É de noite e chove lá fora,
Dizem isso as janelas fechadas!
E as sombras em mim derramadas
Não querem, doidas, ir-se embora!
Não há lua aqui, não há agora,
Não brilha nas ruas molhadas!
E o som das tuas gargalhadas
Morre a cada momento, a cada hora!
Não faz mal se a Lua não veio!
Não embranquece por isso o teu seio
De mulher morena, de mulher feita!
Deixas-me perdido de infinito receio
Partido pela angústia mesmo ao meio,
Uma alma que outra alma não aceita!
De: Poeta Anónimo do Sec. XIV
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