12 de janeiro de 2013

Bowie, «The next day»: uma história de bastidores



                 Foto: Bowie com a mulher, Iman /Andrew H. Walker/Getty Images para a DKMS

Uma das maiores surpresas musicais dos últimos tempos é, sem dúvida, a gravação do tema «Where are we now?», faixa do álbum «The Next Day», tudo em completo sigilo. Tony Visconti, o produtor, conta o que sucedeu, revelando alguns dos planos de David Bowie. Nos anos 70, o cantor trabalhava com uma equipa de cerca de 45 elementos, hoje só conta com um colaborador, no seu escritório de Nova Iorque. Não tem um «manager» pessoal. Afirma uma fonte próxima do cantor «ele sabe ser discreto e ficar nos bastidores, quantas vezes, nos últimos 10 anos, viram fotografias de David? Talvez as de dois ou três paparazzi... Bowie não é um recluso, mas só aparece em público quando bem entende». Rob Stringer, presidente do grupo Sony Music Label, teve conhecimento do trabalho deste músico de 66 anos há apenas um mês, quando foi convidado a ir ao estúdio para a audição algumas faixas. Afirma Tony Visconti «Bowie é um apaixonado pela História da Inglaterra Medieval e pela História Russa Contemporânea o que fornece excelente material para uma disco de rock». Sigilo absoluto foi a exigência desde o primeiro momento, a par de diversas mudanças de estúdio, sempre que os proprietários deixavam escapar informação sobre quem lá se encontrava a gravar. Terá o secretismo influenciado o trabalho? «Sem dúvida, falávamos enquanto grupo, partilhando a nossa experiência de insanidade e frustração, enquanto David se limitava a sorrir, impávido e sereno, o que conduziu os restantes a um completo estado de neurose». De momento, encontram-se 29 temas gravados, embora a edição de luxo possua 17 faixas. A surpresa, quando se pensava que Bowie se havia retirado da cena musical, foi  a revelação sobre o seu próximo álbum, a sair dentro de dois meses. Fonte: The Guardian (adaptação livre)


6 comentários:

carlos disse...

uma vez tropecei na discrição de david bowie.
estava em florença a olhar para uma parede, penso que com uma enorme tapeçaria, e oiço da pessoa que estava ao meu lado um comentário em inglês como uma voz estranhamente bem colocada.
uma voz educada é realmente diferente.
é como uma lâmpada de baixo consumo em que energia não é desperdiçada em calor em vez de ilumibação.
lembro-me dos exercícios que fazia para cantar com uma vela na frente da boca e tentar que a chama não se movesse..
numa voz educada a energia está toda concentrada no som.
é estranho ouvir isso de alguém ao nosso lado.
olhei e era o david bowie com o que julgo ser uma parte da sua então tin machine que ia dar um concerto por aquela altura naquelas paragens.
o ar era de um tipo discreto vestido de tons acinzentados e boné na cabeça. continuou a visita, tal como eu.
fiquei a gostar mais dele

carlos disse...

iluminação queria eu dizer algures lá em cima

teresa disse...

Tenho para mim que a voz (no quotidiano, e para lá da música) é um instrumento muito importante, a ponto de com ela se conseguir - e aqui entra a importância da prosódia (não o que se diz, mas como, com que palavras e em que timbre se diz) o que a força e a arrogância de tantos (infelizmente cada vez mais) não consegue, surtindo efeitos contrários aos pretendidos.A voz é eloquente, diria M. de La Palisse :)

ABS disse...

Interessante falar-se da voz do David Bowie aqui. A canção agora publicada revela uma voz claramente mais velha, inclusivamente com um ligeiríssimo tremor a espaços. Contudo, a capacidade de comunicação de emoções está lá, inteira.
O homem é fabuloso. Venha o disco completo.

ABS disse...

Interessante falar-se da voz do David Bowie aqui. A canção agora publicada revela uma voz claramente mais velha, inclusivamente com um ligeiríssimo tremor a espaços. Contudo, a capacidade de comunicação de emoções está lá, inteira.
O homem é fabuloso. Venha o disco completo.

AnaMar (pseudónimo) disse...

Fã incondicional de Bowie (em adolescente diria apaixonada :-). A voz está diferente e os mais recentes trabalhos decepcionaram-me ( continua no entanto a transpirar emoção).
Aguardando este último disco, para ver o que sinto.