Bem longe da alegria das suas "varinas", Stuart mostra aqui o outro lado da cidade, o mais sério e sombrio. E se as primeiras desapareceram com a voragem dos tempos, os mendigos continuam, sentados em bancos de jardim, encolhidos e resignados, perante a já quase indiferença de quem por eles passa.
Stuart não necessitou de mostrar rostos.
Torna-se fácil adivinhar as expressões por baixo daqueles chapéus, numa Lisboa instável e carente, que assistia a nomeações e demissões políticas constantes, ao aumento acelerado do custo de vida, à degradação, nos anos 20 do século passado.
O génio do artista soube captar, em poucos traços, essa realidade brutal que, cem anos quase passados, não perdeu actualidade.
(Revista "ABC", 1921).
1 comentário:
Verdade.
Arte intemporal - cliché, mas verdade.
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