30 de abril de 2010
Sobre carris IV
Para além das fantásticas máquinas a descansar ao sol no Arco do Cego, atentai nas viçosas couves, plantadas à direita pelos guardas freios.
Naquele tempo os hábitos ecológicos de província invadiam Lisboa sem pedir licença.
(autor trams aux fils, sem data)
Sobre carris II
Sobre carris I
Depois de uma fácil...
Nos copos...
scout niblett, the calcination of scout niblett
como sabem, os que me conhecem aqui, tenho pela scout niblett uma admiração generosa. por isso, receber um disco de scout niblett é, para mim, sempre uma coisa há muito aguardada.
hoje o que se ouve aqui em casa é 'the calcination of scout niblett'
depois do fabuloso 'this fool can die now' um pouco a meias com bonnie prince billy, esta 'calcination' é dum despojamento pessoal impressionante.
ao que parece, a acreditar nas suas declarações à imprensa, scout niblett fez este disco como uma espécie de catarse dos seus piores defeitos e lados mais obscuros, porque não consegue ter relações duradouras com os homens de quem gosta.
este 'calcination' vai ao osso.
é rude, agreste, despido, violento.
é muito bom mesmo...
scout niblett, the calcination of scout niblett
p.s.: de acordo com o seu site, scout niblett virá a aveiro no dia 29 de maio. a não perder !!
p.s.: de acordo com o seu site, scout niblett virá a aveiro no dia 29 de maio. a não perder !!
O direito ao prazer do livro
Nunca foram os direitos da criança tão consagrados como nos nossos dias. Considera-se que investir nos grupos etários mais jovens é criar um futuro melhor. Totalmente de acordo.
Sem este pressuposto porém e apenas em modo prazenteiro, pela mão da infanta mais velha, percorremos ontem parte da Feira do Livro. O piso irregular e abrupto torna desagradável a caminhada, sobretudo para quem fica de repente carregado de sacos. Mas a pequenita define bem a questão que a incomoda: Tia, não consigo chegar aos livros para ver melhor. Pois pudera, se nem eu chego e nem mesmo uma senhora de saltos altos e bem esterlicada tem a vida facilitada. Tenham dó de nós os leitores. Mudem a feira para a Avenida da Liberdade. Tornem as barraquinhas agradáveis com uma implantação regular e de acesso fácil. Instalem multibancos! e já agora inovem ...tanta coisa que deveria ser feita para animar a iniciativa.
Nós, estes seres estranhos que gostamos de ler, merecemos.
Fotografias do AML; 1964
marcel do campo e andré sardet
pergunta o guia à plateia de putos:
era o marcel...?
docampo, diz aqui..
e andré...?
...sardet !
gosto de museus cheios de vida.
cheios de putos e menos putos
de gente que faz comentários mais ou menos enviesados
gosto de sentir que o que ali está não é um museu, mas um manancial de informações úteis.
é indispensável para o crescimento e a formação de qualquer mortal a familiaridade com as mais diversas formas de expressão da arte.
abre-nos a cabeça, torna-nos melhores porque mais abertos, tolerantes, mais capazes de discernir, mais capazes de resistir ao que nos impõem.
mais capazes de escolher pela nossa cabeça.
ver um museu cheio de crianças e adolescentes e de reformados dá-me uma alegria imensa.
ontem andei pela excelente e extensa exposição da joana vasconcelos e pela nova abordagem da colecção berardo ao período dos anos 20 à quase actualidade, sob a lema da frase de klossowsky 'je me trouve sous la dictée de l'image'.
se por um lado a joana vasconcelos nos subverte a imagem que temos da realidade quotidiana com a composição de trabalahos que, pela sua dimensão ou repetição nos levam a repensar sobre muitas dessas coisas e desses símbolos, a exposição da colecção berardo leva-nos à transfiguração da realidade pela imagem tornando-nos prisioneiros da vontade de a compreender daquela forma.
gosto de museus cheios de vida e de ideias...
era o marcel...?
docampo, diz aqui..
e andré...?
...sardet !
gosto de museus cheios de vida.
cheios de putos e menos putos
de gente que faz comentários mais ou menos enviesados
gosto de sentir que o que ali está não é um museu, mas um manancial de informações úteis.
é indispensável para o crescimento e a formação de qualquer mortal a familiaridade com as mais diversas formas de expressão da arte.
abre-nos a cabeça, torna-nos melhores porque mais abertos, tolerantes, mais capazes de discernir, mais capazes de resistir ao que nos impõem.
mais capazes de escolher pela nossa cabeça.
ver um museu cheio de crianças e adolescentes e de reformados dá-me uma alegria imensa.
ontem andei pela excelente e extensa exposição da joana vasconcelos e pela nova abordagem da colecção berardo ao período dos anos 20 à quase actualidade, sob a lema da frase de klossowsky 'je me trouve sous la dictée de l'image'.
se por um lado a joana vasconcelos nos subverte a imagem que temos da realidade quotidiana com a composição de trabalahos que, pela sua dimensão ou repetição nos levam a repensar sobre muitas dessas coisas e desses símbolos, a exposição da colecção berardo leva-nos à transfiguração da realidade pela imagem tornando-nos prisioneiros da vontade de a compreender daquela forma.
gosto de museus cheios de vida e de ideias...
"Serão para Trabalhadores"
fantasia lusitana
portugal sempre gostou da parte fantasiosa da realidade.
somos uma espécie de povo bipolar que simultaneamente se acha o melhor e o pior do mundo (melhor nas coisas vagamente inúteis, pior em tudo o resto).
e ninguém melhor que a propaganda fascista soube materializar essa apetência para criar uma espécie de realidade paralela que, mesmo aqueles que sentiam na pele que era uma farsa, se iludiam com o brilho e a glória do império do minho a timor onde o sol nunca se punha.
fantasia lusitana, o ultimo filme de joão canijo, é um excelente documentário sobre essa realidade paralela, principalmente nos anos da guerra.
visto simultaneamente pelas imagens do cineasta-mor oficial do fascismo, antónio lopes ribeiro, e pela escrita de alguns refugiados que passaram por lisboa no ano de 1940 (alfred döblin, erika mann e saint-exupéry), portugal torna-se claramente um país bipolar: o da propaganda e o da realidade.
e o que é mais espantoso é que ainda hoje essa propaganda tenha efeitos tão permanentes na mentalidade dos portugueses e na imagem de paraíso terrestre que era portugal nesse período da história.
se as imagens e a locução permanente de lopes ribeiro por vezes se tornam de tal modo caricatas que levam ao sorriso condescendente, é principalmente através da imagem que os refugiados têm de nós que acordamos para a vida..
um filme a não perder.
um filme de claro serviço público
Célebres
Um amor comprovado
O ano do ciclone
Ficou conhecido como o ano do ciclone em Portugal. Muitos dos mais idosos ainda o recordam.
"No dia 15 de Fevereiro de 1941 Portugal foi assolado por um ciclone que deixou um rasto de destruição por todo o país, além de um elevado número de mortos, de feridos e de desaparecidos. A extensão e a gravidade dos danos levaram mesmo a que este fosse recordado como “o ano do ciclone”.Para saber mais, consultem aqui.
Segundo informações da época, o ciclone formou-se entre a Madeira e o Cabo de São Vicente e o vento terá atingido em Lisboa a velocidade de 127 km/h. No resto do país os ventos atingiram valores ainda mais elevados, com o anemómetro da Serra do Pilar a registar rajadas de 167 km/h.
Os danos provocados foram consideráveis: estradas cortadas, milhares de árvores arrancadas, casas destelhadas, chaminés derrubadas, famílias sem abrigo, ligações telegráficas e telefónicas interrompidas, naufrágio de embarcações, etc., como poderá ser constatado nas notícias publicadas nos periódicos O Século e O Século Ilustrado que aqui disponibilizamos"
Fado é isto.
29 de abril de 2010
Tradição
Está mesmo ali ao lado
O Eden
No telhado
Era o ano de 1949
Adivinhais que carro era?
O Grande Renault 4CV!!Foi o trampolim de salvação da RNUR (Regie National des Usines Renault)na França do pós-guerra, em 1948. O nome "4 cavalos - 4CV" não designava a potência mecânica mas sim, a taxa fiscal aplicada aos veículos pelo governo francês.
Já agora, o 4CV (Joaninha em Portugal, Cuatro-Cuatro em Espanha) tinha, em 1949, uns estonteantes 17 cavalos-potência...
Tanto mar: algumas notas soltas sobre a amizade...
(fotografia de Manuela Matos)
Conheci a Brigitte D. há mais de vinte anos e soube, desde o primeiro momento, que seria uma amiga com maiúscula. Apesar da distância e de conversas cada vez mais espaçadas, fica a constante sensação de nos termos despedido na véspera com um «até amanhã». Desde sempre a descobri determinada: em poucos meses e com um curso intensivo de Português feito no país de origem, conseguia conversar sem o acanhamento de saltar concordâncias – coisa que quase invejo não conseguir fazer, já tendo ouvido o depreciativo ‘perfeccionista’.
Após ter leccionado Estratigrafia na capital angolana, esta normanda percorreu o país-natal a trabalhar em diversos projectos científicos. Gostei de a poder rever em Orleans e, mais tarde, em Perpignan. A amizade é assim mesmo, está dela ausente a contabilidade de quilómetros ou de dias de jornada...
(fotografia de Guy Moll)
Hoje na Normandia, a acompanhar uma família de mãe , 6 irmãs e respectiva prole, começámos a falar espaçadamente, trocando postais através de um endereço electrónico que, frequentemente, me envia belíssimas imagens de várias épocas e latitudes. Foi assim que há pouco fiquei orgulhosa por ver como há quem, noutros territórios, valorize o que é nosso. Decidi, pois, partilhar uma pequena fracção do recebido. Apesar de serem locais fáceis de identificar, deixo as fotografias em jeito de adivinha. Para concluir, mesmo podendo tratar-se de um lugar-comum (o quotidiano também deles se constrói) ficou a reflexão de não serem os brancos e os azuis e tanto, tanto mar, apanágio de alguns mediterrânicos pedacinhos de Paraíso terreal publicitados em catálogos turísticos.
Certamente conseguirão, sem dificuldade, localizar as duas belíssimas imagens.
Agradecimentos: L'Intern@ute Magazine
Quanto à primeira imagem, acertou o José Quintela Soares: «o Pico fotografado da baía da Horta». A segunda foi captada em Portimão.
"Nyassa"
Distracções...
Não sei como.
Mas no princípio dos anos 60, o quinzenário “Camarada” era presença habitual no meu quarto, cheio de banda desenhada, fraquinha, mas naquele tempo era o que havia, ao lado do “Cavaleiro Andante” e dos Donalds e Mickeys.
“Camarada”????
Na época, apenas aos jornalistas era permitido tal tratamento, e não deixa de fazer confusão como a Censura deixou passar tal título.
Como era para crianças, talvez tivesse pensado que não fazia mal….
É uma “relíquia” da minha biblioteca.
Mas no princípio dos anos 60, o quinzenário “Camarada” era presença habitual no meu quarto, cheio de banda desenhada, fraquinha, mas naquele tempo era o que havia, ao lado do “Cavaleiro Andante” e dos Donalds e Mickeys.
“Camarada”????
Na época, apenas aos jornalistas era permitido tal tratamento, e não deixa de fazer confusão como a Censura deixou passar tal título.
Como era para crianças, talvez tivesse pensado que não fazia mal….
É uma “relíquia” da minha biblioteca.
28 de abril de 2010
Outra associação
Who's that girl...
Uma musical associação...
Da associação de imagens surge um tema musical. Conseguem descobri-lo bem como ao seu intérprete?
Leon the professional é o filme e o tema que faz parte da banda sonora é Shape of my heart de Sting. Acertou o Mário Clipper.
As pedras contam estórias
Parte de um edifício por aqui referido, foi-lhe disfarçada a inscrição por motivos óbvios: a que espaço pertence? Conseguirão responder?
Trata-se do restaurante Beira-Gare e acertou o Mário Clipper.
Campeões do Mundo
Campeões do Mundo em 1968.
No velhinho Pavilhão dos Desportos, agora Carlos Lopes e a apodrecer triste e indecentemente, estes fabulosos e inolvidáveis jogadores mostraram o que é categoria na prática de uma modalidade em que Portugal já foi "a" potência, conquistando troféus e encantando multidões.
A estrela era, obviamente, António Livramento, que curiosamente, na fotografia (o último à direita, na fila de trás) coloca-se em bicos de pés...para parecer mais alto!
Mas não havia só o melhor jogador de todos os tempos.
Lembram-se de outros aqui retratados?
Aposto que sim.
Acertaram "donatien", Joaquim e "CMD".
(Publicado em "Portugal Contemporâneo" - vol. 5).
Cinco...pelo menos.
É na Quinta
Que começa de novo. A ver se dou lá um salto, de mão dada com a pequenita que gosta de escolher livros demoradamente. Ou seja vai ser dose de livro infantil e alfarrabistas. Talvez só veja metade da feira, quem sabe. Logo se vê.
Estas são imagens da feira antigas, que neste artigo se realizava no Rossio.
Descaramento
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