bruta mini saia de ganga. Vinham em passo miudinho, empoleiradas nuns enormes saltos altos. O motorista ficou arrelampado e até se esqueceu de abrir a porta de saída na paragem. Um velho gritou-lhe " Estás distraído ou quê, pá?". Isto originou um monólogo de desculpas muito culpadas do senhor, que deram vontade de rir a toda a gente. As miudinhas nem perceberam, lá saíram e lá se foram de mãos dadas, muito perfumadas e arranjadas. Pressuponho que iriam concretizar um threesome a alguém, bastante bem pago que elas eram muito giras e novas. Serei eu mal pensante?
No dezasseis há todo o tipo de conversas. Pode-se socializar ou trabalhar, arrumando ideias para projectos com que queremos arrancar. Ou empatizar, bastando sorrir. Há sempre um velhote carente de conversa e de atenção.
Claro que hoje a Multi me telefona "Já chegaste?" e eu " Ainda vou no autocarro". E ela disse," está provado o metro é mais rápido". E eu disse " mas aqui está solinho". E lá cheguei uns vinte minutos depois dela.
Hoje aproveitei e limpei no dezasseis a raiva à TVcabo...Risos. Vim como nova. E não vi o House ontem..merde.

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