28 de dezembro de 2008

A Idade Média ou a dualidade atraso/fascínio

A época medieval causa em alguns um certo fascínio, independentemente de lembrar trevas, injustiças sociais, a peste e outras calamidades. Explico-a, entre outros factores, por termos tido catástrofes naturais que destruíram tantos vestígios do património de então. O imaginário do rei Artur, da espada, das novelas de cavalaria... Alguém reconhece o local? As igrejas aqui apresentadas pela T. trouxeram-me à memória este espaço que considero mágico, fazendo evocar as primeiras manifestações literárias (teriam de ser em poesia) da nossa literatura galego-portuguesa. A referência ao alto mar será, neste caso, enganosa.

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Adivinhou o Carlos e com mérito, pois apresentou informação muito detalhada...

[...]
Estando na ermida ant'o altar,
cercaram-mi as ondas grandes do mar:
eu atendendend'o meu amigo!
eu atendendo'o meu amigo!

E cercaram-mi as ondas, que grandes som,
nom ei i barqueiro, nem remador:
eu atendendend'o meu amigo!
eu atendendo'o meu amigo!
[...]
Mendinho

5 comentários:

carlos disse...

cronologia:
1160 - terá sido reconstruída por gualdim pais, mestre da ordem do templo;
1195 - gualdim pais é sepultado; Séc. 16 - grande alteração do seu aspecto românico com a construção do púlpito, a porta de acesso à sacristia, o coro-alto, a alpendrada e respectivas capelas e o jazigo de d. diogo pinheiro;
1525 - contrução da janela e da abóbada da sacristia;
Séc. 17 - revestimento de azulejos das capelas do lado sul.;
Séc. 19 - realizam-se obras de 'restauro' que destruíram três capelas."

teresa disse...

Certo, Carlos, a informação é detalhada, isso é que é responder a adivinhas.
Curiosidades: é sóbria no interior (ao contrário dos excessos de igrejas posteriores do barroco, excessivas no ouro e em outros "rodriguinhos"). O nome, Santa Maria do Olival, ainda se entende pois, em seu redor, encontra-se em profusão uma das mais belas árvores, a oliveira.

Anónimo disse...

É muito bonita.

marta disse...

Inicialmente chamada de Nossa Senhora das Oliveiras. Há quem diga que um túnel passa por baixo do Nabão e liga a igreja ao Convento de Cristo, por onde os templários faziam a iniciação.

Antes de a nossa consciência subir, tem de descer. Repararam que para entrar na igreja temos de descer uns quantos degraus?

O outro vitral é um pentagrama, um símbolo pagão muito pouco comum numa igreja cristã...

teresa disse...

Obrigada pelos detalhes, Marta.
A igreja é linda e sente-se, quando se lá entra, a magia do lugar, ao contrário do que sucede em monumentos muito posteriores, sobretudo os da época barroca que não fazem os encantos pessoais com tanta ostentação, tanto torneado e tanta brilho do "ouro do Brasil" (a par de imagens algo intimidatórias). Mas sou suspeita em tudo quanto toca à Época Medieval, não conseguindo nunca tecer comentários neutros:)