12 de junho de 2007

o jardim do torel


uma noite do verão de 1875, o então duque de loulé (um homem que hoje deve servir de exemplo a muitos políticos lisboetas, já que depois de ter sido ajudante de campo do miguel na vilafrancada, se passou para o lado do pedro quando as coisas começaram a virar e até foi feito duque por d. luis...), via arder o palácio onde morava com a serenidade próprias dos nobres que sabem que o seu futuro continua garantido:
de pé, no meio do pátio, em frente à casa que muitos anos antes terá sido mandada construir, ainda no século 18, por marco antónio thorel, mas que no começo do século seguinte já não pertencia à sua família, mas sim à do desembargador francisco pereira meneses que passado pouco tempo morreu originando o leilão do palácio e dos seus pertences.


se a morte do palácio foi pirotécnica, a sua vida foi sempre tumultuosa.

passado poucos anos do incêncio, o conde castro guimarães compra o 'pátio do thorel' (já lá não existia o ardido palácio...) e manda fazer um novo palácio com jardim adjacente.
a vista sobre o valverde (vale onde hoje é a avenida da liberdade) merecia isso e muito mais.
com a ida de castro guimarães para cascais, o conde vende o palácio ao estado em 1927 que ali manda instalar a polícia de investigação criminal, mãe da actual judiciária e onde funcionou a célebre prisão do torel. como a câmara municipal construiu um novo edifício anexo para a 'judite', recebeu em troca o jardim do palácio, que hoje é o público e lindíssimo jardim do torel.

(a vista deslumbrante do jardim/miradouro)
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(o antigo palácio e os bancos ao fundo com vista para o tejo e protegidos de olhares indiscretos)
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