19 de fevereiro de 2006

Fim de dia

Estava a pensar nalgumas coisas, neste dia de trabalho, à espera que o telefone toque.
Sexta estava morta, sábado ressuscitei para andar na rua e receber a sobrinhada e amigos em casa.

Fico encantada sempre que vejo a pequenita. De semana para semana progride, tão sociável e ávida do mundo. Estive a ler uns estudos americanos, em que explicam que as crianças até a um ano de idade têm capacidadesque depois perdem. Então tudo aquilo que achamos que é palermice nossa afinal é verdade : reconhecem expressões, sorriem com o som dum beijo repenicado, distinguem inclusivé falantes de línguas diferentes. E auto reconhecem-se muito mais cedo do que se pensava.
Acho que em termos de psicologia de desenvolvimento das crianças, ainda vamos ter muitas coisas para descobrir. E os estímulos são diferentes. A maternidade começa a ser reabilitada também. É um mundo novo.

Não é nada díficil comunicar com esta miúda. É mostrar coisas, sons e deixá-la mexer e sentir. Fico apaixonada pelo mistério do que vai ser a Maria quando crescer.

Fiz um zapping pela Oprah. Que se lixem as intelectualices, eu gosto de ver o programa. E entre algumas mulheres que a produção elegeu como devendo ser conhecidas, apareceu uma americana que organizou uma fundação de apoio a doentes terminais. A ideia é ninguém sofrer ou morrer só. E há sessões de acompanhamento de grupo e individuais. Já há em Portugal alguma coisa destas? ABS sabes disto?

Lembrei-me das campanhas de beneficência que se fazem, tal como as do pirilampo e as oferecer comida para quem dela precise, Banco Alimentar ou lá o que é.
Uma coisa que me intriga: não leio muito jornais, mas as contas dessas campanhas são publicadas? Há esse hábito? É porque trigo limpo farinha amparo. Ou sabemos exactamente para quem damos e como é dado, ou tudo se torna estranho. E cada vez mais proliferam as associações. Para a Abraço não dou, evidentemente. Acho que o voluntariado deve ser grátis e as direcções dessas associações não devem ser pagas da forma como esta o está a ser.


De muita coisa que vi, muito desconfio do conceito de caridadezinha. Mas acredito no princípio básico de solidariedade humana. Num voluntariado de apoio a doentes terminais alinhava. Ou a idosos, como conta a Lessing nos Diários de Jane Sommers.

E é isto.

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