Dois clientes, um senhor e uma senhora de cerca de sessenta anos.
Quero duas dúzias de pregos....Engraçado, dantes comprava-se tudo à dúzia. Doze sardinhas, doze alfaces. E ofereciam duas de cortesia. Agora ninguém acredita nisso. E o cherne era um peixe barato, agora é de excelência. E o chicharro. E havia o pão dos pobres muito escuro. Mistura de centeio. O senhor, aquele de quem não devemos dizer o nome, nunca deixava subir o preço do pão. Uma vez subiu dois tostões e foi uma grande revolução....Outros tempos. Ninguém se lembra.
Chega à minha vez.
Quero também duas dúzias de pregos
Diz outro senhor que tinha estado ao canto calado:
Não quer pedir antes um quarteirão?
Aí desatámos os dois a rir.
Reviver o passado na loja de ferragens.
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