5 de junho de 2011

Un vrai chasseur



Perto de casa uma imagem frequente, mesmo com a chuva prestes a chegar. Distribuem-se pela falésia, preferindo territórios exclusivos. Um ou outro ficam à beira-mar em tempos de maré baixa.
Admiro-lhes a paciência, ficando a pensar se a actividade não será um pretexto para ficarem a sós com o espaço envolvente.
Acredito nos bem sucedidos, pois recebi uma oferta de sargos acabados de pescar com um sabor há muito esquecido, já escalados e salgados, prontos a irem directos para a grelha. No entanto, penso que muitos serão poetas do mar, a sós com sons, imagens e o inconfundível aroma a praia que por aqui prevalece.
Sorrio ao pensar no trava-línguas aprendido na infância «Un vrai chasseur sachant chasser doit savoir chasser sans son chien» e transponho-o para um conceito pessoal criado no momento «um verdadeiro pescador só o é no privilégio do isolamento».

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