4 de dezembro de 2006

Ceia de Natal

Estou curiosa. Como é que comemoram o natal? Gastronómicamente falando, digo. Qual o prato que vos comove?
Em casa dos meus pais foi sempre assim: a noite de dia 24 era essencial, o dia 25 era a ressaca.
Na véspera de Natal comia-se sempre bacalhau cozido, com tudo o que a praxe implica, sobretudo os grelos de nabo e as couves. De doces destaque para as fantásticas rabanadas da minha mãe, com calda para os mais gulosos. Dos sonhos e filhoses era mais a minha irmã a produtora. Eu estive sempre mais no capítulo descascar ingredientes, pôr a mesa e outras tarefas. Muitos frutos secos, sobretudo pinhões e nozes. E bolo rei, pois então. Vinho tinto com fartura.
As sobras de bacalhau e dos legumes comiam-se no dia seguinte, na chamada roupa velha (afinal sou poveira, caraças). Também havia um prato de carne. Mas a roupa velha era e é a minha perdição. Nem sei porque perdemos tempo com a posta do bacalhau e não passamos directamente à Roupa Velha.

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Receita de Roupa Velha (roubada no Sapo, com algumas apropriações)


Preparação:
Cortam-se aos bocadinhos a couve, grelos, o bacalhau, nabos, cenouras, cebolas, ovos cozidos e as batatas que sobraram do jantar da véspera de Natal. Picam-se alguns (muitos) dentes de alho e alouram-se em azeite (com pouca acidez). Juntam-se tudo o que já cortámos, mexe-se e deixa-se ao lume apenas o tempo necessário para aquecer bem.
(Quanto a mim o azeite a ensopar nunca é demais e é essencial muito verdinho no prato.
Na Póvoa servia-se no tacho e as pessoas comiam com a sua colher, dispensando pratos)
Este prato é feito apenas com os restos da consoada, que já se fez mais abundante para que a roupa-velha possa ser feita no almoço do dia de Natal. (isto dizem os senhores do Sapo, eu cá acho que se faltar algo pode-se acrescentar).
Se os legumes forem biológicos, o prato vai ficar bem melhor. E eu estou já cheia de fome.

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