3 de agosto de 2012
Memórias da revista à portuguesa "Fonte Luminosa"
A minha avó, a viver na juventude na vizinhança de alguns teatros contava-me, na infância, os quadros satíricos da época, sabia de cor o refrão de cantigas tornadas populares por esta via e, muitos anos mais tarde, ainda entoava de memória algumas melodias. Não sendo apreciadora do género, foi com curiosidade que encontrei referência a uma peça de revista, intitulada “ Fonte Luminosa” em cena no Coliseu dos Recreios, corria o ano de 1956. São simples versos que transcrevo:
«Fonte Luminosa»
A Água – espantosa artista!
Que vedeta de revista,
que bailarina de truz!
Bisa o número e não cansa.
E como ela canta e dança com a cor e com a luz!
António Silva, depois,
E a Irene Isidro, os dois
não há ninguém que os não louve.
E a Tai-Lan tão pequenina,
cantando o fado em surdina
que o microfone nem ouve.
A Anita Guerreiro e os mais,
bailes com saltos, mortais,
nuvens de “girls” que vêm
em visitas à plateia…
Enfim, uma noite cheia
e a casa cheia também.
Já não bastava o repuxo,
inda nos deslumbra o luxo
de cenários-pirilampos
que faíscam como lume,
conforme o gosto e o costume
que tem o Pinto de Campos.
As roupas (Casa Saraiva!),
obra do Pinto e do Paiva,
põe a peça no pináculo.
Fiquem todos prevenidos:
- Deixem em casa os ouvidos,
mas vão ver este espectáculo.
Texto assinado por Poeta Caldas, na rubrica “Noites de Primeira” in Século Ilustrado, Abril, 1956 Imagem do quadro “marinheiro açoriano” interpretado por Max, doada por Eugénio Salvador ao Museu do Teatro
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2 comentários:
Na foto apresentada parece-me tratar-se do saudoso cantor madeirense MAX, e não de Eugénio Salvador. Gostaria que confirmasse.
E trata-se realmente de Max, foi meu vizinho durante anos e o lapso foi notório, pois reconhece-se que se trata do cantor madeirense. Grata pelo reparo já corrigido.
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