18 de janeiro de 2012

"A gente não vê eles na rua"

Dizem duas senhora, no autocarro 735, de formatos bem  parecidos em etnias diferentes. "Eles andam aí de limusinas e nem os podemos ver, para lhes partir a cara" . Acrescenta a amiga "Só os vemos na TV". "Até demais, nem suporto as caras e a vozes deles" diz a outra e eu concordo silenciosamente.
Hoje o quotidiano lisboeta nos transportes públicos é marcado pelas críticas a "eles" e à questão dos feriados.
"Eu acho mal que tirem os religiosos, só deviam tirar os dos civis". "Isto é contra a independência nacional, pois tiram o cinco de Outubro, que era a data da independência nacional, que conquistámos à rainha espanhola". O vinte e cinco de Abril deve ficar sim, pois é o dia do poder do povo". "A vida está mal caramba, tenho que aprender a roubar".
De tudo isto fica-me a frase que titula este post. Onde andarão eles? Eu nem quero saber.

1 comentário:

Anónimo disse...

Hoje em dia se assiste a tudo isso seja nos transportes públicos, seja na face carrancuda de nós todos....Eles,...bem até sabemos quem são, mas o retrocesso social e civilizacional a que estamos a assistir!? Como cantava Fernando Tordo eles são e passo a citar "e diz o inteligente que acabaram as canções".
O inteligente em 1973 era outro, em 2012 são outro(s), mas voltamos à questão "eles"...toda a gente sabe mas voltou a ter medo, agora não se tem medo de Caxias nem de ir para a selva ultramarina, mas do Centro de des(emprêgo).