Hoje foi a primeira vez que viajámos num vôo charter, nunca tinha calhado… Minto, já tinha! Mas foi há muito tempo, mesmo há muito, há quase quinze anos, numa das nossas primeiras viagens ao estrangeiro, a Paris, ainda éramos tão novos. Acho que, talvez por isso, tudo nos pareceu muito bom, extraordinário e maravilhoso.
Mas não hoje!
O avião era pequeno, abafado e apertado. Tinha umas hospedeiras velhas, feias e antipáticas. A comida ainda era – se possível – mais plástica que o habitual e cobraram uma data de Euros pelas bebidas e vinho.
Mas o pior de tudo, foi o avião estar cheio de portugueses, só portugueses. Pude presenciar e apreciar – e às tantas até participar - à estranha forma como os tiques e manias de todos os dias se elevam à perfeição, numa permanente e ostensiva exibição da nossa alegria e do nosso sucesso. Não lhe chamaria uma feira, porque apesar de tudo é mais comedida, mas é claramente o teatro das vaidades.
E eram pessoas que tiveram o bom gosto de escolher Creta. Nem me atrevo imaginar o que será uma coisa destas para Punta Cana ou Riviera Maia.
PP: Uma autobiografia?? Sei lá... Só penso escrever uma já bem vivido. Poder-se-á chamar "Os Primeiros Cem Anos".
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