2 de outubro de 2010
Sapateiro do Chiado
Desde o incêndio que não passeava pelo Chiado. Diversas vezes já o tinha tentado, mas desta vez, o planeado, aconteceu!
Pouco tempo depois de me ter algaraviado o Chiado ardeu. Mesmo não estando cá a mágoa foi imensa. No Chiado estava muito do meu quotidiano pretérito de estudante do Conservatório, de início de carreira profissional e de alguma boémia.
Encontrei, após estes anos todos de ausência, o Chiado bem reconstruído. Reparei que existem novos pontos de interesse, novas tribos urbana e novas vivências, mas senti-o como era, bonito e pulsante como sempre.
Ao subir a Garrett dei de caras com o sapateiro de vão de escada. Tal como há anos, cumprindo o seu oficio: a de sapateiro, engraxador e de apoio à portaria do prédio do n.º 47.
Lá estava ele sentado no seu banco, agora de plástico, aplicando o seu saber a uns sapatos pretos, pousados nos apoios próprios, enquanto o cliente, elevado no assento vermelho, lia o jornal da casa.
Deixei que o cliente saísse, que se recolhesse na sua oficina e fotografei o espaço.
O receio de não encontrar o Chiado que conhecera, desapareceu! Gostei de lá estar e vou voltar!
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5 comentários:
Preciosas memórias entrelaçadas com o presente e futuro. Que linda foto e texto envolvente:)
Toca a escrever MAIS!
Obrigado T., vou voltar a escrever sim. Escrever faz-me bem!
;)
profissão em vias de extinção... gosto tanto destes sapateiros... :)
Também por aqui tenho passado recentemente e não me decepciona, obrigada por memórias reavivadas, pois também cheguei a subir o Chiado rumo ao Conservatório, se bem que não por muito tempo:)
Apesar deste post tem mais de um ano....e com alguma tristeza....venho informar que o senhor faleceu esta sexta-feira passada e a engraxadoria vai encerrar...
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