compositor excepcional, camaleão exemplar, esponja criativa ao longo de toda a sua carreira, e um daqueles músicos incapazes de cantar uma canção duas vezes da mesma forma.
a grande desilusão de boa parte das pessoas que assistiram ao seu último concerto em portugal estava no irreconhecimento de boa parte das músicas que esperavam ouvir como nos discos dos anos 60/70.
como em nenhum outro músico, esta colecção globalmente chamada the bootleg series (que são realmente 'bootlegs', muitos deles já publicados em edições piratas ao longo dos anos, e agora editados com cuidados de produção), é uma fonte de informação e deleite.
são discos para amantes.
normalmente são duplos cd's com versões de canções, 'demos', registos ao vivo, bobines perdidas em caves ou rejeições de discos anteriores.
como picasso que tem dezenas que quadros diferentes 'das mesmas obras', em variações sucessivas sobre o mesmo tema, esta colecção é indispensável para quem queira perceber melhor o genial criador de canções que é bob dylan.
por estes dias é isto que roda na minha jukebox:
e esta a canção que passa em modo repeat incessante (existe uma outra versão no disco, mas esta 'demo' apenas com base de piano é deslumbrante).
para ouvir bem alto!!:
bob dylan, dignity
4 comentários:
Muito bom ;)
São dele as canções mais maravilhosas do último século.
Um dia tornou-se um desencantdo do Sr. Robert Allen Zimmerman. Histórias longas que anda a tentar reunir, já mais de uma vez prometeu, mas faltam-lhe unhas para tocar a guitarra.
Mas gora sabe que no dia 14 de Outubro sairá o seu primeiro álbum com canções de Natal. Chama-se “Christmas in the Heart”. Velhadas que está, gosta do título e da capa.
Dará para a reconciliação?
Acredita que não, mas ficará feliz.
Forever Young
há dias estou escutando esse disco, e as três versões de "mississipi" esetão magníficas!
caro gin,
o dylan foi e é um camaleão.
muita da sua genialidade vem precisamente daí. do ser cristão, judeu, coisa nenhuma dessa; acústico ou eléctrico, apaixonado ou raivoso, a beber na tradição ou a emborcar no rock.
caríssima anna,
falamos a mesma lingua :)
as diferenças entre, por exemplo, as duas versões do mississipi que foram gravadas, e não utilizadas, para time out of mind, são como duas canções diferentes com a mesma letra e a uma base musical semelhante: mas até a voz parece ser de gravações com anos de distância uma da outra... para não falar dos arranjos e da forma de tocar.
o mesmo se pode dizer das diferentes versões de miss the mississipi...
estes 'bootleg series' são pérolas...
Enviar um comentário