26 de agosto de 2010
Quando as férias se aproximam do fim...
Num piscar de olhos passa o Verão. Apelidado de silly season - alguns destaques ao jeito de imprensa rosa, os veraneantes por todo o lado em ruidosos ajuntamentos «trouxeste(s) gelo?», «(a)onde está a bola?», «esqueci-me das acendalhas!» a rasgar a tranquilidade da paisagem, trazem notas dissonantes para quem preza a pacatez dos dias longos.
Chega, pois, alguma saudade antecipada quando se aproxima o regresso à rotina. Ciente de que o ócio sem prazos é nocivo, a rentrée profissional cai com brusquidão, qual antiga porta ondulada de estabelecimento comercial.
Instantâneos do pôr-do-sol – tão bonito quanto banalizado em pinturas de duvidosa qualidade – lembram que, a curto prazo, o dia se tornará cinzento (pelo menos neste microclima entre a serra e o mar) e começará a rotina do despertar antes do nascer do sol.
Apontamentos colhidos nas imediações levaram a estes breves pensamentos, tendo-se ficado a pensar em como alguns quadros de cores a lembrar incêndios podem banalizar a magia de um dia que se dilui. Como o nascer do sol costuma ter maior expressão em despreocupadas etapas da vida – quando se fala com displicência e alguma regularidade em "fazer directas" - vem à memória (surpreendente para quem em poucos anúncios repara, exasperando, desde há muito, quem faz sondagens sobre publicidade) um antigo anúncio que ficou nítido até ao presente.
I can see clearly now
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2 comentários:
Eu tenho esta publicidade lá no meu canto. Achava maravilhoso ver o nascer do sol na praia e foi por isso que ficou sempre na minha memória... e continuo ser ter visto o Sol a nascer no mar...
Mas o que me deixou com um sorriso na boca foi o facto de a Teresa falar do nascer do Sol. Hoje fui para o trabalho meia hora mais cedo do que é normal e tive uma viagem indescritível. Havia uma neblina a levantar-se suavemente, deixando tudo cada vez mais nítido e permitindo que o Sol se refletisse na neve nas montanhas lá ao fundo, se esticasse sobre os campos verdes e dourados com imensos corvos (eu sei que não é muito amante destes bichos, mas era um bando com cerca de cem pássaros, uma cena incrível!!) a bicarem o restolho da colheita. Podia ter a melhor máquina fotográfica do mundo, podia vir o melhor pintor, não iria servir de nada... porque só mesmo visto...
Eu sei... pois a esta hora já li o post, Luísa:)
E sim, prefiro o nascer ao 'esconder' do sol (isto porque quando tenho muito trabalho, sou mais das manhãs do que noctívaga).
E quanto aos corvos, há uns azulados com algumas penas brancas, mais aceitáveis... mas não sou fã =D
Há coisas que as máquinas não captam: nestas férias vi turistas a carregar máquinas pesadas, uma teleobjectiva parecia um canhão, e o homem a arrastar-se pelos penhascos com aquela peça de artilharia pesada... fiquei a pensar que a neblina lhe iria possibilitar fotos da mesma qualidade do que as minhas, com uma máquina jurássica e de bolso:)
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