5 de junho de 2009

A rainha Jinga

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(Mama Africa, Isabel Le Roux)

Rainha N'Jinga a M'Bande Ya N'Gola Kiluange Kya Samba, nascida no ano de 1583 e falecida em 1663 foi a dirigente do Reino do N'Gola e da Matamba .
Segundo reza a historia de Angola, foi a primeira soberana a chefiar uma memorável Embaixada que negociou a assinatura de um Tratado de Paz com o governador português em Luanda, João Correia de Sousa no ano de 1621, destinado à interdição da captura de escravos por parte dos Portugueses.
N’Jinga prepara um séquito numeroso e com todos os atributos da sua condição de princesa faz-se anunciar em Luanda.
Os portugueses vão recebê-la como uma verdadeira rainha, com tropas perfiladas e descargas de mosquetes, sendo-lhe dada hospedagem condigna.
No dia marcado para a audiência, N’Jinga, acompanhada do seu séquito, dirige-se à casa do governador. Entra para a sala onde este ainda se não encontrava e, num relance, percebe que na sala só havia uma cadeira e duas almofadas sobre um tapete.
De imediato interioriza que pode ficar em desvantagem por ficar de pé perante um homem sentado.
Ordena a uma das suas escravas que se dobre e lhe sirva de assento e é assim que vai encarar o governador, de igual para igual.
Escusado será dizer que esta atitude de N’Jinga deixou estupefactos todos os presentes, muito particularmente o governador que percebeu imediatamente que a mulher que estava na sua presença era especial e que deveria usar com ela de toda a diplomacia, pois muita coisa estava em jogo e um gesto em falso podia representar o recrudescer da guerra.
Ajudou a reinserir antigos escravos e formou uma economia que, ao contrário de outras no continente, não dependia do tráfico de escravos.
Tornou-se mítica e foi uma das heroínas africanas cuja memória desafiou o tempo, despertou o interesse dos iluministas como no romance Zingha, reine d’Angleterre, Histoire africaine (1769), do escritor francês de Toulouse, Jean-Louis Castilhon, inspirado nos seus feitos, e foi citada no livro L'Histoire de l'Afrique, da publicação Histoire Universelle (1765-1766).

(memória reavivada no sítio da embaixada de Angola na Etiópia)

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