31 de julho de 2011

Mouraria




"E era deste mesmo lado, mais para o nascente, o antiquissimo tanque ou poço dito doBorratem, de cujas aguas, de problematicas e duvidosas virtudes medicinaes, falavam os antigos tratadistas therapeutas. Da abundancia de aguas dizia Gil Vicente:


muita agua em Borratem
e no poço do Tinhoso.


O poço era ao ar livre, em logradoiro publico, cercado de velho taboado e de casebres,telheiros e palhoças, onde se albergavam os
ferreiros e os burros e alimarias das saloias.
Edificado ali um grande predio cobriu-se o poço de abobada, fez-se a casa de banhos, nologar onde as escavações abertas para os ali-
cerces pareceram indicar ter existido em tempos remotos um estabelecimento thermal"


Victor Ribeiro (Serões)


"Poço do Borratém
Do poço sabe-se que é antiquíssimo e sempre foi do domínio público. Ao longo dos anos muito se discutiu sobre a qualidade das suas águas. Enquanto a Maria Parda de Gil Vicente se zangou por ver que “muita água há em Borratém / e no poço do tinhoso”, outros valorizaram as propriedades medicinais da água. Encontra-se hoje a coberto no Hotel Lisboa Tejo, em prédio construído em 1861.
Borratém, segundo o arabista professor Dr. David Lopes esta é uma palavra árabe, formada por ber e atten, o que significa respectivamente poço e figueira
O nome da praça, mesmo ali ao lado, da Figueira, corrobora a explicação.
Freguesia: São Cristovão e São Lourenço; Santa Justa
Bibliografia
ANDRADE, Ferreira de, A freguesia de São Cristóvão, 2 volumes, Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa, 1949.
CASTILHO, Júlio de, Lisboa antiga: bairros orientais, I, III, IV, IX volume, Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa, 1937-1939"

AQUI


 Foto: O Poço do Borratém em 1907, Revista Serões.


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1 comentário:

José Quintela Soares disse...

Muito interessante.
Obrigado, T.