Tarde a exigir enorme concentração e a levar a escriba, antes de mergulhar no trabalho e silêncio exigidos, a tecer rápidas considerações, provavelmente só ao gosto da própria e de mais duas ou três entidades privadas a partilhar preocupações...
Sendo o ensaio encomendado sobre cidadania, multiculturalidade, equidade, justiça social e impacto positivo (ou não) das escolas públicas nesta matéria, já que muitas das privadas até fazem testes de QI aos alunos antes de os admitirem (coisa a desaparecer gradualmente por causa da crise, dado a falência começar a ser espectro e colégios serem empresas), uma viagem ao musical Hair e respectivo tema a propósito de já não sermos hoje os homogéneos «cinco milhões de portugueses» dos idos sessenta... Apesar de tantos dedos apontados, rankings das escolas nos jornais sem ligação a um estudo sério sobre variáveis de contexto (bairros de tecido social complexo, jovens a cair no décimo ano sem uma palavra falarem em Português), etc. e tal, ainda bem que a escola oficial de hoje não exclui clientelas, pelo menos nos normativos... Estaríamos ainda mais perto do conceito de 'República das Bananas' se tal sucedesse. Opta-se por não leccionar num hotel de cinco estrelas das letras e dos números (poder-se-ia lá estar sem grande esforço quando o requisito era experiência e currículo, também já o não está a ser...), só para alimentar pessoais vaidades caso se não se quisesse descer ao quotidiano e pensar que contra factos não há argumentos , inflando-se qual zeppelin ao ouvir: «que bons profissionais integram este colégio!»... Resta o sono reparador de, diariamente, se pensar , «objectivo diário: cumprir o que cá se anda a fazer da melhor forma possível que se sabe/pode), pessoal lema (entre outros que não vêm ao caso). Poderá haver razões válidas por parte da opinião pública mas, como em tudo, também há muito treinador de bancada ou, como diz o povo e bem: «a ignorância é atrevida»... adiconal «viva» àqueles que - nem precisando de passar pelos catarpácios da Sociologia ou da Filosofia - gostam de encontrar nexos entre conceitos, não embarcando num qualquer título bombástico... Como compreendo alguém que me confidenciou há pouco tempo: «que alívio terem-me dado parte da secção da Economia do jornal e não a da Sociedade ou a da Política, seria certamente um batráquio difícil de degultir!»...
Post scriptum: 1)- Congelamento de salários para fazer face à crise (aqui cita-se quem tem voz nos media), noção de que a docência é a maior fatia da função pública - 120.000 são os professores do país - nada de vitimizações, só de dados numéricos neste parágrafo... ficando mal na fotografia de grupo (haverá fotos individuais sem qualidade, como em tudo), o xarope colectivo ficará menos amargo;
2)- Jovens verdadeiramente carenciados a verem cortada parte significativa do apoio financeiro para manuais escolares (outro dado constatado in loco);
3)- Sem argumentos sobre gastos na frota automóvel tal, no megalómano dinossauro metálico de sigla com três letrinhas apenas ou no sistema de ar condicionado para que os que resolvem a crise não sofram de achaques térmicos, aborrece que o dinheirito (eufemismo) descontado para as reformas tenha servido para quilómetros de auto-estrada, mesmo quel algumas se encontrem quase isentas de tráfego automóvel (aqui o desabafo é única e exclusivamente pessoal)...
Prometo que só opinarei sobre Física Quântica se, no mínimo, dedicar em exclusividade uns 4 anitos (bissexto incluído, sempre é acréscimo de tempo) a inteirar-me sobre tal matéria...
I'm black
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