17 de abril de 2006

Quando for grande... quero ser como ele


Não é meu hábito escrever sobre coisas que passam na televisão. Acho que fazê-lo é também fazer o frete à maldita caixa.

Mas desta vez tenho de conceder que não consigo ficar de bem comigo se não falar do Greg House.

House é um médico que detesta médicos quase da mesma forma que detesta doentes. Não usa bata, mas usa um cinismo arrasador. É dependente de analgésicos por causa de um “problema” que tem numa perna. Usa uma bengala.

Para este personagem o doente não é importante. O importante é descobrir a causa da doença e, se possível, encontrar a solução. Entretém-se a “moer” a cabeça à sua equipa de médicos (daquele tipo que ele não gosta), a violar regras, a insultar doentes e colegas.

Gregory House é o meu herói. Faz o que quer, como quer, e ainda lhe pagam para isso. Tem um único amigo, a quem permite um tratamento diferente, um amor pedido algures quando ficou coxo e uma jovem na sua equipa que acha que o pode “salvar” tornando-o mais humano.

É o meu herói. Partilho com ele o “ódio” aos médicos (não ao exercício da medicina, apenas ao estereótipo de médico), o gosto de exercer o cinismo, a arrogância perante a “normalidade”, a quase ausência de amigos e o ar ligeiramente sofrido que faz com que por vezes alguém se aproxime e acredite que é capaz de me tornar mais humano.

Só me faltam 15 cm de altura, olhos azuis, ser coxo (mas isso arranja-se), depender de analgésicos (também se pode arranjar), saber tocar piano e ser pago para existir e encher de genialidade os corredores do hospital. No fundo só me falta mesmo ser genial. Significa isto que a principal diferença é que enquanto o House é coxo, eu sou completamente inválido.

Não percam. Na FOX. Novos episódios esta semana.

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