“Concorda com a instalação de câmaras de videovigilância para combater a criminalidade?” é um pequeno título, uma pergunta que público apresentou a quatro pessoas na rua. As respostas são semelhantes, toda a gente acha bem, e um senhor refere “(...) acho que pouco ajuda ou nada para combater a criminalidade mas não acho bem que invadam a privacidade das pessoas”. A privacidade é daquelas coisas em que pensamos logo quando alguém nos fala de ter câmaras na rua. Mas afinal, porque se chama a rua um sítio público? Suponho que é por não ser o sítio mais indicado para usufruir do direito à privacidade...
Mas este senhor tocou num ponto relativamente importante que é o quanto a instalação dos aparelhos vigilantes vai realmente amenizar a criminalidade nas ruas. A câmara tem a pequena vantagem de não ter medo de vigiar certos sítios onde a polícia nem se atreve a por os pés. A câmara não é antipática, não olha para os rabos das raparigas que passam com as curtas saias da moda, não multa carros (porra isto não é uma vantagem... e daí talvez seja) e não é extremamente arrogante. Por outro lado: nada que uma boa pedrada não resolva (tal como uma boa pedrada também resolvia o caso de ser um agente da autoridade e não uma câmara). E se o assaltante for mascarado de modo a que não o possam identificar? A câmara corre atrás dele?
Acho escusado que se gaste dinheiro na compra, instalação, e especialmente manutenção destas câmaras (porque duvido que elas aguentem funcionais durante assim tanto tempo), acho que não deveria ser sequer preciso considerar esta hipótese: porque não por simplesmente um polícia? Se bem me lembro, foi na terça feira da semana passada que o Diário de Notícias tinha na capa um artigo a denunciar que metade dos agentes da autoridade não saem sequer dos quartéis e nem por isso deixam de receber ordenado! Afinal temos já o dinheiro investido mensalmente nestes tipos treinados e formados que não põem sequer o pé na rua enquanto estão de serviço. É certo que o trabalho de quartel é também necessário mas... ter treze mil e qualquer coisa agentes enfiados nas bases quando temos ao todo perto de vinte e cinco mil por todo o país? Claro que depois vêm estas parvoíces das câmaras...
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