26 de outubro de 2005

Ainda sobre Viriato

Não concordo, de modo nenhum , com a opinião do Carlos de que Viriato é apenas um mito. As referências à sua existência são antigas - desde o século I a.C. - e suficientemente variadas para se poder por em causa a sua real existência. O que é verdade é que, desde sempre, a sua existência foi mitificada pelas mais diversas razões... como dizem alguns, o que é notável em relação aos Lusitanos e Viriato, é como se conseguiu escrever tanto com base em tão poucos factos.
E este são os dados que dispomos:
Viriato, provavelmente, nasceu em território Lusitano a sul do Tejo, em zonas já sujeitas a grandes influências urbanas/comerciais do sul (cartaginês/romano). Provavelmente, estes grupos lusitanos tinham tido um papel algo importante nas II Guerras Púnicas e já se encontravam relativamente integrados na Bética romana. Não foi, seguramente, um bárbaro pastor do montes Hermínios - nem devia fazer a mínima ideia onde estes ficavam - e, quando tomou parte nas Guerras Lusitanas (155-138 a.C.), não foi para resistir ao invasor romano mas sim para disputar territórios a ocupar. Deve-se notar que estas guerras decorreram, quase totalmente, na actual Andaluzia e Extremadura espanholas e não a norte do Tejo.
Viriato, aparentemente, teve uma papel importante como chefe Lusitano, na fase final desta guerras. A campanha de Servílio Cipião, em 139 a.C. e que levou à morte de Viriato, encontra-se bem documentada.

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