Destes já me lembro bem. Foram os tais que conheci com sete ou oitos anos, que me fizeram do Benfica, que me povoaram os sonhos. Cresci com eles na imaginação. Mais, apareciam nas intermináveis colecções de cromos do futebol e os do Benfica eram os mais difíceis, os que nunca saiam. Os nomes são muitos e bem conhecidos: o Zé Henriques (depois o Bento), o Humberto Coelho, o Adolfo, o Alves (luvas pretas), o Simões, o Néne e o Jordão (que depois se transformou em lagarto, já na altura acontecia!). E ainda os restos do Eusébio!
Eram os tempos dos domingos da bola (sim, na altura os jogos eram todos ao domingo, religiosamente às três da tarde) e dos relatos na rádio (sim, não havia jogos na televisão) com aqueles relatadores-heróis que criaram um dicionário próprio e gritavam o tal gooOOOOOoooooooooooooolO mágico. Ao pé deles os actuais relatadores e comentadores de TV são pouco mais que múmias mudas…
Eram os tempos dos domingos de passeio no jardim (sim, não se sabia o que eram Centros Comerciais), homens de transistor colado ao ouvido (claro que não havia auriculares) e mulheres de croché colado às mãos. Pensando bem foi nessa altura que vi a primeira coisa que se assemelhava a um “walkman”. Era do miudo mais rico e fino de Portalegre, M. Fino também de apelido. Todos os domingos aparecia lá pelo largo de cima com “aquilo” nos ouvidos, preso nos relatos. Era o mais doente e fanático, sabia todos os nomes, todos os jogos, todos os golos, tudo! É dele a famosa frase: “Este ano emprestamos o título ao Sporting”.
Sim, nessa altura não era esta marmelada de hoje. Era matemático, três títulos para o Benfica, um para o Sporting (e zero para o Porto)!
PP: A constipação está a passar. Continuo nas aulas de patrão local. O fds aproxima-se a alta velocidade. Continua tudo ausente. Tenho saudades dos dias quentes de Verão que já voaram. Ninguém responde ao meu mistério. Uma certeza tenho: a ideia das feiras foi depois da separação do galaico-português pois em galego temos Luns, Martes, Mercores, Xoues e Venres.
PPP: Por dúvidas sobre o post de ontem, quanto à minha ideia sobre a visibilidade dos homossexuais, passo a explicar melhor. Não quero que se tenha que espalhar aos sete ventos, só queria que se pudesse falar das opções da cada um, normal e circunstancialmente, sem aquela obrigatoriedade hipócrita do socialmente correcto que leva a omitir/esconder factos que de todos são conhecidos. Um exemplo: ler a nota biográfica da Ana Zanatti no seu livro “Os sinais do medo”, que parece claramente auto-biográfico, onde o manto diáfano dessa omissão está claramente presente.
PPPP: Estou curioso com a Joãozinha…
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