19 de agosto de 2009

... e acabo por aqui as narrativas sobre hortaliça

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Não vivendo no país profundo, pois rapidamente chego à cidade e, quando ataca a nostalgia, há períodos de ‘teatralite aguda’ em que as espreitadelas aos palcos – uma paixão – ultrapassam as de muitos habitantes da capital , desde a infância foi opção familiar viver num local onde se pudesse ter – para lá das flores à frente da casa – canteiros de couves (galegas e não só), alfaces, pimentos, feijão verde e tantas outras espécies hortícolas.
Pela introdução e algumas décadas de horticultura, sinto-me com alguma (não muita,é certa) propriedade para me referir à feira de Almoçageme, perto de Colares, realizada durante os fins-de-semana e com direito – no passado – a reportagem de destaque na revista do Expresso.
Torna-se visita agradável com o seu colorido , podendo ver-se as populações locais a vender produtos (pensava eu) exclusivos da região. Acontece que «a tradição já não é o que era» e, a par do pão que cozem no forno de lenha, dos doces e compotas caseiros (aqui a ASAE não se tem manifestado) feito pelas vendedoras de mais idade e da venda de espinafres já preparados para cozinhar, em folhas e da abóbora já cortada em cubos num convite à preguiça doméstica, não se iluda quem pensar que a fruta é produzida na região, seria demasiada ingenuidade.
De qualquer modo, o passeio matinal ao sábado quando ainda não chegaram os «grupos excursionistas» ou as pessoas de originais apelidos que há muito têm casa na região, o passeio vale pelo ritual de entrada no café que ladeia a feira: as bolas (feminino de bolos, não se trata de incentivos ao canibalismo, é que ando a ler um ‘thriller’ arrepiante e há que esclarecer) de carne em tamanho individual para os não vegetarianos são convidativas e há quem as compre em grande quantidade, pois mesmo congeladas (dizem) continuam deliciosas. Por mim, mais ou menos marcados pelo consumismo, estes mercados são sempre uma festa de cor e um agradável perpetuar de memórias.

8 comentários:

T disse...

Bela foto e texto:) Devias deixar assim as fotos mais grandinhas sempre:)

teresa disse...

Em relação à dimensão da foto, acontece que comecei por colocá-la mais pequena e acabei por verificar que assim ficava melhor:)

Não fui eu a autora... é que as minhas nem sempre saem tão bem, problemas de visão:(

César Ramos disse...

Eu, e os meus disparates... mas sou
verdadeiro:

Desconfio das "Naturezas Mortas"! A óleo, ou noutras técnicas artísticas!
Alguém poderá chamar ao motivo desta foto, natureza morta? Mas porquê a mania de chamar 'morta'
à Natureza e aos seus filhos vegetais?

Ás vezes, os quadros do tema trazem, livros fechados, peças de caça e espingardas horrorosas...

Se calhar, essas é que são as naturezas mortas...

Deixem-me dizer:

Também gosto muito do estilo de escrita da Teresa.

Consegue que imaginemos uma linda piscina, no fundo de um prato de sopa de abóbora...

teresa disse...

Também nunca gostei da designação, César. E ainda bem que os meus pais retiraram uma aguarela que tristemente exibia um galo morto na parede da casa de jantar (forrada a papel de tons um pouco sombrios, modas da época, o que contribuia para a tristeza da imagem).

Quanto ao estilo 'teresês', como o designa a nossa co-postadora Tareca, tem dias... por isso mesmo é que nem sempre me ponho a escrever, embora a swimming pool me tenha feito sorrir:)

T disse...

Teresa o livro já foi entregue ao VV:)

teresa disse...

Tanquiú, mas faço questão de que não seja oferta... apesar de estar numa fase 'devoradora' de alfarrábios:)

T disse...

Aceito limões em troca:)

teresa disse...

Ok... então está prometido que serão mesmo 'nados e criados' no pomar e não a 'product of Spain', ou seja, comprados no mercado de Almoçageme:P

(não sei se estarão grande coisa, caso contrário teremos sempre o recurso às queijadas que sempre é uma modalidade zen be de compensação)