Dantes vestiam-se a preceito para andar de avião.
Ia-se ao cabeleireiro e usava-se roupa nova. Era um ritual. Cheio de etiquetas.
Com a democratização dos meios de transporte, as coisas mudaram.
Agora existem as empresas de aviação low cost. O ano passado estreei-me na irlandesa Ryanair . O inconveniente de se utilizar aérodromos periféricos, era compensada pelo preço, rapidez e pontualidade do serviço. Fizemos assim Milão /Bergamo para Barcelona /Girona.
Este ano existe a Vueling. As viagens até Barcelona são baratissimas. Os passageiros de fácil identificação. Mais novos e menos carregados.
Cada vez o mundo é menos longe. Ontem almocei descansadamente na Gracia num pátiozinho, dormi uma sesta e às sete estava em Lisboa.
Entro num avião pontual. O comandante anuncia em três linguas o que se está a passar, explicitando sempre a quantidade de línguas que já usou anteriormente. O espanhol e português, falados pelo senhor,coincidem, com pequenissimas variantes, e temperados com um sotaque do Norte de Portugal.
Falam do perfil de viajante. De facto muitos executivos novos. Mas também um enorme grupo de mulheres portuguesas que trocavam receitas culinárias. Morriam de saudades dos maridos e dos filhos e faziam um estardalhaço do caraças. Adoraram o abrochar o cinto. Caiu-lhes o queixo depois de perceberem ,que estavam duas portuguesas atrás delas a ouvir atentamente as conotações dadas ao verbo abrochar. Somos todas muito imaginosas.
Em suma, abrochem-se os cintos, voe-se por aí e sobretudo soltem-se gargalhadas.
No fundo um broche é uma pregadeira e um cinto ata-se e enfim.
Não vou discorrer mais sobre o assunto.
Abrochai-vos e durmam bem:)
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