20 de abril de 2006

vítimas, vitimização ou... cabala?

Acerca dos massacres e perseguições dos Judeus por todo o mundo que ontem se relembraram em Lisboa, se há algo que neles admiro, é a capacidade que têm de manterem a maior das diásporas de que há memória. No entanto, acho que já não é actual a forma de vitimização que actualmente usam para tentarem impor a razão pela qual perseguem, mesmo que silenciosamente, quem se opõe; se há quinhentos anos tivemos os "cristãos novos", hoje, pelo andar da carruagem, ainda vamos ter uma versão soft de"judeus novos", a começar pela influência que essa diáspora tem na política e economia dos EUA.

Acerca dos textos que li, gostei da crónica do ferreira fernandes, pela forma simples como diz muito em poucas linhas; já no que respeita à forma como parece que querem por todo um país a pedir desculpa por algo que sucedeu há 5 séculos, já cheira a vitimização "bacôca"...

... vítimas, vitimização ou cabala?


Faz ontem 500 anos que uma multidão imbecil tornou Portugal mais pobre. A matança de muitas centenas de judeus em Lisboa (talvez quatro mil) fez o País perder, entre mortos e exilados, os mais cultos e modernos dos seus filhos.



O crime boçal prosseguiu durante séculos. Até ao Marquês de Pombal a ‘limpeza do sangue’ – a prova de ausência de judeus até aos bisavós – era condição para bons empregos. Ao seu ministro Pombal, o rei D. José pediu que decretasse um distintivo obrigatório para quem tivesse sangue judeu. No dia seguinte, ele apareceu com três distintivos ao peito. O rei perguntou a razão. Pombal: “Um por mim, outro pelo inquisidor-mor e outro por Vossa Majestade.” Judeus somos, os portugueses, todos um pouco. Ignorantes de nós somos todos muito.
ferreira fernandes in: correiodamanha

Cerca de duas centenas de lisboetas recordaram ontem, no Largo de S. Domingos, no Rossio, os milhares de judeus mortos na sequência de três dias de perseguições, há 500 anos.
Aqui em baixo a notícia completa.

Edição de hoje do CM

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