publicou o insuspeito jama (journal of the american medical association) dois estudos sobre a utilização das amálgamas dentárias.
os estudos em questão foram feitos, em simultâneo, nos estados unidos e em portugal.
o caso português, por ter sido feito na casa pia, com crianças internas e sem real possibilidade de escolha (um aluno da casa pia não tem o mesmo livre arbítrio que um do colégio das descobertas, por muito que estejam geograficamente próximos...) para serem ou não cobaias em tal estudo, levantou muitos protestos por parte de quem sabia que tais estudos estavam a ser feitos ali.
como sabem, as amálgamas dentárias são ligas metálicas compostas básicamente de prata (originalmente a maior parte), cobre, níquel, zinco... e como elemento aglutinador, mercúrio.
o mercúrio, por ser um metal líquido á temperatura ambiente, permite fazer uma pasta que torna a liga facimente manuseável e de muito eficiente utilização para o efeito de encher espaços provocados por cáries dentárias. a sua dureza também permite resistir com bastante eficácia ao desgaste da mastigação.
durante muitos anos, as amálgamas foram a forma mais rápida, barata e eficaz de realizar obturações dentárias.
não necessitava da execução de moldes para posteriores fundições de ligas nobres (ou não) que seriam cimentadas, ou cerâmicas dentárias, igualmente dependentes de largo arsenal de equipamento e técnicas.
com o aparecimento das resinas compostas (ou compósitos), o uso das amálgamas começou a tornar-me mais questionável.
por um lado, as resinas compostas podiam ter uma cor aproximada à dos dentes e, por outro, não tinham nenhum dos problemas associados às amalgamas, a saber:
o elevado conteúdo de mercúrio; a utilização, em algumas delas, de níquel (proíbido em imensos países, mas omissa a sua proibição noutros), comprovadamente cancerígeno; a existência de diversos de metais na boca que, nalguns casos, podem provocar correntes eléctricas responsáveis por, por exemplo, enxaquecas.
de acordo com o referido estudo, as crianças sujeitas ao teste apresentavam conteudos de mercúrio (!!!) fracos na sua urina.
igualmente não ficou provado que a utilização das amálgamas afectasse o desenvolvimento mental, apresentado níveis semelhantes de memória, atenção/concentração, funções visuais ou motoras, etc.
o que me espanta nestes estudos (não, não é dizer que na sua origem está o lobby dos fabricantes de amálgamas, com o beneplácito dos serviços de saúde que pagam muito menos pelas restaurações dentárias....) é o facto de, de repente, algumas mentes peregrinas acharem que o facto de alguém ter mercúrio na boca (ainda por cima sujeito ao desgaste provocado pela mastigação) afinal não é uma coisa má.
o que me espanta é que estas mesmas mentes peregrinas acham que o facto de coexistirem diversos metais na cavidade bocal afinal não é perigoso e que as correntes que provocam, afinal não tem influência nenhuma, por exemplo, nas enxaquecas.
o que me espanta é que, sabendo-se que algumas amálgamas contém metais que individualmente estão proibidos se ser utilizado na cavidade bocal isso afinal não é uma coisa má.
o que me espanta é que estas mentes achem que aquilo que jamais admitariam para a sua boca ou para a boca dos seus filhos, afinal pode ser utilizado na boca dos outros.
o que me espanta é ainda existirem.
e pagarem-lhes para isso.
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