Daqui, desta pequena janela, do mais fundo do hospital, espreito lá para fora. Por entre as colunas de cimento e os tronco de árvores vislumbro pequenas nesgas, restos da tarde que está a terminar.
De repente, lá do fundo forma-se um clarão amarelado que bate nos prédios de viés e lhes dá uma nova e única forma, quase como se nunca ali tivessem estado antes.
E também de repente, o céu enche-se de pássaros... muitos, muitos pássaros a chilrear, enormes bandos de pássaros que voam sem parar, vindos de onde não se sabe.
Mas tudo isto tão fugaz, dura apenas breves instantes e logo acaba. Ainda mais de repente, o clarão apaga-se e os prédios voltam às sombras habituais. Os pássaros calam-se, pousam não se sabe onde, e deixam de voar.
Acendem-se as luzes.
Começou a noite.
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