Quando eu for grande... Quando era miúdo, pensava muitas vezes nesta frase. A maior parte das vezes era tipo: "eles vão ver!". Achava que ser grande era assim um passe geral para a boa vida, para todas as coisas proibidas.
Cresci sempre com pressa de ser grande. Via-me como que numa eterna fila, em que a maior parte das pessoas passavam à minha frente.
Na escola primária, só queria chegar à 4ª classe, porque eram os mais velhos. Podiam fazer tudo (pensava eu). E não apanhavam porrada dos colegas.
No liceu, queria depressa chegar ao 12º ano. Eram os mais velhos, logo, os mais importantes.
Na faculdade, queria depressa ser finalista. Eram os mais importantes. Até tinham direito à cartola.
No estágio, queria depressa chegar ao fim, perder aquele "estagiário" a seguir ao tracinho, sinal de eterna menoridade, de segunda categoria.
E eis que, chegado aos quarenta anos...
Não, ainda não cheguei àquilo de querer que o tempo volte para trás. Se calhar, só lá para os setenta é que me vai dar essa mania.
Realmente, o tempo é uma coisa gira.
Não tem nada a ver, mas lembrei-me agora de outra coisa. (Aturem-me, ora. Não me dessem entrada aqui no blog. Ahpoizé!)
Quando tinha aí 18 ou 19 ano, achava que quem tinha 30 ou mais era VELHO. Achava, pois. As miúdas, só as achava giras aí até aos 20 e poucos. Depois disso, eram velhotas.
O tempo foi passando, e tal e coisa, e depois a certa altura já gostava das cachopas de 30 e poucos. Também gostava das mais novitas, mas as de trinta e picos... Ai, ai...
O tempo foi passando, e eis senão quando dou comigo a deitar o canto do olho para as de quarenta.
No outro dia, dei por mim a olhar para uma de cinquenta e tais. E de achar que ela até era gira.
Valha-me ao menos isso. Quando chegar ao lar de terceira idade, vou andar a correr atrás das velhotas todas. De andarilho, se calhar, e com a garrafa do soro...
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