Pelas mesmas razões que não gosto de Deepak Chopra, Brian Weiss, profecias celestinas e afins. São versões delicodoces do pensamento antigo, reformatadas para o gosto tablóide, com uns pozinhos new age e raciocínio minimalista para agradar ao maior número de compradores possível. O Fernão Capelo Gaivota faz parte deste lote, mas fiquei com a ligeira impressão de que no Richard Bach há qualquer coisa de genuíno, ou seja, soa-me menos a falso. Alguém me explique porquê, porque não sei.
Admito que quem lê este estilo pela primeira vez pode ficar cativado pelos autores referidos. Eu, que tive a sorte de ler os originais (o mérito, esse, foi de quem mos pôs na mão, pelo que passo humildemente a informação tal como a recebi), não consigo afastar o cheiro a requentado que este pessoal me evoca. Fica assim uma pequena lista de leitura essencial, não organizada.
A poesia e a prosa de Rabindranath Tagore – Comece-se por A Casa e o Mundo e O Jardineiro, por exemplo.
Hermann Hesse – Comece-se pelo essencial Siddartha e por O Jogo das Contas de Vidro.
Rudyard Kipling – Kim, Os Livros da Selva, toda a poesia.
Saint-Exupéry – O Principezinho, claro, mas, sobretudo a Cidadela.
Como amostra fica o batidíssimo Se..., de Kipling, que nos anos 70 circulou pelo país em tradução. O pessoal tinha posters do poema na parede. Sugiro que leiam em voz alta (não muito alta – sussurrada é mais a ideia). Saboreiem as palavras, o ritmo, e, sobretudo os conceitos. Assim perceberão o título deste post.
If...
IF you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don't deal in lies,
Or being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise:
If you can dream - and not make dreams your master;
If you can think - and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build 'em up with worn-out tools:
If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breathe a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: 'Hold on!'
If you can talk with crowds and keep your virtue,
' Or walk with Kings - nor lose the common touch,
if neither foes nor loving friends can hurt you,
If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that's in it,
And - which is more - you'll be a Man, my son!
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