1 de agosto de 2012
Suplício de Tântalo com as devidas distâncias
A contagem decrescente para as tão aguardadas férias, parece obedecer a um ritmo lento e irregular. Em tempos de conjuntura troikiana, não se pretende valorizar o supérfluo enquanto ostensivo lazer, quando tantos se encontram sem perspetiva de exercerem uma profissão. Não fechando os olhos à realidade circundante, entenda-se como férias um período de descanso, sem se sonhar com o supérfluo. Após onze meses (e alguns dias) de tarefas, acena a miragem de não se ter de saltar, pela manhã, para exigências do quotidiano, o que se resume na ideia de se ter tempo para fruir o tempo. A praia aqui tão perto – mesmo com águas gélidas – acena como provocação ao gesto diário da correria para a cidade, agora desertificada nos espaços que não figuram nos folhetos turísticos. Alguns adeptos do exagero, ao passar de fugida por paisagens tão apelativas e sem tempo para as apreciar, poderiam fazer a ponte com Tântalo ou Prometeu…
P.S: isto de fotografar o pôr do sol pode parecer lugar comum, mas o horário não permite outros momentos do dia para captar a Praia Grande.
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3 comentários:
Parece que conseguiu 'originalizar' este seu lugar comum; é um tanto expressionista...
Receio que seja mais impressionista, mas por motivos inerentes.
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